terça-feira

5 ) - OPINIÕES DA IMPRENSA - I - ( 1 a 12 ) ---

========(TÍTULOS de : ROBERTO CORREIA ) =============



1) -- DO TEJO GRANDIOSO AO ZAIRE PODEROSO"
4)--OS DESERDADOS DA EXEMPLAR DESCOLONIZAÇÃO...
5)-- "ANGOLA--DATAS E FACTOS"--(4º Volume )--
6)-- "ANGOLA -- Datas e Factos" -- (5º Volume) --
7)-- "ANGOLA -- DATAS E FACTOS" -- (5º VOLUME) -
8)-- MILITARES, POLÍTICOS E OUTROS MÁGICOS
9)-- HISTÓRIA DO PAÍS AFRICANO RELATADA DE FORMA POÉTICA POR ROBERTO CORREIA
10)-- LANÇAMENTO DA OBRA "DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO" -  - (POEMA ÉPICO) - VOL II
11)-- DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO
12)-- DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO -
13)-- ANGOLANO VERSEJA NA ZONA DE SOURE -
14)-- POEMA ÉPICO CONTA A HISTÓRIA DE ANGOLA -
15)-- "ANGOLA - DATAS E FACTOS" - 6º vOLUME -
============================================================
............................................................
1)--"DO TEJO GRANDIOSO AO ZAIRE PODEROSO"


-- Segundo diz a velha sabedoria um homem só estará realizado quando tiver um filho, plantar uma árvore e escrever um livro.

Ter um filho é uma bênção da Natureza que a maioria consegue alcançar. Plantar uma árvore não o é mais difícil e é até um acto de amor pelo próximo na época em que vivemos. Quanto a escrever um livro(não apenas algumas páginas sem conteúdo) é, certamente,o mais difícil para aqueles que não nasceram com o dom de fazer das palavras arte.
Mas apesar de difícil, encontramos um homem que é realizado. Teve filhos,plantou árvores e escreveu um livro espectacular.

Realizado é certamente, o que até a sua aparência calma o demonstra.Mas,como todos os homens também tem um sonho, um sonho por sinal bem simples : ver o livro que o ajudou a sentir-se um verdadeiro homem, publicado.

O "nosso" homem é Roberto Correia, nascido em terras angolanas que aprendeu a conhecer e às quais dedica um amor profundo.Topo...

A PAIXÃO DA ESCRITA
Muito jovem ainda descobriu uma nova paixão: a de escrever.
Ainda estudante colaborou assiduamente com alguns jornais angolanos e, como é modesto e preferia o anonimato ao lugar de "estrela", assinava os seus trabalhos com o pseudónimo "Sourreia".

A paixão pelas letras era enorme e na década de cinquenta, quando ainda não vestira a farda militar, já tinha um livro publicado em Angola : "Assim Somos Todos".
Depois, quando tinha 19 anos de idade, entrou para a tropa. Foi destacado para o Quartel-General de Angola, onde havia uma valiosa biblioteca.
Amante da leitura, começou a dedicar todos os seus momentos livres para se deleitar com livros antigos de temática histórica.
Decidiu tirar apontamentos do que ia aprendendo. Só que, intuitivamente, escrevia-os em verso, aproveitando os conhecimentos adquiridos nos tempos de estudante.

Lidos e relidos vários livros,as dezenas de poemas escritos em folhas de papel já usadas, foram guardadas quando terminou a vida militar.
Depois,esses mesmos papéis, fruto de dedicação e veia poética, foram guardados numa mala(mas não esquecidos !)pois a vida mudara e a família e o emprego deixavam pouco tempo livre.

Como milhares de portugueses, teve, um dia, que deixar para sempre a terra que o vira nascer e refazer a vida. Topo...

  REFAZER A VIDA
Já em Portugal, e com as dificuldades que a todos se depararam, teve que esperar alguns meses até voltar a ter oportunidade de trabalhar. Mas, ficar parado não é hábito de Roberto Correia. E, com algum tempo livre, o melhor era voltar a pegar naquelas folhas amarelas, trazidas com carinho.

Foi nessa altura que começou a organizar a obra e a dactilografá-la. Entretanto, foi colocado na Repartição(Direcção)de Finanças de Coimbra e organizar novamente a vida não deixou tempo para outras actividades.
Os anos foram passando e na mala continuava um sonho. Depois aposentou-se e decidiu logo no primeiro momento concluir o seu trabalho.
Uma correcção aqui, uma correcção ali e a obra ia tomando forma. Hoje está concluída e chama-se "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso".

Obra magnífica, de educativa leitura, retrata um pouco da História de Portugal, das primeiras viagens marítimas ao fim dos verdadeiros reis do Congo, no século XVII.
Toda a história dos gloriosos Descobrimentos, da chegada a Angola, do comércio de escravos e até da "rainha" Jinga, é "cantada" em verso, em sete cantos com cerca de 700 estâncias.
O livro inclui várias a notações do autor que ajudam a melhor compreender cada estância, bem como uma cronologia de parte da História Portuguesa.

Escrito "à moda" de Camões, sem no entanto pretender plagiar nem tão-pouco continuar, "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso" é digno de ser lido por todos os que gostam de se cultivar, e poderá ser um instrumento valoroso aos que se sentam nos bancos do liceu e da universidade.

Roberto Correia é um homem simples e modesto. Sabe, no entanto, o valor da sua obra. Não quer lucros com ela. Não tentou ainda publicar pois isso é "impossível financeiramente para os desconhecidos".
No entanto, Roberto Correia mantém um sonho, um lindo sonho : ver o trabalho de uma vida nas prateleiras das livrarias.


---- -- (6) -- "UM LIVRO UMA VIDA --- Se há bons livros Roberto Correia tem um,escrito com carinho e  com muito para ensinar"... --


(...) "Obra magnífica,de educativa leitura,retrata um pouco da História de Portugal,das primeiras viagens marítimas ao fim dos verdadeiros reis do Congo,no século XVII.Toda a história dos gloriosos Descobrimentos,da chegada a Angola,do comércio de escravos e até da "rainha" Jinga, é contada em   versos,em sete cantos com cerca de 700 estâncias.
O livro inclui anotações do autor que ajudam a melhor compreender cada estância,bem como uma cronologia da parte da História Portuguesa" (...)
"(...) "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso é digno de ser lido por todos que gostam de se cultivar" (...)
 ......................................................................................

  ------- De : Anabela de Freitas, em "DIA DOMINGO" -------

         ---------- Suplemento do "Jornal de O DIA", de 4 de Março de 1990- pgs. 6 --------------

....................
------ (*) ----   Ver no final desta secção as transcrições parciais do meu "panfleto" divulgado nesta oportunidade ---
                                 ==============================================

2) -------- "PESSOAS..." -------- Topo...

- Natural de Angola e a residir actualmente em Soure(Coimbra), Roberto Correia vai publicar um livro intitulado "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso". Trata-se, segundo nos explicou, de um livro que fala dos Descobrimentos Portugueses, desde o seu princípio até à descoberta de Angola.Este primeiro volume abrange o período decorrido desde o início dos Descobrimentos até meados do século XVII, "quando se verificaram vários acontecimentos que motivaram grandes alterações ao rumo da História de Angola". Toda a História dos Descobrimentos é cantada em verso por Roberto Correia. O livro inclui várias anotações do autor que ajudam a compreender melhor cada estância, bem como uma cronologia de parte da História Portuguesa. A parte do texto (poema épico) foi elaborada, na sua quase totalidade, em meados de 1953, por consultas e pesquisas efectuadas na Biblioteca do Quartel General de Angola, em Luanda, onde Roberto Correia prestou serviço militar.Esta obra é editada pelo próprio autor, cuja receita líquida reverterá segundo disse ao nosso Jornal, a favor da campanha de luta contra a fome em África. Roberto Correia faz votos para que consiga ter a obra editada no próximo dia 23,podendo assim colocá-la á disposição dos "Amigos do Huambo", que nesse mesmo dia realizam um convívio nas Caldas da Rainha.
...................................................
---- de: "DIÁRIO DE COIMBRA"-("SÁBADO") ----
---- em 9 de Junho de 1990 ----

============================================
.............................................................................................................

3) -- DOS DESCOBRIMENTOS À HISTÓRIA DE ANGOLA

Topo...

O livro, em segunda edição, fala dos descobrimentos portugueses desde o seu início até à descoberta de Angola. Este primeiro volume abrange o período decorrido entre o início dos Descobrimentos até meados do século XVII, "quando se verificaram vários acontecimentos que motivaram grandes alterações aos rumos da História de Angola".Todo este período é cantado em verso por Roberto Correia que faz, também, várias anotações que ajudam a compreender melhor cada estância, bem como uma cronologia de parte da História Portuguesa.

O poema épico, de 300 páginas, foi elaborado, na sua quase totalidade, em meados de 1953, por consultas e pesquisas efectuadas na Biblioteca do Quartel General de Angola, em Luanda,onde Roberto Correia prestou serviço militar. Toda a História dos Descobrimentos, da chegada a Angola, do comércio de escravos e até da "rainha" Jinga, é cantada em verso, em sete cantos.
À semelhança da primeira edição, também esta é suportada unicamente pelo autor. E, mais uma vez, a receita líquida irá reverter a favor da campanha de luta contra a fome em África, sendo entregue a uma das várias instituições criadas para o efeito.
A obra foi apresentada no Encontro dos Amigos do Huambo, que decorreu no passado fim de semana no Parque Municipal das Caldas da Rainha, local onde decorrerá, também, a 9 e 10 de Julho, o Encontro dos Inseparáveis do Lubango".
........................................................................................................
----- De : "DIÁRIO AS BEIRAS" -- em 02/07/1994 -----
===================================================

                  ------ 4)-- OS DESERDADOS DA "EXEMPLAR DESCOLONIZAÇÃO" --
Topo...


-- "Roberto Correia, um dos "beneficiários da "exemplar descolonização", deu à estampa o 4º volume de "Angola - datas e factos", reportado às décadas de 10 a 50 do século findo. Coube-nos em particular a honra de o prefaciar. Fizémo-lo mais com o coração que com a pena.
Fizémo-lo com o coração e as raízes em África, olvidados da génese procriativa que remonta ao Porto, aos Pinto Coelho, família de que fora expoente Rodrigues de Freitas, e a Alcácer, onde radica a gesta de outro dos patronímicos, que no Além-Mar cumpriram o ciclo da expansão em África e no Brasil.
E o prefácio, na sua singeleza, espelha-se nas linhas subsequentes.
"os marcos históricos que se divisam nas páginas subsequentes constituem o cabouco fecundo de uma obra que vale pelo hercúleo esforço de uma exaustiva recolha que de forma eloquente exprime o carácter do seu autor.
De comum, em um percurso recheado de vicissitudes a que não é alheia a negra página da História de Portugal que de forma inglória a Nação escreveu em Angola, o havermos nascido na princesa do Namibe, singular gesto de uma plêiade de Homens e de Mulheres de fibra que na Tentativa Feliz, capitaneados por Bernardino José Freire de Figueiredo e Castro, aportaram à Angra do Negro no recuado ano de 1849.
De comum ainda, o percurso escolar cumprido no planalto da Huíla, no prestigiado Liceu Nacional Diogo Cão, de tamanhos pergaminhos. De comum,enfim, a persistência de quem cumpre dolorosa via crucis no Velho Continente, delido o Império,devastados os valores, coartados os horizontes.
Mas o rol que Roberto Correia ora dá à estampa, em reprodução fiel de outros tantos volumes já trazidos a lume, reflete o esforço histórico, tantas vezes miserabilista, de um traço não muito distante dos nossos tempos, imagem e reflexo de períodos avaros de uma nação decrépita, mergulhada em lutas intestinas, que foram o quadro vigoroso da primeira República, quando o esforço de colonização, de integração e de miscigenação tanto reclamariam da potência administrante.
Nem pode perder-se a perspectiva histórica que era a condicionante maior de uma colonização bem sucedida. O confronto com os dados que aqui e além o Autor nos oferece, num breve conspecto, sobre a África do Sul, não nos é favorável e enaltece as diferenças em detrimento da "apagada e vil tristeza" que de forma magoada o Vate cantou.
Mas o quadro cronológico esboçado é esmagador na sucessão dos eventos, na exigente preocupação que o Autor reflecte na enumeração de factos, tal como o exprime a linguagem neutra, fria, distante dos registos oficiais,do acervo de jornais com o timbre da administração.
Sem "passadismos",e por forma a que implacável juízo de censura se não abata sobre este precipitado prefaciante, signifique-se,na esteira,de resto, das concepções sufragadas pela Sociedade das Nações e pelas Nações Unidas (que se reergue sobre os destroços da primitiva sociedade), que os povos tanto tiveram o direito de colonizar como tinham o dever de descolonizar.
Recordava-o amiúde o saudoso administrativista Afonso Rodrigues Queiró e é, a esse propósito, justo evocá-lo neste passo.
As Nações, porém, não se regeneram por sobre a impreparação dos de sucessivas gerações que,braço às armas dado, sem perspectiva histórica, se distanciaram do destino do país e nem sequer souberam honrar o esforço supremo dos que tombaram no campo da honra e do dever para que o desfecho fosse distinto do que se ofereceu dolorosamente à comunidade dos povos.
Na singeleza dos dados que se espraiam neste registos fidedignos, há indómito esforço que o abjecto abandono colonial, crismado de "exemplar descolonização", vilipendiou.
"Este reino", obra que foi de soldados, não soube honrar a gesta de quem, nos claros escuros da história colonial, ofereceu o bem supremo ("dulce et decorum est pro patria mori"), a dávida maior, a vida, em suma, para que os destinos da África luso-falante fosse bem outro.
Na mísera e mesquinha perspectiva de quem perspectivas não tinha, o malbaratar de uma gesta civilizacional que, se alguém ainda ousar contestar, poderá, nos contrastes que ora se oferecem das lutas tribais, travestidas de lutas ideológicas ou de interesses à escala planetária, beneficiar de uma outra leitura.
Se se houvesse evoluído, em paz, para uma Comunidade, no respeito pela autonomia dos povos e pela independência das nações, Angola, nossa amada, conheceria decerto invejáveis níveis de progresso que, se partilhados, concorreriam para a felicidade dos homens,mulheres e crianças de todas as origens e condições.
Tristes pinceladas estas, na paleta da História, como preito de homenagem a quem, afora os interesses perseguidos pelas majestáticas que se se esgotavam nas suas posições de senhorio económico, tanto esmagaram tantos,soube empenhar-se para a recriação de espaços outros numa terra onde todos cabiam e cujas riquezas "chegavam e sobravam" para a vida digna que os angolanos ora não têm -- Que caibam, na homenagem, os que, vítimas da guerra fracticida que os persegue, quisemos honrar nos sentidos versos que esculpimos por ocasião de um aniversário mais do 11 de Novembro :


......."A ANGOLA, DESERTO DE VAZIOS, TERRA DE NINGUÉM...


Angola arde em novas febres- /E a esperança renovada / De uma pátria promissora / Esvai-se / Nos corpos que se amontoam / Varados pela metralha dos interesses / ou / Pela cega intransigência de um poder que corrompe, / Tritura /E condena às galés / O futuro / Mais que o passado /Escravo / Resgatado em terras de Cabral... / E aí, onde a reflexão se queda / Em diagnósticos / Que a ampulheta / Não recobre, / É de novo a Voz do Poeta / Que se ergue em esforço de prognose póstuma / Que a ninguém bafeja: // "Que mundos novos / Vos hei-de sugerir ? // Que outros caminhos / Vos hei-de indicar / Quando aperto / Na minha mão / A vossa mão pequenina ? / Se eu próprio não sei onde estou / Se eu próprio me espanto / E sofro / Com o meu exílio, afinal ? / Um dia hei-de contar-vos // Que para vós sonhei uma pátria / E nela pus o sol mais belo / E o mais belo jardim de rosas / Mas o sol escureceu / E as rosas / As rosas alguém as roubou " // Nos sóis de tom laranja / Que se punham na linha do horizonte / A côr plúmbea / Se lhes imprimiu / À manteiga / Que os campos verdes do planalto /Onde as manadas apascentavam, /Produziam, Sucederam-se de novo os canhões / E os filhos inocentes /Da terra martirizada / Regam o chão úbere / Da terra que era nossa / Por registo de cinco gerações / Do sangue de corpos exangues / Sobre cujas ossadas / Se não ergue a História // Da dor, da incontida dor / De rostos sem lágrimas / E corações ressequidos /Como os fios de água / Em anos de profunda seca / Não se desenha o presente / Nem se projecta o futuro... / E quando as armas se calarem / E do Kalahari nem sequer brotarem / As resistentes "welwitchia", / A sorte está ditada : // É que Angola se transformou / Pela cegueira dos homens / E a ambição das feras / Num imenso deserto. / E nem sequer, / Em convergência, /Os animais selvagens sobrantes / Puderam transformar a terra em coutada / Para exibirem, qual raridade, / Aos seres de outras galáxias, // Um punhado escasso de homens, / Espécie em vias de extinção... / Em tão inóspitas plagas ! // A // Ridente Angola / De onde irradiava / Vida / É soturno cemitério / Onde nem a morte se cultiva..." //
...................................................................
Que o Autor nos conceda a honra de outros e tão frutuosos trabalhos. "As palavras tocantes que precedem ofertamo-las às vítimas dos desvarios, aos desenraizados de sempre que rememoram ano a ano o infortúnio que se abateu sobre as suas vidas,nos destroços nas naus da ignomínia.
Saúdo a sua dor e presto-lhes as minhas mais profundas homenagens."


DE : MÁRIO FROTA (PRESIDENTE DA APDC - ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE DIREITO DO CONSUMO) - em o "COMÉRCIO DO PORTO" -- OPINIÃO -- (6 DE AGOSTO DE 2001 ) ---

..................................
================================================================

--- (*) - ... Transcrições parciais do meu "panfleto" : "CONHEÇA MELHOR A HISTÓRIA DOS DESCOBRIMENTOS PORTUGUESES E A HISTÓRIA DE ANGOLA" :

......"NUM POEMA ÉPICO ATÉ AO SÉCULO XVII -- (1º volume) --,com 300 pgs. A/5 - (15 x 21 cms. - e incluindo 13 gravuras .
---- Publicado em 2ª edição do autor,revista e melhorada,com capa a cores,composto por 7 Cantos,no total de 700 estâncias,focando :

--- Os descobrimentos marítimos
--- A África milenária
--- Os Reinos mais antigos,seus Reis e Povos
--- As capitanias e todos os governos de Angola,desde Paulo Dias (1575) até 1676
--- As dioceses (S. Tomé,Congo e de Angola) e seus bispos)
--- A história da vida e morte da célebre Rainha Jinga (1580/1663)
--- As lendárias "serras de prata",a busca do ouro,ferro e cobre. As caravanas de milhares de                         carregadores e escravos,transportando os produtos do sertão para a permuta nos portos                         principais  por sal, enfeites,vinho e armas !
--- O Drama da escravatura (a captura,o tráfico e as viagens para as Américas.
--- Beatificação de S. Francisco Xavier
--- Os ataques dos holandeses,ingleses,franceses,etc. A tomada de Luanda(26-8-1641) e de Benguela         (21-12-1641) e a retirada para Massangano e Caconda,respectivamente.
--- A Restauração de Angola (15-8-1648) sob comando de Salvador Correia de Sá"...

....." SAIBA AINDA :

 I) - COMO SURGIRAM ESSES MAIS ANTIGOS REINOS,OS SEUS REIS E AS SUAS CORTES (CONGO - ANGOLA - BENGUELA - LOANGO - MATAMBA - DONGO) ---
II) -... E QUAIS FORAM OS SEUS DIVERSOS E DIFERENTES POVOS : (A) - Não Bantos (Vátuas e Khoisan -- (B) - Bantos : (Quicongos - Quibundos - Lunda - Quiocos - Umbundos - Ganguelas - Nhanecas - Humbe - Ambós - Hereros(Mucubais) - Xindondas(Mucussos) . --
III) - COMO SURGIRAM OS ANTIGOS PADRÕES PELA COSTA DE ANGOLA : (S. Jorge (1482) - (S. Agostinho(1483) - Cabo Negro (1485/6) --
IV) - ...E OS FORTES, FORTINS, FORTALEZAS E PRESÍDIOS : (Ambaca -- Benguela-a-Velha(Porto Amboim) -- Benguela-a-Nova (S. Filipe) -- Cambambe -- Calumbo -- Cassondama (S. Pedro da Barra) -- Corimba (S. Fernando) -- Massangano -- Muxima -- Pinda (no Zaire) -- Pundo Andongo -- Penedo (S. Filipe) -- S. Miguel (Morro de S. Paulo,em Luanda) -- S.Salvador (Congo) --  
V) - COMO NASCERAM AS MAIS ANTIGAS POVOAÇÕES,VILAS E CIDADES :
Ambuila -- Ambaca -- Ambasse -- Baía dos Tigres -- Benguela-a-Velha(Porto Amboim) -- Benguela-a-Nova (S. Filipe) -- Caconda -- Cambambe -- Loanda (S. Paulo) -- Lucala -- Muxima -- O´ íla   -- Pinda (no Zaire) -- Porto Alexandre (Angra das Aldeias) -- Quissama -- S. Salvador (Congo) --... e tantas outras...
VI) - COMO FORAM DESCOBERTOS,ALCANÇADOS,VENCIDOS E UTILIZADOS OS PRINCIPAIS RIOS :  Catumbela -- Cuanza -- Cunene -- Cuvo -- Dande -- Lomba -- Loge -- Lucala -- Zaire...
VII) - SAIBA TAMBÉM COMO SE PROCESSOU O AVANÇO PELO SERTÃO : - A DESCOBERTA,A OCUPAÇÃO E PACIFICAÇÃO EM BUSCA DE ESCRAVOS E DE NOVOS CAMINHOS PARA AS ÍNDIAS,APROVEITANDO E ESTUDANDO OS CURSOS DOS RIOS,LAGOS E LAGOAS OU SUBINDO SERRAS E VENCENDO MATAGAIS E DESERTOS (NAMIBE - com as suas miragens  de calor e sede ,sua fauna variada e flora inesperada ) -- (Veja as estâncias nºs 65 e 66 do Canto III, inclusive a maravilhosa "Welwitshia Mirabilis").
VIII) - COMO SE EFECTUARAM AS FANTÁSTICAS COMEMORAÇÕES DA BEATIFICAÇÃO DE S. FRANCISCO XAVIER,EM LUANDA, A PARTIR DE 27 DE SETEMBRO DE 1620 (Canto IV - estâncias nº 72 A 113)... E...  AS QUEIMADAS E AS NOITES DE LUAR,AMBAS INESQUECÍVEIS ! O RUFAR DOS TAMBORES,OS BATUQUES E O "CHORAR" DAS HIENAS !... UM ROSÁRIO FACTOS HISTÓRICOS,DESCRIÇÃO DE LUTAS,TRAIÇÕES E AMORES,VIDAS E MORTES,MAS TAMBÉM E SEMPRE,DE MARAVILHAS E RECORDAÇÕES QUE SERÃO COMPLETADAS EM PRÓXIMOS VOLUMES (JÁ EM PREPARAÇÃO...)

---- O TOTAL DA RECEITA LÍQUIDA REVERTERÁ A FAVOR DA CAMPANHA DE LUTA CONTRA A FOME EM ÁFRICA,OU DE ASSISTÊNCIA MÉDICA A ATRIBUIR A COMPETENTES ORGANISMOS.

--- O VALOR CORRESPONDENTE À RECEITA DA 1ª EDIÇÃO REVERTEU A FAVOR DA "FUNDAÇÃO DOM MOISÉS ALVES DE PINHO" --(CARNAXIDE) --por entrega directa a alguns dos seus responsáveis numa cerimónia oficial realizada em FÁTIMA e  na presença de diversos representantes (Setembro 1982),entre os quais : D. EURICO DIAS NOGUEIRA Arcebispo Primaz de Braga e membros da Comissão Organizadora  (Srs. JOSÉ MARIA GUILHERME / JOÃO MEIRA /GABRIEL LEMOS...  --
............................
--- (Foi efectuada semelhante oferta à AMI, conforme consta num ofício do seu Presidente (Dr. FERNANDO NOBRE) -- a transcrever oportunamente --) .......
   ----------------------------------------------------------------------------------------

-------------   5) - "ANGOLA -- DATAS E FACTOS" -- ( 4º Volume )- Topo...

-- " Dando continuidade a uma obra de inquestionável interesse, Roberto Correia, nascido e criado no Sul de Angola, acaba de publicar o seu 4º volume, que abrange o período compreendido entre 1837 e 1912.
ANGOLA - Datas e Factos é um repositório invulgarmente conseguido da obra ali iniciada e deixada pela acção do português ao longo destes últimos séculos ".

................... ---- De : Jornal "O LOBITO" -- Agosto 2001 ----
......................
===============================================

                                                  6) ------ ANGOLA - Datas e Factos ------

"Este nosso assinante acaba de editar o 5º volume de "ANGOLA - Datas e Factos", cujo lançamento está previsto para o próximo mês de Junho.
De interesse relevante para quem conhecer - ou recordar - datas e factos que fazem parte da história de Angola, esta obra deve integrar as estantes de quem, de qualquer maneira, tem o seu passado ligado àquela nação que, como colónia, era a jóia do Império que Portugal construiu ao longo de cinco séculos".
............................
-- Do Jornal "O LOBITO" - Nº 154 - de Junho de 202 - 2ª Fase --

==================================================

                                 7)-- "ANGOLA --DATAS E FACTOS" (5º VOLUME) ---

"Obra de inegável interesse por nele se registarem datas e factos que constituem "farrapos de viva viva" que polvilharam, os longos 500 anos da História de Angola, ROBERTO CORREIA, assinante e amigo do nosso jornal, acaba de publicar mais este volume -- o 5º -- desta colectânea que integra os marcos mais relevantes da colonização, no período que decorre entre o ano de 1482 e 1975"...

................................-- Do Jornal "O LOBITO" - Nº 156 - AGOSTO DE 202 - 2ª Fase --
==================================================


                       8)-- "MILITARES, POLÍTICOS E OUTROS MÁGICOS" (*) --


-- "Esta nota de leituras refere-se a numerosos livros sobre a guerra, nomeadamente a guerra colonial portuguesa - ( 1961 - 1974 ). Um número que poderia  ter sido muito maior se os editores que nos tivessem facultados todos os títulos pedidos. É que alguns parecem ter dificuldade em fornecê-los,ou consideram que os serviços de imprensa lhes saem demasiados caros,ou então trabalham com pessoal negligente. Em suma,não se trata,portanto,de uma selecção baseada em escolhas políticas ou simpatias pessoais do autor.Uma bibliografia  só pode falar daquilo que tem à mão. É,todavia,manifesto um crescimento significativo das memórias de antigos combatentes portugueses,aliás bastante mais significativo  do que a produção suscitada pela conquista colonial colonial dos séculos XIX e XX...   -"
-- "As guerras de descolonização deixam geralmente uma lembrança amarga o espírito dos europeus que as travam.Os portugueses não fogem, evidentemente, a essa regra e estamos longe do triunfalismo das "belas campanhas coloniais" à Mouzinho de Albuquerque, Alves Roçadas, João de Azevedo Coutinho e outros grandes ou pequenos heróis de há três ou quatro gerações. Não há, nem nunca haverá, heróis nas guerras que vamos visitar. Apenas vítimas de ambos os lados, pese embora aos propagandistas e historiadores nacionalistas. De qualquer forma, na guerra de 1961 - 1974, uma guerra esfarelada e sempre recomeçada, sem batalhas decisivas, sem oficiais triunfantes, sem desafio patriótico, não há quem consiga citar um único nome sonante de entre a monotonia dos milhares de oficiais esgotados no mato ou prudentemente refugiados num qualquer gabinete com ar condicionado.
-- "Antes de entrar no assunto propriamente dito,comecemos por prestar homenagem a um trabalho que está longe de ser perfeito ou inocente -- quem pode almejar a perfeição em historiografia ? -, mas que representa um esforço enorme (mais de 1600 páginas) e é de uma utilidade incontestável. Os cinco volumes de "Angola, Datas e Factos" (1), de Roberto Correia, são obra de um amador, repatriado de Angola e nostálgico da obra portuguesa em África. Optou por um sistema que certos historiadores podem considerar obsoleto, mas que lhes prestará grandes serviços : a elaboração de uma cronologia extremamente detalhada da história angolana de 1482 a 1975,com anotação de todas as datas que conseguiu encontrar na literatura e em periódicos (incluindo as publicações oficiais) quase exclusivamente portugueses. Assim, a guerra colonial e os seus prenúncios ou prolongamentos ocupam algumas dezenas de páginas do vol. 4 e uma centena do vol. 5, tendo este sido completado por vários índices e listas de personagens.É claro que o autor não aprova de forma alguma os responsáveis pela descolonização nem os partidos africanos que arruinaram o seu país. Está no seu direito. Apesar destas opções, a obra é uma autêntica mina de dados em bruto, cronologicamente referenciáveis. Factos insignificantes ou importantes. Eis a razão por que estes cinco volumes deveriam existir em todas as bibliotecas públicas portuguesas dedicadas à expansão ultramarina. O facto é que, tanto quanto se sabe,não existe nenhum estudo "profissional" da guerra em Angola após 1964. Efectivamente, quem tem coragem de ir remexer nas toneladas de papéis amontoados pela burocracia militar para nos fornecer uma lista ponderada e coerente de milhares de pequenas operações enterradas na rotina, na lama e na memória dos seus participantes" ?
 " - Não se pretende aqui fazer juízos sobre o valor literário dos testemunhos suscitados pela guerra portuguesa. Apenas ficará a observação de que esta invadiu géneros pouco representados nos outros países que descolonizaram na violência : a poesia e o teatro.
Limitar-nos-emos, no entanto, às memórias, aos ensaios e à ficção.E aí a colheita é mais do que abundante..."
......................................................................
" - (1) - Roberto Correia, Angola,Datas e Factos,Coimbra, ed. do autor...1998-2002,5 vols., 1º.vol. (1482-1652),198 páginas; 2º vol. (1652-1837),289 páginas; 3º vol.(1837-1912),,419 páginas; 4º vol. (1912-1961),375 páginas; 5º vol. (1961-1975), 376 páginas, fotografias e gravuras a preto e branco,vários índices."
.....................................................................
---- (Transcrição parcial de pgs. 157 e 158 da obra "Análise Social", vol. XXXVIII (166),2003, 157 - 173, de RENÉ PELISSIER, um ilustre autor de diversas obras (algumas já referenciadas nos nossos trabalhos) e um conceituado "especialista" sobre assuntos da África lusófona, doutorado pela Sorbonne.
.............................................................

--- (*) -- A Consultar na NET :

www.analisesocial.ics.ul.pt/?no=101000100022
...........................................
ou, directamente, em : analisesocial.ics,ul.pt/?no=101000100022 - para consultar uma Lista das principais obras publicadas (por nacionais e estrangeiros) sobre ... "a guerra colonial portuguesa"... durante o período de 1961 a 1974, da autoria de RENÉ PELISSIER (na Revista Análise Social - nº 166,pgs. 157/173) - de 2003) e a sua respectiva apreciação. (Ver também em "PUBLICAÇÕES" no outro meu blogue : http://angola-brasil-portugal.blogspot.com ---


===================================================================


9) - HISTÓRIA DO PAÍS AFRICANO RELATADA DE FORMA POÉTICA POR ROBERTO CORREIA Topo...


  Os "Lusíadas de Angola". É desta forma que Mário Frota, autor do prefácio de "Do Zaire Poderoso ao Cunene Misterioso", define o último livro de Roberto Correia, que retrata de forma poética a história do país africano. A obra, dividida em oito Cantos e 670 estâncias - é a sequência de uma outra editada pelo autor, intitulada "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso", que abrange o período decorrido entre o início dos Descobrimentos Portugueses até meados do Séc. XVIII. Este segundo volume é referente ao período compreendido entre a segunda metade do Séc. XVII e Novembro de 1854, data da descoberta oficial da foz do Rio Cunene, pelo então Governador de Mossamedes, Capitão Fernando da Costa Leal.


Como base de elaboração, foram utilizados os segundo e terceiro volumes da série de cinco livros "Angola - Datas e Factos", também de Roberto Correia.
Durante a apresentação do livro, realizada na Casa Municipal da Cultura, Mário Frota lembrou a vida e a obra notável do escritor de ascendência "afro-luso-brasileira",que nasceu e viveu em vários pontos de Angola(cuja história começou a investigar desde a sua juventude), até ter sido obrigado a deixar o país em 1975, aquando de uma descolonização que António José Saraiva classificaria como "a mais negra página da história de Portugal".

Segundo Mário Frota - também ele nascido em Angola - "Do Zaire Poderoso ao Cunene Misterioso" é "uma obra para escorraçar", que "poderá estar votada ao fracasso mas era necessária". E, referindo-se ao público-alvo do livro de Roberto Correia, não hesitou mesmo em afirmar que "os deserdados (da ex-colónia) são os únicos que se poderão rever no livro".

.....................................................................
---- Em : "Jornal de Coimbra" - de 30/7 a 5/8/2003 ----
=============================================


10) - LANÇAMENTO DA OBRA "DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO" - (POEMA ÉPICO) - VOL II Topo...

-- Teve lugar no passado dia 12 de Junho, na sala de Conferências da Casa Municipal da Cultura de Coimbra, cuja apresentação foi feita pelo Sr. Dr. Mário Frota, e presidida pelo Vereador da Cultura, Sr. Dr. Mário Nunes.

Durante a referida cerimónia, a Srª. Drª. Rosa Mayongo, da Cooperativa Afro-Luso-Brasileira, leu algumas estâncias do poema então apresentado, e sendo a sequência de uma outra obra intitulada "DO TEJO GRANDIOSO AO ZAIRE PODEROSO" (Vol. I ) -- com uma primeira em 1990 e a segunda em 1994 (esgotadas), tendo então sete Cantos e 698 estâncias, referentes ao período decorrido desde o início dos Descobrimentos Portugueses, até meados do Séc. XVII; este Volume II tem oito cantos e 670 estâncias, respeitante ao período posterior a meados do séc. XVII, até Novembro de 1854, data da descoberta "oficial" da foz do rio Cunene, pelo então Governador de Mossâmedes, Capitão Fernando da Costa Leal, e cuja nascente havia sido localizada cerca de dois séculos antes por Lopo Soares Lasso.

Os dois volumes totalizam 1.368 estâncias, salientando os oradores o facto de "Os Lusíadas" terem 1.102 estâncias.

........... -- De : "O LOBITO" - Agosto 2003 -- .........
==========================================

11) - DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO Topo...

Uma abordagem original da história de Angola é o que oferece a obra "Do Zaire Poderoso ao Cunene Misterioso", que foca o período histórico de 1482 a 1854.
A originalidade ressalta pelas mais de trezentas páginas que através de um poema épico, constituído por oito cantos e 670 estâncias aborda questões importantes da construção de um país. Este volume é o segundo de uma iniciativa de Roberto Correia, e que promete ser a ponte para próximos, até que toda a história de Angola, até à actualidade, seja tratada epicamente. Neste livro, encontram-se, ainda, anotações várias, distribuídas por ordem cronológica, para um melhor entendimento da história angolana e dos seus principais intervenientes, índices onomásticos quer de individualidades,quer de zonas, assim como 47 gravuras ilustrativas dos locais e personagens referidas.

.....................................................................
---- De : "África Lusófona" -- Outubro de 2003 ----
===============================================
.......................

 12) - "DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO" Topo...

"Do Zaire Poderoso ao Cunene Misterioso" é o segundo volume e surge na sequência da obra intitulada "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso", cuja primeira edição foi publicada em 1990. Este segundo volume é um poema épico com oito cantos e 670 estâncias, que conta episódios históricos que vão do período posterior a meados do século XVII até Novembro de 1854, que é a data oficial da descoberta da foz do rio Cunene, feita pelo então governador de Moçâmedes, capitão Fernando da Costa Leal, depois de ter sido descoberta a sua nascente em Candumbo (Boas-Águas, Huambo), dois séculos antes.Nos dois volumes, o autor conta, em 15 cantos, a História de Angola de 1482 a 1854, período que encerra um ciclo, já que a sua foz era um enigma difícil de decifrar. Roberto Correia relembra assim a história de um país colonizado por outro que teve o direito de colonizar, de acordo com o direito internacional, mas que "não cumpriu o dever de descolonizar".

-- De :"OLÁ GENTE" --(ARTES)-"DIÁRIO AS BEIRAS" - de 16/01/04 --
==========================================

=================================================================

6) --- OPINIÕES DA IMPRENSA - ( II - de 13 a 16 == B) -- "OUTRAS PUBLICAÇÕES" -- (de ANGOLA e PORTUGAL) --

============================================== 7) -- ENTREVISTAS - REPORTAGENS - ARTIGOS PUBLICADOS PELO AUTOR (SOURREIA),- TÓPICOS DAS INTERVENÇÕES DOS PRINCIPAIS COLABORADORES E DAS NOTÍCIAS DE MAIOR DESTAQUE : -- RESUMOS E TEXTOS DE :.......8) -- DESENVOLVIMENTO(TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DOS TEXTOS PUBLICADOS NESSES ORGÃOS DA IMPRENSA CONFORME RESUMOS JÁ INDICADOS, OUTRAS NOTAS E DIVERSAS REFERÊNCIAS) : ------------- ----------------------------
==== 9) ---- OUTRAS PUBLICAÇÕES -- a) OUTROS ARTIGOS DO AUTOR --- b) COLABORAÇÃO DE LEITORES --
-------- -------------------------------------------------------------
----- OPINIÕES DA IMPRENSA (II - de 13 a 16) E DE OUTROS (ANGOLA e PORTUGAL)----

-- 13) -- " Angolano verseja na zona de Soure ----- - -- Propõe-se escrever uma epopeia ainda maior que "Os Lusíadas" -- Roberto Correia é tão determinado que vai compor um poema em oitava rima que glorifique Angola e ultrapasse "Os Lusíadas". Angolano, 63 anos, Roberto Correia trabalha com uma persistência versos e estâncias sobre a história da antiga colónia portuguesa, na templária vila de Soure, onde o marquês de Pombal comia broa de milho. Do "Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso" é o título do primeiro volume da triologia que este seguidor de Camões pretende completar. Investigador de temas angolanos, tem à sua disposição 230 livros, alguns adquiridos em alfarrabistas e que já releu anotando os factos históricos desde os Descobrimentos até 1960. Poeta repentista, cumpriu o serviço militar em Luanda,e foi destacado para o quartel-general, onde realizou, quase furtivamente, as primeiras investigações documentais."em 1953, tirava apontamentos e,à noite, na caserna, compunha e ficava logo tudo enversado". Teve,inclusivamente, como revelaria ao DN, um camarada que lhe fez a caricatura, como se fosse Camões, com a coroa de louros e tudo. "Já tinha feito poesia, comecei a escrever com 16 anos e, antes de ir para a tropa, estive na redacção de "a Huila" , onde cheguei a fazer o jornal de ponta a ponta", acrescenta. Agora, por entre folhas cheias de escrita e anotações a vermelho, lá vai continuando, na máquina,a invocar Calíope e a dizer, mas em verso, como surgiram os mais antigos reinos da Matamba e de Loango, quais foram os seus diferentes povos, como se ergueram os antigos padrões de Santo Agostinho e do cabo Negro, os fortins e presídios, as vilas e cidades, como foram descobertos os rios CUVO, CUNENE, DANDE, ZAIRE e outros, como se processou o avanço pelo sertão em busca de escravos, os rufar dos tambores, os batuques, as traições e o amor , a vida e a morte.E aqui acaba o poeta..."


............................... ----- em : "DIÁRIO DE NOTÍCIAS" - 1997 ----- ===============================================

14) -- POEMA ÉPICO CONTA HISTÓRIA DE ANGOLA

Conhecer melhor a História dos Descobrimentos Portugueses bem como a História de Angola, é a proposta da obra "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso", recentemente editada por Roberto Correia. Roberto Correia nasceu em terras angolanas e, desde cedo, descobriu a arte de bem escrever. Ao entrar para a tropa, foi destacado para o Quartel-General de Angola onde teve a oportunidade de conhecer e utilizar uma valiosa biblioteca ali existente. Amante de leituras, logo começou a utilizar todo o seu tempo livre para se deleitar com as obras de carácter histórico. Como o tema o fascinava, foi tirando notas do que lia, mas em verso. Só nos finais do ano passado decidiu editar a sua obra, nascida de milhares de versos rabiscados em desperdícios de papel durante os anos em que usou farda militar. ---CONTRA A FOME EM ÁFRICA-- Como os apoios custam a chegar a quem quer, e deve,mostrar o seu valor ao grande público, Roberto Correia decidiu agora publicar o seu livro, decidindo também, que a receita líquida reverterá a favor da campanha de luta contra a fome em África. "Do Tejo Grandioso ao Zaire Poderoso" retrata de forma magnífica um pouco da História deste velho Portugal, começando com as primeiras viagens marítimas e indo até ao fim dos verdadeiros reis do Congo, no século XVII. O poema épico, de 300 páginas, incluíu várias anotações do autor que ajudam a melhor compreender cada estância, bem como uma completa cronologia de parte da História de Portugal.



.................................................. ------ (em : Jornal "O DIA" - 1990 ) ------ ........................................... ==========================================


--- 15) -- "ANGOLA - DATAS E FACTOS" -- 6º Volume -- -- "O 6º volume de "Angola, Datas e Factos" * traça a cronologia de Roberto Correia, de 1975 a 2002 (final da guerra civil) e comporta (p.p. 149-281)um suplemento (1561 - 1975) sobre as datas esquecidas nos cinco primeiros volumes. A mesma orientação política,as memsmas acusações, a mesma utilidade para o historiador. .......................... * -- Roberto Correia (Angola, Datas e Factos - 6º vol.1975/2002, ed. de autor, Coimbra - 2005 -- 300 páginas, com fotografias a preto e branco. -- -- Em : "VARIEDADES ULTRAMARINAS DOCES E AMARGAS" - DE RENÉ PÉLISSIER - PG. 8 -- (Publicação de "ANÁLISE SOCIAL", 233/269 - 2006 --


========================================================


--- 16) ------ "DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO" ------ ...´"É um livro extraordinário de um homem simples que resolveu de uma verdadeira réplica a CAMÕES contar em oitavas a História de ANGOLA, ou por outra, a presença ultramarina de PORTUGAL em ANGOLA com que terá condicionado a História de ANGOLA, do momento em que DIOGO CÃO aporta à foz do ZAIRE, a um outro momento particularmente relevante, qual seja o da descoberta do CUNENE e,neste trajecto,à cerca de 400 anos, de 1482 a 1854,e, o autor, ele que é de ascendência luso-afro-brasileira,viveu apaixonadamente este projecto ao longo de uma vida. Por isso merece os nossos encómios e merece que quem esteja com ele identificado, partilhe também deste momento. É este, em toda a simplicidade, o livro que eu com alguma ousadia me proporei a apresentar hoje"...--(Sessão da apresentação, pelo Sr.Dr.MÁRIO FROTA, do livro "DO ZAIRE PODEROSO AO CUNENE MISTERIOSO",(do autor),na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, presidida pelo Sr.Dr.MÁRIO NUNES, Vereador da Cultura da Câmara Municipal de Coimbra, em 12 de Junho de 2003) --




----- II - DE OUTROS :

..."Com grata surpresa acabo de receber o 6º volume da sua obra "Angola - Datas e Factos" , que tem constituído para mim um precioso suporte de consulta no que respeita ao rigor factual da evolução da vida de Angola,mas também aos textos descritivos e de opinião que nela se incluem. Destaco naturalmente,neste último volume, a dolorida Nota Prévia do autor e o vigoroso prolegómeno do nosso comum amigo Dr.Mário Frota"

..."Penso que uma obra deste género nunca estará concluída, o que comprovam os suplementos inseridos neste volume. O que lhe peço,amigo,é que continue a perpetuar o conhecimento e a memória da Angola portentosa que nós conhecemos,através do enriquecimento dos volumes já publicados,ou com novas obras que certamente terá em projecto."

..."Também penso dar o meu modesto contributo,preparando para publicação próxima um trabalho que já me leva dois anos,a que chamarei "História da Radiodifusão em Angola". Espero nessa altura poder retribuir a sua tocante gentileza."

--- (Soure, 2005-08-01) --- DIAMANTINO PEREIRA MONTEIRO - Cerca dos Anjos - Soure --
-----------------------------------------------------------------------

.... ==========================================================================

7)-- ENTREVISTAS, REPORTAGENS E ARTIGOS PUBLICADOS PELO AUTOR (SOURREIA),TÓPICOS DAS INTERVENÇÕES DOS PRINCIPAIS COLABORADORES E DAS NOTÍCIAS DE MAIOR DESTAQUE : --- RESUMOS E TEXTOS DE : ................................


8) ---- DESENVOLVIMENTOS : (TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DOS TEXTOS PUBLICADOS NESSES ORGÃOS DA IMPRENSA CONFORME RESUMOS JÁ INDICADOS, OUTRAS NOTAS E DIVERSAS REFERÊNCIAS) : --- ------------------------------------------------- ----- A) -- "a Huila" DE OUTROS TEMPOS ... ----- - I ) -- NESTA SECÇÃO TRANSCREVO (TOTAL OU PARCIALMENTE)OS ARTIGOS QUE PUBLIQUEI NESSE VENERANDO PERIÓDICO ANGOLANO,COM O PSEUDÓNIMO "SOURREIA",(de : SOUSA CORREIA),BEM COMO AS REPORTAGENS QUE ENTÃO EFECTUEI OU EM QUE COLABOREI DIRECTAMENTE - II ) -- FAREI AINDA REFERÊNCIAS A : -- TODOS OS ASSUNTOS RELACIONADOS COM O SURGIMENTO E MANUTENÇÃO DESSE JORNAL; -- À INTERVENÇÃO DOS SEUS PRINCIPAIS COLABORADORES E ÀS NOTÍCIAS DE MAIOR IMPORTÂNCIA AO LONGO DOS ANOS 1950 (?) /1956 : ................................................... ------ RESUMOS : 1954 - 1955 : ------ ------------- Nº -------- Datas -------- Títulos ----------~~---~~ Pgs.----~----- ....................................................................(?) - Dezembro 1952 : "O NATAL DOS SEM NATAL" --....... - 689 - 28/05/54 - HOMENAGEM AOS COLONOS (reportagem)=== 692/695 - 6/54 - DIVERSAS REPORTAGENS (colaboração)=== 698 - 14/07/54 - JOGOS FLORAIS DO LICEU "DIOGO CÃO") - (reportagem)-- 698 - 14/07/54 -REGULAMENTO JOGOS FLORAIS (original)=== 703 - 14/08/54 - LISTA DOS JOGOS FLORAIS DO LICEU DIOGO CÃO === 706 - 04/09/54 - UM BRUTAL ACIDENTE DE AVIAÇÃO ..(reportagem)=== 714 - 27/10/54 - A FEIRA DA CHIBIA.. 1 - 2 === 715 - 04/11/54 - NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA( colaboração) - 717 - 18/11/54 - HUILA, TERRA DE ENCANTOS(I)- 2 === 719 - 02/12/55 - HUILA,TERRA DE ENCANTOS (II)... 1 - 2 -- CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE (reportagem) === 721 - 24/12/54 - FELIZ NATAL - 1 - 8=== 723 - 08/01/55 - CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE -(reportagem)- 1 - 2 - 4 === 724 - 19/01/55 - ALGUNS ASPECTOS DA COLONIZAÇÃO..- Diversas reportagens s/70º do aniversário da instalação dos "BARRACÕES").. 5 - 6 - 7 - 8 === 726 - 03/02/55 - CAPAS DE ESTUDANTES .. 1 - 4 === 727 - 16/02/55 - AQUELA JANGADA ...- 3 === 728 -19/02/55 -HUILA,TERRA DE ENCANTOS(III)- CENTRO TURÍSTICO DA HUILA)..1 - 4 === 729 - /02/55 - A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA (1ª colónia - 1884 === 730 - 31/02/55 - A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA (continuação).. === 731 - 09/03/55 - NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA (colaboração)..=== 733 - 19/03/55 - FORÇA OU LOUCURA ..1 - 4 === 734 - 24/03/55 - A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - 1ª Colónia - (continuação) === 735 - 30/03/55 - COLONIZAÇÃO - NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA - COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - (VIII)- 2ª Colónia - 1885 - 1 - 3 === 736 - 02/04/55 - NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA (colaboração)=== 737 - 09/04/55 - NÃO SE ENGANARÁ EINSTEIN .. 1 - 4 === 737 - 09/04/55 - A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA (IX) === 739 - 23/04/55 - OURO NEGRO ...(Editorial) === 741 - 07/05/55 - DA SERRA AO LITORAL.. 1 === 741 - 07/05/55 - COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA (continuação)..=== 744 - 28/05/55 - POBRES E PEDINTES e COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA (continuação).. 10 === 745 - 15/06/55 - A MULHER E O LAR..(Editorial e 2ª) === 746 - 22/06/55 - A VALA DO TCHINQUÉRERE..1 -2 === 752 - 06/08/55 - CARTAZ DAS FESTAS DA Sª DO MONTE.. 1 - 4 == 754 - 27/08/55 - PLANOS E REALIZAÇÕES.. (Editorial e 4ª) e CENTRO TURÍSTICO DA HUILA - A VALA DO TCHINQUERERE (reportagens) === 755 - 03/09/55 - ASILOS PARA NECESSITADOS.. (Editorial e 4ª) === 756 - 10/09/55 - À PAZ E À GUERRA.. 1 - 4 === 757 - 17/09/55 - CRISE DE EMPREGOS.. (Editorial e 4ª) e DIA DA IMPRENSA === 759 - 01/10/55 - O PROBLEMA DA HABITAÇÃO.. (Editorial e 4ª)=== 761 - 15/10/55 - PROBLEMAS AGRÍCOLAS.. 1 - 4 e O DIA DA POLÍCIA EM ANGOLA (reportagem) === 762 - 22/10/55 - PROBLEMAS DE COLONIZAÇÃO (Editorial e 4ª) === 762 - 22/10/55 - ROUBO NA CÂMARA DE SÁ DA BANDEIRA (reportagem). === 764 - 29/10/55 - CAPAS NEGRAS..1 - 2 - 4 === "LICEU DIOGO CÃO" === 765 - 05/11/55 - DIA DE FINADOS ..(Editorial) === 766 -12/11/55 - MOUZINHO DE ALBUQUERQUE .. 1 - 3 - 4 === 767 - 19/11/55 - PRECONCEITOS DA HUMANIDADE .. 1 === 768 - 26/11/55 - ASPECTOS DA VIDA ECONÓMICA... 1 - 4 === 768 - 26/11/55 - INAUGURAÇÃO DA LINHA CONDUTA...(Reportagem)=== 769 - 03/12/55 - CAMPANHA CONTRA O ANALFABETISMO.. 1 === 770 - /12/55 - COMEMORAÇÕES DO 1º DEZEMBRO - CEIA ESTUDANTES.. === 771 - 23/12/55 - FLOCOS DE NEVE .. 4 === 772 - 31/12/55 - NOVO ANO, NOVAS ASPIRAÇÕES .. 1 - 4 e BODAS DE PRATA DO JORNAL .. 1 (reportagem)=== ------------------------- 1956 : ------------------------ - 774 - 19/01/56 - CAPA "HOMENAGEM AOS COLONOS DA HUILA"(Gravura em cartão hidráulico) e gravura em madeira "Um quitandeiro negro" (pgs. 5),ambas de FERNANDO MARQUES === GLÓRIA AOS VELHOS COLONOS - 2 - e LUANDA ANTIGA -(O VELHO MERCADO DE CAPONTA) - 5 === 775 - 01/02/56 - CENTRO DE TURISMO DA HUILA === 776 - 08/02/56 - A PROTECÇÃO AO AGRICULTOR POBRE ..- 4 === 778 - 25/02/56 - POR UMA ANGOLA MAIOR .. 3 - 4 e FESTAS DA Sª DO MONTE (reportagem).. === 779 - 03/03/56 - PARA ONDE VAMOS ENTÃO ? .. - 2 === 780 - 10/03/56 - AQUELES QUE SE ACUSAM ..- 4 === 781 - 17/03/56 -(Transcrição feita no DIÁRIO DE COIMBRA duma notícia...)=== 782 - 29/03/56 - BAMBI... - 4 === 783 - 31/03/56 - AQUELES QUE SE GOVERNAM.. - 2 === 786 - 28/04/56 - AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO..(Editorial) === 787 - 05/05/56 - A TRAGÉDIA DA MEMBA .. - 2 === 788 - 12/05/56 - ETERNA GRATIDÃO .. 2 - 4 === 789 - 19/05/56 - A MÃO D'OBRA INDÍGENA .. - 3 === 789 - 19/05/56 - PARADA DE CAÇADORES ? .. - 3 === 790 - 26/05/56 - CENTRO DE TURISMO DA HUILA .. - 4 === 792 - 09/06/56 - CAMÕES ..(Editorial) === 792 - 09/06/56 - DIFICULDADES ECONÓMICAS .. 2 - 4 === 796 - 07/07/56 - AS FESTAS DA SENHORA DO MONTE .. - 2 === 797 - 14/07/56 - A ACADEMIA DE SÁ DA BANDEIRA.(CEIA DO MACONGE).. - 3 === 798 - 21/07/56 - MORREU O PADRE AMÉRICO .. - 3 === 799 - 28/07/56 - É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO ..(Editorial) === 800 - 04/08/56 - CHEGADA DOS ANTIGOS COMBATENTES.. - 1 === 800 - 04/08/56 - DELIQUÊNCIA INFANTIL .. - 2 === 801 - 15/08/56 - ROMAGEM DOS ANTIGOS COMBATENTES.. - 1 - AS FESTAS DE Nª SENHORA DO MONTE - VISITA DO ORFEÃO DO PORTO e O TURISMO DA HUILA (CENTRO DE TURISMO DA HUILA..(página central) === 803 - 22/09/56 - AQUELES QUE JULGAM E DECIDEM ..- 4 === 804 - 29/09/56 - A ACADEMIA DO PORTO FOI HOMENAGEADA.. === 806 - 13/10/56 - ASPECTOS ECONÓMICO-SOCIAIS DO DISTRITO..1 - 2 === ================================================= --- B) -- DIVERSOS - a) - OUTROS ARTIGOS DO AUTOR (ROBERTO CORREIA):


-- JORNAL "O DIA" : -- 1982 : 23/06/82- "RETORNADO,VERGONHA DE QUÊ ?"..Suplemento "ANGOLA")- 1- 8 -- 23/06/82 --"A CAIXA RECREATIVA E FAMILIAR DE "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" ........ (Suplemento "ANGOLA")- ....... 1- 2 -- 23/06/82 --"CÔMPUTO FINAL-(Entrevista de PAULA MARINA CORREIA e reportagem de ROBERTO CORREIA -(Suplemento "ANGOLA") -- 23/06/82 -- "PARA O GOVERNO RESOLVER " " -- 23/06/82 -- "NA MATA DO BUÇACO - V PIQUENIQUE ANUAL DE "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" ...(Suplemento "ANGOLA") - 4 - 5 - 6 -- 15/09/82 -- "CONVÍVIO DE PORTUGUESES MARCADOS PELA TRAGÉDIA" (Desalojados no CASTELO DE LEIRIA)Suplemento "FÁTIMA") -- 15/09/82 --"EM CONDICÇÕES INFRA-HUMANAS" " " -- 15/09/82 --"800 DESALOJADOS DO ULTRAMAR (A DESGRAÇA MORA À SOMBRA DO CASTELO" .......Suplemento "FÁTIMA") - 4 - 5 -- JORNAL (?) -- JANEIRO - JORNAL (?): "GLÓRIA AOS POVOADORES DA HUÍLA" -- ............... --
---- JORNAL "O LOBITO" : -- 2004 : -- Fevereiro - (nº 174) - "AMIGOS RETORNADOS" - (I) ................. 2 -- -- Março ... - (nº 175) - "AMIGOS RETORNADOS" - (II)................. -- -- Abril ... - (nº 176) - "TRAIDORES, TAMBÉM JÁ TIVEMOS OUTRAS VEZES (II) -- 2005 : - Dezembro - (nº 192) - "ESCLARECIMENTO - (I)" ............ -- -- ? - ? - (nº ? ) - "ESCLARECIMENTO - (II)" ........... -- ---- GAZETA DAS CALDAS : -- 2007 : -- JUNHO - 29 -- "Há cada vez menos Amigos do Huambo nas Caldas" -- ---- NESTE BLOGSPOT : -- JUNHO - (22 a 24) --"OS ENCONTROS (E OS DESENCONTROS) DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS NA MATA Dª LEONOR -- CALDAS DA RAINHA" (reportagem) : -- ---- "AINDA : "OS ENCONTROS (E OS DESENCONTROS) DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS NA MATA Dª LEONOR NAS CALDAS DA RAINHA" (reportagem): - ---- C) -- DIVERSOS ARTIGOS DO AUTOR : a) - "OS ÍDOLOS COM PÉS DE BARRO"... b) - "OS BANCOS" .......... ============================================== 8) ---- DESENVOLVIMENTOS : TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DOS TEXTOS PUBLICADOS NESSES ORGÃOS DA IMPRENSA CONFORME RESUMOS ACIMA INDICADOS, OUTRAS NOTAS E DIVERSAS REFERÊNCIAS) -- : ..................................................... ----------- A) JORNAL "A HUILA" :
.................................................................
................................................ ------------ NATAL DOS SEM NATAL ----------- -- POR ESSE MUNDO FORA QUANTOS NÃO TÊM O SEU NATAL ?! E QUANTOS TÊM MUITO MAIS DO QUE O NECESSÁRIO ?! Quanto se gasta e desperdiça em luxos e em tanta coisa supérfula ?! Mas, pior que tudo, milhões de pessoas morrendo de fome ! Milhões de vidas em flor, ainda mal despontadas ou que nem chegam a despontar ! Tanta fome, tanta miséria, tanta morte e tanta riqueza ! E arrotam os ilustres políticos que vivemos em democracia, que avançamos para o socialismo! Quando tudo isso não passa de reconhecida farsa, de encoberta fachada para tentar enganar ingénuos ou mesmo pessoas de boa fé. Para quê e porquê ?! Apenas para satisfazer interesses meramente partidários ou quantas vezes pessoais, por vaidade ou obstinado egoísmo, alheios aos verdadeiros problemas e necessidades do povo. Do tal povo em nome de quem tudo é permitido fazer para atingir os fins mais duvidosos e por vezes mesmo vergonhosos. Do tal que paga a factura sem obter algum proveito ! E assim a vida se vai desenrolando dia após dia, perante a indiferença duma classe privilegiada que vai aumentando em escala progressiva, enquanto no outro vértice aumentam também os necessitados, contrariando quanto se vem apregoando por todos meios possíveis e imaginários, em disputas súbtis ou aguerridas, gastando inutilmente fortunas que teriam melhores resultados se aplicadas directamente a casos concretos, imediatos. De conversas e promessas estão as pessoas mais necessitadas já bem fartas ! Bem desejam que satisfaçam as suas faltas primárias. Quantos idosos e quantas crianças sem um dar digno e confortável ? Quantos doentes sem um carinho, sem uma assistência adequada ? Tantos filhos sem mãe quase ao abandono e quantos filhos da mãe beneficiando do que não merecem ?! Muitas mais interrogações ficam no ar e muitas mais por certo ficam sem resposta ou apenas sujeitas a vagas promessas ocasionais. vamo-nos enganando uns aos outros, fingindo desconhecer as necessidades alheias, fechados egoisticamente numa falsa concha dourada, preferindo nada fazer, mas sim aproveitar as regalias que nos são postas à mão ou subtraídas a outros, como se o resto do Mundo vivesse num conto de fadas. Tantas vezes até repudiamos ou quase desprezamos os que necessitam de algum apoio, de um carinho ou de um simples sorriso. Quanta guerra em vez de paz ! Quantas armas e bombas em vez de pão !... Neste Natal, se nada mais tiver para dar, para subtrair do que tem de mais, pelo menos tenha um gesto de carinho, de amizade, para com o seu semelhante (você podia estar na situação dele !). Tenha um sorriso de bondade para com as crianças abandonadas, para com os idosos tão mal cuidados, para com os presos e os doentes,às vezes até desprezados ! Se o fizer, está contribuíndo para UM FELIZ NATAL. ...................................................................


............................................... -(Jornal "a Huila" nº de /12/1952 (e "DIÁRIO DE COIMBRA"-19/12/90- (Roberto Correia -- Soure --)

======================================================= ------------- 1954 ------------ ================================== --- Jornal "a Huila" - nº 662 - 6 de Janeiro de 1954 --- --- Da Redacção - "ASSEMBLEIA GERAL DO SPORT LUBANGO E BENFICA" -- Foi realizada no dia 20 de Dezembro, sendo nomeados para : - Presidente da Direcção o engº JOSÉ SABINO DE CARVALHO FONTES e Secretário da Assembleia Geral, PEDRO CORREIA - ============================================ --- Jornal "a Huila" nº 664 - de 13 de Janeiro de 1954 -- nº 665 - de 20 de Janeiro de 1954 -- --- Da Redacção - Notícias : - "UM ESTÁDIO PORTUGUÊS NO RIO" -- lançamento da primeira pedra do Estádio da Associação Atlética Portuguesa, na Penha, com a lotação de 26.000 lugares. --- O vapor "Quanza" que saíra de Lisboa em 7/8/1953 para o Oriente, passou por Luanda no seu regresso, no dia 16 de Janeiro. ========================================================== --- Jornal "a Huila" nº 667 de 27 de Janeiro de 1954 -- --- Da Redacção : - "COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA FUNDAÇÃO DE S.PAULO(BRASIL), EM : LISBOA, COIMBRA - PORTO e S.PAULO DE LUANDA - ( Em 21 de Janeiro) -- --- "A PRESENÇA DE PORTUGAL NAS COMEMORAÇÕES DE S. PAULO E DE PERNAMBUCO" ============================================================ --- Jornal "a Huila" nº 670 de 6 de Fevereiro de 1954 -- --- Da Redacção : -Notícias - "VISITA DO GOVERNADOR-GERAL SILVA CARVALHO AO LUBANGO" -- --- A população europeia de SÁ DA BANDEIRA, entre 1940 e 1950, aumentou 84%, passando de 865 para 1.592 e a indígena teve um aumento de 222 elementos. --- O colono (do LUBANGO) MANUEL FERNANDES DA SILVA,chegado da MADEIRA hà 69 anos (1885), residindo no SAMBO( HUAMBO)foi entrevistado - ======================================================= --- Jornal "a Huila" nº 681 de 20 de Março de 1954 -- --- Da Redacção - Notícias : - Referências sobre o TEATRO DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA - ======================================================= --- Jornal "a Huila" nº 689 de 28 de Maio de 1954 -- --- Da Redacção - Reportagem sobre a homenagem aos colonos da MADEIRA, incluindo gravuras -- --- Número Especial sobre a "COLONIZAÇÃO" -- --- De outros colaboradores : MANUEL DE REZENDE (ex-Redactor) - "PONTO FINAL" ==================================================== --- Jornal "a Huila" Nºs.691/692/693 de 5 - 9 e 16/6/954 -- --- " " " 694 e 695 de 19 e 26/6/1954 -- --- Reportagens sobre a "VISITA PRESIDENCIAL A ANGOLA" - do Presidente da República Portuguesa, CRAVEIRO LOPES -- --- "MENSAGEM E LISTA DOS ANTIGOS COMBATENTES" -- --- "HISTÓRIA DO LICEU DIOGO CÃO E DESPEDIDA DO SEU PROFESSOR, CAPITÃO GASTÃO DE SOUSA DIAS" -- ======================================================= --- Jornal "a Huila" Nº 697 de 7 de Julho de 1954 -- --- Da Redacção : Notícias - Falecimento (no dia 1) do Tesoureiro da Agência do Banco de Angola(o mais antigo), natural de MOÇAMEDES e residente em SA DA BANDEIRA, Sr.JOAQUIM PAULO RODRIGUES, pai das estudantes liceais : MARIA DE LOURDES, MARIA HELENA e MARIA PAULA. ============================================== --- Jornal "a Huila" Nº 698 de 14 de Julho de 1954 -- --- Da Redacção : - Publica o Regulamento dos Jogos Florais das comemorações das "BODAS DE PRATA" do Liceu "DiOGO CÃO" (e a fotocópia dum exemplar,assinado pelo Reitor e Presidente dos Festejos Comemorativos das Bodas de Prata da Fundação do Liceu, Dr.JOSÉ S.RAMALHO VIEGAS),de que se destacam : --- Artº 2º/3º - "Estes JOGOS FLORAIS apresentarão as seguintes modalidades: a) Soneto ou Poemeto heróico sobre a figura e a acção do navegador e descobridor Diogo Cão, patrono do Liceu( máximo 2 folhas dactilografadas a 2 espaços, com 5 cópias); b) Quadra popular, inédita, sobre a vida académica,antiga ou moderna; c) Monografia histórica, em prosa, sobre a cidade de Sá da Bandeira, ou a vida histórica do Liceu ou sobre a colonização do Planalto da Huila( mínimo 6 folhas/ máximo 10 folhas dactilografadas a 2 espaços, com 5 cópias); parágrafo único - Todos os trabalhos apresentados deverão ser originais e inéditos. ............................................. Artº 5º ~ Os trabalhos literários destes JOGOS FLORAIS, aque só podem concorrer os antigos e actuais alunos internos do Liceu Nacional de Diogo Cão, darão entrada na Reitoria do Liceu, o mais tardar até ao dia 7 de Agosto próximo... Art 8º - O Liceu poderá publicar ou mandar publicar os trabalhos recomendados pelo Júri; e de todos formará um opúsculo encadernado, que fica arquivado na Biblioteca "Professor Sousa Dias" do Liceu. ......................................... LICEU NACIONAL DE DIOGO CÃO, aos 5 de Julho de l954. ============================================== --- Jornal "a Huila" Nº 699 de 17 de Julho de 1954 -- --- De outros colaboradores : SÉRGIO MONTEIRO - "BODAS DE PRATA DO LICEU "DIOGO CÃO" - com Decreto Especial dos Reais Paços de Maconge, assinado por D.CAIO JÚLIO CÉSAR SA SILVEIRA QUARTO. -- ================================================ --- Jornal "a Huila" Nºs. 700/701 - de 25 e 28/7/1954 -- --- SUPLEMENTO sobre o ataque a GOA --- De outros colaboradores : - SÉRGIO MONTEIRO ("PROGRAMA DEFINITIVO DAS "BODAS DE PRATA" DO LICEU "DIOGO CÃO") -- (com foto antiga) -- ================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 702 de 7 de Agosto de 1954 -- --- De outros colaboradores : SÉRGIO MONTEIRO ("PROGRAMA DEFINITIVO DAS BODAS DE PRATA" DO LICEU "DIOGO CÃO" (conclusão) -- ======================================================= --- Jornal "a Huila" Nº 703 de 14 de Agosto de 1954 -- --- "JOGOS FLORAIS DAS BODAS DE PRATA DE PRATA" DO LICEU "DIOGO CÃO" --- --- Lista dos Prémios e dos concorrentes" -- Reportagem - 2/5 pg. --- De outros colaboradores : SÉRGIO MONTEIRO ("MOÇAMEDES, A RAINHA DO DESERTO" - Editorial/4ª -- -- ERNESTO VILHENA "AVENTURA E ROTINA" -(crítica de uma crítica)- pgs. 3ª/4ª-(cont.)- ================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 704 - de 21 de Agosto de 1954 --- --- Da Redacção : - "A VISITA DOS ESTUDANTES DE COIMBRA A BENGUELA" - 5/6ª pgs. --- O comerciante NUNO PEDROSA, residente em SÁ DA BANDEIRA hà 40 anos, parte para Portugal -- --- De outros colaboradores : - SÉRGIO MONTEIRO (" SÁ DA BANDEIRA E AS FESTAS DE NOSSA SENHORA DO MONTE" -- --- ERNESTO VILHENA ("AVENTURA E ROTINA..." - ..."um estudo crítico de uma parte do livro de GILBERTO FREYRE" -- ===================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 705 - de 28 de Agosto de 1954 -- --- Da Redacção : - "PRESENÇA DE JOÃO VILLARET no Cine-Teatro com a peça em 3 actos "ESTA NOITE CHOVEU PRATA" -- (no dia 27/8) -- --- De outros colaboradores : - SÉRGIO MONTEIRO ("RESCALDO DAS BODAS DE PRATA - A CEIA ACADÉMICA" - com a presença do Reitor do Liceu "DIOGO CÃO", Sr. Dr. RAMALHO VIEGAS, o Governador do Distrito, Dr. CRUZ ALVURA, o Presidente da CÂMARA MUNICIPAL, Dr. AMARAL ESPINHA, os Professores Drs. LEANDRO MENDONÇA E HIGINO VIEIRA e o Director do Jornal "a Huila", Sr. Tenente-coronel VICTÓRIA PEREIRA ======================================= --- Jornal "a Huila" Nº 706 - de 4 de Setembro de 1954 - Editorial e 6ª pg. -- -------- "UM BRUTAL ACIDENTE DE AVIAÇÃO ------- ... "Morreu o Piloto Aviador da DTA, PEDRO MANUEL DOS SANTOS ROSA, e o rádio-telegrafista HERCULANO DOS SANTOS MARTINS. Ficaram feridos os dois únicos passageiros : Dr. ÁVILA DE AZEVEDO e MANUEL ROSADO. Era um pequeno "Beechkraft e a sua queda registou-se na zona de VIANA (LUANDA). ---( Reportagem pessoal e directa (por SOURREIA) da sua partida de SÁ DA BANDEIRA para LUANDA ) - --- Da Redacção : - "O TEATRO DOS ESTUDANTES DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA EM SÁ DA BANDEIRA" -- 1ª e 2ª Pgs. --- De outros colaboradores : - MAURÍCIO SOARES ("MORREU O ROSA "MAÇARICO") - 1ª pg. =============================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 707 de 11 de Setembro de 1954 --- --- Da Redacção : - "A VISITA DO TEATRO VICENTINO A SÁ DA BANDEIRA" -- 1ª/2ª pg. - De outros colaboradores : - LEONEL COSME - "INDIFERENÇA E ALHEAMENTO" - 3ª pg. ============================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 708 - de 18 de Setembro de 1954 --- --- DA Redacção : - -- "SETE ANOS NO GOVERNO DE ANGOLA de AGAPITO DA SILVA CARVALHO" -- --- 1ª/4ª pgs. ============================================================ --- Jornal "a Huila" Nº 710 - de 29 de Setembro de 1954 --- --- Da RedacÇão : - ANIVERSÁRIOS COMUNS DR.LEANDRO DE MENDONÇA e Capitão GASTÃO DE SOUSA DIAS, professores do Liceu "DIOGO CÃO" --- --- De outros colaboradores : - SOUSA DIAS - "CRÓNICAS ANGOLANAS - ENSINO AGRÍCOLA" --3ª/4ª Pgs. -- ========================================================== --- Jornal "a Huila" Nº 713 - de 20 de Outubro de 1954 --- --- De outros colaboradores : - JOÃO DA CHELA (do "JORNAL DE BENGUELA") - : "A ESCOLA DO TCHIVINGUIRO" - 1ª/2ª Pgs. --- ============================================================ ---------- "A FEIRA DA CHIBIA" ----------- ............................................................ ............................................................ --- Da Redacção : - "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA" - Angola fica com 13 Distritos - Editorial --- --- De outros colaboradores : - LEONEL COSME ( Transcrições da "VOZ DO PLANALTO" e de "A PROVÍNCIA DE ANGOLA" sobre "A ESCOLA DO TCHIVINGUIRO" --- ---(Jornal "a Huila" nº 714 - pgs, 1ª - 2ª - 27 de Outubro de 1954 --- =================================================================== --- Da Direcção : - "A ESCOLA DO TCHIVINGUIRO... (os Regentes Agrícolas da Huila e a "PROVÍNCIA DE ANGOLA" - (cont.) --- 1/2ª Pgs. --- Da Redacção : - "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA" -- 1ª pg. - --- De outros colaboradores : - RUI FERREIRA COELHO -"O 1º CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE" - 1/2ª Pgs. --- JOÃO DA CHELA ( Crónicas) - "FUTEBOL : O.P./CETEC - (2 - 7) - 2ª/3ª Pgs, - --- Jornal "a Huila" Nº 715 - de 4 de Novembro de 1954 --- ======================================================== --- Da Direcção : -- -- "DUAS IRMÃS" - SÁ DA BANDEIRA / MOÇAMEDES --- --- Editorial/4ª Pg. -- --- "A ESCOLA DO TCHIVINGUIRO ... III" -- 1/2/3ª Pgs. --- "ENCERRAMENTO DA ACTIVIDADE ESCOLAR DO ANO LECTIVO DE 1954 NO LICEU "DIOGO CÃO" --- 3ª Pg. --- Jornal "a Huila" Nº 716 - de 11 de Novembro de 1954 --- ======================================================== --- "HUÍLA, TERRA DE ENCANTOS" (I) --- .................................................................. .................................................................. .................................................................. --- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 717, pg. 2 - 18 de Novembro de 1954) --- --- De outros colaboradores : - NORGO (No Jornal "O COMÉRCIO"): --"A EXPANSÃO AGRÍCOLA DA HUILA E A ACÇÃO DO COLONO" -- =================================================================== .................................................... --- "HUÍLA, TERRA DE ENCANTOS" (II) --- ................................................................... ................................................................... ................................................................... --- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 719, pg.1 - 2 de 2 de Dezembro de 1954) --- --- Da Redacção : - "CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE" - Programa-3ª =================================================================== ................................................. --- Da Direcção : - "O CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE" - 1/2/3/4ª Pgs.-- --- De outros colaboradores : LEONEL COSME : "A MÚSICA DE ANGOLA" -- 4ª Pg. --- Jornal "a Huila" Nº 720 - de 11 de Dezembro de 1954 --- ===================================================== ................................................. ------- "FELIZ NATAL" ------- .................................................................. .................................................................. .................................................................. -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 721 - pg. 1/8 - 24 de Dezembro de 1954 -- --- Da Direcção : -"O CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE" --(cont.) - --- De outros colaboradores : - "MAURÍCIO SOARES - "NATAL" - Editorial - --- JOÃO DA CHELA "RONDA DO NATAL" - 1/2/7ª Pgs. --- FRANCISCO JOSÉ DE ANDRADE "RECORDAR É VIVER" -- 1/4ª Pgs. =================================================================== -------------- 1955 --------------- -------- "CENTENÁRIO DE PORTO ALEXANDRE" -------- -- RESUMO DA REPORTAGEM EM 8/1/1955 : - Sessão solene no Clube Recreativo Alexandrense, fundado em 1920, com as seguintes representações : - Rádio Clube de Moçamedes (CARLOS MOUTINHO ?), "Diário de Luanda"(MAGALHÃES MONTEIRO), colono SEBASTIÃO SENA, Câmara Municipal de Moçamedes(RAUL RADICH, VIRGILIO DE CARVALHO , ABÍLIO GOMES DA SILVA e RUI MENDONÇA TORRES), porta-bandeira (ARTUR TRINDADE). Discurso efectuado pelo Capitão GASTÃO DE SOUSA DIAS --- Pgs. 1/2/4ª. -- Da Redacção - NOTÍCIAS DIVERSAS : - (dia 2) - Falecimento do General NORTON DE MATOS --- --- Jornal "A Huila" Nº 723 - de 8 de Janeiro de 1955 -- ================================================== ............................................. -- "ALGUNS ASPECTOS DA COLONIZAÇÃO DO PLANALTO DA HUÍLA --- Homenagem aos Velhos Colonos" --- Desde que Angola começou a surgir mais acentuadamente no panorama de maior interesse colonial, logo se iniciou, pode dizer-se, uma colonização livre. Despertado dum sonho já enraízado no seu íntimo, o português continental, cuja vida decorreia entre privações e vivendo apertado entre regiões montanhosas de baixa produtividade, de desesperado nível de vida, seguia quase por aventura para a África promissora em suas riquezas, mas temerosa nos maus climas e na vida arriscada das florestas, onde o gentio contrariado pela usurpação de deus direitos naturais, da exploração sem escrúpulos da parte de alguns antigos comerciantes, se defendia de qualquer modo, ou também, sem razões de causa, se lançava ao ataque e roubo das mercadorias, mas que, a pouco e pouco, quer já pela convivência com o branco civilizado, quer já pelo respeito a alguns missionários, começara a tolerar aquela infiltração e a participar nos negócios pela troca de produtos naturais por mercadorias que lhe haviam despertado o interesse, e de que passou a ter necessidade de utilizar nas suas relações com os outros povos. Desse modo, o branco, principalmente o comerciante, entranhou-se pelo interior sertanejo , assentando aqui e ali o seu ramo de vida. Muitos foram os surpreendidos por traições dalguns indígenas na intenção de os roubar ou rehaver os gados que tinham negociado anteriormente. Mas, no sul, vingava também e até certo ponto, a colonização dirigida, enquanto falhava a do tipo penal. Desde o fim do século passado a penetração do homem branco, do colono vindo do continente, atingia um valor considerável, superior mesmo ao das vizinhas colónias africanas, e o planalto da Huila, dadas as suas especiais condições climáticas,era o principal objectivo da região. Assim, depois do ano de 1884, chegavam as colónias madeirenses que o Estado enviava com o fim de formar um núcleo de colonização branca no sul de Angola. As vicissitudes por que passaram esses velhos colonos até atingirem os altos picos da Chela, que os desafiavam à luta contra a Natureza, são talvez, já conhecidas por alguns que se interessam por tal assunto. Eram, na maioria, rapazes cheios de coragem, espíritos aventureiros, sempre prontos a desafiar a própria morte, vindo alguns em famílias um tanto numerosas, com mulheres arrastando corajosamente para uma vida incerta os seus filhos, trazidos de longe e outros que nasceram pelo caminho sem os recursos necessários.Foi uma verdadeira odisseia a desses homens, galgando as escarpadas serras, passando além do Morro Maluco, sentinela vigilante, grandiosa e assustadora, com escassos mantimentos e muitas vezes sem água, à mercê do terror dos indígenas ou do rei da selva, sempre à espera da presa incauta. Uma viagem que durou cerca de um mês e em que os mais fortes e jovens auxiliavam os fracos e as mulheres, talvez já arrependidas de terem deixado as suas pobres choupanas na terra-mãe, onde ganhavam o pão de cada dia com o suor do rosto e as mãos calejadas pelo arrastar das redes de pesca. Atingido o plateau, agruparam-se para levantar a futura cidade que viria a ser o Lubango. Então, ali, nesse lugar sagrado dos Barracões, ficou instalada a primeira colónia, cujo director era D. José da Câmara Leme; cada qual foi erguendo a sua casa de pau a pique, coberta a capim, à semelhança dsa habitações indígenas. Queremos e devemos, pelo muito que nos merecem, relembrar alguns nomes desse punhado de heróis, sem desprestígio para os demais, falta que, por escassez de documentos se torna fácil de cometer : - o do saudoso velho Manica (que por consolação passou a lua de mel numa casa em que a cama era feita de paus assentes em estacas e cobertos de capim); os de : Alfredo da Ponte, António Marcelino, David Martins, Gregório Martins, Jacinto Figueira, Casimiro Caldeira, Silvestre Pestana, Martins Alves e tantos outros, como ainda o dessas valorosas mulheres : Maria Caires, Ludovina Martins, Carolina Simões (já nascida em África), etc. Nem assim cessaram, nem podiam cessar, as canseiras e lutas por melhores condições, o seu estabelecimento numa região ainda selvagem, onde as feras rugiam a pouca distância e a água para beber era retirada das poças lamacentas, bebedouro de animais. E, a pouco e pouco, se foram estendendo, criando aqui e ali um pequeno núcleo, procurando cultivar a terra ingrata, abrindo valas para as regas e as vias de comunicação; e, depois de terem levantado as suas casas, fizeram também as residências para as autoridades. Em tudo D. José era o orientador. Entre tantas contrariedades, sem auxílios quase nenhuns, sem recursos, ergueu-se a linda povoação do Lubango, a futura cidade de Sá da Bandeira, rodeada de encantos, qual miragem em escaldante deserto "! E por isso tanto é mais de admirar e enaltecer a acção desses colonos que fizeram vincar tão promissoramente esta terra, em condições rudes e miseráveis, por tantas vezes ! Não foi em si uma colonização perfeita, orientada no sentido de se estabelecer dentro de condições pré-conhecidas; não, ela foi uma colonização um tanto livre, talvez até mesmo um tanto desordenada, mas que mercê do espírito jovem e aventureiro resultou compensadora, se bem que a situação da maioria dos que ainda continuaram a viver fosse das piores. Alguns daqueles velhos colonos, fartos de trabalhos e canseiras, quando já os seus braços se negavam a obedecer ao peso da charrua ou da enxada, continuaram em precária situação, porque, por um lado, a sorte os não ajudou, enquanto outros, comerciantes, sem escrúpulos, viam encher-se o baú colocado no sótão. E falo nisso porque a vida dos poucos que restam, verdadeira relíquia dum passado cheio de dificuldades, devia ser amparada de maneira mais convencional; não digo em maiores esplendores, mas ao menos com mais confortáveis recursos, amparados no seio da família, cujos descendentes são os dignos constituintes das gerações futuras. Presentemente a colonização, não só no sul, como noutras regiões, toma aspectos mais promissores, e os que vêm do continente, das montanhosas e apertadas regiões do norte ou das planíces do sul, encontram regalias e condições que aqueles nunca tiveram. Essa tem sido a colonização dirigida, em que, por motivos justificados, se procura fixar a população branca em determinado sítio, atendendo às questões de ordem económica para o aproveitamento das terras mais férteis, de maior rendimento e de clima aceitável,satisfazendo ainda à produção industrial no respeitante à obtenção de matéria prima mais barata em locais próximos; estas condições hão-de verificar-se brevemente pela retenção de grandes quantidades de águas para regas e pela produção de energia a mais baixo custo. São estes os planos animadores do futuro, para maior colonização de todo o alongado planalto da Huila, ponto de atracção para tantos outros braços, consequente aumento de produção e melhoria de créditos para o agricultor ou industrial interessado, mas sem meios para maior expansão. Isto porque, não foram .............................................................. .................................................................. .................................................................. .................................................................. --- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 724,pgs. 5/6/7/8ª pgs. - 19 de Janeiro de 1955 -- (Número Especial) -- --- De outros colaboradores : -- JOÃO DA CHELA ("SETENTA ANOS")--- --- Dr. LEANDRO DE MENDONÇA ("GLÓRIA AOS POVOADORES DA HUILA- 1885/1955") --- DR. ARTUR TABORDA DE MORAIS ("FOI HÁ 70 ANOS")- pg. 5 --- MAURÍCIO SOARES ("NA DATA DE UM ANIVERSÁRIO" --- --- Dr. CARLOS NEGRÃO - ("DIÁLOGO RADIOFÓNICO") --- --- JACK ("A FESTA DE S.L.E BENFICA") -- v. transcrição parcial : - .... "no passado domingo, dia 9, a festa de confraternização do Sport Lubango e Benfica. Após o almoço...o Vice-Presidente da Assembleia-Geral, sr. José Maria da Costa Simões, pronunciou algumas palavras... Em pormenor destacou a dedicação do jogador Cuanhama e a colaboração notória do grande benfiquista que é Pedro Correia... Seguidamente, o sr. Engº Carvalho Fontes, Presidente da Direcção, dirigiu algumas palavras aos jogadores presentes.. pondo em destaque o elemento Rogério Simões,infelizmente ausente... Recorda também o nome de Cuanhama e de Pedro Correia,apresentando-os como elementos cuja dedicação ao clube nunca seria demais salientar... Falou depois João da Chela, o João da Chela das crónicas cheias de lirismo... Recorda o dirigente António José de Almeida,já falecido, cujo nome foi dado ao campo de jogos do S.L. e Benfica....Finalmente o sr. tenente-coronel Victória Pereira, director deste jornal, pede a palavra para agradecer o "Viva" que o sr. Vice-Presidente da Assembleia Geral o havia lembrado... põe em relevo a actuação do Sport Lubango e Benfica... assinala a grande obra que representa a sede. Referindo-se aos jogadores, não esconde a simpatia que Cuanhama e Chouriço lhe ladeiram, tendo também elogiosa referência para Pedro Correia, como distinto, útil e incansável dirigente..." --- Da Redacção : - DIVERSAS REPORTAGENS DAS COMEMORAÇÕES DO 70º ANIVERSÁRIO DA INSTALAÇÃO DOS "BARRACÕES" : -- Estiveram presentes diversas individualidades civis, militares e religiosas, apoiando o vasto programa comemorativo, em especial : --- Inauguração da nova bitola da via férrea de MOÇAMEDES / SÁ DA BANDEIRA, utilizando uma máquina "GARRATT" numa viagem a partir de VILA ARRIAGA e com diversas entidades : Secretário-Geral do Governo(Dr. SANTANA GODINHO)e o seu Secretário(CARLOS ALBERTO MARQUES PINTO),Director do Caminho de Ferro de Benguela (engº VIRGÍLIO ESCUDEIRO),Director dos Caminhos de Ferro e Transportes de Angola e antigo Governador do Distrito da Huila e do Bié( engº RAIMUNDO SERRÃO),Intendente de Moçamedes(MANUEL MORAIS MARTINS),Director dos Caminhos de Ferro(engº MELO VIEIRA),diversos representantes oficiais da cidade de Moçamedes e de Porto Alexandre. --- "ADMINISTRAÇÃO DO CONCELHO DO LUBANGO - publicação do Edital para o Recenseamento Eleitoral. -- =================================================================== - Jornal "a Huila" Nº 725 - de 26 de Janeiro de l954 --- ---Da Redacção : - "Falecimento, no dia 23, do capitão GASTÃO ADALBERTO ANTUNES DE SOUSA DIAS, historiador e professor do Liceu "DIOGO CÃO", bem como ainda do Dr. CARLOS SOTTO MAIOR NEGRÃO, também professor no mesmo Liceu. --- --- "DUAS ILUSTRES FIGURAS LITERÁRIAS" - Pgs. 1/5/6ª. --- =========================================================== --- "CAPAS DE ESTUDANTES" --- ................................................................. .................................................................. .................................................................. --(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 726, pgs. 1/4 - 03 de Fevereiro de 1955 -- --- De outros colaboradores : - CÉSAR GONÇALVES DA SILVEIRA ("ABRIRAM AS AULAS...") - 1/2ª pgs. --- =================================================================== ..................................................... --- "AQUELA JANGADA" --- -- O perigo da travessia do Cunene, no Roçadas,não está afastado -- Naqueles dias em que reinava a alegria em quase todos os corações, festejando em família a passagem de mais um Natal, uma notícia triste veio turvar o ambiente; a garra negra da morte arrebatara impiedosamente algumas pobres vidas, roubando a alegria e paz dum lar,e a tranquilidade de tantos outros que se compadeceram com o sucedido. Foi geral a consternação em todos os peitos, pouco resignados com o trágico destino daqueles seres; imensa será a dor desse pai e marido que aguardava esperançosamente pelos entes que lhe eram mais queridos. Ainda há pouco escrevia Feliz Natal, mas, agora, mais certo será dizer : Triste Natal. Não o foi só para esse marido e pai ou parentes, mas também para muitos dos que logo souberam o que acontecera. As razões ou causas do desastre estão, am parte, fora do nosso alcance; todavia não podemos deixar de manifestar o nosso pezar por que tal tivesse acontecido,porque aliás, já deixou de ser o primeiro caso; infelizmente temos de registar outros anteriores. Assim sendo, analisando e dando a boa atenção que o problema merece, supomos já ser tempo de se procurar solucionar em melhores condições a maneira como é feita a travessia do caudaloso Cunene. Não nos cabe a nós, leigos na matéria, tal solução. Não obstante, toda a ideia deve ser aceitável desde que resulte compensadora a sua realização. A economia desta maravilhosa Angola necessita mais do que nunca do aproveitamento das suas águas para compensar as graves faltas de chuvas que se vêm verificando em certas regiões. Ainda bem que se vem registando alguns desses planos, como o da Matala .. já uma realidade em florescimento --, o do Nene, uma aspiração que talvez se realize em breve e, possivelmente tambémum outro para os lados do Roçadas. Este, porém, talvez seja demasiado, ou por outra, de necessidade menos urgente; mas podemos então pensar na construção duma ponte sobre aquele rio no ponto necessário aos transportes, na ligação com a risonha vila do Roçadas e Pereira d'Eça. Alguns anos atrás isso podia parecer impossível, mas hoje em dia, em que o mundo da Ciência se agiganta, em que temos engenheiros e operários competentes, estamos certos de que o nosso Governo, por intermédio dos seus Serviços Públicos que tão eficazes e interessados se têm mostrado na construção de barragens e pontes de grande envergadura, a intenção de sempre bem servir esta Angola imensa, não deixará de atender á solução dum problema cuja realização se nos apresenta necessária, não bastassem os factos verificados. Se, bem entender quem de direito, que essa solução não é a melhor e a necessária, que se procure então resolver a questão da melhor maneira, assegurando com boas condicções o funcionamento da jangada até agora utilizada. Os meios de transporte constituem uma das principais necessidades no desenvolvimento e progresso duma região. Por isso, não apenas por constituir grave perigo pessoal e material na travessia daquele rio, aquela jangada, lembrando os tempos aúreos dos nossos corajosos e aventurosos colonos ou pioneiros d'antanho, devia ser substituída por robusta ponte,em pedra e cimento armado, símbolo eterno da nossa civilização, expoente máximo do nosso domínio nos sertões africanos. Mas, quando por ela passarmos, recordemos com mágoa e pesada dor, a luta instintiva e infrutífera daqueles dois inocentes, que, debatendo-se nas âncias da morte, nada mais fizeram que abraçar fraternalmente a sua mãe, impotente em salvá-los ou salvar-se. Eis aí um monumento : - uma mãe que morre abraçada a duas inocentes crianças, seus únicos filhos, no meio dum turbilhão de águas barrentas e impestadas de ferozes répteis. .................................................................. - (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 727, pgs. 3 - 16 de Fevereiro de 1955 - --- Da Redacção : - "LÓGICA DO CHIPALANGA" --- NOTÍCIAS DA SABENA" --- "UM ESTRANHO OBJECTO LUMINOSO PAIROU SOBRE A SERRA DO MUCOLO" - 1/4 - pgs. -- --- De outros colaboradores : - ================================================ ...................................................... --- "HUÍLA, TERRA DE ENCANTO" III --- ------------- " Centro Turístico " ------------- Como prometemos aos nossos amigos leitores, continuamos sob esta epígrafe a tratar dos aspectos turísticos da Huíla.Esperamos que o assunto mereça a simpatia e algum interesse da parte de quem ainda busca labutar contra a indiferença e a apatia em que mergulham os nossos problemas turísticos; porém, vai sendo tempo de solucionarmos, removendo essas apatias ou burocracias que por vezes surgem, apenas da parte daqueles que mais se interessam em criticar e desfazer do que apoiar ou alicerçar bases firmes para a solução de tão urgente e necessário problema. Todos nós sabemos que a Huila tem muitas dificuldades económicas, pelo que a média de vida não é das melhores, conquanto por outro lado, tenhamos certas facilidades e vantagens. As faltas de chuvas e um deficiente sistema de grandes regas, perigam a agricultura, e outras dificuldades de causas conhecidas até certo ponto, limitam a exploração industrial, pelo que não atinge o necessário desenvolvimento. Por essas deficiências económicas, e ainda por ser quase obrigação nossa aproveitarmos as maravilhosas condições de que dispomos, devíamos encarar a sério o aproveitamento e exploração dos aspectos turísticos da Huila, não apenas como derradeiro recurso, mas também para bom nome da terra que vimos crescer.E, para tal, só a formação dum Centro de Turismo controlando e dirigindo as dificuldades que sempre surgem, podia resolver convenientemente a questão. O apoio que de certo se encontrará da população em geral, das emprezas de transportes e hoteleiras, comerciantes e industriais, facilitará a tarefa aos dirigentes do Centro Turístico da Huíla, que, desde já afiançamos, bem cedo se há de formar nets encantadora cidade, neste pináculo maravilhoso de majestosas montanhas que se estendem do MUcolo à Tchiamena, ou de lindas flores pelos jardins, de rudes agricultores ou de jovens estudantes - futuros universitários de Sá da Bandeira --, de que, como já disse algures esse escritor e poeta de delicada sensibilidade que é João da Chela, ..."era imperativo afirmar-se, dizer-se ao Mundo, que a cidade de Sá da Bandeira, vistosa e linda, nova e feliz, feliz pelo seu passado de dor, tinha de ser uma Terra de Turismo, de repouso e de cura"... E agora, mais do que nunca, registamos com satisfação e alegria o início de melhoramentos que muito hão-de contribuir para o desenvolvimento do Turismo na Huila; são eles, assim, a ligação de Sá da Bandeira a Moçamedes por uma nova estrada rodoviária e, também, a chegada a Sá da Bandeira do novo comboio de via larga provido do mais moderno equipamento, melhoramento esse festejado com emoção e regozijo pelo quanto vai beneficiar as duas cidades vizinhas e a economia do Sul de Angola. Lucramos assim uma grande oportunidade, porquanto, pelo nosso lado, os turistas terão meios de transporte mais cómodos e velozes. Resta.nos pois, encarar mais a sério o problema que desde há muito nos preocupa e que,agora, mais do que nunca, encontra inúmeras vantagens, e, por isso mesmo, se torna imprescindível. Com uma interessante e simpática publicidade, nós conseguiremos tão nobre objectivo e não nos faltarão, estou certo disso, os elementos necessários, nesta terra de gente boa e sadia. Abandonemos preconceitos banais ou menos caprichosos que nos possam prender ou deturpar o sentido real das coisas, e tratemos de fundar o Centro Turístico da Huíla, nesta terra viçosa e fresca, onde descortinamos artistas e poetas que eternizarão para todo e sempre a Huila maravilhosa e encantada. ................................................................... - (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 728, pgs. 1/4, 19 Fevereiro de 1955 - ......................................... --- Da Redacção : - ("DECRETO-LEI Nº 22.989" -- " CONCURSO LITERÁRIO DO INSTITUTO DE ANGOLA" -- --- Notas Soltas : - "INSPECTOR SUPERIOR DR. JOSÉ FERREIRA DA ROSA E O SEU SECRETÁRIO SR.JORGE MARQUES PINTO, EM SERVIÇO NA HUILA. --- ~-- De outros colaboradores : - J.A.("NOTÍCIAS DE MOÇAMEDES" -- ======================================================== -- Jornal "a Huila" Nº 731 - de 9 de Março de 1955 -- -- Da Redacção : - "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA" - (cont.) -- ===================================================== -------- "FORÇA OU LOUCURA" -------- Cada vez mais o homem se apetrecha, estuda e se sacrifica, nessa luta de desvendar os mistérios da Natureza, de explorar e aproveitar as energias que se ocultam, e cada vez mais a ciência se agiganta enfrentando as forças dessa mesma Natureza. Do nada nasceu o Mundo, e em nada se tornará. Essa profecia milenária que alguns homens mais estudiosos ou crentes fervorosos profetizam, terá a consumação com o rolar dos séculos. Os homens lutam pelo poder, empregando meios de força; outros mais os enfrentam, e a força até ali julgada impotente decaí dum momento para outro;quando algum sábio, dedicando-se ao estudo, estabelece novas leis, descobre novos mistérios, logo outros descobrem maior poder para superar o do inimigo; é esta a rivalidade agressiva que, amparada no progresso científico, ameaça o mundo duma ruína total. Todas as tricheiras deixaram de ter utilidade e tampouco nem a distância os assusta, porque os diabólicos jactos impulsionam aviões a velocidades loucas e o poderio militar nã conhece barreiras. As notícias sobre experiências atómicas correm velozes pelo mundo. O deserto do Nevada tem sido campo dessas experiências tenebrosas cujos resultados havemos de ir verificando a pouco e pouco, com as variações das condições atmosféricas e com a modificação dos climas por razões que se dirão extranhas; graves e desconhecidas doenças se infiltrarão pelos povos pacíficos que desse modo desaparecerão da superfície da Terra. A guerra deixa de ser uma luta entre dois beligerantes ou duas questões em causa, para ser a destruição pura e simples do que possa prejudicar dalgum modo objectivos a alcançar, nem que nisso desapareçam populações inteiras, mulheres e recém-nascidos e não homens fortes como outrora. O eclodir duma bomba, avistado a mil e duzentos quilómetros de distância, é qualquer coisa simplesmente fantástica e horrível; deixa de ser o produto duma ciência metódica, controlada, para ser o fruto duma loucura, originado pelo desentendimento, pela ganância e ambição de poder mandar e governar. O clarão que se vislumbra a tão enorme distância é o baluarte inconfundível dessa loucura científica e dessa força comprimida, sobre a qual os homens hão de perder o controle, e por tal, arruinar toda humanidade, pacífica ou agressiva. Milhões de dólares se gastam e se derretem nestas loucas experiências. Milhões de dólares que matariam a fome a tantos meseráveis; que dariam lar a milhares de refugiados; milhões de dólares que tornariam a vida mais digna de ser vivida a tantos desgraçados. Mas as experiências loucas continuam, porque os homens não se entendendo por conferências, reservam-se de maneira assustadora pela força da destruição. Que cada um alimente dentro de si a esperança, talvez vã, duma paz mundial; porque só a comprovada existência de povos mais adiantados vindos doutro planeta, podia vir a fazer crer aos homens da Terra que a sua ambição e a sua loucura será limitada pela força suprema desse planeta, superior à que eles conquistaram, na tenebrosa esperança de fazer frente aos inimigos, derretendo-lhes continentes, destruindo-lhes os corpos e os espíritos. ................................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" , nº 733, pgs. 1/4 ,de Março de 1955) -- ..................................................... --- Da Redacção : --- "O SR: DR.LEITE DUARTE completou 25 anos como Vice-Governador do Banco de Angola" --- --- De outros colaboradores : - MAURÍCIO SOARES("PEDIR - VERBO TRANSITIVO")--- DIÁRIO DE LUANDA ("GENTE NECESSÁRIA E GENTE QUE NÃO FAZ FALTA NENHUMA") --- --- Da Redacção : --"A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA V" -- (continuação do número anterior) -- (transcrição parcial : ) - " ... Mas os hotentotes aterravam os povos de à quem Cunene, que atravessam no período de estiagem. É neste ano,1881,que a colonização se inicia com mais persistência, passando a ser melhor dotada. 1883 vem marcar uma nova fase na colonização..... O Governador de Moçamedes, Nunes da Mata, acompanhado do sargento Artur de Paiva, como intérprete, veio à Huila, onde os boers já se encontravam acampados, aceitou-os como colonos, fixando-lhes residência em terrenos da Humpata, onde havia apenas dois portugueses. Em 1 de Julho do mesmo ano, contava esta Colónia 325 pessoas de ambos os sexos. ....................................................... Em 1884 Moçamedes reforça ainda esta Colónia com mais 42 pessoas. ....... - (cont.) ........ ============================================ -- Jornal "a Huila" - nº 734 - pg. 1 - 24 de Março de 1955 -- Da Redacção : - "LEGISLAÇÃO PARA A COLONIZAÇÃO DE ANGOLA - Regulamento para execução da lei de 28 de Março de 1877" -)---"A MAPUNDA PEDE LUZ" --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA" (v. transcrição parcial, a seguir) --- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - VI" (v. transcrição parcial) --- "FALECEU O DR. FLEMING - Descobridor da Penicilina" --- --- De outros colaboradores : - MAURÍCIO SOARES ("OS VIDEIRINHOS NO DESPORTO" -- --- Notas Soltas : - "Dr. EMÍLIO VICTOR MARTINS,Chefe de Repartição dos Serviços de Veterinária e Indústria Animal da Huila, foi trsnsferido para a do LOBITO após 27 anos de serviço naquele distrito.--- Nascimento, no Hospital do LUBANGO, da "PRINCESA DO MACONGE",filha do "REI D.CAIO JÚLIO CÉSAR DA SILVEIRA QUARTO" e sua Esposa, D. MARIA HELENA MARQUES PINTO DA SILVEIRA.--- --- Da Redacção : - "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA" : - ... "Artº 79º - O Distrito da Huila compreende os concelhos de : Lubango, Quilengues, Caconda, Ganguelas, Alto Cunene, Chibia e do Baixo Cunene: as Circunscrições de : Gambos, Cuamato e Curoca . parágrafo único - Os limites do Distrito da Huila são os seguintes : ........................................................ --- Da Redacção :-- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - VI " -- -- (cont.) : ... "Antes de tratarmos da acção desenvolvida pelos colonos madeirenses nesta região, passamos a dar os nomes dos primeiros colonos e suas famílias, da primeira e da segunda remessa, certos de que assim praticamos um bom serviço não só para os descendentes dos mesmos colonos como ainda para quem se interesse por este assunto : --- -- PRIMEIRA COLÓNIA -- == Vinda em 1884 : == --- ALFREDO DA PONTE - natural de S.Martinho, de 26 anos de idade,casado com FILIPA NERI. Filhos : Virginia(3 anos);Delfina(18 meses); Porfírio(nascido na Colónia em 20/1/85);Manuel (Agosto/86);Rita(Setembro/87). --- ALBANO FERNANDES - natural da Senhora do Monte(22 anos), casado com Guilhermina Ferreira; filhos : - Augusta(4 meses);Joaquim(pupilo);Maria(nascida na Colónia em 7/8/1886); Adelaide(n.24/1/1888). --- ALFREDO FARIA - natural do Funchal (17 anos), solteiro. *--- ANTÓNIO BATISTA -- natural de Santa Cruz(40 anos),casado com MARIA ROSA DE GOUVEIA. --- ANTÓNIO GOMES SERRÃO JÚNIOR - natural de Santo António(24 anos),casado com MARIA DE JESUS; filhos : - Maria (nascida em 2 de Junho de 1885). --- ANTÓNIO GONÇALVES TEIXEIRA -natural de Madalena (18 anos), solteiro. --- ANTÓNIO DE JESUS - natural de Fajá da Ovelha(25 anos),casado com VICTORINA SARDINHA. --- ANTÓNIO PEREIRA - natural da Ribeira Brava(23 anos),solteiro. Casou com MARIA RIBEIRO em 8/11/1885. Filhos :- Maria (n. Fevº 1887). *--- ANTÓNIO DA PONTE -- natural da Senhora do Monte (19 anos),solteiro. --- ANTÓNIO RODRIGUES POLICARPO - natural de S. Vicente(25 anos),casado com ANTÓNIA MARIA DE JESUS. --- ANTÓNIO DA SILVA - natural da Ribeira Brava(25 anos), casado com MARIA DE FREITAS; filhos : - Manuel (1/3/1885)e Maria (Agosto de 1887). --- ANTÓNIO DA SILVA ROMA , natural de Vilar Fomoso(Portugal)(35 anos),solteiro. Casou com MARIA DA ENCARNAÇÃO em 10/8/1885. --- ANTÓNIO DE SOUSA, natural do Funchal (27 anos),solteiro. Casou com JÚLIA DE SOUSA. Filhos : Manuel,António, João, Maria, José Ferreira (pupilos). *--- ANTÓNIO DE SOUSA - natural de Santa Cruz (38 anos), solteiro. --- DIONÍZIO DE SOUSA - natural de Santa Cruz(18 anos),solteiro. Casou com MARIA QUITÉRIA(8/2/1885). --- FELISBERTO GONÇALVES DELGADO - natural de POrto Moniz(40 anos),casado com MARIA DE JESUS- --- FRANCISCO ANTÓNIO DA SILVA - natural de S.Pedro (27 anos),casado com VIRGÍNIA AUGUSTA MARTINS; filhos : - Maria(nascida em 21/5/1887). --- FRANCISCO FIGUEIRA - natural de Curral das Freiras (27 anos), solteiro. --- FRANCISCO DE FREITAS - natural de S.Pedro(25 anos), casado com JOANA ROSA DE JESUS; filhos : - Manuel(2), Maria(5 meses). Matilde (nascida em 13/8/1886). --- FRANCISCO GOMES CAMACHO - natural de S. Martinho(28 anos), casado com ANA DA SILVA; filhos : João(6), Francisco(4),António(3) e Luís (3 meses). --- FRANCISCO GOMES FARIA - natural de Curral das Freiras (26 anos), casado com MARIA DE JESUS; filhos : - Manuel(1), João (nasceu em 1/6/1885). --- FRANCISCO LUIS DE GOUVEIA - natural de Arco de S.Jorge(28 anos), casado com MAFALDA CÂNDIDA. --- FRANCISCO MARQUES DE JESUS - natural de Santa Ana(48 anos), casado com JOANA ROSA DE JESUS; filhos : - Maria(17), Manuel(13), Francisco(5) e João (16 meses ?). --- FRANCISCO DE SOUSA - natural de Ponta do Pargo(46 anos)- casado com MARIA CATARINA DE JESUS; filhos :- Maria(12),Manuel (6),António(1) e Francisco (5 meses). --- FRANCISCO DE SOUSA JÚNIOR - natural de S.Pedro(20 anos), solteiro. .............................. --- INÁCIO GOMES JARDIM -- JACINTO DE FREITAS -- JANUÁRIO G. CAMACHO -- JOÃO ANTÓNIO DE OLIVEIRA -- JOÃO FERNANDES TEIXEIRA -- JOÃO DE FREITAS MENDES JÚNIOR -- JOÃO GONÇALVES -- JOÃO J. FERNANDES -- JOÃO DE MENDONÇA -- JOÃO RAIMUNDO -- JOÃO RODRIGUES -- JOÃO S. JARDIM -- JOÃO DA SILVA -- JOÃO DE SOUSA BARRETO -- JOÃO DE SOUSA JÚNIOR -- JOAQUIM FERNANDES BARREIRA -- JOSÉ A. TEIXEIRA -- JOSÉ D'ASSUNÇÃO -- JOSÉ CABRAL -- JOSÉ DE FREITAS -- JOSÉ G. JÚNIOR -- JOSÉ M.DA ENCARNAÇÃO -- JOSÉ DE NÓBREGA -- JOSÉ VIEIRA -- MANUEL G. DE CARVALHO -- MANUEL M. DA ENCARNAÇÃO -- PEDRO DE MENEZES BORGES -- ........... (CONT.) ......................... ================================================= -- Jornal "a Huila" nº 735 - Pg. 1 - de 30 de Março de 1955 -- --- Da Redacção : "LEGISLAÇÃO PARA A COLONIZAÇÃO DE ANGOLA -- Portaria 132 de 8-4-1884 - B.O. nº 16 de 21-4-1884 - Pgs.260/261 vº" ---- "A CÂMARA MUNICIPAL DE SÁ DA BANDEIRA em sessão ordinária de 26/3/1955..." --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA - cont.)" -- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - cont." -- --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA -(cont.) " - -.... parágrafo 5º - O posto da Huila tem os seguintes limites : .... Norte .... Este ..... Sul .... Oeste .... ============================================== -- Jornal "a Huila" nº 736 - de 2 de Abril de 1955 -- --- Da redacção : "DR. CARLOS CARNEIRO" -- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - VIII " (cont). --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA - (cont.)" -- "PORTUGAL NO ULTRAMAR" --- "TENENTE-CORONEL COUCEIRO NETO - assumiu o comando do Regimento de Infantaria de SÁ DA BANDEIRA e o Comando Militar da Região" -- "PORTUGAL NO ULTRAMAR. em preparação do seu 2º volume, deslocou-se a SÁ DA BANDEIRA o seu autor,JOSÉ PEREIRA CARDOSO, sob patrocínio de altas entidades oficiais.--- --- Notas Soltas : - Visita do Sr. Dr. RAFAEL ÁVILA DE AZEVEDO, Chefe dos Serviços de Instrução de Angola, pouco tempo após o seu grave acidente de aviação próximo de LUANDA -- Dr.AGUINALDO VEIGA, Delegado do Procurador da República da Comarca da Huila,foi promovido a Juiz de Direito e transferido para a Comarca do CONGO. -- --- - "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA" - VIII- (cont.) -- --- JACINTO RODRIGUES - natural de ? (18 anos), solteiro. --- JOÃO NARCISO DE GOUVEIA -natural de PONTA DO PARGO(22 anos), solteiro. --- JOSÉ ANTÓNIO BETENCOURT - natural de Calheta(30 anos), casado com MARIA CRISTINA; filhos : - João(9) e Maria(6). --- JOSÉ FERREIRA DE CARVALHO - natural de Santa Luzia(34 anos), casado com ESTEFÂNIA DA COSTA ABRANTES; filhos : - Feliciano(9), Duarte(6), Amélia(4), Maria(3) e José(4 meses). --- JOSÉ FERREIRA JÚNIOR - natural de S.Martinho (20 anos). Casou com MARIA DE JESUS em Jan. de 1886. filho : - Manuel (nascido em - 17/9/1886). --- LUIS DE ABREU FARIA - natural de Ribeira Brava(30 anos), casado com CRISTINA DA SILVA DE JESUS; filho - Manuel(20 anos). --- LUIS DE ANDRADE - natural de S.Pedro(19 anos),solteiro. Casou com CAROLINA DE FREITAS em 4/7/1886; filho : - Leopoldina(4/4/1887). --- MANUEL PAULO DE FREITAS - natural de Boaventura(35 anos), casado com BASÍLIA DE JESUS; filhos :- Maria(3) e Manuel(nascido em Dezº 1886. --- MANUEL ROSALES - natural de Sevilha(Espanha) (40 anos), casado com RITA ROSALES; filhos : - Manuel(16), Emília(14), Felícia(10), Júlio(8), José(7), Guilhermina(6), Cristóvão(4) e Adelaide (?). --- MANUEL VICENTE FERREIRA - natural de S.Jorge(42 anos), casado com MARIA DE JESUS; filhos : - Manuel(8), Maria(6) e António(2). --- PEDRO DA CORTE - natural de Tabuca(19 anos),solteiro. --- RICARDO RODRIGUES - natural de S. Martinho, solteiro. --- ROQUE DA SILVA - natural da Sé (19 anos), solteiro. --- SILVÉRIO RODRIGUS COELHO - natural de Porto Moniz,casado com MARIA DO COUTO; filho : - Manuel (6 meses). Este grupo era composto por 208 colonos, incluindo homens, mulheres e crianças de ambos os sexos. === SEGUNDA COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA : = Vinda em 1885 === ~-- ANTÓNIO DE ABREU, natural de Boa Ventura(24 anos),casado com MARIA DE JESUS. --- ANTÓNIO ALVES - natural de Oleiros(Portugal),(27 anos),solteiro. --- ANTÓNIO COELHO - natural de Caniço (40 anos), casado com VITORINA DO NASCIMENTO ---- ANTÓNIO GOMES JÚNIOR - natural de S. Roque(32 anos), casado com MARIA DE JESUS; filhos : - Matilde (21), Gregório(9), Maria(3 meses). --- ANTÓNIO GOMES RODRIGUES - natural de Santa Ana(31 anoa), casado com ANA JOAQUINA DA ENCARNAÇÃO; filhos : - Maria(5) e Ana(2 anos). --- ANTÓNIO DE GOUVEIA - natural de Arca da Calheta (23 anos), solteiro - *-- ANTÓNIO DE JESUS -- --- ANTÓNIO MANUEL GOUVEIA - natural de S. Vicente(31 anos), casado com ANTÓNIA DE JESUS; filhos : - Maria(4), Manuel(7 meses), Isabel(nascida a 28/9/1886), Maria(nascida 23/7/1887). --- ANTÓNIO MARTINS ALVES - natural de Porto da Cruz(40 anos), casado com MARIA NARCISA; filhos : - Manuel(16), João(9), Maria(6), Marcial(9 meses) e Rosa(nascida em Abril de 1887). --- ANTÓNIO MARQUES LUIZ - natural de Santa Ana(46 anos), casado com JOAQUINA FREITAS DE JESUS; filhos : - Maria(14), José(12), Carolina(8), Ana(6), Luisa(3) e António (22 dias). *-- ANTÓNIO RODRIGUES -- ---ANTÓNIO RODRIGUES DA CÂMARA - natural de Santa Cruz(28 anos), casado com RITA MARIA; filhos : - Maria(3), Joaquim(2), Adelaide e Rita(nascidas em 25/9/1887). --- ANTÓNIO ROQUE DE FREITAS - natural de Boaventura(40 anos), casado com MARIA ROSA; filhos : -Manuel(15), Maria(12), Quitéria(10), Virgínia(6), Paulo(2), Maria José (nascida a 5/8/1886). --- ANTÓNIO DOS SANTOS - natural de Santa Lusia(24 anos),solteiro. --- BENTO JOÃO - natural de Tábua(52 anos), viúvo; filhos: - Maria(22), António(17), Ana(15),José(12),António(10). --- CASIMIRO CALDEIRA - natural de Porto da Cruz(46 anos), casado com MARIA MATILDE; filhos : - Maria(23), Casimiro(16), João(14), Henriqueta(12), Laura(8). --- FRANCISCO DE GOUVEIA - natural de Ribeira Brava(25 anos),casado com ISABEL DE JESUS GOMES. *-- GREGÓRIO MARTINS -- --- JOÃO DA COSTA - natural de Machico(32 anos),casado com FRANCISCA DE JESUS; filhos: - Maria(13), Francisca(12),José(8),Francisco(6) e João(4 anos). --- JOÃO DE FREITAS - natural do Machico(43 anos), casado com CRISTINA DE JESUS; filhos : - Romana(13), Maria (12), Augusta(10), Cristina(7), Manuel(5),Tereza(2)e Alexandrina(1 mês). - --- JOÃO DE FREITAS GOMES - natural de Santa Ana(48 anos), casado com MARIA DE FREITAS DE JESUS; filhos : - Maria(20),António(16),Joaquina(12)e António(primo)-19 anos. --- JOÃO MARQUES CALDEIRA - natural de S.Jorge(45 anos), casado com MARIA ROSA DE JESUS; filhos :- Maria(16), Francisco(12)e José(8). --- JOÃO MARQUES LUIS - natural de Santa Ana(41 anos), casado com MARIA DE FREITAS DE JESUS; filhos: - Manuel(6), Maria(4), Gertrudes(2) e João(nascido a bordo em Outubro de 1885) . --- JOÃO MENDONÇA - natural de Porto da Cruz(23 anos), solteiro. --- JOÃO NUNES - natural de Ribeira das Galinhas(20 anos),solteiro. Casou com MARIA DE JESUS em 1/8/1887. --- JOÃO DOS SANTOS - natural de S.Martinho(29 anos),casado com JUSTINA DE JESUS; filha - Maria(2) e cunhado JOSÉ DE PONTES(17 anos). --- JOÃO SOARES DE ABREU - natural de Porto da Cruz(40 anos), casado com MARTA ROSA; filhos : - Rosa(6), João(4), José(nascido a bordo em 20/5/1885). --- JOAQUIM PEREIRA SARDINHA - natural de Alcobaça(Portugal)26(anos),solteiro. --- JOSÉ DE ABREU - natural de Tábua (? anos),casado com MARIA DO NASCIMENTO; filhos: - Maria(23),Victorina(20),Francisco(18),António(16),Virgínia(12),João(10),Manuel(7) e António(3). --- JOSÉ DE CASTRO - natural de Santo António(49)anos,casado com ANTÓNIA DE JESUS; filhos : - Luis(15), Alexandre(13) e Augusto(1). --- JOSÉ FIGUEIRA - natural de S.Vicente(54 anos),casado com MARIA PESTANA; filhos : - Tereza(20), António(10),Maria(7) e João(3 anos). ........... (ont).............. --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA DE ANGOLA - (cont.)" -- --- Artº 81º - O Concelho de Quilengues, com sede na vila do mesmo nome, tem os seguintes limites : ................................... ======================================= -------- "NÃO SE ENGANARÁ EINSTEIN" -------- De Einstein, o grande sábio, o génio da teoria da relactividade, que levou a ciência a novos e largos horizontes,se transcrevem estas profecias : "...Por detrás das muralhas do mistério, os meios de destruição colectiva aperfeiçoaram-se com uma pressa febril. Se este fim é alcançado, o ebcerramento da atmosfera pela radioactividade e por consequência a destruição de toda a vida sobre a terra entrou no domínio das possibilidades técnicas"... Estas palavras proferidas há alguns anos pelo eminente cientista, vêm sendo justificadas de dia para dia e, por certo, terão absoluta confirmação se os homens, não sabendo entenderem-se por meios pacíficos, tiverem de recorrer à força, à força brutal e desumana que arruinará tudo quanto exista sobre a terra. O resultado da aplicação das bombas atómicas e das suas experiências constantes, demonstram bem ao Mundo o perigo duma deflagração em grande escala.Mas nem por isso elas cessa, nem os homens deixarão de querer mais,nessa louca carreira em que os lançaram, esquecidos mesmos que a futura existência de seus próprios descendentes cederá perante a força estupenda que eles alicerçaram, sentados nos laboratórios ou debruçados sobre os complicados mapas e tubos de ensaio. O homem, o cientista, parece obsecado defronte dessa energia que ele considera maravilhosa,transcendente, por isso continua sem atender a nada mais.Pudesse ela ser utilizada para fins pacíficos, no desenvolvimento da indústria, da ciência e de tantos ramos que contribuam para a economia mundial. Mas tal já não será possível, desde que o homem conhece os meios de se servir dela para fins destrutivos. Enquanto muitos sábios se entreteem em constantes experiências nos desertos de Nevada, outros buscam meios de defesa para a espécie humana. Mas as conclusões a que chegam os mais estudiosos são pouco favoráveis, porque, pelo contrário, veem justificadas as alterações climáticas que se verificam inesperadamente, sem causas aparentes, em prejuízo de toda a humanidade. Outros provam que essas experiências poderão ser mortíferas; vejamos que numa das últimas realizadas em Las Vegas ficaram cegos alguns cientistas. Começa a ser tempo de se pensar bema sério em tal assunto. Todas as nações livres deveriam, ao contrário do que fazem a maior parte, revoltarem-se contra essas experiências tenebrosas, iniciando uma intensa campanha contra a guerra atómica, fantasma hediondo, numa época de progresso e civilização, e em busca de todos os meios lícitos e pacíficos para conseguir a paz mundial. ............................................... ---(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 737, pgs. 1/4 , 9 de Abril de 1955 --- .................................................. --- Da Redacção : "WINSTON CHURCHIL" --- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - IX " (cont.)- (v. transcrição a seguir) : --- "NOVA DIVISÃO ADMINISTRATIVA" (cont. - v. transcrição parcial)--- : ----- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA" - IX ----- --- JOÃO FERNANDES DA SILVA - natural de Calheta(50 anos), casado com MARIA DE JESUS; filhos : - Manuel(12), Cristina(7)e Maria(6 anos). *-- JOÂO DE FREITAS MENDES -- --- JOÃO GOMES SERRÃO - natural de Boa Ventura(40 anos), casado com ALEXANDRINA LUIZA; filhos : - Maria(6), Manuel(5),João (nascido em Agosto de 1885). --- JOÃO GOMES DA SILVA - natural de S.António(32 anos), casado com VIRGINIA DA SILVA; filhos : - Maria (11), Virginia(5),António(2) e Luiz(nascido em 19/7/1885). --- JOÃO GONÇALVES RIBEIRO - natural de Ponta do Pargo(43 anos), casado com JUSTINA MARIA DE GOUVEIA; filhos : - Maria(17), Manuel(14), Júlia(12),José(7). --- JOSÉ DE ABREU PEREIRA - natural de Tábua(42 anos), casado com Virginia Rosa; filhos : - António (11) , Jacinto(7), Maria (4) e Manuel Francisco (pupilo). --- JOSÉ PEREIRA - natural de Campanário(28 anos), casado com VITORINA HENRIQUES; filhos : - Maria(10), José(4), Matilde (2 anos). .............. (cont) ......................... *-- JOAQUIM DE ARAÚJO -- LUCAS DA CÂMARA -- LUIS DE ABREU FARIA -- MANUEL ALVES(CARPINTEIRO) -- MANUEL DE CANHAS -- MANUEL . V. FERREIRA -- MANUEL FRANCISCO --MANUEL FRANCISCO DE FREITAS -- MANUEL GONÇALVES -- MANUEL DE GOUVEIA -- MANUEL RODRIGUES -- MANUEL DA SILVA (FRADE) -- SEVERINO DOS SANTOS -- SILVESTRE PESTANA -- -- VASCO DE MIRANDA CALDEIRA -- ........................................... --- De outros colaboradores : - P.MARCELINO (Das Novidades) - "ONDE ESTÁ O MAL" --- ======================================= ........................................................... ------------- "OURO NEGRO" ------------- Nos arredores da capital jorrou das entranhas da terra a amostra desse espesso mas valioso líquido chamado petróleo. Na história das civilizações ele tem sido uma mola real no desenvolvimento e progresso económico, tem feito nascer cidades inteiras, tem alicerçado nações dando-lhes uma posição económica nunca atingida. Mas, também tem sido motivo de discórdias entre potências industriais e militares. Onde surgiu um poço de petróleo e se levantaram altas torres, protegendo as mais modernas e potentes sondas, também, surgiram sempre verdadeiras cidades, constituídas por homens que chegavam em caravanas como aventureiros, inebriados talvez por sonhos de riqueza, ambiciosos por conseguirem melhores ganhos.. Extensos e largos "pipe-lines" cortaram campos e desertos a caminho dos portos e refinarias. Centenas e milhares de desempregados obtiveram trabalho rude por certo, mas mercê do qual deram mais estabilidade aos seus países, fizeram criar novas linhas férreas e portos comerciais. A notícia de ter jorrado petróleo em Benfica, veio, como não podia deixar de ser, trazer alegria a todos nós, esperançados em melhores condições para esta Angola imensa. Os analistas e técnicos afirmam que o petróleo de Benfica é melhor do que o da Arábia. Isto significa que em breve teremos em Angola em pleno funcionamento refinarias que hão de nos dar boa gasolina, e que os produtos subsidiários poderão ser bem aproveitados. Novos horizontes se abrem na indústria; grandes instalações hão de surgir e, por consequência, muitos desempregados encontrarão trabalho onde possam usufruir justa recompensa na luta gloriosa de sugar das entranhas ricas da terra esse precioso líquido que movimentará o Mundo ainda por largos anos, até que o átomo o possa destronar; esse precioso líquido que fará mover todos os serviços mecanizados que o necessitem, a preços que julgamos mais baixos. A economia nacional beneficiará desta importante descoberta de maneira bem vincada. Todas as atenções estão agora voltadas para esse novo problema, mas sem que os demais possam ser sequer prejudicados. Por certo Angola dará um decidido passo no progresso e contribuirá largamente para a economia nacional. Que o petróleo de Angola, o oiro negro desta "Negra África", abra uma nova era de progresso e bem estar é o que desejamos; mas, desejamos também, e ainda mais, que não nos conduza aos caminhos em que,na história das civilizações, alguns povos descontrolados e precipitados foram arrastados ou se deixaram arrastar. ............................................... --(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 739, pg. -23 de Abril de 1955 -(Editorial)- ................................................ --- Da redacção : "LEGISLAÇÃO SOBRE A CONSTRUÇÃO URBANA - cont." -- --- De outros colaboradores : " LEÃO DA ROCHA ("DESENVOLVIMENTO DE ANGOLA") --- ===================================================== ....................................................... ----------- "DA SERRA AO LITORAL" ----------- Passando além Morro Maluco, sentinela vigilante, grandiosa e assustadora, descendo a serra entre precipícios abruptos e tenebrosos em curvas apertadas, surge-nos o perigo a cada momento de descuído; lá no fundo, no horizonte coado por esfumada neblina, destinguem-se algumas casas de Vila Arriaga, num imponente e temeroso cenário que a natureza criou,colorindo-o de variadas cores; ali moram alguns colonos que não temendo os perigos da selva se fixaram e fixeram nascer uma risonha vila. Depois, mais além,pelo árido e cansado deserto um trilho nos conduz às praias da vizinha cidade de Moçamedes; cidade centenária onde há setenta anos desembarcaram também os pioneiros do sertão desconhecido e inóspito. Gente rude, descendentes de pescadores algarvios, fixaram-se e lutaram por um futuro, hoje presente e valiosa realidade. Mas, deixemos a cidade antiga e de tradições para nos voltarmos à moderna, cheia de agradáveis realidades! Ali, na cidade alta, digamos assim, como que nascem moradias a cada dia mais que os operários se entregam às suas tarefas. Encontramos belos conjuntos de casas, algumas simples mas de linhas interessantes; houve o cuidado de se não prejudicar a beleza daquele novo bairro, e as construções em formas por vezes bastante originais e arrojadas estão pintadas em cores diversas,numa policromia nada berrante, antes pelo contrário bastante agradável. Aquela espécie de rivalidade em construções novas fez surgir em pleno deserto dezenas de belas moradias; cremos bem que estando ali defronte o novo porto o ritmo aumentará, atendendo ao facto de já se estarem a construir também edifícios públicos, de certa envergadura, a que outros mais se hão de seguir. Ora bem, aqui nesta altaneira cidade do sertão, rodeada de maravilhas e tantas belezas que a natureza lhe deu, seria interessante que se fizessem casas de aspecto assim agradável. Pode muita gente alegar que não pretende seguir ou de que nem sequer gosta das construções de linhas modernas como uma ou outra que por cá já existem, perfeitamente de acordo; masc nesse caso, seria bom que se construíssem casas de aspecto mais atraente, interessante e mais variado, até fugindo à mesma influência de construção em "quadrado", em paredes lisas, pesadas, sem variações nem ornamentos, em pinturas iguais umas às outras. Procuremos construir residências que possam emparelhar com as belezas naturais desta linda Sá da Bandeira, e vençamos o nosso falso orgulho por não aprovar o que na verdade merecia apoio ou sim comodismo de aceitarmos o que nos apresentam. Sá da Bandeira, futura cidade universitária e cidade de turismo, merece bem ser embelezada, e por isso, todos os construtores deviam procurar contribuir com a sua quota parte para se atingir esse ideal. ..................................................... --- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 741 - pg. 1 - 7 de Maio de 1955 --- ............................................... --- Da Redacção : "VISITA PRESIDENCIAL À GUINÉ, CABO VERDE E MADEIRA " --- --------------------------------------- ------ "COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA" (cont.)------ ..................................................... .. Em 1903 ocupou-se o Quipungo, construíndo-se um Posto Militar, garantindo-se, assim, as comunicações com Quilengues, Caconda e as regiões do leste onde o comércio, principalmente da borracha, começava a tentar................................................... Concentrada em 28 de Agosto no Humbe, esta Coluna composta por 1.256 praças, das quais 917 europeias, 51 oficiais, 125 solípedes, mais de 1.000 auxiliares, 6 bocas de fogo e 3 metralhadoras, num total aproximado de 2.500 homens, sob comando do Governador do Distrito, Capitão Alves Roçadas, atravessa na manhã do dia seguinte o Cunene, e bivaca no alto do Encombe, na margem esquerda em terras cuamatas, dando-se no dia 30 início à construção do forte, que se ficou chamando Forte Roçadas. ........................................... ================================================== .................................................. ----------- "POBRES E PEDINTES" ----------- --- Eis um problema a que se impõe resolução urgente --- A cada momento nos encontramos com pedintes pelas ruas da cidade; geralmente são indígenas -- mas já temos visto brancos -- velhos, doentes e aleijados que por aí se arrastam com custo, esmolando uma vez por semana, conforme lho permitem, procurando angariar o bastante que lhes mate a fome nos restantes dias. Aqui, como em muita parte do mundo, eles surgem estendendo a mão à caridade, quando a encontram de facto; porque a maior parte das vezes não conseguem obter senão um "agora não tenho nada". A necessidade, a miséria, leva-os a percorrer todas as ruas, a bater em todas as portas, levando consigo, inocente e ignoradamente , as mais variadas infecções, em feridas de aspecto repelente que aos poucos afectam a saúde pública. Mas, a sociedade não os deve repelir, antes pelo contrário até; aí está a essência da questão. Em vez de os deixar andar pelas ruas transportando e transmitindo possíveis doenças, deviam de ser internados em asilos próprios, para os quais essa mesma sociedade devia contribuir dum modo mais altruísta. Assim, teriam os mendigos, doentes e aleijados, assegurada a sua existência e saúde, enquanto por outro lado se contribuía para a higiene publica, ao mesmo tempo que moralmente nos podiamos sentir mais satisfeitos por os ter amparado, não os vendo aqui e ali, esfarrapados e magros, triste chaga, implacável acusadora do egoísmo humano, pesadelo daqueles que tantas vezes se esquecem da miséria e orgulhosa e falsamente os repelem. Eles não são cães vadios,nem empecilhos à vida de todos nós. Não ! Também têm direito à vida; e já que o destino lhes roubou a saúde e os meios de vida própria lançando-os na ribanceira, nós os devemos proteger asilando convenientemente. Existem organismos de beneficência, mas, infelizmente, talvez por falta de apoio ou compreensão de muitos, não deixamos de ver sempre esse triste aspecto : um pobre esfarrapado com sacola às costas, mendigando aqui e ali, carregando consigo tantas e perigosas doenças. Eles não têm culpa; precisam de comer e a fome não lhes tolera restrições nem preconceitos. Nós os devemos proteger da melhor maneira, dando-lhes o que necessitam, em lugar conveniente. ................................................. --- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 744, pg. 10 - 28 de Maio de 1955 --- ............................................ --- Da Redacção : ( - "COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA - - (cont.)" (transcrição parcial ) : --- .... No princípio de 1907 organiza-se uma Coluna com as tropas existentes no Distrito e restante Província, reforçadas com duas unidades vindas da Metrópole e uma Companhia de landins, de Moçambique, no total de 85 oficiais. 1447 europeus, 1129 indígenas, 444 solípedes 10 bocas de fogo, 4 metralhadoras, 66 viaturas, 320 auxiliares com 70 cavalos, ou sejam 3.811 homens ............................................................ .... Construíram-se nesta tormentosa marcha os fortes de Aucongo, Damaquero,D.Luis Filipe e Nalueque, linha que ficou a marcar, perante nacionais e estrangeiros esse acto heróico. Mufilo, só por si, é uma verdadeira epopeia. Findo este ano, ficou apenas um foco de rebeldia -- os povos cuanhamas, que oito anos mais tarde deviam ser submetidos. Devemos concordar que o esforço foi grande, mas bem compensado. Assim se ocupou esta vasta região, este Sul de Angola: Com muito sangue, muito sofrimento e muita abnegação. Julgamos ter assim prestado um bom serviço, dando a cada elemento na ocupação do Sul de Angola o seu lugar e valor. Para esta ocupação contribuíram colonos, comerciantes, militares e padres. ================================================== .................................................. ------------- "A MULHER E O LAR" ---~------- Por muitos anos e em vários países se tem debatido um problema de grande importância para a mulher e que não pode deixar de estar inteiramente ligado ao interesse masculino : - a mulher deve ou não trabalhar fora do lar ? Ora, o problema é demasiadamente complexo e delicado para poder ser tratado sem importantes bases ou conhecimentos de causa; todavia e apesar disso, não o deixemos seguir descontroladamente, em prejuízo de toda uma sociedade. A mulher que trabalha fora do lar pode ser solteira, casada, divorciada ou viúva, portanto em qualquer das situações sociais. Agora vejamos o problema por partes : -- A solteira, geralmente é uma moça que arranja emprego onde possa usufruir razoável remuneração para os seus compromissos, em trabalho leve e, em muitos casos,como quem pretende entreter-se com tarefas diferentes das caseiras, fugindo à monotonia de uma vida privada. Só lhes devia ser permitido entrar para empregos, públicos ou particulares, desde que tivessem absoluta necessidade disso.Vemos muitas vezes certos lugares serem ocupados por raparigas que, de modo algum, necessitam de tal remuneração, pois seus pais ou a família as podem manter satisfatoriamente; e isso em prejuízo de outras que mais precisariam desses mesmos empregos. E o problema vai-se agravando por várias fases : - por um lado, a jovem saída das escolas ou do liceu, já com certa preparação intelectual, ou sonha logo em seguir por vezes uma pretenciosa carreira, num seguro cargo de instrução -, ou então se julga apta a desempenhar funções de vida pública e não as maçadoras tarefas caseiras; (existem felizes excepções por certo). Por outro lado, essa mesma jovem, atirada para a vida movimentada e complexa, se perturba mais facilmente, já pela sua constituição física, geralmente mais sensível do que a do homem, já por outra questão fisiológica, sempre importante a considerar. Por sua vez, começam-se descolorindo os elevados anseios de sua alma delicada, desvirtuando-se da nobre missão do lar, para a tranquilidade de seu futuro esposo. Ela deixa de adquirir certos conhecimentos e uma prática que mais tarde perturbarão o seu bem estar. Há empregos para os quais elas se adaptam, mas há muitos outros em que, pelo contrário, lhes são prejudiciais até. Assim, eis um aspecto grave da questão : elas vão ocupar lugares que podiam caber a esses tantos rapazes desempregados ou mal situados, muito mais necessitados de os possuir e, geralmente mais capacitados em os desempenhar. Porque eles, também saídos dos liceus onde apenas foram adquirir certa bagagem intelectual e, impossibilitados de maiores voos, ao voltarem-se para a vida real, num meio restrito, se vêm na contingência de irem ocupar quaisquer lugares, porque têm de começar a olhar pelo seu futuro, com muito mais necessidades do que uma rapariga. Poderá dizer-se que elas apenas ocupam certos lugares, os quais, pela restrita remuneração, não interessariam a um jovem. Nada mais contaditório; conhecemos bem muitos que usufruem menos do que em empregos (bastantes mesmo) ocupados por raparigas, sem que elas tenham necessidade alguma. -- No caso, mais de considerar,da mulher viúva ou divorciada, justifica-se tal resolução quando não possuem meios suficientes para manter os filhos desamparados ou a sua própria situação. -- No que se refer à mulher casada, o problema assume grave aspecto. Ela não deve ocupar lugares públicos nem particulares porque,se por um lado os desempenha na intenção de compensar um vencimento diminuto de seu marido, por outro, verá aumentarem-se relativamente as despesas do lar, sem o seu controle constante e eficiente. Se apenas trabalha para que o casal adquira uma óptima situação económica, mais grave é a situação, justificando-se uma vez mais o caso de ocuparem um lugar sem necessidade alguma, um lugar que não lhe devia pertencer. Dum modo geral,o afastamento diário da mulher, do lar para a vida pública, prejudica as suas funções de esposa, mãe e dona de casa, muitas vezes na contingência de piores situações e em agravamento da sua constituição fisiológica. Portanto, desde que não haja uma razão absolutamente forte, a mulher deve permanecer no lar, em sua vida privada, entregue às tarefas caseiras,à educação mais cuidada de seus fulhos, não indo ocupar lugares que não lhe devem pertencer. Isso resultaria numa melhor situação para muitos rapazes e homens, e, possivelmente, para maior harmonia em muitos lares onde,se, porventura um emprego favorece a situação financeira, afecta e destrói a felicidade. Neste último aspecto, se há dignas excepções, há muitas vezes, infelizes e tristes situações. ....................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 745 - Editorial) - de 15 de Junho de 1955 -- ........................................... --- Da Redacção : "PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS" --- "GOVERNADOR GERAL" --- "NUMA DE FIGUEIREDO (falecimento)" ( v. transcrição parcial, a seguir : --- ------------ "NUMA DE FIGUEIREDO" -------------- "No derradeiro dia de Maio ùltimo, terça feira da semana passada, faleceu no Hospital desta Cidade o nosso amigo Numa Ribeiro Reis Homem de Figueiredo. Pessoa erudita, com uma vasta cultura humanísta e científica e possuindo uma prodigiosa memória, era um conversador interessante que encarava a vida com uma filosofia especial, despresando convenções sociais e rindo-se das vaidades humanas. Nascido em Moçamedes onde, seu pai, Augusto José dos Reis Figueiredo, foi comerciante e rico proprietário, contava agora 63 anos e fora de pequeno para Lisboa onde fez o curso do Liceu, tirou a preparatória na Escola Política, onde se distinguiu com brilhantísmo nas Matemáticas, cursou Medicina só até ao 3º ano, por achar que não tinha vocação para médico; matriculou-se depois em Direito em Coimbra, tirando o 3º ano de curso, mas sendo obrigado a voltar para Lisboa, por morte do seu pai, para junto de sua mãe que ali residia,e, por não haver ainda ali a Faculdade de Direito, matriculou-se no Curso Superior de Letras. Numa de Figueiredo teve de ganhar a vida dando lições a alunos dos Liceus. Foi professor da velha Escola Académica e teve tempo então para tirar o curso do Instituto Industrial. ................................................... Foi professor da Escola Primária Superior "Barão de Moçamedes" até ela ser extinta e substituída pela Escola de Pesca. Veio então para o Planalto com sua esposa e filhos, vivendo aqui a dar explicações a alunos do Liceu. Carácter impoluto, não se lhe apontava um único acto da sua vida moral que lhe fizesse perder a estima de quem o conhecia. Conservou sempre essa estima dos seus antigos condiscípulos, médicos, engenheiros, advogados e professores, que por aqui vivem hoje e a dos seus condiscípulos que foram numerosos e se encontram ocupando lugares de destaque na vida pública e social da Huila. Tal o homem que mereceu esta referência especial para explicar a filosofia da sua vida, e que, no dia 1 deste mês, acompanhámos ao Cemitério da cidade, onde, apesar de não terem sido feitos convites e de muita gente não ter sabido da sua doença nem da morte, acorreram muitos dos seus amigos, dos seus condiscípulos e dos seus antigos alunos. A toda a família enlutada e em especial a sua mãe, que vive em Lisboa, a sua Esposa, srª Dona Maria do Carmo Campos Amboim de Figueiredo e a seus filhos, D. Marta Carmem Campos de Figueiredo e Gonçalo Campos de Figueiredo, apresentamos as nossas sentidas condolências. =============================================== ................................................. -----"A VALA DO TCHINQUERÉRE" ---- (Justa aspiração da População da Chibia)-- Há bastantes que na Chibia se vem falando e se tem procurado solucionar o problema de abastecimento de água à vila. Sabemos que, há alguns anos atrás, depois de reuniões dos principais agricultores e pessoas mais gradas da terra, em que surgiram opiniões bastante diversas e certas, ou até contraditórias, ficou assente continuar os trabalhos da construção duma vala que, captando a água potável do Tchinquerére, a conduzisse até à vila. Ora, infelizmente, as correntes contraditórias ganharam terreno, os trabalhos paralisaram e a ideia acalentada no ânimo das gentes por tantos anos de esperanças, foi murchando numa pesada apatia. Cada vez mais a vila se ressentia da sua falta. Escassearam as chuvas nos últimos anos e a população quase se viu privada do elemento vital, pois na única cacimba de abastecimento, situada ali no jardim, o nível descia assustadoramente. Os campos e pomares morriam de sêde, mas o povo ainda aguardava, também com admirável resignação, na futura realização dessa outra obra de que tanto necessitam -- a barragem do Nene. Finalmente parece que as coisas normalizam, pois já se nos constou que ela será iniciada em breve; esperamos que assim seja, pelo que toda a população da vila ficará imensamente grata. Todavia, continuava de pé, aguardando solução, o primeiro problema, o de mais urgente necessidade : -- o abastecimento de água potável. Parecia que os entusiastas também tinham desaparecido ou quebrado perante a indiferença egoísta dos não necessitados. Mas, finalmente, uma nova onda de boas vontades se ergueu, inundando até mesmo essa indiferença em que alguns talvez desejavam continuar. E ela já não pode ser detida porque galgará as barreiras que lhe possam surgir. E eis que,uma população em peso alinha nas fileiras ao soar das trombetas, sopradas forte e alto por algumas pessoas de responsabilidade. Todos acorrem então a oferecer o seu modesto apoio, na esperança de que esse plano resulte compensadoramente. Assim, aproveitando os tradicionais festejos de S.Pedro, uma comissão competente tomou a peito o seu melhor aproveitamento, revertendo os resultados para a continuação dos trabalhos de construção da Vala do Tchinquerére. Nestas Festas foram incluídas algumas provas desportivas a que por certo os clubes da Huila não deixarão de dar a sua valiosa colaboração, dado o fim que se pretende alcançar. Desse modo também esperamos ver os festejos bastante concorridos, compensando a justa ambição da boa gente da Chibia. Aguardamos para altura oportuna os resultados atingidos e mais detalhes sobre a realização dessa obra. ........................................................... - (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 746, pg. 1/2 - de 22 de Junho de 1955 - ................................. --- Da Redacção : - "CONTRIBUIÇÃO SOBRE TERRENOS AGRÍCULTADOS" --- "O BEIRAL DA HUILA" --- "É BOM SABER -- Portaria nº 8.977 " --- --- De outros colaboradores : JOSÉ DE PONTES ("TRIBUNA DOS NOVOS -- A criação duma "Biblioteca Popular") --- ===================================================== .................................................. - "CARTAZ DE FESTAS DA SENHORA DO MONTE" - De tempos a tempos surgem certames artísticos, jogos florais, exposições de arte, com prémios a distinguir os mais valiosos trabalhos, e, todos aqueles que se apaixonaram por essas realizações, lá vão sempre tentando a sorte ou ainda,digamos melhor,satisfazendo às suas próprias manifestações artísticas ou literárias, colaborando e apoiando a organização de tais concursos. Sucede porém e, infelizmente, que no final surge o descontentamento de alguns concorrentes que, com ou sem razão, se julgam com mais direitos de ver os seus trabalhos premiados, e a incompreensão também de muitos que sem terem entrado na competição, sabem ainda apreciar e julgar do justo valor dos trabalhos que nos surgem como premiados, desiludindo por tantas vezes os que, esperançosos e optmistas, aguardam ver premiado de facto um bom trabalho. E, se tal não sucede, não é porque bastas vezes outros melhores tivessem ficado para trás, lançados nos cestos de papéis por desprezo, egoísmo ou interesses particulares. Vem tudo isto a propósito do concurso aberto para a apresentação dum cartaz de propaganda às tradicionais festas de Nossa Senhora do Monte, pondo em relevo o seu aspecto festivo e as maravilhosas condições turísticas de que dispomos (por sinal continuando ainda como que desprezadas por muitos, como se não fossem realidades invejáveis). Apresentaram-se uns escassos concorrentes, por certo não movidos pelo interesse pecuniário, mas sim apoiando e acarinhando a simpática iniativa, satisfazendo talvez às sua manifestações artísticas, ousados e esperançosos em que se punha a apreciação e discussão o verdadeiro valor do seu trabalho, atendendo não só ao facto de terem satisfeito e respeitado as normais exigências estabelecidas, como ainda pelo conjunto agradável e simples apresentado, pondo em destaque o objectivo principal e digno a que se destinavam e pondo em relevo as belezas da cidade, as belezas do aprazível e resguardado local das festas, onde,no alto, numa capelinha branca e mística, a Senhora do Monte abençoa os seus fiéis, impondo mesmo respeito e admiração a quantos a contemplem dos mais variados e distantes lugares. Surgiu, não queremos dizer a "lume", o trabalho premiado e nem devemos desfazer ou menosprezar as reconhecidas qualidades artísticas do seu autor. Todavia, conhecendo outros trabalhos apresentados, verificando que não foram respeitadas as normas estabelecidas e que, até mesmo o seu conjunto não esteja inteiramente no âmbito, na esperança e na exigência dum público que felizmente ainda o saiba apreciar,não podiamos ficar alheios e indiferentes. É um trabalho de linhas geométricas, simples, que todavia não deixa de ser agradável à vista, mais pela diversidade de cores que pelo conjunto em si, quase não atendendo a pormenores interessantes e digamos mesmo, necessários. O que devia interessar acima de tudo, devido à projecção e entusiasmo que as nossas festas já conseguiram alcançar mesmo além fronteiras, era que por intermédio de um cartaz de mais sabor artístico e turístico, pudesse traduzir bem os objectivos em vista. Não quero afirmar que tal não tivesse sido apresentado de molde a satisfazer inteiramente; todavia, talvez outros conseguissem traduzir melhor esse aspecto, essa quase necessidade, para melhor concretizarmos. Mas, tudo estava bem se fosse isto apenas uma opinião meramente pessoal, particular, que podesse até ser julgada interessada, destrutiva ou prejudicial. Creio bem que assim não sucede, pois, até certo ponto, a opinião pública, conquanto desconhecendo outros trabalhos, já se manifestou desaprovando o que foi premiado, não só porque talvez não fosse de facto o melhor em todos aspectos, mas ainda por não satisfazer inteiramente a essa esperança, alimentada por quem quer e exige mais, atendendo ao alto nível cultural do nosso meio, dum futuro centro universitário, neste cantinho de poesia e de sonho alcantilado no alto das serras, rodeado de belezas e encantos, onde, por força das circunstâncias, se tem de ser artista, poeta, apreciador do belo, senão da sua verdadeira essência ao menos no seu natural e espontâneo desejo de contribuir com algo para o cenário que a natureza ensaiou. Se de facto não se apresentaram melhores trabalhos,isso então desilude e constrange. Creio não ser por motivos pecuniários porque o verdadeiro artista, ou por outra, aquele que se apaixona e aprecia o belo, não atende sequer a razões banais, a menos daí dependa a vida, o seu sustento, a sua necessidade vital e fisiológica. Mas, esse não é o caso, creio eu. Afinal, tudo está bem, porque também podia nem terem aparecido sequer concorrentes; senão vejamos que se apresentaram puros amadores, artistas desconhecidos, pretendendo alcançar êxito, ou quando também podiam ter dado a sua valiosa colaboração tão bons artistas que por cá conhecemos, procurando-se afinal atingir o verdadeiro fim em vista. Cremos, todavia, não se terem satisfeito interesses particulares, mmas sim atendido a este ou áquele pormenor artístico,talvez mais correcto, mas em que, porém, incompreensívelmente, não se seguiu, nem se respeitaram as normas estabelecidas pelo concurso -- que admitia um máximo de três cores e afastava a ideia de haver emendas ou correcções posteriores -- ; normas que outros tiveram o cuidado de respeitar como necessárias, evitando por tal desrespeito uma exclusão pura e simples, por, neste caso,se colocarem em maior vantagem, sabendo-se que desse modo podiam conseguir um cenário mais diversos, mais agradável ao sentido visual. A opinião pública poderá julgar bem o que apontamos. --- (de "SOURREIA") - Jornal "a Huila" nº 752, pgs. 1/4 -- 6 de Agosto de 1955 --- ................................... --- Da Redacção : - "O NOVO GOVERNADOR DA HUILA - Sr. Comandante Peixoto Correia... ") --- "A SAGRAÇÃO DA SÉ DE SÁ DA BANDEIRA" --- "FOI CRIADA A DIOCESE DE SÁ DA BANDEIRA" --- "CEIA DOS FINALISTAS DO LICEU" --- "FONTE LUMINOSA" --- ======================================================= ............................................. ----------- " PLANOS E REALIZAÇÕES" ----------- Depois de largos anos de quase uma apatia contaminosa e prejudicial, começo o sul de Angola, toda esta vasta e rica região da Huila, a ser olhada com mais carinho, a serem compreendidas as suas necessidades urgentes e imprescindíveis. O planalto da Huila é talvez a melhor região de Angola para a instalação dos colonos chegados da Metrópole distante, satisfazendo em parte o seu problema de excedência demográfica, sem que todavia se possam ou se devam esquecer as necessidades e exigências locais. De clima bastante saudável, esta terra maravilhosa e rica em recursos naturais, encravada no interior sertanejo da negra África, estava como que condenada a continuar nessa aflitiva situação ainda por mais tempo, atrofiando-se e extinguindo-se as boas vontades representadas por esses valorosos e esforçados colonos que há sete dezenas de anos trepararam esforçada e denodadamente esta tão majestosa quanto ardilosa Chela, aqui assentaram arraiais e prosseguiram na luta. E, hoje, é com justificado orgulho e vaidade que todos nós vemos amparados e prosseguindo em acelerado ritmo os sonhos das gentes de antanho, as necessidades imediatas das gentes do presente. Não se podia levar ávante um plano de colonização, de civilização dos naturais instalados ou refugiados no sertão inóspito, sem se procurarem beneficiar e aproveitar convenientemente as condições naturais das diversas regiões, na maioria férteis e fáceis de cultivar. Surgiu então o grandioso plano de irrigação de uma grande parte da região sul, aproveitando-se esses mananciais de água que correm sem proveito, descansada e orgulhosamente superiores à vontade dos homens, mas que muito em breve se precipitarão em cachoeiras ruidosas, movendo poderosos geradores que hão de fornecer energia eléctrica a preços mais acessíveis numa extensa linha, correndo depois então através de canais dirigidos às melhores regiões agrícolas que estavam condenadas a uma fauna agreste, onde reinassem as feras, mas que, mercê da lúcida e boa compreensão de quem nos dirige,se hão-de tornar em magníficos campos de agricultura, onde vivam pacificamente as gentes lusitanas, quer vindas do continente distante, quer os naturais da região, nascidos e criados para a luta e cultivo da terra e que a amam tanto quanto ao que têm de mais querido. Directamente ligado com o problema da irrigação e fornecimento de energia eléctrica para os mais variados usos, desde os industriais aos domésticos, apresentava-se o problema dos transportes que escoassem para o litoral portuário os produtos do interior. As estradas rodoviárias não eram suficientes, nem podiam satisfazer as condições económicas, atendendo ainda às desvantagens que surgem na época das chuvas. Por tal, o Caminho de Ferro de Moçamedes, vindo daquela cidade até á capital do planalto, tinha de seguir mais ávante, atravessando essas regiões agrícolas e pecuárias, indo mesmo além fronteiras, escoando desse modo e em sentidos diversos, não só os produtos do interior de que necessitam as vizinhas colónias estrangeiras, como ainda dando vazão com o mesmo destino, à riqueza piscatória de Moçamedes,Porto Alexandre e Baía dos Tigres. Era um sonho que se alimentava esperançosamente, que se enraizou em todos nós, e que, finalmente, podemos dizer, se realizou. Esses trilhos, largos e metálicos, suportados por resistentes madeiras das nossas florestas, correm pelo interior cortando o seio bravo e espinhoso desta estranha África! Vão-se melhorando as condições de vida das gentes e vão surgindo paralelamente às linhas gémeas, lindas e progressivas populações. Iniciado o plano de irrigação e melhorando o dos transportes, em grande escala e baixo custo, a região da Huila entra decididamente no verdadeiro caminho da exploração agro-pecuária e, consequentemente, no ramo industrial, na transformação e aproveitamento dos produtos naturais,passando da produção e consumo à venda em larga escala para os mercados mundiais, favorecido ainda pela maior capacidade e facilidade de embarque do novo porto acostável de Moçamedes. Hão-de surgir muitas e novas populações, centros de colonização branca; hão-de tomar vulto e desenvolvimento as cidades do sul, mais directamente beneficiadas pelo programa e trabalhos que se estão realizando.Mas toda a Província de Angola será influenciada por esses melhoramentos, beneficiada pelas produções intensas, beneficiada mesmo até certo limite pelo aproveitamento hidro-eléctrico da Matala ou de outras barragens que estão em planos, na transformação eficiente e económica de seus produtos, no desenvolvimento intenso e modernizado das suas indústrias. Venceram-se barreiras, reduziram-se dificuldades, e dia a dia, a nova linha vai avançando; hoje, Vila Artur de Paiva, amahã Matala e depois, mais além, até á fronteira ! Dia a dia as gentes vibram de entusiasmo e choram de comoçaão e alegria ao ouvirem vibrar o silvo estridente da fogosa máquina, ecoando pelos montes, e ao verem pela primeira vez, sulcando os trilhos metálicos, essa mesma e gigantesca "Garratt", atrelada a modernas e amplas carruagens, a modernos Wagons que transportarão os seus produtos e dar-lhes-ão um melhor nível de vida. Para finalizar, recordemos esta parte do feliz discurso de S. Exa. o Governador-Geral de Angola, Sr. Capitão Silva Carvalho, quando da inauguração do 1º troço da linha sul (na Chibia), no prolongamento do Caminho de Ferro de Moçamedes : ..." Hoje, mais um troço de linha férrea; amanhão, mais uma estrada, mais uma escola,mais uma igreja, um novo cais, novas riquezas extraídas do solo, novas produções arrancadas á terra, novas facilidades aos colonos, novos núcleos de população indígena levada á civilização latino-cristã. E é um novo país que surge, menos rápidamente do que pede o nosso desejo, mas num ritmo seguro, persistente, fatal, de quem apenas prolonga, no espaço e no tempo, as linhas estruturais do nosso destino de Nação"... ...................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 754 - (Editorial) - 27 de Agosto de 1955 -- .................................... --- Da Redacção : - "HOMENAGEM AO SR.DR. LEANDRO DE MENDONÇA" --- --- (de "SOURREIA" : - 3º RALLYE DE SÁ DA BANDEIRA" ---"CENTRO TURÍSTICO DA HUILA" e Reportagem sobre : "A VALA DO TCHINQUERÉRE") - Ver transcrições a seguir : ................................................ ----- "CENTRO TURÍSTICO DA HUILA" ---- Passaram-se as Festas e os turistas, se assim os podemos classificar, regressaram a suas casa : infelizmente muitos não conseguiram apreciar, nem tampouco aproveitar condignamente esses dias de férias. O entusiasmo pelas festas,pelas provas desportivas, roubaram-lhes o precioso tempo para irem apreciar mais de perto essas tantas belezas naturais que nos rodeiam. Isso, talvez porque as desconheçam, talvez porque seja demasiado enfadonho ir só, sem ter quem os guie, quem lhes descreva com mais pormenores a região que visitam. O Turismo deve constituir para nós uma fonte de riqueza; mas será preciso que tenha a seu lado uma franca publicidade, precisa que haja quem se preocupe em receber os turistas, quem lhes forneça elementos imprescindíveis. Por várias vezes nos temos referido ao assunto. Sabemos agora que alguns jovens de boa vontade se estão interessando por tal assunto e que esperam encontrar o melhor apoio e auxílio de quem ainda se interessa pelos problemas que nos podem beneficiar e contribuirem para a economia de toda esta região. Avante rapazes! ......................................... ------ "A VALA DO TCHINQUERÉRE" ------ --- Este assunto de vital interesse para a vila da Chibia, já aqui tem sido debatido e agora, com certa satisfação, verificámos que tal não foi em vão. Finalmente os brados que vinham de longe, quase perdidos pelo tempo, se repercutiram e atingiram o objectivo. Os trabalhos começaram e, mais do que isso, encontraram apoio da parte do Sr. Governador Distrital que ali foi visitar esse local, examinar as condicções e as necessidades dessa obra que tanto beneficiará aquelas terras. Depois do que lhe foi dado verificar e do que ouviu dos velhos colonos e agricultores da Chibia, o Sr. Governador Comandante Peixoto Correia prometeu uma verba inicial de 60 contos, o que, com as dávidas conseguidas anteriormente, atinge mais duma centena de contos; mas,como talvez esse montante não chegue para a conclusão das obras, o Sr. Governador prometeu protege-los e conseguir então uma verba que lhes permita a completa realização desse sonho que há tantos anos os anima e lhes dava esperanças duma vida mais fácil e mais compensadora. Cremos ainda que deste modo a Barragem do Nene seja uma outra realidade que virá beneficiar as terras altas do Sul de Angola, onde as gentes trabalhadoras têm mourejado incansavelmente sem justas recompensas pois lutam contra terras secas, quando os mananciais de águas correm para outros destinos. É este mais um passo dado a bem da economia do Sul de Angola. Estamos certos que o Sr.Comandante Peixoto Correia consiga tão valioso auxílio de modo que a conclusão daqueles trabalhos seja uma consoladora realidade. =============================================== ............................................. ----------- "ASILOS PARA NECESSITADOS" ---------- É este um problema que desde há muitos anos vem preocupando os chamados países civilizados, pois neles aumenta, dia para dia, o número desses tantos mendigos, doentes ou velhos, que, não tendo outros meios de vida, se arrastam pelas portas ou aguardam a benemerência dos que passam atarefados em seus afazeres. Nessa antiga Europa, velha em tradições e monumentos milenários, nessa Europa do após-guerra, a situação tornou-se verdadeiramente crítica. Desde então, e cada vez mais, passou a dominar um cenário triste, melancólico, contracenando com a riqueza e a opulência de alguns com a miséria de muitos. Miséria no aspecto financeiro, miséria no aspecto moral, no meio de uma sociedade onde foram destruídos os laços familiares e quase esquecidos todos e quaisquer preconceitos. O cenário dominante era sempre o mesmo, em aldeias, vilas ou cidades : -- Uma rua tortuosa e de aspecto antigo; casas velhas e bastante arruinadas, de paredes tombadas e telheiros partidos; vidros estilhaçados pelas bombardas. Cidades sem pão nem tecto. Casebres de gente humilde, para quem a vida sempre foi ingrata, mal lhes permitindo ganhar o sustento de cada dia E, por ali, como aliás por quase toda a parte, vivem os mendigos, que,um dia ou outro, vão dar uma volta pela vizinhança, pedindo esmolas para se poderem manter durante o resto do tempo; fora disso, os seus dias são passados dentro da choupana, ou porque a doença os atormenta ou porque as suas pernas cansadas se negam a grandes caminhadas. São eles, os renegados da vida, pobres seres que na maioria dos casos foram abandonados pela família ou pelos amigos, por terem caído em desgraça ou em miséria, e por tal, em maior miséria continuam se não tiverem a sorte de encontrar quem deles se compadeça , dando-lhes uns restos de pão duro ou algumas moedas, dessas que para nós pouco representam, mas que para eles, é bastante. Vivem muitas vezes em promiscuidade, em quartos escuros, húmidos, sem higiene alguma; quantas vezes são eles inocentemente os transmissores de tantas e tão graves doenças que hoje enfermam a humanidade, não esquecendo que ali, muito senhores e ricaços, compram profanamente o corpo de jovens pobres, adolescentes ingénuas, levadas, sabe-se lá, depois de quantas contrariedades e resistências a esse fim, num ciclo contaminoso e vil. Por todas essas razões, deviam funcionar nos mais diversos lugares, asilos para desamparados, velhos e pobres sem recursos alguns, para que se pudesse ao menos ver diminuída a elevada percentagem de seres sem destino e sem tecto, e ainda, até certo ponto, contribuir para baixar ao menos o elevado nível de flagelos sociais, produtos de um sexualismo depravado, sem limites nem controle. Esses asilos seriam casas para receber todos seres necessitados de protecção e amparo, que são uma verdadeira mancha para a humanidade que os deixa desamparados no seu seio incerto, vagueando sem rumo nem fé, à mercê duma existência inclemente. Se cada um contribuir com a sua quota-parte para tal, em vez de desoerdiçar tanto dinheiro sem proveito digno, não seria difícil nem dispendioso edificarem-se e manterem-se mais casas para fins tão altruístas. Será necessário desaparecem tais centros de verdadeira miséria, porque em cada um daqueles casebres imundos se gera a doença, e em muitos casos, ali se alimenta o vil vício a troco de pouco dinheiro, o suficiente para os desafogar da premente necessidade. Não porque os pobres sejam de baixa moral; pelo contrário até, é muitas vezes, precisamente nas ditas mais altas camadas sociais, onde vagueia e impera o ardente apetite sexual, o depravado vício de homens e mulheres sem preceitos nem honras. Mas é que, a eles, os pobres, a necessidade os obriga e conduz a tais situações; não como carácter de desculpa justificada, mas sim de necessidade absoluta, porque muitos dos que podem não lhes dão senão sob imorais condições. Por outro lado, na quase generalidade, não são casas de família bem constituída, mas sim de um ou outro indivíduo, de filhas sem pai nem mais família, portanto sem a constituição nem a resistênci de um agregado familiar e que, por isso mesmo, estão mais sujeitos à desordem, ao vício e ao crime. E, todavia, eles não são bem os culpados disso.! ........................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 755 - (Editorial) - 3 de Setembro de 1955 -- ....................................... --- Da Redacção : - "CONSELHO LEGISLATIVO DE ANGOLA" --- HOMENAGEM EM CACONDA A D. DANIEL JUNQUEIRA" --- "ARTES,LETRAS E CIÊNCIAS" --- "PARQUE INFANTIL" --- =========================================== ............................................... -------------- "À PAZ OU À GUERRA ? " --------------- Nesta louca cavalgada da era atómica, a vida sobre o globo terrestre vai perigando a cada descoberta que os cientistas fazem em seu recônditos laboratórios, porque elas vêm contribuir para um maior poderio das nações e, por tal, para uma tensão que se vai estendendo ao ponto crítico de não poder ser controlada ou até mesmo, sequer diminuída. As guerras que nestes últimos séculos têm avassalado o velho Continente Euro - Asiático e, consequentemente, quase todo o mundo, arrastando atrás de si todo um cortejo de mortes, desgraças e misérias, deviam constituir bem uma lição para os que, muitas vezes, mais se preocupam em equiparem-se com armas cada vez mais diabólicas, do que buscarem uma solução calma e pacífica; solução que pudesse dar sossego ao mundo e a felicidade com que milhares de lares aceiam possuir. É uma corrida ao poder,à força, uma corrida a um desentendimento quase mundial, buscando cada parte superar sempre qualquer descoberta que possa colocá-la em situação de inferioridade, mesmo que nessa superiorização encontre um caminho, um desfiladeiro para a sua própria ruína e, logicamente, o desiquilíbrio dum sistema universal de forças, responsável pela estabelidade dos povos. Mas, essa luta pela Paz do Mundo, terá de partir de nós mesmos. Cada qual, pobre e ínfimo ser sobre a Terra, terá de pugnar pelos interesses do todo, mesmo que isso obrigue a uma abstração de direitos, a uma diminuição de bem estar individual, sem distinção de classes ou de raças. S humanidade atravessa uma grave tensão, altamente manifestada em tantas escaramuças e desordens dos pequenos aos grandes povos, temendo de dia para dia uma queda, uma ruína motivada pela deflagradação em grande escala que arruinará ou fará mesmo desaparecer de sobre a Terra, senão toda, pelo menos uma grande parte da espécie humana, da espécie animal -- melhor concretizando --, assim como da vegetal e até mesmo de certas espécies minerais. Será o Caos; será a transformação pura e simples da vida em cinzas e pó. Todavia, o homem, o sábio, o Génio, rejubila.A sua obra é grandiosa, fantástica. Vai erguendo monumentos para perpetuar a sua Glória; glória louca da luta contra o inimigo, elevando num frémito, num clamor,o brado das Armas ! No sertão bravio, o homem paleolítico, no convívio com a Natureza, ignora ou esquece essas loucuras, buscando satisfazer as suas necessidades vitais e fisiológicas, num ambiente apenas agressivo pela existência de feras irracionais. Ali vive feliz e em paz com seus irmãos, verdadeiros homens, cultivando e aproveitando do quanto a existência pode e deve constituir em bens espirituais, em felicidade e amor. ........................................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 756 - pgs. 1/4 - 10 de Setembro de 1955 -- .................................... --- Da Redacção : - "ESTUDOS ÉTNICOS DO SUL DE ANGOLA - Missão Antropobiológica" --- "Dr. ÁGUEDO D'OLIVEIRA NO 1º CONGRESSO DOS ECONOMISTAS PORTUGUESES" --- "MORREU O SOLICITADOR E JORNALISTA JOSÉ TELES MONTEIRO" --- --- De outros colaboradores : - LEONEL COSME ("ÀS VOLTAS COM A PEQUENA IMPRENSA" - Editorial --- ======================================================= ............................................ ----------- "CRISE DE EMPREGOS" ----------- Todo o homem precisa de trabalho, não só pela necessidade imperiosa de adquirir meios que lhe proporcionem uma vida normal, como ainda por contribuir para o progresso e bem estar da humanidade. Desde o princípio do Mundo que o homem se viu na necessidade absoluta de trabalhar, criando as suas condições de vida, lutando sempre --umas vezes vencendo, outras perdendo -- contra as adversidades surgidas, que, são afinal,o incentivo a essa luta, a verdadeira razão de cada existência.Todo o ser busca conseguir uma posição que lhe permita emancipar-se, fazendo depender apenas de si todas as responsabilidades que toma a peito. Isso é natural, lógico e humano. Mas, para conseguir tal objectivo, necessita de trabalho, necessita de remuneração. Em todo o mundo, mesmo nos mais progressivos países, o desemprego é um problema grave, por vezes de solução bastante difícil, para não dizer impossível. Por isso, não nos cabe a nós, leigos na matéria, pretender reformar essas leis que os próprios recursos e as necessidades de cada região fazem vigorar, e que, por muitas razões, são difíceis de solucionar. As classes trabalhadoras, como o vulgo designa, compostas por gente humilde, de poucas posses, são por vezes atraiçoadas por crises de causas várias, agravando-se seriamente os seus problemas, o seu sustento e o seu futuro.A agricultura, fonte de riqueza natural, não atinge em muitas regiões o desenvolvimento necessário, não produzindo nem dando um rendimento que seria de esperar, colocando em situação deveras crítica os que dele pretendem ou têm de viver.A indústria, mecanizada em grande parte pelas exigências modernas, dispensou muitos braços, deixando sem pão muitos lares, principalmente nas áreas superlotadas.O comércio cresceu, agigantou-se, tornou-se internacional, mas, em muitos casos, para dar maiores rendimentos, para apresentar mais lucros, dispensou muitos empregados, limitando-se a um número restrito, ao ponto de passar a exigir, de cada um, trabalho mais árduo, trabalho de horas a mais, em recompensa não alargada igualmente. Desse modo o aumento de desemprego é problema gravíssimo.De muitos lares de miséria, de necessidades absolutas, os hommens partem em busca de qualquer trabalho, aceitando por vezes lugares e missões pouco dignas, que a princípio os embaraça, mas que, sem outra solução, tem forçosamente de os satisfazer. Todavia, o operário, tendo iniciado bem cedo a sua vida profissional, adapta-se com mais facilidade a quaisquer circunstâncias, resolvendo com soluções práticas as pequenas crises ou alterações da sua classe. Mas, e nisso é sério e melindroso o assunto, aqueles que levaram anos e anos a estudar, ao saírem de seus liceus ou mesmo até de universidades, vêm-se como numa nau perdida, sem governo nem destino,geralmente na contingência de ter de aceitar pequenos lugares para os quais bastaria um mínimo de instrução e que, por tal, não satisfazem os seus anseios e esperanças, não correspondem à sua capacidade, nem justificam as suas canseiras e dispêndios. Será necessário dar ainda um maior incremento à acção dos cursos técnicos e práticos, para que preparem muitos jovens para os mais ramos comerciais, industriais e agrícolas, aos quais mais tarde terão acesso fácil e podendo desempenhar os seus cargos com relativa facilidade, tanto nas grandes firmas existentes como ainda nas novas e variadas que eles próprios poderão organizar. O nível intelectual deverá ser acompanhado pelo nível técnico, comercial e industrial, todos eles elementos de necessidade absoluta para a economia dum povo e para o progresso duma Nação. ..................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 757 - (Editorial) - 17 de Setembro de 1955 -- .................................. --- Da Redacção : - "COLONIZAÇÃO E MÃO D'OBRA" --- "DIA DA IMPRENSA" --- --- De outros colaboradores ; LEONEL COSME ("BEBA RUM...O MELHOR" --- TEIXEIRA JR. "MENS SANA" --- ====================================================== --- Da Redacção :-- -- "O NOSSO DIRECTOR" --- Desde o dia 16 que se encontra no Hospital do Lubango o nosso Director que tem estado a ser preparado para uma melindrosa intervenção cirúrgica. Deve ser operado hoje pelo Sr. Dr. Gomes dos Santos, assistido por sua Esposa, a Srª .Drª.Maria Luisa Gomes dos Santos e tendo como anestesista o especialista sr. Dr. Bastos Martins. Dada a proficiência de tão ilustres especialistas, o nosso querido Director tem só a esperar o melhor êxito na operação. Os nossos presados colegas de Luanda, a "Província de Angola", o "Diário de Luanda", "O Comércio", bem como o "Jornal da Huila", deram notícia da grave doença do nosso Director em cativantes termos que muito nos sensibilizaram.... ................................................... Da Redacção : --- "DIÁRIO POPULAR" --- "CONSELHO LEGISLATIVO DE ANGOLA" --- -- De outros colaboradores : - LEONEL COSME ("ERROS QUE O MUNDO NÃO PESA") --- ====================================================== ....................................... ---------- "O PROBLEMA DE HABITAÇÃO" ---------- É este um assunto que deveria merecer a atenção de quem de direito, pois, doutro modo, agravar-se-á ao ponto difícil de se conseguir uma razoável solução. De um modo geral em quase toda a parte as rendas que se pagam por uma casa de habitação são fora do normal, muitas vezes mesmo altamente exageradas, sem controle nem fiscalização, talvez por aproveitamento das necessidades alheias ou ainda por ser esse um novo ramo de negócio, em que qualquer um pode negociar desde que consiga um pequeno capital, um empréstimo a grossa percentagem. Neste último caso a solução não pode ser outra porque, por detrás deles estão outros sugadores das necessidades de cada um. Em muitos casos a renda leva um terço do vencimento de quem quer que seja, mesmo procurando casa compatível com ele. Desse modo a situação tem forçosamente de se tornar difícil, pois devido ao alto custo de vida, os restantes compromissos, digamos antes, necessidades, levam os outros dois terços, ou ás vezes mais, passando-se então para o défice. Tem-se pensado, e até mesmo procurado combater o elevado número de celibatários que, na maioria das vezes, não dispondo das condições absolutamente necessárias para poder dar um certo bem estar ao seu lar, prefere, e muito bem, continuar nessa situação, que, por vezes até para si só, é dificíl de controlar. Se, na verdade, o casamento resolve muitas questões, tanbém agrava outras. Mas ele é o elemento básico na constituição dum povo, duma Nação. E para que isso fosse perfeitamente atingido, seria preciso que esse casamento oferecesse certas garantias e não se apresentasse, pelo contrário,como um céu enuvoado, uma provável e constante tempestade. Nem todos poderão ter óptimo nível de vida, porque é a própria necessidade quem obriga que se procure atingir uma maior e mais rendosa perfeição e maior constância no trabalho. Todavia, duma maneira geral,esse nível de vida devia ser compensador, devia ser melhorado. Quem pretende constituir família, necessita dum lar, necessita duma casa de habitação que lhe dê a independência a que tem direito. Ora, poucos são os que poderão ter casa própria. Portanto arrendam-nas conforme o que lhes pedem,e, como ninguém pode ficar ao sol ou à chuva, tem de aceitar. Este é um problema grave; este é um problema que necessita de urgente solução.E nesse caso qual a solução ? Aumento de vencimentos, empréstimos para construção própria, construções de casas de rendas acessíveis, bairros operários, bairros económicos ? Poderão as cooperativas resolver o problema ? A não ser que podessem dispor de bastante capital e aumentassem muito mais o ritmo de construções, sendo sempre a contribuição de cada um absolutamente acessél às suas posses. Aguardemos que tal assunto mereça a boa atenção de quem de direito, de quem ainda se possa interessarem resolver os nossos problemas citadinos, os nossos problemas sociais. .......................................................... --(de "SOURREIA" - Jornal "a HUila" nº 759 - (Editorial) - de 1 de Outubro de 1955 -- ======================================================= .......................................... ----------- "PROBLEMAS AGRÍCOLAS" ----------- É, ou devia ser,pelo menos a nossa região,uma região agrícola. Os recursos agrícolas são os que nos podiam dar um certo nível de vida, que podiam dar o pão a milhares de bocas. Mas, uma crescente falha de chuvas, tem reduzido a zero as poucas e pequenas culturas existentes, em agravante e perniciosa influência, lançando no marasmo e da indiferença os poucos de boa vontade, e na ruína os muitos de poucos haveres. Mas, aliado ao problema das regas, surge ainda o das alfaias e maquinarias, porque o velho e rústico processo de enxada e da pequena charrua, não pode de modo algum corresponder ao nível exigido pelo consumo, pela necessidade das transações.Mas como serão poucos os que podem mecanizar a sua agricultura, o problema continua grave e a solução morosa e prejudicial. Por outro lado ainda, a falta de créditos não lhes dá oportunidade de resolver o assunto, portanto, não poderão arriscar, não poderão ter esperanças onde não há probalidades. Cada vez mais se agravará a questão, desde que as condições naturais o não favorecem. Então, nesse caso, não seria também solução viável se existisse alguma entidade que levasse a efeito estudos semelhantes aos que já se vão fazendo em tantos países, para a produção de chuva artificial ? Creio que no deserto de Moçamedes, vários curiosos ou até técnicos pensaram nessa realização. E então porque não há de ser isso uma esplêndida realidade ? Quem nos diz a nós que as chuvas serão mais esta época irregulares ? Então, nesse caso, tudo estará perdido. Bastantes agricultores se estão preocupando com isso, porque não nos restam dúvidas que,se falharem as chuvas mais uma época, praticamente tudo estará perdido. E, nesse caso, muito pior e muito mais difícil virá a ser a solução. Por todas essas razões será necessário tomar as medidas imprescindíveis. ...................................................... -- ("de SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 761 - pgs: 1/4 - de 15 de Outubro de 1955 -- ................................................ --- Da Redacção : --- -- "O NOSSO DIRECTOR" -- --- Após a melindrosa operação a que foi sujeito, teve alta do Hospital, no dia 12, o nosso Director. Recomenda-nos para agradecer em seu nome, penhoradamente, a todas as pessoas que o visitaram e que se interessaram pelo estado da sua saúde, enquanto o não pode fazer pessoalmente. A todos muito obrigado ! ................................................ - Da Redacção : - "OS VELHOS BARRACÕES, Glória dos colonos madeirenses, focados num artigo de EMÍLIO SIMÕES DE ABREU" --- "O DIA DA POLÍCIA EM ANGOLA" --- --- De outros colaboradoes : - LEONEL COSME (L.C.) - ("UM DISCURSO LUMINOSO")- Editorial --- ======================================================= ......................................... ----------- "PROBLEMA DE COLONIZAÇÃO" ---------- Na sua secção "Ecos e Comentários", insere o jornal "O Comércio", uma local sobre o problema da imigração da Metrópole, referindo-se aos que por aí chegam aos trambulhões, sem eira nem beira, buscando de qualquer modo conseguir um emprego, para o qual muitas vezes não têm as míninas habilitações. O problema é bastante complexo e necessita de ser seriamente apreciado desde as suas primeiras causas, o que, não nos cabe a nós por algumas razões. Todavia, apreciemo-lo sobre vários aspectos. Por certo que Angola necessitará muito desses imigrantes que vêm chegando da Metrópole, já porque é imensa e relativamente pouco povoada, tendo óptimas zonas para a colonização europeia, já porque na sua entranhas exista uma imensidade de riquezas que necessitam ser melhor aproveitadas e que para isso, precisa de uma mão d'obra, senão especializada, pelo menos mais adaptável aos diversos processos a empregar. Portanto, podemos dizer que há lugar para muita gente. Mas a maneira de preencher esses lugares deve ser controlada ou até mesmo limitada. Se é certo que durante muito tempo a colonização livre teve larga projecção e fundou algumas raízes, hoje em dia, ela não deve existir desse modo arbitrário, mas sim nos moldes de colonização dirigida, em que prematuramente e depois disso até, continuem a ter amparo e protecção, sabendo-se desde há muito que as condições agrícolas continuam deficientes e só por esse processo elas podem tomar maior desenvoltura. Portanto, por esse lado, compreende-se uma colonização....... Mas,além destes que vêm para a agricultura, a maior parte dos imigrantes não se sujeita a tal, mesmo que fosse esse o seu ramo de vida lá na sua província. Não; muitos deles, aqui, por artes mágicas, enveredam para outroa caminhos e conseguem os melhores resultados, em agravamento até das condições locais, porque, não há dúvida alguma, isto para muitos continua sendo uma árvore de patacas; quantos deles desembarcam com sacola, ainda espantados com o movimento da capital e receosos, quando,pelas estradas fora ou mesmo na cidade, olham para todos os lados aguardando encontrar um "bichinho". Mas, passados dois ou três anos, eles regressam com a bolsa bem recheada, sabe-se lá depois de quantas super-privações, nada deixando feito, nem em nada tendo contribuído para o progresso da província.Pelo contrário até, depois desse tempo de uma quase especulação, eles amontoam um razoável capital e debandam para a terreola, mostrando aos amigos, em vistosas maneiras,que por cá ainda existem "patacas". Para o bom progresso desta imensa Angola; desta Angola de trabalho e canseiras,isso não nos interessa; queremos que aqui se trabalhe e se deixe alguma coisa feita com o produto desse trabalho. É ponto primordial a considerar; os muitos naturais destas terras que, alguns mesmo com habilitações e instrução razoáveis, nada conseguem e andam desempregados bastante tempo. É certo que o desemprego existe em quase todo o mundo, e terá de existir mesmo, mas pode também ser diminuído, e um contributo valioso para essa diminuição em terras de Angola, será controlar e limitar as entradas na província, até que aos seus naturais seja concedida sempre maior preferência nos lugares públicos e particulares. Quantos saem dos liceus e andam anos sem emprego ? O Problema é grave e melindroso, mas poderá ser resolvido. ........................................................ --(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº762 - (Editorial) - de 22 de Outubro de 1955 -- ........................................ --- Da Redacção : - -- "O NOSSO DIRECTOR" -- Agradecemos aos nossos presados colegas "A Província de Angola", "O Jornal de Benguela", "O Intransigente" , o "O Lobito", o "Jornal da Huila" e o "Sul de Angola" as amáveis referências feita à doença do nosso Director, o que muito nos sensibiliza. Os nossos sinceros agradecimentos, Apraz-nos informar ainda que se encontra melhor, estando em franca convalescença. ..................................................... --- Da Redacção : - "SALAZAR RECEBEU O PRÉMIO DA PAZ DE 1955 DO BLUE ARMY" --- "Dr. RAMALHO VIEGAS" --- --- De outros colaboradores : - LEONEL COSME (L.C.) - ("ESSE HOMEM, O JORNALISTA") --- ====================================================== ---------- "UM COMPLICADO ROUBO" ---------- --- NA CÃMARA MUNICIPAL DE SÁ DA BANDEIRA" --- Na última quinta-feira correu pela cidade que havia sido roubada a Tesouraria da Câmara Municipal. Na véspera, à hora de abertura dos Serviços da mesma Câmara, o tesoureiro, ao abrir a porta da Tesouraria, que dá para o corredor da entrada principal, e que é fechada com um cadeado, verificou que o cadeado fora forçado e aberto e a porta se abria com facilidade. A seguir existe um pequeno espaço ou pequeno corredor que termina por outra porta onde existe um guichet. Essa porta tem fechadura, mas estava apenas do trinco que facilmante se abriu. Dentro da Tesouraria via-se um cofre aberto com algumas notas dentro. No chão um pedaço de papel queimado. A janela que dá para os viveiros da Câmara estava aberta e apresentava sinais de ter sido aberta por dentro. O tesoureiro deu o alarme. Acudiram vários empregados da Câmara. Deve ter-se discutido o caso e resolveram dar balanço ao cofre para verificarem a importância que faltava. Fecharam-se ali dentro alguns empregados e só no dia seguinte deram conta ás autoridades do que se passava. Este estranho........ .............................................. .................................................................... .................................................................... --(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 762 -(Reportagem) em 22 de Outubro de 1955 -- ================================================ ......................................... ------------ "CAPAS NEGRAS" ------------ CAPAS Negras sim; capas negras são as capas dos nossos estudantes. Elas chegaram esvoaçando de todos os lados. Vêm alegres, juvenis retemperados, os estudantes. Mas, as suas capas de tradições, de gratas recordações, hoje são como um manto sepulcral; hoje são capas negras, negras de luto e de pezar; elas fazem recordar com saudade e tristeza esse bom amigo, esse professor camarada, o eloquente e brilhante orador que tanto nos cativava nos seus improvisos. A morte ceifou-o para a eternidade, roubou-o egoisticamente do convívio das gentes que o conhecerem desde menino e moço, também estudante daquela briosa Casa de Ensino. Não mais nos pertence, não mais o escutaremos. Mas, a vida continua... o tempo passa lançando tudo num confortável esquecimento. Abriram as aulas ! Novas e velhas amizades se tornarão mais gradas; muitas inimizades, talvez sem importância, se esqueceram com a separação e eliminaram-se com o novo contacto. Todos vêm satisfeitos, ansiosos de novos conhecimentos; outros excitados com velhos reencontros, relembrando recônditas alegrias e tristezas, respeitando os sentimentos que os animam; os sentimentos nobres e dignos a que os humanos vergam, diminuíndo o poder da razão. Os estudantes voltaram e, com eles, voltou a alegria à nossa cidade, porque essa juventude sabe como ninguém manifestar a sua satisfação e a amizade de quantos peitos ansiosamente os aguardavam; e nós sentimos também as saudades desses tempos despreocupados e felizes, ainda longe da luta pela vida. Este ano, as aulas abriram duas vezes e isso porque a remodelação e alteração do ano liceal e escolar, obrigaram ao encurtamento do período de aulas e ao de férias. Aproveitamos o ensejo para manifestar uma modesta opinião. Cremos que o novo período de duração das aulas não é o melhor e que pelas várias razões indicadas afectará talvez o rendimento do estudante : - começa porque deixou de existir uma época balnear, absolutamente necessária para o retempero da saúde e favorável ao precioso período de descanso que deve existir entre fases distintas de novas tarefas intelectuais. Por outro lado,o novo período de aulas está precisamente englobado em todo o período de chuvas, o que como é fácil depreender, irá afectar a frequência das aulas, ou até mesmo perigar o bem estar e a saúde de cada um. Este caso notar-se-á mais acentuadamente nas Zonas planálticas, onde existe uma elevada frequência de estudantes desde os escolares aos liceais. Na zona litoral além das possíveis chuvas, o período de ensino abrange todo o período de calor; acentuemos o caso de LUANDA, com um liceu de elevada frequência e muitas escolas e colégios,quanto ele prejudica o estudo por ser sentido exteriormente, digamos assim, mas ainda porque origina uma espécie de embotamento, levando a uma discussão mais lenta. Por outro lado ainda, isto é uma questão quiçá sentimental: os estudantes na sua grande maioria não poderão ir passar o Natal e o Fim do Ano junto da sua família, a não ser os que residam perto da cidade para onde forçosamente tiveram de se deslocar,ou que tenham razoáveis posses para aproveitar mais rápidas deslocações. A razão desta alteração foi equiparar o período de aulas seguido na Metrópole, principalmente para os que pretendam seguir um curso superior. Ora bem; nós cremos ainda que o anterior sistema em pouco prejudicaria essa minoria que,acabando os seus exames nos liceus ultramarinos segue para a Metrópole, para as Universidades e que o actual talvez possa vir a ser um tanto prejudicial. Senão vejamos : -- Pelo actual sistema o aluno terá de seguir imediatamente depois de terminar os exames pois não dispõe de muito tempo, levando em conta o que perderá em deslocações, primeiro regressando a casa para depois então seguir ao seu destino. Tudo isso rouba muitos dias e, o pior de tudo, provoca canseiras e preocupações, acrescentando-se ainda o trabalho exaustivo que teve por certo para,em pouco tempo decorrido, ter concluído o exame liceal; e, se o aluno não entra logo na Universidade, isto é, se não tiver dispensado do exame, ainda o espera mais esse trabalho melindroso, depois de uma serie de tarefas exaustivas e sem descanso, o que, possivelmente irá afectar o seu rendimento bem como a rápida mudança. ..... No sistema periódico anterior tal caso não de verificava. Mas, mesmo que assim fosse,achamos pouco lógico e até mesmo moral e socialmente pouco humano que, para benefício de uma minoria disposta a perder mais uns cinco ou seis anos de estudo e a quem portanto não interessa levar mais uns meses -- aliás necessários ao seu descanso --, que prejuduca muitas centenas ou até alguns milhares de estudantes, pois temos de englobar ainda os escolares. Isto é uma opinião e opiniões há muitas, poderá dizer-se; todavia julgamos que este problema devia ser estudado com todas as suas contrariedades de molde a salvaguardar os direitos e vantagens de cada um. ..................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 764 pgs. 1/2/4 - de 29 de Outubro de 1955 -- ..................................................... --- D Redacção : - "O SR. PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA, GENERAL CRAVEIRO LOPES, visitou o Município de Londres" -- "BISPO DE SÁ DA BANDEIRA" --- "ABRIRAM AS AULAS" --- "A IMPRENSA DE ANGOLA, A RÁDIO E O NOSSO DIRECTOR" --- "PRÉMIOS ESCOLARES" --- "LICEU DIOGO CÃO : - - Frequência anual : 1º (75) - 2º (90) - 3º (85) - 4º (85) - 5º (53) - 6º (104) - 7º (116) --- "Prémios de Assiduidade" (por anos) : 1º - Ana Pereira Mendes de Oliveira; Cacilda dos Santos Morais; Manuel João Piedade da Silva; Maria Antónia Marques Luiz; Mário Magalhães Borges Alexandrino.-- 2º - António Alberto Sancho Trabulo; Julieta da Conceição Machado Alves; Maria Alcide Perestrelo Duarte Pinto ; Maria Amélia Pereira de Magalhães; Maria Celeste Johnston Cardoso; Maria do Céu Vale Pissara; Maria Luisa Perestrelo Rocheta; Maria Margarida Beleza dos Santos Pinheira; Miguel Freire da Silva ; -- 3º - Alzira de Jesus Fonseca Cardoso; Ana Maria Lima da Fonseca; Elsa Maria da Silva Camacho; Maria Cristina Paiva de Oliveira; Maria Helena Portugal Colaço; Carlos Alberto Lopes Torrinha; Carlos Alberto Rocha Marinho; Carlos Cardoso Alves; José Luis Roque Pinho Almeida Lavradio; -- ....... -- 5º - Maria do Carmo Araújo Resende; Maria Emilia Gomes Ribeiro; Maria Helena Albuquerque Carvalho Seabra; Maria Helena Moreia; Maria Olivia da Silva Magalhães; -- 6º - Maria Beatriz Palma Arvela Franco; Maria Adriana da Silva Nóbrega; Ermelinda Rodrigues Machado; Maria do Carmo Ramos Cunha; Maria Constança Sousa Dias.-- 7º - Beatriz Joyce de Jesus Domingues Tavares; Cassilda de Jesus dos Santos; Mário Magalhães Borges Alexandrino. --- "FESTA DE CRISTO REI" --- "DE LÉS A LÉS -(cont.)" --- --- De outros colaboradores : - L.C. ("O PREÇO DAS LEITURAS") --- ============================================ ......................................... ---------- "DIA DE FINADOS" ---------- O dia dos Finados, é um dia universalmente sagrado, em memória de todos quantos a morte afastou da vida terrena. O céu azul, rasgado, com algumas nuvens brancas aqui e ali, esfarrapadas, dispersas, estava propício a recordações íntimas, ao sofrimento e à dor, que nesse dia não se pode esconder nem abafar; gentes de preto que vão passando para cima, a caminho do cemitério, ramos e ramos de flores, arranjados com gosto e carinho, ficaram testemunhando a recordação dos que mais não voltam. Pétalas de flores desfolhadas sobre as campas húmidas e frias, como se fosse parte de cada um mesmo, arrancada ao seu egoísmo, à sua vaidade, e deixada ficar na terra fria em sincero e recôndito preito, porque, mesmo embora nesta época virulenta, de precipitações e desentendimentos,cada qual não deixa de recordar sempre, com saudade e profunda mágoa, os que partiram para o além, desconhecido e misterioso. Campas de flores e plantas verdejantes; mulheres e crianças ajoelhadas, debruçadas, em lágrimas quentes irreprimíveis, oram a Deus pela alma daquele nobre ser desaparecido. É diverso, mas estranhamente sempre igual, o que podemos verificar; são criancinhas ainda inocentes que choram pelos pais, são noivas inconsoláveis pela morte do bem amado, são esposas que choram o companheiro das alegrias e tristezas de cada hora, são tantos outros que veneram pessoas de família e amigos. Mas, na expressão de suas faces, no seu sentimento profundo, no testemunho do seu sofrer, são todos humanos, mais ou menos resignados. Ali dentro é um mundo de morte, um mundo de recordações e de lágrimas. Lá fora, em baixo, na concha das serras, é a cidade, é a vida, o esquecimento, num labor apressado, informe, descontrolado, egoísta, onde se esquece muitas vezes a verdadeira razão de ser de cada existência, porque o tempo passa e a vida continua. Cada qual terá a sua missão e não pode descorçoar o seu cumprimento. E as gentes continuam passando; vestidos, véus pretos, de luto,de dor, de recordação; flores frescas e viçosas, pequenitas, brancas como as núvens esfarrapadas que mais se acumulam no horizonte. O dia terminou com um pôr de sol colorido, gritante, avermelhado como línguas de fogo, rosado como sonhos de amor ou arroxeado com recordações tristes. O dia passou, só lá ficaram as flores desfeitas em pétalas, húmidas pelo orvalho da noite, tristes e brilhantes como cristais ao sol que desponta para um novo dia. Lá fora, em baixo, na concha das serras, a vida continua... ........................................................ --(de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 765 - (Editorial) - de 5 de Novembro de 1955-- ..................................... --- Da Redacção : - "VISITA PRESIDENCIAL (LONDRES)" --- "A PRINCESA MARGARIDA" --- "O 20º aniversário do "O APOSTOLADO" --- "DE LÉS A LÉS - cont." --- --- De outros colaboradores : - L.C. ("CREPÚSCULO DOS ÍDOLOS") -- ==================================== ...................................... --"MOUZINHO DE ALBUQUERQUE - O Centenário de um herói"- Joaquim Augusto Mouzinho de Albuquerque nasceu a 11 de Novembro de 1855. Um século é passado sobre o nascimento de tão ilustre figura militar e governativa. Descendente da ilustre e real casa dos Albuquerques, frequentou o Colégio Militar da Luz, assentando praça em Cavalaria 4 aos dezasseis anos e terminando o curso da Escola do Exército como alferes aos 23 anos de idade. Mais tarde, depois de frequentar a Universidade de Coimbra durante alguns anos, foi forçado a deixar os seus estudos por motivo de saúde, indo repousar por largo tempo. Volta então para o Colégio Militar, como tenente, para regente de estudos. Desde aí começou interessando-se mais acentuadamente pelos estudos ultramarinos e pela sua política na pacificação dos povos rebeldes à soberania portuguesa, partindo em 1886 para a Índia como membro de fiscalização do Caminho de Ferro de Mormugão. Era depois nomeado Secretário-Geral do Estado da Índia, donde partiu para vir assumir o cargo de Governador de Lourenço Marques em 1890, data em que era nomeado capitão. Alguns anos passados volta a Portugal, donde regressa para África integrado numa expedição de Lanceiros 1 destinada a dominar a rebeldia dos povos indígenas que já se atreviam até a chegar à fronteira de Lourenço Marques, fazendo grandes distúrbios, incitados pelo austero senhor Gungunhana, esquecido dos interesses e deveres nacionais e manobrado por terceiros, mais esperançados em conquistar novas terras, alargando desse modo o perigoso império que nos cercava. Desempenhava então as funções de Comissário Régio de Moçambique o antigo Ministro do Ultramar, António José Enes, que procurava eliminar a todo transe a perigosa influência que faziam pondo-se em desacordo as massas indígenas. A acção de António Enes estendeu-se muito mais além, na contínua perseguição das tropas fugitivas que se tinham ido acolher ao lado do régulo Gungunhana. Enes, intimara-o para que nos fossem entregues Moazul e Motibejana, régulos de Magaia e Zichacha, culpados das atrocidades que os seus soldados tinham feito. Mas não se chegando a um razoável acordo, seguiram três colunas sobre Gaza. Em 8 de Setembro de 1895 a coluna do major Gomes Pereira e Freire de Andrade, que seguia pelo sul, foi atacada em Magul por milhares de negros. A outra coluna que seguia pelo norte sob a chefia do coronel Galhardo, marchou por Inhambane e Chicomo, é surpreendida em Coolela por milhares de vátuas, derrotando-os ferozmente. Era chegada a hora de terminar o poder de Gaza. A 11 de Novembro de 1895, Mouzinho com algumas tropas europeias e indígenas tomava o posto de Manjacaze, residência de Gungunhana, incendiando depois todas aquelas pequenas palhotas. Entetanto o régulo punha-se em fuga precipitada sem que os sitiantes dessem por tal. É nesta altura que Enes regressa a Portugal, donde seguiu para o Brasil, deixando o seu alto cargo entregue a Mouzinho. Desejoso de atingir os objectivos com que sonhara desde há muitos anos, aquele valoroso militar logo se ocupou em iniciar uma campanha intensiva contra o vate de Gaza, marchando então para Chaimite, onde, segundo informações valiosas, se refugiara o régulo, rodeado de sua comitiva instalada numas trinta palhotas.Ali chegado com cautela e pela madrugada, Mouzinho dispôs as suas poucas tropas da melhor maneira para que não se saísse mal da ousadia que tomara, pois até mesmo António Enes, conhecedor de todas as artimanhas e forças dos vátuas, insistia com ele para que usasse de muita prudência tanto mais que eram diminutas as suas tropas. Todavia, Mouzinho, não hesitou; assumindo uma atitude ainda mais firme e austera, ordenou ao régulo que saísse de sua palhota, caso contrário a incendiava, não obstante o facto de, pelos arredores, alguns vátuas observarem a sua atitude. E eis, que surge com dificuldade à pequena porta da palhota, balouçando pesadamente a enorme e arrogante estatura, o poderoso negro. Ali mesmo foi aprisionado, suando demasiadamente pela forte constituição e pelo calor que fazia. Estava assim dominado o temeroso régulo de Gaza, que durante anos intrigava e fazia perigar o domínio lusitano, entre gentes de outros povos e de ambições pouco amigáveis. Mas Mouzinho não pára, continua organizando expedições contra os restantes rebeldes. Em 1897 deixa o seu cargo entregue a Baltazar Cabral, seguindo para a Metrópole a fim de ir tratar pessoalmente com o governo os assuntos relacionados com a política das vizinhas colónias do Transvaal. Recebido com todas as honras pelo rei D. Carlos e homenageado com as mais altas distinções, seguiu para o estrangeiro onde foi igualmente considerado e volta a Portugal não encontrando, porém, o apoio desejado nem o empréstimo que solicitara. Regressa para Moçambique desapontado pela maneira, pouco digna para o seu prestígio, como tinham sido encarados os seus planos. Já instalado no poder recebe a comunicação que lhe tinha sido concedido o empréstimo solicitado. Mas tal facto não chegou a dar-lhe azo para satisfações. pois que logo a seguir recebia outra comunicação que o desligava do cargo de Comissário Régio, segundo decreto publicado naquela data. Afrontado com tal atitude que o governo tivera para consigo, pediu imediatamente a demissão, escrevendo para os altos poderes, manifestando o seu completo desacordo por tal determinação e salientando em paralelo atitudes menos dignas de outros cargos preenchidos por pessoas de pouca confiança. Deste modo, Mouzinho deixa o seu poder e segue para Lisboa. Aí chegado foi nomeado Oficial-Mór da casa real e aio do príncipe D. Luis Filipe, responsável, por isso, da sua educação. Neste cargo, de certa responsabilidade e projecção na futura vida do príncipe e, portanto, do país, mmanifestou Mouzinho altos dotes políticos mas, aos poucos se ergueu uma barreira à sua acção, acusando-o até de actos e planos pouco seguros. Por certo que isso não era senão uma manifesta influência dos que invejavam o seu cargo e a sua brilhante posição. Correm os mais variados boatos, as mais desagradáveis notícias acerca de sua pessoa. Mouzinho entra nitidamente em decadência; perde a confiança dos amigos e dos governantes mesmo. Seu estado psicológico é tremendo. O militar da mais alta posição, que deixara para trás uma vida de canseira e de glória,que deixara enormes feitos de valentia e normalizara situações perigosas para a integridade da Nação, para tranquilidade das terras ultramarinas, via-se assim vexado, desprezado, humilhado na sua conduta de homem e de governante. Dete modo a sua situação era trágica e naquele dia do ano de 1902, correu veloz a estranha notícia de que o grande Mouzinho, herói de grandes batalhas, ilustre figura de governante, acabara por se suicidar quando viajava num trem para os lados de Benfica. Assim desapareceu mais um herói. Não no campo de batalha onde tantas vezes o perigo o rodeara e a morte o espreitara. Não morreu no campo da Glória, como tantos outros heróis mas sim como se fora um cobarde que se desligava da vida, pesada demais para viver, injusta para repouso dos louros conquistados. Assim passou um século sobre o nascimento de Mouzinho de Albuquerque. Todavia, não ficou esquecido, nem nemos considerado no conceito dos povos, nem no seu prestígio de figura militar. .................... .................. . ........ .................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 766 - pgs. 1/3/4 - 12 de Novembro de 1955 -- ............................................. Da Redacção : - "À BAIA DOS TIGRES Vai enfim ser garantida a água em abundância " --- "A COLÓNIA DE SÁ DA BANDEIRA -cont.)" --- "CHÁ DAS CINCO" --- "ALMOÇO DE CONFRATERNIZAÇÃO no Sport Lubango e Benfica" --- "MAIS UM PASSO na linha do Caminho de Ferro do Leste" --- "CAPITÃO ABREU COUCEIRO (s/falecimento) --- De outros colaboradores : - LEONEL COSME ("O PECADO DA ILEGITIMIDADE" --- ===================================================== .......................................... -------- "PRECONCEITOS DA HUMANIDADE" -------- Desde que o mundo é mundo, e desde que o homem surgiu à face da Terra, rodearam-no um complexo e aemaranhado número de preconceitos, quer sociais, quer morais, como até mesmo certos preconceitos mal definidos e quase sempre éfemeros. A preocupação em respeitá-los conduz o homem através da vida, integrado nas causas morais, atento em respeitar a conduta alheia, porquanto dela possa depender a sua própria; é o respeito a inúmeros preconceitos que o conduzem ao alcance duma tranquilidade espiritual e a determinada conduta moral no conceito da humanidade que o cerca. Mas muitos outros preconceitos lhe dificultam a vida e, por vezes, dão-lhe um sabor de aventura, ou até mesmo, rodeam-no de tantas contrariedades que, se uma razão forte e bem definida não se impuzer, o seu fraco espírito é vencido, e vencidas são as probalidades de êxito ; e isso porque, hoje em dia mais do que nunca, todo aquele que pretenda manter uma conduta sã e moral, que respeite os preconceitos seculares e básicos da sua educação e norma, depara-se com as maiores dificuldades, quando não é mesmo repudiado e humilhado no respeito ingénuo daqueles preconceitos. E, por tal, os outros passam à frente, vaporosos e ufanos, muito senhores da sua importância, alcançada de maneiras fáceis ou complicadas e de negócios escuros que passaram sempre subtil e descaradamente nas malhas da lei. E nem sequer interessa saber a proveniência de certas regalias e comodidades que gozam de maneira estranha e sem justufucação normal; mas, como não foram as normas morais e sociais que outros respeitam, as coisas estão justificadas; e tal justiificação fica por ali, ninguém se preocupando e continuando eles sua vida repimpada e feliz, alheios às necessidades de outrem, sem cuidarem que o mais deprezível ser os pode chamar a prestar contas, expondo-os ao critério da justiça e à opinião do povo. É nessas alturas que todo o verniz estala e cae; por debaixo afinal, lá está a mesma formação, a mesma constituíção física de qualquer plebeu; são chamados à razão e à justiça; ufanos e vaidosos de ontem, ainda se humilham de serem conhecidos ou divulgados pelas acções pouco dignas que tenham praticado; o seu amor próprio foi tocado; eles que nunca o tiveram em consideração, senão para se envaidecerem e tornarem-se importantes; e continua o verniz todo a estalar;e estala porque se justifica a sua inferioridade, o seu fraco quilate. Mas eles, de novo, tomarão a ponta de mais um ciclo, reunindo moléculas dispersas, sintetizando novas partes de fáceis maneiras. E os outros, os que se preocupam em atender à sua consciência, em respeitar os preconceitos que os rodearam desde sempre, continuam esquecidos, ridicularizados até, dessa ingénua mania de assim proceder, e quantas vezes mesmo prejudicados em vários aspectos da sua vida normal, abstraídos do que humana e moralmente lhes caberia. A sua recompensa é a tranquilidade espiritual , despida de quaisquer outros benefícios; a dos outros... é aquela mesmo que todos conhecem; é a consumação lógica dos factos. ........... ........................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" - nº 767 - pg.1 - de 19 de Novembro de 1955 -- ....................................... -- Da Direcção : -- "NAS MÃOS DOS MÉDICOS" -- -- Da Redacção : - "DIÁRIO DE LUANDA (25º aniversário" --- "DE LÉS A LÉS - cont." --- ======================================== ............................................... -"ASPECTOS DA VIDA ECONÓMICA - O Ensino Técnico e o Indivíduo" -- Acompanhando o ritmo acelerado e progressivo que o mundo da ciência e da técnica atravessa, cada vez mais o indivíduo necessita ser melhor adaptado, melhor preparado para poder fazer face a esse movimento. Todos os outros lugares já estão bastante ocupados, geralmente por aqueles que, não tendo habilitações especiais ou técnicas, se agarram a esses pequenos cargos para governar a sua vida. De tal modo assim é que, para conseguir um razoável emprego e para o qual não sejam necessárias habilitações especiais mas sim bons e combinados pedidos, hoje em dia se tornou muito difícil, quando não, mesmo impossível. E, no entanto, a avalanche de rapazes sem habilitações técnicas, atirados desse modo ingrato à lutas pela vida, continua de maneira espantosa, formando-se apenas "literatos" e não indivíduos que tenham condições de se habilitarem e desempenharem com a maior proficiência qualquer dos numerosos lugares que possam conseguir com mais facilidade. E o problema é ainda mais grave pelo facto de que qualquer indivíduo preparado com um curso liceal não se queira baixar a ocupar um lugar de modesto operário. Por isso, os que frequentam as escolas técnicas são, apenas e praticamente, uns poucos que saiem das escolas primárias, pois, até mesmo neste caso, muitos deles não se adaptam a tal ideia. Apenas efémeros preconceitos, apenas a vaidade de conseguir um lugar de mais distinção,um lugar mais asseado, quando devem ter bem bem presente esta ideia : para ser alguém, para se ser respeitado e admirado, não interessa a natureza do cargo que se ocupe, mas sim a maneira como ele é dempenhado e o rendimento desenvolvido, merecendo por tal modo a recompensa justa e honesta. E isso sucede talvez porque nos julguemos muito civilizados, embotados de sabedoria e instrução de literatos; todavia, observemos o que se passa em outros países, onde engenheiros saídos sa universidades ou demais cursados em institutos,vão trabalhar para as oficinas, não como mandões ou fiscais, mas como operários especializados, operários mais preparados para cada ramo de indústria. Vejamos ainda o caso de certos países, por exemplo, a Holanda, onde os rapazes saídos dos liceus vão frequentar durante algum tempo cursos técnicos e industriais e vão aprendizar nas oficinas, sendo pagos pelo Estado, enquanto não começam a vencer. O resultado lógico desse aspecto será um maior rendimento industrial, e por isso, uma base de progresso e economia para o país, observando-se ainda um nível cultural elevado entre as classes trabalhadoras. Felizmente que o ensino técnico em Angola está tomando foros de grandiosidade, quer pelas necessidades absolutas da região, quer pelas numerosas escolas que têm surgido. Porém serão necessários ainda professores, ainda melhores condições de ensino, procurando-se expandir e tornar mais extensiva a acção da escola industrial. Serão necessários mais cursos nocturnos, com boas condições e até talvez com obrigatoriedade de frequência. As entidades patronais terão de intervir junto dos seus operários, principalmente dos menos habilitados, e até mesmo dos mais habilidosos para a frequência desses cursos, melhorando-se desse modo a mão d'obra geral, engrandecendo-se a constituição da oficina, cada qual melhorando a sua vida, pois sendo bem habilitados vencerão mais, e conseguindo-se para a nossa indústria um alto padrão. Há muitos ramos de negócios a explorar, muitas indústrias a melhorar,e, isso só se conseguirá atingir plenamente com operários especializados, com pessoal mais treinado. A ciência agigantou-se de maneira estranha, impossível de deter; novos métodos surgiram; novos produtos saíram das fábricas para todo o mundo; mais operários encontraram trabalho; Mas, precisamente os mais habilidosos conseguiram melhores lugares, usufuíndo bons salários; alguns deles eram estudantes universitários, mas nem por isso perderam sua reputação; eles ganham a vida num labor honesto e vivem satisfeitos e conscientes dos seus lugares, porque preferiram deixar de seguir uma vaidade apenas, para se adaptarem à vida, para ocuparem mesmo o ofício de que mais gostavam. Deixemos para trás os velhos preconceitos ou tradições familiares e busquemos ocupar o lugar para o qual nos julgamos mais aptos; deixemos a vaidade de seguir um curso superior, quando não tenhamos consciência de o ocupar condignamente e sigamos nossa própria vocação ; operário, agricultor, motorista,etc. Nem por isso deixamos de ser aquilo que realmente somos e o que realmente valemos. .............................................. -- ("SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 768 - pgs. 1/4 - 26 de Novembro de 1955 -- ..................................................... -- Da Redacção - Reportagem : "FOI INAUGURADA a linha de conduta de energia eléctrica Matala - Sá da Bandeira - Moçamedes " --- "SUA EXCELÊNCIA O ENCARREGADO DO GOVERNO GERAL, SR. DR. MASCARENHAS GAIVÃO, visitou a Huila " --- "BENÇÃO SOLENE DUMA IGREJA EM VILA FOLGARES" -- -- De outros colaboradores : REI DO MACONGE ("O TEMPORA ! O MORES !") -- L. C. ("OUTRAS COISAS DO DINHEIRO")-- ===================================================== ........................................ ---- "CAMPANHA CONTRA O ANALFABETISMO" ---- Desde há alguns anos que se tem intensificado a campanha contra o analfabetismo no nosso país. Grandiosa obra é essa, elevando o nosso nível de vida. Por várias razões, principalmente aqui há uns anos atrás, os pais tinham certa relutância em mandar os filhos para a escola, preferindo mantê-los em casa, andando pelos campos a tratar da lavoura ou a vigiar o gado, ou ainda empregando-os nalguma loja da esquina onde o pequenito espreitava por detrás do balcão e ia vendendo copos de vinho aos operários que chegavam do trabalho; outros ainda, iam logo para uma oficina para ganhar a vida e contribuir para a economia doméstica, deixando-se como factor sem importância o da instrução. Mas, na verdade, cada vez mais se verifica a sua necessidade, até porque os processos rudimentares foram substituídos por processos técnicos e, dese modo, o operário necessita duma outra preparação, necessita de melhores conhecimentos. Aos poucos foram surgindo escolas até pelas mais pequenas povoações e os pais começaram a compreender melhor a necessidade de instrução e deixavam os filhos ir aprender a ler e contar. Mas, todavia, ainda não era suficiente, até mesmo porque apesar disso muitos continuavam na mesma, ou porque de facto não tivessem posses, e o ganho dosa filhos em qualquer outro lado, lhes fazia jeito, ou porque ainda faziam resistência e não compreendiam o valor do ensino. E isso, porquê ? Simplesmente porque eles próprios não o tinham recebido e não estavam preparados para conhecer as suas vantagens económicas ou sociais. Então a solução era fácil; rebater as primeiras causas, instruindo todos os adultos que não tinham recebido instrução em criança e demonstrando-lhes os benefícios para que eles amanhã fossem os primeiros a obrigar os seus filhos a irem à escola, aguardando a lavoura ou o comércio, porque nisso só teriam vantagens e mais tarde tornariam em práticos os conhecimentos técnicos que lhes haviam ensinado. Assim, a campanha de educação de adultos atingiu um alto nível, contratando-se inúmeros professores, pondo-se em funcionamento aulas nocturnas e procurando-se dar as maiores regalias e vantagens aos que as frequentassem. Se assim continuar, alargando-se por muitas mais regiões, verificaremos daqui há alguns anos como o analfabetismo baixará de maneira consoladora. Isso será o ideal, isso será um grandioso passo para o progresso e economia do nosso povo. Portanto eis a solução em que todos se devem empenhar. deixando para trás as suas vaidades ou egoísmos : - Instruir e educar. ............................................. -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 769 , pg. 1 - 3 de Dezembro de 1955 -- ...................................... --- Da Redacção : - "AS COMEMORAÇÕES DO 1º DE DEZEMBRO EM SÁ DA BANDEIRA" -- "GOVERNADOR DA HUILA" -- "SELO DE ASSISTÊNCIA" --- --- De outros colaboradores : - DOMINGOS J. SILVA ("PROÍBA-SE O TIRO AOS POMBOS. UMA CAMPANHA DE TERNURA EM MARCHA") --- P.PEDRO NOÍRTIN ("NAS MÃOS DOS MÉDICOS, NAS MÃOS DE DEUS") -- ===================================================================== ............................................ -- Jornal "a Huila" nº 770 , de 14 de Dezembro de 1955 -- --- Da Redacção : - "GOVERNADOR GERAL DE ANGOLA" --- "INDÚSTRIAS DA HUILA" --- "UM DIA DE JÚBILO NA MATALA - (Reportagem)" --- --- DE outros colaboradores : - EMÍLIO SIMÕES DE ABREU ("ESCREVI UM DIA...") --- ================================================================= .......................................... ---------- "FLOCOS DE NEVE" ---------- Ao de leve, quase imperceptivelmente, a neve cobriu a terra, tornou brancas as verdes árvores do campo. Dezembro frio, triste e belo; magia estranha de um manto diáfano, acinzentando o horizonte, acalmando os peitos humanos. Desce a neve cobrindo de brancura todo o campo, num silêncio doce e confortável; cada um cuida das contrariedades da vida; mas,nesses momentos, também contempla extasiado as belezas da natureza e medita; medita e se certifica que afinal a vida ainda é bela e digna de ser cumprida, apenas nós descursoámos o valor de nossa missão como se fora pena rude a cumprir. A neve continua caíndo, embaciando as vidraças da janela; ao longe, soam os sinos de uma capela em doce e festivo canto. É dia de festa. É dia de Natal. Natal ! Há mais de mil novecentos anos, num palheiro frio e perdido na solidão da noite, nasceu o Redentor, nasceu o Menino Jesus. Facho iluminante da conduta dos homens na sua passagem pela terra, era a promessa radiante de felicidade e paz, mas os homens esqueceram que tinham de atender e respeitar os ensinamentos do Mestre e, por tal,abstinham-se voluntariamente de compartilharem duma paz universal e mesmo até da sua própria felicidade. Passaram a preferir gozar os prazeres mundanos, a atender apenas aos seus caprichos, à sua vaidade, ao seu estúpido egoísmo.Cada qual passou a viver apenas para si, gozando alegrias banais e esquecendo as necessidades alheias, tornando-se a maioria deles, mais um piolhento bicho dentro dum elo universal; avultaram os escroques, os cínicos e os ambiciosos. Mesmo os que eram bons tornaram-se como eles ao verem a consideração que a sociedade lhes dispensava;essa triste sociedade que torna os homens fantoches e os faz estúpidos e cretinos, animais de responsabilidade e de adoração, deixando na penumbra e no esquecimento os verdadeiros valores, a quem a sorte não favoreceu monetáriamente, mas que foram fadados pelas estranhas forças da Natura de finas qualidaes ou de consideráveis capacidades. É dia de Natal e em cada peito nasceram novas esperanças e tomam foros de realidade sonhos longíquos, recordações gratas, esquecem-se as misérias da nossa vida e as misérias dos outros -- quase sempre também esquecidas -- e procuramos abafar as nossas dificuldades, barreiras julgadas fáceis de transpor no novo ano que se descortina. Natal, dia da família, dia de festa para todos, é também dia de amargura e dor profunda para quantos perderam entes queridos,para quantos falharam na vida e dia de solidão e arrependimento para aqueles que perderam a liberdade em actos que não interessa apontar. Mas, assim mesmo, é um dia maravilhoso pois que a alegria, a dor e o arrependimento são manifestações grandiosas, a tristeza e a mágoa são revelações de sentimentos nobres, são marcos milenários da consciência humana, transportados no tempo e na distância . Natal, dia de redenção e amor... Natal ! Felizes Festas para todos. ..................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 771 - pg. 4 - 23 de Dezembro de 1955 - ===================================================================== ...................................... --- "NOVO ANO, NOVAS ASPIRAÇÕES" --- Ao terminar mais um ano da nossa era, quase todos por certo não deixarão de lançar um olhar percutador sobre tudo o que ficou para trás, esperançados em melhores dias do ano que se aproxima. Quantos sonhos não poderam ser realizados ? Quantas ilusões foram arrebatadas, por vezes mesmo no momento mais aguardado ? Quantos castelos imaginários foram arremessados contra os rochedos duros e negros de mares distantes ? Seria impossível fazer um cálculo; todo o mundo deseja Paz e Felicidade, aguardando com resignação melhores condições, melhores dias. É essa esperança que leva o homem à luta pela vida, que o impele e arrasta a enfrentar inúmeras adversidades: ele luta e sofre porque ama; ele ama e sofre porque luta, mas forças estranhas e superiores dominam essas suas aspirações e, caprichosamente, as arredam para outros ramos; mas não é por isso que o homem se torna infeliz. A felicidade está precisamente na conquista difícil dos seus ideais, sacrificando-se, sofrendo, sem perder totalmente a fé e a esperança que por vezes chegam a ser seriamente abaladas. Não se deve fomentar o ódio nem o espírito de vingança apenas porque certos factos não correram ao seu agrado, nem alcançaram o objectivo em vista; deve seguir sempre de face erguida, olhos postos nas alturas onde tudo sempre é grandioso e belo, porque um dia virá a recompensa do seu trabalho honesto e digno; um dia verá realizadas as suas naturais aspirações de homem de bem, útil à sociedade. Na grandiosidade do Universo, no decorrer galopante do tempo e na infinidade das distancias, o homem fica reduzido a uma ínfima molécula sobre o seu pequeno planeta, donde restará em cinzas e pó; mas ele se esquece de sua pequenez e pretende agigantar-se por meios diabólicos que poderão vir a constituir a sua própria destruição, numa louca correria onde a principal causa é o desentendimento dos povos. Ele se envaidece e se superioriza com banalidades, assumindo atitudes pretensiosas e até mesmo ridículas porque, na maior parte das vezes são precisamente eles, vazios de espírito e fantoches duma sociedade, os que mais se envaidecem e se julgam superiores, porque esse é o modo único de que dispõem para fazer crer ao mundo o seu desconhecido valor................................................... .................................................................... .................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 772 - pgs. 1/4 - 31 de Dezembro de 1955 -- =============================================== ----------- * 1956 * ----------- ======================================== -------- "GLÓRIA AOS VELHOS COLONOS" -------- A misteriosa e negra África começara despertando um maior interesse aos altos poderes e seduzia com suas faladas riquezas os que no Portugal continental levavam uma vida cheia de privações mercê principalmente de uma excedência demográfica e do rendimento das terras, não contrabalançado com as necessárias explorações. Desse modo, Angola, surgia como miragem salvadoura, como solução prática do caso, nela mais se acentuando a dominação do branco, já porque estivesse melhor preparado e em maior número, já porque a alma missionária levada a cabo por venerandos servidores da igreja, facultava a tarefa, ao ponto do negro passar a compreender os seus intentos e a aceitá-los sem reserva. Mas isso não era tudo; era necessário que as gentes vindas da Metrópole, trabalhadores e agricultores na maioria, viessem empregar os seus métodos e conhecimentos, sendo-lhes tão propício o clima das terras altas do Sul de Angola. Assim, depois do ano de 1880, começaranm a chegar os primeiros madeirenses, integrados em colónias e por tal com a designação de colonos.Depois de desembarcados na baía de Moçamedes, tomaram rumo ao Lubango, trepando as altas serras da Chela, numa verdadeira odisseia que durou cerca de um mês, passando as maiores privações, tanto mais pela companhia de suas mulheres e filhos que, aqui,neste cantinho alcandorado entre serranias, haviam de frutificar, tornando maior e mais produtiva a enorme região que ocupava a Huila. Chegados que foram a estas terras e, mercê do suor do seu rosto e do seu sangue,começou florindo a mais bela cidade de Angola, aconchegada no sopé desta cordilheira que, desde a Humbia, sobe abruptamente até atingir os morros da Tchiamena e a ponta do Lubango. Assim nasceu um futura cidade universitária, glória eterna desses homens, hoje velhinhos que, passos indecisos ainda os levam ao lugar dos Barracões a venerar a eterna glória dos que ali ficaram para sempre. Eles são como que uma relíquia da nossa colonização; eles foram o fulcro do que hoje somos; mas, apezar de tudo isso, muitos continuam na miséria, quando mereciam melhor carinho e apoio. Para isso lançamos uma vez mais o nosso brado de justiça e compaixão por esees verdadeiros colonos que ergueram Sá da Bandeira e seus arredores, quais jardins floridos onde os homens sentem bem viva a chama do amor, força suprema e misteriosa que os levantou aos altos píncaros, que os amparou e pôde ser capaz de realizar uma obra que ficará eternamente gravada em letras de oiro na história do nosso povo, na recordação das nossas gentes. Glória aos velhos colonos ! Paz eterna aos que pereceram nessa tarefa, verdadeiros heróis e santos. ........................................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 774 - pg. 2 - 19 de Janeiro de 1956 -- ====================================== ...................................... - "LUANDA ANTIGA - -- O Velho Mercado da Caponta" -- Ali, na Baixa, numa encruzilhada de ruas antigas, dessa Luanda quinhentista, surge-nos um velho quarteirão : - o mercado da Caponta -- quase uma relíquia centenária, onde antigos sobados vinham fazer negócio em feiras ali organizadas;ainda hoje "vive"; é uma presença que relembra as nossas épocas passadas, a nossa ocupação e pacificação em África. Mas ele é um contraste flagrante; ali mesmo ao lado erguem-se novos e belos prédios de vários andares em linhas simples e modernas; naquelas ruas próximas, algumas ainda de calçada irregular e de pequenas lojas para comércio com o indígena, o movimento é enorme.Logo ao despertar do dia uma grande parte de senhoras ali se desloca a fim de conseguir comprar os géneros mais frescos, menos escolhidos e, se possível, mais baratos, nem que para isso muitas vezes seja preciso ripostar um pouco com a vendedora e fingir até um pouco de desinteresse; gente de todas as classes, gente de raças diferentes, brancos, mulatos ou negros, fazem o seu negócio, labutam pela vida. Cá fora, junto ao portão da entrada principal, o "quitandeiro" aguarda também os seus clientes. É um europeu, de aspecto cansado, de quem já muito lutou pela vida, sem nunca ter conseguido melhor recompensa; ali está, parado;´`as vezes, quase que como indiferente à gente que passa apressada, à gente que se esquece que ele ali está para os servir, precisando ganhar uns vinténs; ali continua por mais tempo e depois desaparece na sua quitanda móvel com rodas de bicicleta, ao voltar duma esquina onde um sinal luminoso, vermelho, o deteve por alguns instantes. Lá dentro do Mercado a confusão é enorme; gente que entra, gente que sai : todos vão apressados, como se movidos por um automatismo sincronizado; apenas alguns, como eu, simples curiosos ou turistas, ali passam calmamente, apreciando todo aquele espectáculo, consultando maliciosamente as listas de preços, enquanto se aprecia uma freguesa afobada em compras, ou se interpela uma jovem peixeira, descendente directa dos que ficaram lá para os lados de Espinho; é nova e simpática, chama-se Maria Fernanda; mas, apesar da sua pouca idade, não se deixa ultrapassar pelas velhas colegas e sempre apanha uns bons fregueses; a vida é dura e desconsoladora, mas ela ali está, logo de manhã,vendendo o peixe fresco, enquanto à tarde, volta ao seu serviço doméstico, como as demais jovens da sua idade; vai preparando as suas coisas, sonha e goza a vida! Logo à direita, assim que entramos, encontramos a secção de venda de peixe, em balcões cimentados, intercalados por corredores e fechados por uma pequena vedação; ao centro, existe uma balança e uma secretária onde se encontra o agente do fisco e representante da autoridade; não raras vezes sucedem ali cenas movimentadas e excitantes; cada qual procura atrair os fregueses e apegoa as qualidades e a barateza do seu peixe; é um falar alto e gritante, seguido de risadas de troça e galhofa; ali ao lado, uma peixeira alterca com um seu colega vizinho, alegando cada qual que um caixote com peixe lho pertence e quase chegam a vias de facto; trocam frases de sabor menos agradável até que o fisco vem intervir, dando razão à mulher, não por uma questão de saias, mas talvez pelas razões mais convincentes e mais calorosas apresentadas. Do outro lado, esquerdo, daquela calçada já polida pelos anos, estendem-se as quitandas de frutas e géneros; desde as simples e envelhecidas hortaliças até aos vários produtos vindos do interior, produtos que o indígena ali foi negociar. As quitandas, todas perfiladas, ocupam largo espaço; cada uma tem de frente uns dois metros, com balcão e uma porta de entrada; ao balcão, em planos inclinados são expostos os géneros e ao alto, dependurada por um cordel do tecto, oscila uma lista dos preços; ela oscila tanto em sua posição como os preços oscilam de maneira flagrante de quitanda em quitanda. Por curiosidade colhemos alguns preços que, para nós, aqui deste planalto rodeado de hortas e pomares, faz sorrir e quase não acreditar, mais a mais, verificando que muitos dos géneros são raquíticos e esgroviados, de cores e cheiros duvidosos; em letras garrafais, tremidas e por vezes, enviusadas, lemos : (em quilos) : alface (10$00) - nabos (10$00)- pimentos (8$00) - laranjas (10$00) - mamão (3$00) - repolho (7$00) - tomate (12$00) - e por unidades : galinha (20$00) - cabritos e leitões (de 120$00 a 150$00)... Mas, estes preços variam de lado para lado, confrome as qualidades ou aspecto ou mesmo conforme a "casa". Ao fundo da quitanda, em caixotes velhos e de redes esburacadas, de larga malha, estão os ovinos e caprinos; ali dormem,comem e vivem, deixando consigo cheiros e restos indesejáveis; aqueles cazinhotos ao fundo, denotam falta de limpeza e poucos cuidados, dando um mau aspecto; ali mais á frente, alguns caprinos já degolados, esfolados, expostos a poeiras e contaminações, oferecen um perigo aos fregueses e à saúde pública; aliás, quase todo o conjunto demonstra falta de limpeza e falta de fiscalização das entidades competentes, tanto mais que se trata de um local onde se vende toda a espécie de géneros alimentícios; até se verifica acumulação de lixos e resíduos, artigos decompostos que exalam cheiros desagradáveis; fui testemunha, em certa altura, de ver retirar de entre caixotes, já enfiado para o fundo, um gato apodrecido, que ali morrera certamente há alguns dias, sem que tivessem dado por tal; era ver aquela gente fugindo de nariz tapado ! Todos esperam pela aberyra do Novo Mercado, magnífico prédio de linhas modernas, ocupando um extenso quarteirão, ali próximo da Maria da Fonte. Sem dúvida alguma que se trata de um notável melhoramento, que beneficiará, em vários aspectos, a vida das gentes da capital. Todavia, isso não justifica o pouco cuidado dispensado às velhas instalações que têm funcionado nessas precaríssimas condições há largos anos; pelo menos podia haver mais limpeza e mais fiscalização, a bem de quem não tem outra solução para se servir,pois não se pode dar ao luxo, passe o termo, de adquirir os seus géneros diários nas frutarias da cidade, onde por vezes, nem mesmo os preços elevados limitam a procura. --------------------------- Como há muitos anos atrás, o velho Mercado da Caponta, quase relíquia de Luanda Antiga, é um centro de movimento, negócio e um espectáculo variado, por vezes até, bastante animado! Ali, como em todo lado, há homens e mulheres de todas as idades, de raças diferentes, labutando no dia a dia, na esperança e anseio dum futuro mais tranquilizador. .......................................... --de (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 774 - pg. 5 - 19 de Janeiro de 1956 -- ============================================== ......................................... --- "A protecção ao agricultor pobre" --- Infelizmente por quase toda a parte do mundo as sociedades compreendem uma classe pobre, preenchida por essa gente necessitada que se arrasta numa existência atrós e rude. A sua situação depende de várias causas, aparentemente insuperáveis mas que,porém, às vezes podem ser combatidas, melhorando-lhes a sua condição de vida. Queremos por agora referirmo-nos principalmente aos agricultores pobres, visto que, nesta região de características e condições actualmente agrícolas e de fraco desenvolvimento industrial, as faltas de chuvas originam fracas colheitas e maus anos, de modo que uma grande percentagem de agricultores necessitados vive em constantes dificuldades,rodeados de incertezas e de pesadas dívidas, chegando muitas vezes ao ponto de quase não tirarem para as sementeiras. Por outro lado, um deficiente sistema de irrigação...................................................................................................................................................................................................... ................................................................... ................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 776 - pg. 4 - 8 de Fevereiro de 1956 -- --- Da Redacção : - "O SR.DR. LEANDRO DE MENDONÇA no Instituto dos Estudos Ultramarinos"... --- "A FUTURA CIDADE ESCOLAR DE LUANDA" --- --- Da outros colaboradores : - TEIXEIRA Jr. ("CENTRO DE TURISMO DA HUILA") --- ====================================== ......................................... --- "POR UMA ANGOLA MAIOR" --- Angola transcorre um período de grandes realizações e de alguns factos de alto significado histórico. Um Novo Chefe vem guindar os destinos desta imensa parcela do território portugês em África. Dadas as suas reconhecidas qualidades, toda Angola espera encontrar da parte do seu novo governador a mais sábia chefia, para bem de quantos mourejam desde as florestas do Maiombe às áridas extensões do Namibe, sem distinções de classes nem de raças, mas sim num espírito único de trabalho e de compreensão, que permita a cada ser auferir as regalias a que tem direito : é todo um só bloco, cimentado e enraízado num passado glorioso, mas que, porém, não pode fugir às realidades do presente. Em quase todo o mundo o nível de vida tem subido, após duas avassaladoras guerras, sentindo-se as suas nefastas influências até nos mais recônditos lugares : um espírito de sacrifício dominou toda a humanidade, sempre esperançosa em melhores dias, mas nem todas as comunidades os alcançaram. Felizmente conseguimo-lo, aos poucos é certo, mas seguramente, em passos firmes, como que assentando os alicerces onde se apoia toda uma obra grandiosa, olhos postos nos marcos milenários que caracterizaram o povo lusitano. É certo que muitas vezes foi preciso defendê-los à custa de sangue derramado, perante vários inimigos, orientados e conduzidos por interesses particulares, principalmente da parte daqueles que alargaram as suas fronteiras apertadas e sem saídas, e dos que sonhavam conquistar misteriosas serras de riquezas que facilmente embarcariam em navios a mando e salvo de Nassau. Foram lutas que ficaram para trás, gravadas nas páginas de nossa história e que ficam bem relembrar num início de novo Governo Geral. Ainda são muitas as obras a realizar. Têm de ser feitas aos poucos, na medida do possível,buscando-se soluções aos mais variados e constantes problemas. Estamos certos que, principalmente no que diz respeito à região da Huila e depois de concluídos os trabalhos de fomento em curso, o problema agrícola e pecuário das nossas regiões, mola real dos verdadeiros e limitados recursos naturais que possuímos continuará merecendo sempre a melhor atenção, no sentido de solucioná-lo, pois desde há muitos anos que aqui labutam quase infrutíferamente inúmeros colonos, e isso porque as condições naturais se têm tornado bastante irregulares e a situação financeira desses agricultores desgarrados não lhes permite adoptarem melhores sistemas de cultura e nem sequer uma razoável mecanização dos trabalhos. Nesse aspecto o agriculror indígena tem sdio , em grandes regiões, o que talvez mais se tem ressentido, ao ponto de preferir abandonar as suas terras e ir para outros lados, para outros serviços, menosprezando a agricultura que, afinal, pode vir a constituir a nossa maior riqueza. Este é um dos muitos aspectos em que se nos apresentam os nossos problemas. Estamos certos que o novo Governador Geral de Angola,S. Exa. Snr. Tenente-Coronel Sá Viana Rebelo, dedicará o melhor do seu esforço e trabalho na solução de todos eles para bem dos colonos e agricultores, para bem de todos nós, para uma Angola maior. ..................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 778 - pgs. 3/4 - 25 de Fevereiro de 1956 -- ................................................. --- Da Redacção : - "DIA DO PAPA" --- "FESTAS DA SENHORA DO MONTE" (ver transcrição a seguir) --- "DISCURSO DO SR. GOVERNADOR GERAL" --- "NA CERIMÓNIA DA TRANSMISSÃO DE PODERES" --- ----------------------------- ------ "FESTAS DA SENHORA DO MONTE " ---------- A Comissão Permanente das Festas da Senhora do Monte", teve a sua primeira reunião preparatória na 2ª feira ùltima, na Câmara Municipal. Estiveram presentes os Srs. : - Dr. Ricardo Simões, da Comissão Central, José de Lemos Lopes, do Rallye Ferroviário, Dr. Emídio Fernandes, predidente do Rádio Clube da Huila, Manuel Resende pelo Sindicato E.C.I. e "Província de Angola", César da Silveira, do "Diário de Luanda", Dr. Higino Vieira, pela Académica, Avelino Delgado, Director da Escola "Artur de Paiva", Padre Geraldes, pároco da Freguesia, Roberto de Sousa Correia, da Comissão de Turismo,Engenheiro José Sabino de Carvalho Fontes e José de Figueiredo Fernandes, vereadores da Câmara, Artur Teixeira, da Associação dos Desportos, Augusto Teixeira, do Juventude Huilana e pelo "Intransigente", Severim de Morais, do Clube Ferroviário, António Inácio dos Santos,do Futebol Clube da Huila, Plácido da Costa Campos e Manuel Angelo Correia,pelo Rally e Victória Pereira pelo jornal "a Huila". Presidiu o Presidente da Câmara, Sr. Capitão José Maria da Anunciação Telo e serviu de Secretário, César da Silveira. Ficou decidido dar maior brilho à Festa religiosa. Do programa provisório constará um Rally, provas complementares, Baile do Rally, Futebol, Basquete de meninas, Tiro aos pombos, Tiro aos pratos,exposição de fotografias, exposição de pinturas, Baile da Cidade (popular),arraial, fogo de vistas, passeos turísticos aos arredores. Como nos anos anteriores, será aberto consurso de cartaz das Festas, tendo como prémio 2 mil escudos. .......................................... - De outros colaboradores - "DE VILA PAIVA COUCEIRO" - ========================================= ....................................... --- "Para onde vamos então ? " --- O homem, eternamente insatisfeito, busca mais e mais, por vezes, numa ambição louca e descontrolada. O ser humilde, o homem do dia a dia, que trabalha a terra ou ganha modestamente a sua vida, anseia felicidade. Podem-no rodear os mais variados defeitos, mas ele busca pacificamente conseguir um objectivo lógico, natural. Mas, o homem de ciência, o génio, propulsor das ideias, das invenções, revolucionador das indústrias e dos engenhos, sonha sempre mais alto; submerso pela ciência, mecanizado como automato duma gigantesca engrenagem, desumanizou-se, deixou de pretender a felicidade para desejar vencer a luta contra o desconhecido, o desafio às forças gigantescas que controlam o Universo; nessa luta ele pretende atingir a glória,as raízes da sua própria ruína; ele, que é cinza, pó e nada !! Desde que o homem entrou no domínio da energia atómica, a sua correria louca atingiu o auge; planos fantásticos, experiências assustadoras e tenebrosas, espantam e amesquinham o mundo; cada ser sente-se mais inseguro e desconfia da possibilidade do homem conseguir controlar essa fantástica energia, que subitamente tomou um desenvolvimento formidável. Classificou-a de "Átomos para a paz". Mas terá o homem a absoluta segurança de que as suas arrojadas experiências resultarão em bem comum ? Que serão realmente "Átomos para a Paz" ? Cremos que não, se as coisas assim continuarem. Saberá o cientista justiificar toda uma serie de variações atmosféricas e climatéricas, absolutamente irrisórias e que se vêm verificando cada vez mais desde que começõu com suas loucas experiências ? Saberá o cientista antever os resultados que se poderão produzir daqui a alguns anos com as experiências que faz presentemente ? Talvez o não saiba; o impossível doutras épocas, hoje tem sido destronado : a inteligência humana tem sabido superar o desconhecido e as forças mais estranhas. -- Mas, até que ponto o conseguirá fazer ? Já não são pequenas máquinas a vapor, nem motores de combustível barato. Não; trata-se da energia do próprio Universo, capaz de, descontrolada ou desorientada, abalar o seu equilíbrio e arruinar pequenos mundos. A Terra não é senão um pequeno Mundo girando nos espaços milenários do Universo. Que "Os Átomos para a Paz" possam antever as consequências dessas loucas e desmedidas experiências; aliás eles já demonstraram, e ainda eram de "pequena" envergadura, do que são capazes : - transformaram a estrutura de regiões inteiras, tocaram profundamente o organismo animal, modificaram até a vida vegetal. Tudo será pouco para provar a eminência duma derrocada ? Para onde vamos então !? ......................................... -- de ("SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 779 - pg. 2 - 3 de Março de 1956 -- ........................................ --- Da Redacção : - "BODAS DE PRATA DA RADIODIFUSÃO DE ANGOLA" --- --- De outros colaboradores : - MACHADO DA GRAÇA ("A PROPÓSITO DE PUBLICIDADE") --- ARMANDO PERESTRELO VIEIRA ("GRAVE ESCÂNDALO COM AS CARNES DO CONSUMO PÚBLICO") --- ========================================= ......................................... --- "Aqueles que se acusam" --- A confissão, quando expontânea e sincera, constitue uma das virtudes do homem. Mas, quando é forçada e acusativa, isto é, procura pôr em cheque factos passados, apenas como atenuante da falta cometida em prejuízo de outrem,torna-se ridícula e banal. Faz lembrar o velho rifão "da zanga das comadres" ; os defeitos e as faltas cometidas em conhecimento mútuo, ficam acalentados na esperança de nunca virem à luz da razão, a não ser que surja a discordância entre as partes interessadas; por isso, cada uma delas, receia sempre um deslize da outra e, para evitar tal desastre, facilitam-se mutuamente nas dificuldades da vida corrente. O homem é um animal egoísta e vaidoso; o seu egoísmo pode ser tão desmedido que exiga retraimentos e sacrifícios dos outros; a sua vaidade pode ser tão ridícula que se julgue o ser mais importante, o homem recto e sem defeitos. Mas, o egoísmo e a vaidade, são fracas forças; nada valem perante a verdade e a consciência; podem pretender resistir, mascararem-se de falsas couraças, bradar pela justiça, mas, finalmente, sucumbem mesmo perante a acusação da sua própria consciência. A inocência sacrificada, calma e compreensiva, é admirável; favorece o estado de espírito, permite uma análise mais profunda, meditativa; estabelece um elo de comprensão entre a parte acusativa e a parte acusada, mesmo que,muitas vezes acontece, não se consiga realmente chegar ao apuro da única verdade. Geralmente, o homem não gosta de ser acusado; não gosta de ver em cheque os seus defeitos, deprimida a sua personalidade; e, por isso, reage mas, o reagir, é lógico,é humano. Porém, a reacção deve ser controlada, até porque, caso contrário, llmais reforça a acusação e põe em cheque faltas que talvez pudessem passar nas malhas perspicazes da justiça. Acima de tudo a luz da verdade. Lembremo-nos que na imensidão do universo apenas somos simples moléculas com energias, girando e obedecendo às leis naturais, mas que, porém, apezar dessa afinidade, temos um caminho superiormente traçado, controlado pela linha de conduta inspirada por deveres morais e sociais. Porque pretendemos egoísta e vaidosamente fugir dessa linha de conduta ? Porque subornamos os deveres morais e sociais por questão mesquinha, por interesses meramente particulares ? Porque queremos humanamente conquistar a felicidade ? Não !. Tudo isso apenas porque queremos ser importantes e egoístas. Porque não cuidamos dos prejuízos alheios antes de pensarmos nos nossos próprios interesses. A felicidade está na abstracção das coisas fora de alcance, está na compreensão da vida difícil, na resignação das fatalidades e no amor pelo próximo e não de nós mesmo. Está nas maravilhas da Natureza e no respeito sagrado de suas Leis. ............................................... -- de ("SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 780 - pg. 4 - 10 de Março de 1956 -- --- Da Redacção : -- "ENCERRAMENTO DE CASAS COMERCIAIS" --- "EXCURSÃO DOS ALUNOS DO LICEU" --- ======================================== ...................................... ----------- * "BAMBI" * ---------- Um filme para crianças que encanta todas as idades. Uma verdadeira maravilha em arte, uma história que cala bem fundo os mais depravados sentimentos humanos. É o mistério da criação,o segredo indecifrável da natureza. Todos seres, desde as mais ínfimas espécies, têm a sua própria vida, e no período mais curto ou mais longo da sua existência, buscam assegurar a continuidade da sua geração. A sua própria vida íntima,rodeada de vicissitudes ou de horas alegres, é também rodeada de amor e carinho, num respeito aos direitos de cada indivíduo dentro da universal sociedade. As aves eternizam o amor em lindos trinados, em volteios singelos, em derredor do ninho, encaixado num galho verdejante. Cantam as belezas da vida. É todo um quadro de cenário fantástico, em que desde o chilreio das aves, o ruído dos animais, o rumojar das águas, o vergastar das árvores, tudo constitue o verdadeiro hino da Natureza, ecoando longe, distante, até se perder no azul celeste. É a vida que continua a cada passo, em estações sucessivas, bela desde a diversidade de cores da primavera à melancolia e frieza do Inverno; mas uma e outra são simultaneamente grandiosas e belas. É o mundo escondido e pacífico, onde as espécies reinam em felicidade. Mas, o homem, além de inimigo de si mesmo, animal que se diz racional, é inimigo, por prazer e por desporto,do animal irracional. Não compreende o mistério da Natureza e rodeia de satisfação a sua estupidez hedionda; mata e assassina por prazer, por insatisfação doutros prazeres banais da vida. É um monstro avassalador, é aborto da própria Natureza, é bem um animal cuja razão submerge nas banalidades da vida, e pretende desvirtuar o caminho superiormente traçado. Mas, a vida continua... Depois a Natureza veste suas galas de ouro e canta, canta com toda a pujança a liberdade, o direito de viver de cada espécie, por mais ínfima que seja, o direito da criação, da existência e o direito da reprodução. Mas um direito livre, sem restrições nem desvios, senão os da própria natureza.É simultaneamente a beleza da criação e o drama da reprodução. Tudo se conjuga num quadro feliz, numa policromia de cores e música, qual sonho de mil e uma noites. É a arte transcendente inferiozando o vulgar e elevando o artista em brados de glória, eternizando a obra do Criador. BAMBI, é um filme que instrue e educa, com graça e beleza, rodeando uma história de belos princípios morais e sociais. Bem sabido é que o cinema muito influe no espírito da criança. Mas, a medida de se proibir este ou aqueloutro filme, não basta. O que é absolutamente necessário, é que se façam muitos mais filmes para crianças; filmes instrutivos e que possam ser proveitosos, e não também qualquer banalidade ou "pessegada". Neste ponto de vista, muito se deve ao genial Walt Disney, pois as suas produções sempre visam histórias interessantes e de fundo moral, capazes de influenciar as crianças a seguirem o verdadeiro caminho da vida.É assunto de primordial importância o da educação da criança e, no que diz respeito à projecção de filmes especiais, deviam as entidades competentes e responsáveis, dar uma muito maior atenção. Por outro lado ainda, deviam acabar de uma vez para sempre com esses tantos livrinhos de histórias aos quadradinhos que visam apenas aventuras "rocambólicas" (rocambolescas)e historietas de mortes e crimes absolutamente contrários aos princípios educativos, por vezes mesmo imorais, responsáveis por tantos casos de deliquência infantil, que levam às mãos da justiça implacável e imcompreensível por tantas vezes, muitos jovens atraiçoados por uma educação deficiente e prejudicial. Os que cometem pequenos delitos hoje, poderão amanhã tornarem-se em hediondos criminosos. Para já, a campanha deve partir dos próprios pais e professores, enquanto superiormente não forem tomadas medidas mais firmes, para que no lar possa reinar sempre alegria e felicidade. Não se pode admitir, nem tolerar sequer,que editores e escritores baratos se aproveitem de tais historietas para especulosa exploração puramente comercial; isso é imoral e condenatório. Gaste-se mais dinheiro subsidiando artistas de mérito, artistas geniais como Walt Disney, para que possam produzir maravilhas para crianças, verdadeiras obras de arte que nos deixam suplantados, e mandem-se para uma fogueira pública todos esses livrecos e folhetins de histórias aos quadradinhos que foquem apenas historiecas de estranhas e perigosas aventuras, de crimes e mulheres sem nome, de toda uma galeria infernal,especulosa e vil, que o bom senso, a moral e a religião condenam. ............................................. -- (de "SOURREIA" - Jornal "A HUÍLA" nº 782 - pg. 4 - 24 de Março de 1956 -- .................................................... --- Da Redacção : - "NOTÍCIAS DE CACONDA" -- "A VELHA FELÍCIA EM PERIGO DE VIDA" -- =================================================== .......................................... --- "Aqueles que se governam" --- A sociedade aparece-nos como uma colmeia imensa, onde cada qual se esconde no seu favo e procura trabalhar; infelizmente, muitas vezes esse trabalho, ao contrário do que verdadeiramente se passa com os pequenitos insectos,não tem por fim satisfazer as necessidades do todo, mas sim, dum modo geral, as necessidades e aspirações do indivíduo; na colmeia humana, se bem que a resultante dessas forças dispensadas no trabalho, possa por vezes vir a proporcionar um benefício geral, quase sempre cada indivíduo tem apenas por objectivo uma meta puramente egoísta, na qual anseia encontrar o seu bem-estar. Isso pode ser humano e ser até um lenitivo na luta pela vida; mas, torna os homens cada vez mais estupidamente egoístas,vaidosos, pretenciosos e cínicos. A sua falsa personalidade reveste-se de um verniz vistoso, mas que é estranhamente fraco, capaz de estalar aos primeiros ensaios experimentais sobre o seu verdadeiro carácter. Por certo e felizmente, muitos homens não se poderão enfileirar nessa galeria; reunem uma serie de qualidades, sempre porém, com alguns defeitos, capaz de lhes permitir uma diferente classificação e um lugar decente num conceito pre-estabelecido, mesmo dentro da mixórdia da colmeia. Então, ele produz com o seu labor controlado, despretensioso, e respeitador das qualidades de cada indivíduo que lhe mereça consideração, finas qualidades de matéria prima que hão-de ser purificadas por outros elementos de trabalho e que constituem depois valioso suprimento para a restante colmeia, mesmo para aqueles que ficaram preguiçosa e descansadamente à sombra, recolhidos no bem estar do seu favo. É todo um ciclo contínuo e vicioso. Por outro lado ainda, encontramos na colmeia movimentada, plena de cores e vidas, aquela outra serie de várias espécies de indivíduos que, pior do que os anteriores, se governam muito melhor à custa do esforço, falta de visão alheia ou mesmo até por vil especulação. Altamente valiosos e egoístas, pretendem conseguir meios para passarem a ser peças importantes de um jogo ou torneio universal, usando para tal de manhas e artefactos só por eles conhecidos. E então, vá de armarem esperta teia, repleta de armadilhas, onde a vítima inocente se despojará de seus haveres para contento e regalia do parasita. E assim, enchendo o celeiro desse modo, eles começam a tornarem-se pessoas julgadas importantes, que passeiam vaidosa e cretinamente em luxuosos automóveis, que à tardinha vão à melhor pastelaria, onde,na roda dos muitos amigos e, encobrindo sua burguesia, pedem bebidas finas e se arriscam em discutir os mais variados assuntos, repisando afirmações categóricas, talvez ouvidas em semelhante "tertúlia" no dia anterior, ou em qualquer esquina. Todo este mundo é cheio de mistérios e de estranhas "governações"; a vida não corre bem para a maioria das gentes, mas ainda corre para essa serie de personagens. E,para uma grande maioria, muitos deles continuam sendo as pessoas de valor e consideração, que tentam espezinhar e humilhar cada um, apenas porque têm sobre eles algum poder e mando profissional, sujeitado pela necessidade de ter trabalho e ganhar o pão. Com tudo isso, aqueles que realmente possuem qualidades sãs,carácter recto e uma personalidade formada,não aceitam essa sujeição, que esses outros, muitas veezes desprovidos dessas qualidades, pretendem forçar e fazer cumprir, de molde a satisfazer a sua vaidade e requintado egoísmo. Sejamos humanos e modestos. Lembremo-nos que somos todos da mesma matéria e que a nossa passagem pela Terra deve ter apenas por finalidade cumprir um dever leal e justo. Que cada indivíduo tenha o seu lugar merecido dentro da colmeia e goze das vantagens compensadoras no favo que tenha conquistado com o seu labor honesto e digno. Mas, o facto de podermos ocupar lugares de mando, não quererá dizer que nos possamos aproveitar deles para nossa vaidade ou capricho.Respeitemos a personalidade de cada indivíduo e as qualidades de trabalho, para que possa reinar sempre a harmonia e felicidade na colmeia. Sacrifiquemos o nosso trabalho para o todo e apreciemos bem de perto, para termos por exemplo, a persistência e o cumprimento do dever dessas pequenas e douradas abelhas, às quais até, por necessidade ou por guloseima, roubamos o fruto do seu trabalho, o sustento de uma nova geração. Que cada indivíduo ocupe o lugar que merece na nossa colmeia social. ............................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 783 - pg. 2 - 31 de Março de 1956 -- ................................................ --- Da Redacção : - "EXPRESSIVA HOMENAGEM DOS DESPORTISTAS AO Sr. GOVERNADOR GERAL" --- COLÓNIAS INFANTIS DE FÉRIAS" --- ======================================= ..................................... --- "AMAR AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO" --- Na complicada tarefa de educar as massas, reside a segurança básica dum país. O povo deve ser conduzido a uma educação sã, dentro mesmo das modernas ciências e das artes.Assim, todos se compreenderão, num espírito único e elevado de bem servir a sociedade, respeitando-se os indivíduos e obedecendo sabiamente às normas impostas pela Lei, funcionando como que um mecanismo perfeito e sincronizado, sem necessidade de medidas de violência ou esforçadas. Dentro desta síntese de disciplina, vamos procurar expôr algumas considerações sobre a maneira como certos elementos encarregados de a manterem a violam, fugindo dos meios lícitos e legais, para atingirem as raias da desumanidade (da loucura quase), da moral e dos mais antigos e venerandos princípios religiosos, tanto mais se tivermos sempre presente este mandamento da Lei de Deus : "Amar ao próximo como a ti mesmo"; dentro do conceito deste milenário mandamento, deviam os homens respeitarem-se com amor e sabedoria, sem distinção de raças nem de classes. Todavia, a história das civilizações tem-nos mostrado em quanto os homens deturparam e desobedeceram ao que ditara o Messias.Está ela repleta de páginas sangrentas, onde reina em cada linha o egoísmo desmedido pelo bem estar individual, a vaidade do mando e a soberania do poder totalitário. Essas páginas de sangue, foram escritas pelo sofrimento da humanidade, pelas lágrimas das noivas e pela dor profunda das mães que viam os seus entes mais queridos serem trucidados pelas crueldades das guerras, pela crueldade dos homens que se divertiam com o sofrimento dos infelizes nas garras das feras. Os séculos se arrastaram e as civilizações não puderam ocultar as reminiscências que ficaram da brutalidade das épocas. Os homens continuaram a ser inimigos de si mesmos,sacrificando e humilhando o próximo, para seu regalo e contento, ou por pura vaidade de se julgarem superiores e autoritários, faltando não só às normas morais e pedagógicas de ensinar e educar, como ainda à obediência a "amar ao próximo como nós mesmo". Os povos, assim que tiveram o mar aberto, lançaram-se em sonhos de conquista e descobertas, uns por puro interesse comercial e de ambição de minas e ouro, outros levando porém consigo um sonho de aventura e de expansão da sua fé religiosa, respeitando os povos que habitavam nas mais escondidas florestas. A África de oiros e lendas, foi um dos maiores campos de conquistas, onde muitos esqueceram os ditames de suas consciências para obterem maiores ganhos e riquezas, e outros ergueram uma obra civilizadora e humana. Aqueles que fizeram a sua ocupação com humanidade, com consciência e sabedoria, viram floridas as raízes que lançaram à terra, e engrandecida a sua obra.. Os outros, corrompidos e envaidecidos, apodreceram pelo caminho e foram desaparecendo. Todavia, ainda nesses que venceram, continuam porém alguns desrespeitando os princípios elevados da disciplina e da moral. E, é contra esses, que nós erguemos a voz da verdade e da justiça, apelando para que atendam à sua consciência e sejam humanos no cumprimento dos seus deveres, porque a disciplina pode ser mantida sem que para isso se usem meios ilícitos, meios de transcendente violência, desde que se julguem todos pelas suas qualidades cívicas e não pelas suas situações.Muitas vezes os que fogem ao cumprimento da lei, são os que ainda não atingiram o grau de civilização;mas, por isso mesmo, eles devem ser melhor compreendidos, obrando-se com condescendência e não com raias de brutalidade (como há dias presenciámos), porque desse modo, pelo contrário, nascerão em si outros ódios e maldições. Para melhor me fazer compreender, quero ter a oportunidade de me apoiar no belo artigo "A Lição dum Processo", que o brilhante escritor Silva Martins publica em a Gazeta do Sul, de 8/5/55, nos seus Mosaicos de Paris, transcrevendo as seguintes passagens :..."Longe de nós a intenção de fazer aqui apreciações acerca da sentença que absolveu Margarite Marty, pois a "coisa julgada" é para nós, até surgirem provas em contrário, verdade de fé.Portanto, mesmo que o tribunal tivesse concluído com a condenação da acusada, a atitude da polícia seria igualmente por todos condenada, visto ela não só desrespeitar as regras jurídicas, como ainda os mais elementares princípios dos sentimentos de humanidade devidos a todas as relações e em todos os casos, entre os homens............................................................................................... ................................................................... ................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "A HUÍLA" nº 786 - (Editorial) - 28 de Abril de 1956 -- ............................................... --- Da Redacção : - "INAUGURAÇÃO DO MERCADO MUNICIPAL" --- "DESPORTO - A Inauguração dos Campos de Jogos dos Maristas" --- "A ELEIçÃO DA RAINHA DO RÁDIO CLUBE DE SÁ DA BANDEIRA" --- "AS PASSAGENS DE FÉRIAS DOS ESTUDANTES ULTRAMARINOS" --- "CENTRO DAS ACTIVIDADES ECONÓMICAS DE ANGOLA EM LISBOA" --- ============================= ................................... --- "A TRAGÉDIA DA MEMBA" --- --( Foi completamente destruída por violento ciclone -- Centenas de mortos e muitos feridos ) -- -- Um verdadeiro movimento de solidariedade reconstroe Memba -- Os últimos números do "Notícias de Lourenço Marques" trouxeram-nos tristes notícias. Uma violenta rajada de vento destruíu na quase totalidade uma extensão de 400 quilómetros,tendo sido alvo da tragédia a Povoação de Memba, onde todas as construções indígenas desapareceram e das outras mais sólidas apenas restaram algumas, incluindo parte da Igreja, onde se refugiaram muitas dezenas de brancos e indígenas, ali permanecendo ensopados e esfomeados mais de 40 horas. Mulheres,crianças, ali tiveram de dormir enquanto se consumava a tragédia que os deixava a todos sem lar. Foi tremenda a catástrofe e durou longo tempo; tudo desapareceu naquela fúria devastadora, qual verdadeira bomba de alta potência que ali tivesse sido lançada. As paredes ruíam como se fossem de papelão; os telhados desapareciam como milagre, voando as folhas de zinco para distâncias inacreditáveis, o que mais punha em perigo a povoação. Naqueles primeiros instantes, cada qual procurou apenas salvar-se, deixando para trás todos os seus haveres; mais tarde então -- continuava a tragédia --foi a remoção dos escombros, onde se vieram a encontrar algumas vítimas. logo socorridas pelo pessoal do hospital, cujo edifício estava também destelhado e com paredes caídas. Houve quem se recolhesse em guarda-fatos e arcas fugindo assim aos pedaços de telhas e paredes que caíam. A repercussão da tragédia logo se estendeu, sendo enviados os primeiros socorros às vítimas. Um verdadeiro movimento de soliddariedade logo se ergueu para que a povoação de Memba fosse protegida.Quase todas as casas tinham desaparecido; todas as culturas, nomeadamente a de cajueiros, que são a sua riqueza principal, ficaram completamente destruídas, não se vendo um único cajueiro de pé. As vias de comunicação ficaram totalmente cortadas. Foi de relevo o feito do jovem aviador, tenente Herberto Ruas, que num pequeno "Tripacer" conseguiu aterrar num pequeno campo cheio de escombros e entulhos, para que se pudesse desde logo começar a prestar urgente assistência. Em Mazua, povoação próxima de Memba, tabém se verificou igual tragédia, tendo a população se refugiado na única habitação de pé, a do chefe do posto, onde permaneceram mais de 20 horas.Os prejuízos elevam-se a alguns milhares de contos, registando-se centenas de mortos. Merece os maiores louvores o movimento de solidariedade de toda a Província de Moçambique para com a mártir povoação de Memba e Mazua. O governo chamou a si uma grande parte dessa restauração, sendo a acção dos particulares digna do maior louvor. O jornal "Notícias" abriu logo nas suas colunas com uma verba de cinco contos para uma subscrição pública a favor das vítimas. O Banco Nacional Ultramarino contribuiu com a avultada verba de cem contos e várias agremiações de recreio e desportivas estão a organizar festivais em seu favor. Isso merece ficar registado em letras de oiro. O Homem não é afinal, o inimigo de si mesmo, quando sabe compreender a desgraça alheia e se sacrifica por ela. Cabe-nos aqui fazer esta pequena apreciação : Memba foi completamente destruída, como que atingida por verdadeira bomba de alta potência. Reina a dor, a desolação e a miséria. Foi a inclemência da própria Natureza quem a destruiu. Todos compreendem e acalentam a sua dor. E pensar-se agora que os homens, nas suas maquiavélicas invenções, são capazes de conseguir o mesmo grau de destruição, sendo capazes de lançar a desolação e a miséria numa extensão igual ou até mesmo ainda superior, sem se preocuparem com os milhares de vidas quew destroim, estando eles lá longe, nos seus postos de comando, debruçados sobre mapas, "brincando" com os seres humanos como quem brinca com simples bonecos de papel, recostados em belas cadeiras estofadas e fumando bons charutos. Lembrarmo-nos que uma bomba faria igual destruição, sem que ninguém se incomodasse em salvar as vítimas, senão elas próprias -- isso é doloroso e arrepiante. Na verdade, o homem ainda é o inimigo de si mesmo, porque mata e arruina, por ambição e egoísmo. Memba, levantar-se-á de novo para a vida e, a própria Natureza que a destruiu, lhe dará forças para isso, com o seu misterioso poder e a sua inegualável sabedoria. Algumas centenas de vidas se perderam. Paz às suas almas. ............................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 787 - pg, 2 - 5 de Maio de 1956 -- -------------------------------------------- -- Da Redacção : - "PROJECTO DO PROGRAMA DAS FESTAS DE NOSSA SENHORA DO MONTE" --- IMPRENSA - "JORNAL DA HUILA (1º aniversário)2 -- "O INTRANSIGENTE (28º aniversário) -- "DESPORTO - A vitória do Porto ... sagrou-se campeaão, depois da vitória sobre a Académica, num difícil jogo...") --- ============================== ......................................... --- "ETERNA GRATIDÃO" --- Nada sensibiliza mais qualquer ser humamo do que gesto do mais puro e elevado altruísmo a favor daqueles que o destino não fadou para o bem estar e felicidade. Por mais rude, por mais ignorante e mmesmo que use superficialmente capa de arrogante egoísta, o homem não pode deixar de quebrar em certo momentos da vida, já porque assim o ordene a sua consciência, já porque o intimide um futuro e ameaçador remorso. Mas de qualquer das formas o gesto é nobre, pois dele dependerá talvez uma nova vida, uma carreira que podia ficar entravada no silêncio e no esquecimento das multidões. E a vida se renova em toda a sua pujança, plena de novas ambições, enriquecida por cambiantes de ouro esbatido num novo dia que começa. Ainda há pouco que um pequeno, residente na cidade de Malange, foi vítima de uma doença em perigava a sua vista, em riscos de irremediáveis consequências. E o mais comovente, o mais ameaçador : -- não havia recursos para que o pequeno pudesse ser levado à Metrópole, para ser submetido aos cuidados do Instituto Português de Oncologia,pois assim o exigia a aparente gravidade da doença. Quantas lágrimas essa pobre mãe derramou, sentada à cabeceira de seu filhito, que o destino dolorosamente castigava. Seu modesto lar, lar de trabalho e de canseiras, tornara-se como um sepulcro, onde a casa instante fugiam as últimas esperanças. O Jornal "Angola Norte", numa das suas colunas fez um apelo a todos corações bondosos para que fosse possível satisfazser as elevadas despesas que comportava aquela deslocação. Muita gente, a massa anónima que ainda se preocupa em bem fazer, alguns organismos, logo acorreram prestando o seu valioso auxílio. A Imprensa e a Rádio, divulgaram a notícia. Em pouco tempo, foi possível fazer deslocar o pequeno à Metrópole, acompanhado de sua extremosa mãe, profundamente reconhecida e sensibilizada pelo altruísmo das gentes. No Instituto mereceram os melhores cuidados e tratamentos; felizmente ali se verificou que o prognóstico de cancro não era confirmado, sendo doença de menor perigo e do qual estava livre mercê da eficiência do pessoal daquele estabelecimento e dos recursos de que dispõem. O pequenito estava pois a salvo, mercê da simpática campanha que tornou possível a sua ida à Metrópole e pôde já regressar a sua casa. Todos quantos contribuíram para esse resultado devem sentir-se orgulhosos, calando bem fundo da sua alma esse orgulho de fazer o bem, sem esperar elogios perniciosos nem nomes citados em parangonas, quer tenham disposto de pequena quantia, quer tenham abonado importância mais avultada, pois acima de tudo está o gesto humano e desinteressado de quem ainda sabe e quer fazer bem, abandonando quaisquer preconceitos ou banais vaidades dos que se alheiam do sofrer de outrem. Exige o tratamento que o pequeno volte de novo à Metrópole dentro de alguns anos. Certamente não haverá quem dispense uma vez mais o seu auxílio. Dentro de duas dezenas de anos ele será um homem, apto para a vida de cada dia, dotado das qualidades de cidadão e,por certo, saberá reconhecer pessoalmente quantos por si se interessaram e souberam dar o contributo que estava dentro das suas posses. É profundamente humano e dignificante o auxílio que as gentes souberam prestar e seria ingratidão deixá-lo esquecido, aliando-nos quiçá aqueles que o não quizeram fazer, talvez sorrindo desdenhosamente perante as possibilidades dos recursos da ciência. Mas esses outros não contam, afastemo-nos deles que estão empeçonhados. Esses, um dia terão a sua quota parte. A todos que modesta ou mais largamente contribuíram que Deus lhes conceda sempre as suas graças e que sorriam de alegria ao saberem que o pequeno já se encontra em sua casa, são e salvo, na companhia de sua mãe e de todos os seus que a todos sempre ficarão gratos. Bem hajam pois aqueles que ainda sabem fazer o bem. ................................................. -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 788 - pg. 2/4 - 12 de Maio de 1956) -- .................................................... --- Da Redacção : - "SEMANA DO ULTRAMAR DE 1956 (14 a 19 de MAIO) --- "GRANDIOSOS FESTEJOS DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DE FÁTIMA EM VILA ARRIAGA" --- ========================================= ...................................... --- "Parada de caçadores ? " --- Vimos há dias uma cena da mais degradante ofensa dos princípios morais do ser humano, que nos causou a mais viva repulsa e de que pedimos providências a quem de direito, certos que expressamos também o sentir de grande parte da população da cidade. É inconcebível que o homem, esse animal que se diz racional e inteligente, se baixe a tamanha falta de humanidade, que atente mesmo contra os princípios morais e religiosos de toda uma população. As autoridades governativas, as entidades eclesiásticas, tratando-se mais a mais de um bispado de inegalável importância e de elevada respeitabilidade, não podem ficar alheias à indigna caçada aos pobres cães, quais feras perigosas que andassem à solta pela cidade. E o espectáculo ofende mais ainda, por parecer constituir interessante divertimento aos que o praticam, de calções e camisola à caçador, arma ao tiracolo e atrás uma trupe sem nome, armada de enxadas e picaretas qual cortejo macabro e diabólico pronto a completar a barbaridade. E tanto mais grave isso é quando se procede contra o que está devidamente estabelecido, isto é, quando se cometem faltas contra animais que estão de acordo com as exigências impostas e quando se pretende ocultar o crime cometido. Termos conhecimento de que só é permitido liquidar os animais depois de presos por mais de 48 horas. Se houvesse, nesta cidade, uma Delegação da Sociedade Protectora dos Animais, tal não sucederia não, cremos bem. Pode ser necessário tomar providência contra prováveis casos de raiva, mas tal modo de proceder é indigno, tanto mais que em todos os tempos e em todos os paralelos os quais foram e sempre hão de ser considerados como os mais fiéis amigos dos homens. Quantos casos nós conhecemos de cães que têm salvo a vida aos seus donos e a outras pessoas em perigo, a ponto de sacrificarem as suas próprias vidas ! Afiançamos até que há cães mais amigos e mais fiéis do que muitos homens. E, por isso os chacinam, por isso os caçam espectacularmente, com foros de grande feito!? Que todos ponham a sua mão na consciência. Que todos atendam aos seus mais nobres e sagrados sentimentos morais e religiosos, repudiem essa vil campanha, não sabemos se preventiva, se interessada em forçar melhores condições materiais. Não temamos nada, pois a verdade, a justiça, a religião e a moral estão do nosso lado. ..................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 789 - pg. 3 - 19 de Maio de 1956) -- ===================================== ................................... --------- "A mão d'obra indígena" --------- --( A assistência às populações nativas ) -- .................................................................. ..................................................................... .................................................................... ... Nesse intuito e agora com a nomeação do novo Chefe de Serviços dos Negócios Indígenas, S. Exa. traçou assim os pontos básicos dessa orientação: -- Censo da mão de obra disponível, por áreas administrativas. -- Censo das necessidades reais de mão de obra para trabalhos públicos e particulares. -- Revisão dos sistemas de licenças de angariamento. -- Revisão do angariamento incluindo o establecimento de agências de angariamento e sociedades de engajamento. -- Justa remuneração do trabalhador, incluindo a das mulheres e menores, nos termos da Lei. -- Fiscalização do trabalho, com vista aos deveres dos patrões e trabalhadores. -- Aplicação de sanções a quem não cumpra ou não queira cumprir. Competando essas directrizes deverá existir a mais estreita colaboração e entendimento entre as agências de curadoria, bem como inspecções às autoridades administrativas por parte dos inspectores. ---------- A assistência ao indígena --------- Dentro dos aspectos necessários a cumprir, Sua Exaª, classificou estes três principais : -- A saúde, o amparo na invalidez e a habitação. Para poder satisfazer a esses problemas torna-se necessário uma maior e mais perfeita rede de estabelecimentos de saúde para indígenas, quer nos grandes centros populacionais, como ainda nas solidões do interior. Assim, também deverão ser constituídos em toda a Província albergues para inválidos, para que possam dispor de protecção à sua miséria moral e física. Quanto à habitação do indígena, principalmente nos centros urbanos,merece bastante atenção, pois deve ser encarada a construção dum tipo adequado de habitação, bem assim como localizados os bairros definitivos, sem que os indígenas se vejam na contingência de se irem afastando à medida que crescem as cidades, e para que sintam a responsabilidade pela propriedade, cultivando com amor e com arte, sem mais receios de destruição ou abandono dos seus haveres.Desse modo o indígena se sentirá mais seguro e por certo procurará conseguir melhorias nas suas instalações e terras em vez de gastar as suas economias em coisas de somenos importância, motivadas talvez por essa falta de segurança e pela inconstãncia, em prejuízo até da sua saúde e de sua constituição moral. ----------------- A defesa do Indígena ------------- S.Exa. não deixou de se referir a este melindroso assunto, demonstrando assim a sua sensibilidade e o seu carácter, analisando e compreendendo a vida privada e íntima do indígena. Assim, julgado como ser humano sensível, a reacções perante a sociedade, sentindo como ser vivente, dotado de razão e de inteligência, o indígena precisa de ser melhor compreendido na sua maneira de ser e nos hábitos privados, procurando-se com sabedoria adaptá-lo ao trabalho e dando-se-lhe responsabilidades sociais, sem que se deva exigir demasiado do seu rendimento e permitindo-se-lhe a sua escolha e adaptação às profissões, mas sempre dentro do melhor espírito de justiça e disciplina. A brilhante exposição de S. Exa., visa pois uma magnífica política indígena e a melhor colaboração e entendimento entre os trabalhadores e seus patrões,os angariadores e as autoridades, com o respeito devido à pessoa humana, atendendo aos aspectos morais e sociais dos indígenas, sem que se deturpe o sentido de justiça e disciplina, Os indígenas são huamanos, dotados de inteligência e de qualidades de trabalho, mas, para tal, é preciso que sejam aproveitados convenientemente, sem serem explorados.Eles,como os outros, merecem a vida calma e sadia, na memsma comunhão espiritual, de trabalho e de ideias, com os olhos postos no progresso e economia de Angola, com os olhos postos nos comuns interesses da Nação. É preciso que os compreendamos e por vezes sejamos condescendentes; é preciso que eles tenham fé e confiem nas nossas possibilidades de lhes darmos melhores condições de vida. É preciso até que eles não descurem as suas qualidades artísticas e que respeitemos certos ritos sagrados, o rufar dolente e compassado dos batuques, a sua música misteriosa em noites de luar e poesia. ................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a HUila" nº 789 - pg. 3 - 19 de Maio de 1956) -- ... --- Da Redacção : - "FOI CRIADO UM LICEU EM NOVA LISBOA" --- "S.N.E.C.I.P.A. - Secção Distrital da Huila - Curso nocturno de Educação para Adultos" --- ====================================== ..................................... --- "Centro Turístico da Huila" --- --( Vai ser criado muito em breve -- É necessário que todos dêm o seu apoio à iniciativa ) -- O nosso prezado colega "Jornal da Huila", insere em suas colunas da passada semana uma exposição apresentada por uma comissão organizadora, interessada em fundar nesta cidade o "Centro Turístico da Huila"; essa ideia merece o apoio de toda a população pois, desde que sejam atingidos os seus principais objectivos, virá contribuir enormemente para a economia do Distrito. Todos sabem por certo o papel importantíssimo que o Turismo pode representar na vida dum país e o quanto já tem valido. Pois bem, conquanto tantas vezes se tenha falado no assunto, escrito linhas e mais linhas, feito cálculos e projectos, nada se concretizou até hoje. Aqui nas colunas deste jornal temos abordado o assunto diversas vezes, sempre na esperança de que as boas ideias não esmorecessem. AS vantagens estavam bem à vista : era preciso, era necessário fazer alguma coisa, mas, nada mais se fazia do que falar e escrever.Isso talvez porque tivessem aparecido contrariedades ou espíritos mal formados ou até mesmo mal intencionados, egoístas, destruidores, mais interessados no mal do que acarinhar o bem. Hoje,porém, parece que as coisas estão tomando um aspecto mais decisivo. Sabemos que uma comissão organizadora,à frente do qual se acham o Srs. Dr. Carlos Alberto Abrantes de Melo, meritíssimo Juiz-substituto desta Comarca e alguns elementos de reconhecidas qualidades, está decididamente empenhada em concretizar a sua realização. Assim, já estão em estudo as directrizes e os Estatutos que hão de reger o "CENTRO TURÍSTICO DA HUILA". Sabemos ainda que o Sr. Comandante Peixoto Correia,ilustre Governador do Distrito, deu o seu melhor apoio à iniciativa, o mesmo se esperando das emprezas hoteleiras, da transporte, do comércio e de toda a população em geral. Por certo os Seviços Municipais saberão também prestar o seu valioso auxílio. Aqui fica para já o nosso apelo. Dentro de alguns dias estará concluído o estudo do plano geral e dos Estatutos a apreciar e discutir numa próxima reunião em Assembleia Geral, para serem devidamente submetidos a apreciação do Governo de Distrito e do Governo Geral. Dada a importância da criação deste organismo, é de eperar que todos dêm o seu apoio. Sá da Bandeira é uma cidade linda, dotada como poucas de beleza sem par. A Huila é uma região cheia de aspectos turísticos variadíssimos, maravilhosos, em contrastes raros, difíceis de encontrar em qualquer parte do Globo. O seu clima, as suas gentes, a etnografia e a caça das suas regiões, são espectáculos que os estrangeiros anseiam conhecer.E, por isso, vamos dar-lhes a tarefa, acarinhando-os até. Seremos bem recompensados em muitos aspectos. Eles sempre gostam de fazer despesas elevadas, de boas hotéis, de comprar recordações das nossas terras e hábitos. Tudo isso são divisas que iremos acumular e eles partirão alegres e satisfeitos, divulgando aos seus amigos e, naturalmente, voltando mmais vezes. É preciso que todos se compenetrem bem dessa enorme fonte de receita de que a Huila dspõe, para que todos tenham um melhor nível de vida. É preciso que todos apoiem a ideia em marcha, fazendo mesmo sugestões, apresentando novos planos, enfim, dispensando a sua preciosa colaboração. Estamos certos que dentro em breve o "CENTRO TURÍSTICO DA HUILA" será uma realidade inegável, apoiada e compreendida por todos. A bem da Huila, a bem do Turismo. ............................................... --( de "SOURREIA" - Jornal "A HUÍLA" nº 790 - pg. 4 - 26 de Maio de 1956) -- ................................................ --- Da Redacção : - "RÁDIO CLUBE DA HUILA - festeja o seu XVII aniversário com a simpática presença da "Rádio Angolana" --- "PARQUE INFANTIL" --- "O CENTENÁRIO DO REVERENDO PADRE JOSÉ MARIA ANTUNES" --- --- "O PLANO DE URBANIZAÇÃO DE SÁ DA BANDEIRA" --- ======================================= ........................................... -------- "CAMÕES" -------- Três séculos nos separam da vida de um Grande Poeta, sem que o seu brilho desaparecesse. Pelo contrário, Camões será sempre lembrado e admirado como verdadeiro Génio, que numa Obra imorredoira se consagrou para sempre, como o conseguiram Homero e Virgílio, cantando as grandezas da Pátria. Camões, cantou a história duma Nação, os feitos grandiosos da lusa gente --" Eu canto o peito ilustre Lusitano" -- desde as mais remotas épocas até aos seus dias, numa epopeia de arte, plena doa mais variados conhecimentos das ciências, das línguas, da história e da mitologia, num encadeamento maravilhoso e genial. LUIZ VAZ DA CAMÕES, segundo diversas biografias, teria nascido em Lisboa, no ano de 1524, sendo seus pais Simão Vaz e Ana de Macedo, descendentes de certa fidalguia galega. Estudou em Coimbra, onde rapidamente se notabilizou pelos muitos conhecimentos e pelo florescente génio, aliado a um espírito romântico e boémio que conquistava os corações das mulheres da sua época, desde as humildes tricanas à mais nobres senhoras, entre as quais alguns biógrafos mencionam D. Catarina de Ataíde, a sua inspiradora "Natércia". Todavia, Luiz de Camões era também mal visto e invejado, como aliás o costumam ser os homens de génio; assim, em 1546 foi desterrado para o Ribatejo; segundo algumas opiniões isso sucedera por desagrado do Rei ao "Auto de El-Rei Seleuco"; outros alegam simples rixas com burgueses ou com a fidalguia, por questões de mulheres. Assim pagava o Poeta o seu valor e a chama do seu Génio, cada vez mais brilhante pela inspiração de novos amores.Mas, em 1547 acabava o seu desterro no Riba-Tejo, para começar um desterro mais longíquo, onde havia de ir encontrar os maiores e mais belos argumentos para a sua obra; aí nessas terras, em Ceuta,(onde perdeu um dos olhos) e depois pelas Índias, andou largo tempo, ao cabo do qual foi encontrado em mísera situação,..."tão pobre que comia de amigos"...nas costas de Moçambique, depois de ter naufragado nos mares da China; este acontecimento ficou gravado para sempre, pois desse naufrágio conseguiu o Poeta salvar a sua grandiosa Obra, "Os Lusíadas", para levar à Mãe Pátria; na verdade voltava a Lisboa e, em 1572, a sua obra era publicada, recebendo como recompensa uma "tensa" real de quinze mil réis, a qual ao tempo não era assim tão pouco. como se supõe. Porém, a sua recompensa não deu para salvar o Poeta da miséria ou até da indiferença e inveja em que caíu, enquanto a sua obra se alargava, galgando fronteiras, dando alento a outras almas e saudades de tempos passados a outros peitos. Pouco mais se sabe da sua vida, a qual acabava triste e pobremente, apenas recordada por outro poeta de igual sorte. Assim, também a sua Musa cessara o canto -- "... Cesse tudo o que a Musa antiga canta"... -- Morria, mas morria c'o a Pátria. Esta, reconstruira-se para o progresso e o Poeta eternizara-se para a Glória de todo o sempre. ........................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 792 - (Editorial) - 9 de Junho de 1956) -- ...... --- Da Redação : - "IV CONGRESSO DA UNIÃO NACIONAL" --- "O SR.GOVERNADOR GERAL visitou a Cela" --- "Conselho Legislativo" --- ==================================== ...................................... -------- "DIFICULDADES ECONÓMICAS" -------- Neste pequeno artigo, apenas pretendemos focar o que se relaciona directamente com o Distrito da Huila, se bem que o problema se possa estender a toda a Província. E isso, já porque só dessa parte estamos melhor inteirados, já porque talvez seja mesmo na Huila onde se possa verificar mais claramente essa, digamos, "anomalia". Nos últimos anos o distrito da Huila tem sofrido profundas alterações, desenvolvendo-se razoavelmente o seu comércio e a sua indústria. As grande obras que nele se têm realizado e as que presentemente se acham em curso, atraíram e atraem a si um grande número de trabalhadores, que encontrando trabalho assegurado por largo tempo, e talvez ainda mercê as condições climáticas, fixam-se, ou no local das obras ou na cidade e povoações limítrofes. Desse modo foram chegando verdadeiras equipes : hoje, uns daqui; amanhã, outros dali,muitos dos quais,porém, sem profissão conhecida ou imprórpia para o que exige a situação e aos quais por vezes se dão prefrências, quiçá por simples questão de uma mesma naturalidade ou conhecimento de parentes de vários graus. Assim, quase despercebidamente a questão vai-se agravando e, tanto pior, vai dificultando o acesso aos mais variados lugares para os muitos naturais da região, que aos poucos vão encontrando maiores dificuldades em colocações, e em desagravo também deles próprios, que de longe vinham esperançados em melhores condições de vida.Sem dúvida alguma o que o distyrito da Huila, mercê das suas condições climáticas, da sua extensão e, principalmente, das grandiosas obras de fomento em curso, poderá satisfazer em grande parte, devido à excedência demográfica de certas regiões da Metrópole. Todavia,essa invasão tem de ser controlada, por vezes mesmo limitada pelos próprios recursos, até que se atinja uma maior possibilidade de colocações, determinada por uma maior produção e por mais segura situação económica, pois a presente sit8uação da região nada é consoladora, e mais será agravada por um excessivo número de desempregados.Quando um dia as largas posibilidades agro-pecuárias entrarem num perfeito grau de realidades produtivas, aumentando e firmando melhores transacções comerciais, então, relativamente, hão- de aumentar as entradas de novas gentes, formando novos núcleos populacionais, criando, desenvolvendo e firmando as suas próprias condições de subsistência e, o que deverá ser de maior necessidade, empregando os capitais ganhos, em vez de os desviarem para outros lados em elevadas quantias, recompensando a região onde vieram obtê-los em vez de ainda agravarem mais a situação, com o desvio elevado desses capitais. Analizando bem a fundo as dificuldades da praça, a falta de satisfação aos compromissos bancários assumidos, aumentados extraordinariamente de um ano para outro, concluiremos que a situação oscila perigosamente aumentando as oscilações a cada dia que passa, apenas em benefício dum limitado número de empresas comerciais e em dum elevado número, que é precisamente, o que promove ao desvio de capitais para outras regiões. Assim, as possibilidades comtinuam diminuindo. ............................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 792 - pg. 2 / 4 - 9 de Junho de 1956) -- .......................................... --- Da Redacção - "COMEMORAÇÕES do dia de Portugal" --- ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DA HUILA - Comunicado nº 24/56" --- =============================================== ................................... ----- "AS FESTAS DA SENHORA DO MONTE" ------ Estamos quase a um mês das tradicionais Festas da Senhora do Monte, que todos os anos atraem muitos forasteiros até às serranias da Chela. É de crer que este ano os festejos tenham enorme brilhantísmo, se bem aue ainda existam muitas arestas por lapidar e o tempo vá diminuindo, tanto mais por se tratar de uma necessária Organização de grandfe vulto, que absorve bons colaboradores, tempo e boa vontade. Precisamos de encarar com toda a responsabilidade e equilíbrio tal Organização, porquanto ela pode vir a constituir uma razoável receita para toda a cidade, visto que o Turismo tem sido, por vezes, menos cuidado e acarinhado. Precisamos de muito bairrismo, o que infelizmente, podemos dizê-lo, não possuímos. Será necessário que todos compreendam o alto benefício que estas Festas podem vir a dar a toda a região da Huila. Portanto, que todos se conjuguem para que se consiga o melhor êxito, a melhor regularidade de todas as provas, a melhor acomodação para os turistas e o maior carinho para com esses ilustres visitantes que de tão longe se deslocam, não olhando a sacrifícios pessoais para poderem vir a estas terras e aqui passarem uns dias festivos apreciando todas as belezas naturais que nos cercam. Devem ser todos acolhidos com um sorriso e simpatia fidalga como tão bem o sabe fazer a gente da Chela. Por outro lado, deverá existir da parte da Comissão de Festas toda a preocupação no seu acolhimento, pois são eles os propagandistas das nossas Festas e das nossas belezas além fronteiras, despertando novos outros interessados, que outros mais despertarão. E com isso Angola inteira estará atenta aos grandiosos e tradicionais festejos de Nossa Senhora do Monte. Amigos turistas, ilustres visitantes, reservai desde já os vossos lugares e prepai-vos para vir passar alguns dias bem alegres e bem festivos. Vinde às Terras da Huila, recanto de maravilhas sem par, onde sereis todos bem acolhidos. .............................. -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 796 - pg. 2 - 7 de Julho de 1956) -- ............................................ --- Da Redacção : - "EXPOSIÇÃO ARTUR DE PAIVA" --- "IV RALLYE DE SÁ DA BANDEIRA" - --- De outros colaboradores : - REIS VENTURA ("ANGOLA E A TEORIA DO PLENO EMPREGO" - ======================================== .................................. ---- "A ACADEMIA DE SÁ DA BANDEIRA, - futura cidade Universitária, continua mantendo as suas tradições - Real Ceia do Maconge" -- Sá da Bandeira é sem dúvida alguma a cidade académica por excelência. Tradições já barbadas enraízaram-se e prenderam-se profundamente no espírito da sua juventude; gerações gloriosas as têm honrado, desde os bancos do velho liceu às pandegas da "malta". Assim, na continuidade duma tradição altamente académica, houve por bem realizar-se mais uma Ceia Real do Maconge, aproveitando-se este intervalo que vai das escritas às orais e apanhando-se assim alguns caloiros da causa. As mesas dispostas com harmonia pelo Mestre Diamantino, comportavam já, como o manda a cerimónia, os lugares marcados por cartões (agradecemos a sua preciosa impressão), sendo os da mesa principal reservados à ilustre pleíade de S. Majestade, Ministros, Marqueses e Barões, e nas outras mesas do fundo estavam os lugares dos plebeus. Estava tudo pronto e até em cada lugar o menu, aberto pela estância VIII, Canto III, das "Macongíadas" : --- "Por toda aquela mesa espalhados --- Se viam muitos pães e muitos pratos, --- E também muitos vinhos perfumados --- Que ás vezes às cabeças dão maus tratos, --- Armando, entre os que estão mal precatados, --- Terríveis e cruéis espalhafatos; --- Pelo ar se evolou cheiro esquisito --- De boa caldeirada de cabrito." E depois seguia-se o "vasto reportório estomatológico" : I - Mastigansum : Primus -- Gostosíssima caldus, anima esquentantur. Secundo -- Caldeiradum quintanistorum qui fecit burricies in Gimnásium. Tercius -- Avis cantatis ad quidem habet laricam. II - Murracae : SO 4 H 2 -- Licor formulae cabolius. C 2 H 6 O 12 -- 99% puro. Tintinhos e tinturetus e Lacrimae Reposorum -- Afonso Henriques. Nota -- Há NH e um alcómetro centesimal de Gay Lussac para medir temperaturas e... oscilações. Era imponente a cerimónia e lá de dentro já vinha um cheirinho apetitoso, enquanto no bar uns aprendizes dedilhavam umas guitarradas. Eis que chega então Sua Majestade Real, El-Rei do Maconge. Vai começar o banquete. O Chefe do Protocolo,Luduvicus Tavarius, grave e austero faz a apresentação de Sua Majestade Real, D. Caio Júlio Cezar da Silveira IV, Rei do Maconge, Senhor da Mapunda, da Machiqueira e Alto Conceição, perante os novos plebeus embasbacados. Depois é a chamada dos nobres do Reino : lº Ministro Bindonglas, Duque do Ácido Sulfúrico, Espinhorum Duccipis, Marquês V do Lage, Marquês do Calumbiro, Duque de N'Gamininé, Barão Galinhorum, Barão da Penica, Barão Camilus Mapundis, Barão KubitcheeK Km h 2, etc. No fim é dada ordem aos plebeus ordinários para se sentarem, cada um em sua "gamela"; eis alguns deles : Quickly, Barrigum, Porca Russa, Porca Pranha, Magnetitus, etc. Depois seguem-se os penduras. Começa a cerimónia : Sua Majestade levanta-se e faz referência ao significado da mesma e a necessidade que há de que jamais seja esquecida e saúda os humildes plebeus que pela primeira vez tiveram a honra de se sentarem à sua mesa. Toda a pleiade aplaude vibrantemente, dando vivas e saudações . Depois é a vez do Ministro Constantinus Brandones, ao qual S. Majestade se tinha referido em termos elogiosos pelo que fizera em favor da corte académica da Huíla.É verdade, também se falou no Côrte. O ilustre Ministro Brandones agradece a atenção e recorda com saudade os velhos tempos; nalguns rostos correm lágrimas de vinho branco, enquanto lá ao fundo baixa o nível de tinto.Entretanto há mais vivas à Academia e à Universidade da Huíla, com grande alegria (alegria sintetizada C 3 H 9 O 12). O Duque de N'Gamininé ergue-se para que a assembleia vote as multas a aplicar. O irmão do Aparício paga dois garrafões e o Lucas, por causa de uns chumbos antigos a S. Majestade, é condenado a virar quatro copos,mas, por condescendência, também numas passagens à borla, a pena é reduzida a metade. Começa a cerimónia dos baptismos. Os plebeus representantes de Nova Lisboa e Benguela foram os primeiros. Sua Majestade profere a oração baptismal, dando com um pequeno malho na cabeça do indivíduo, enquanto o Marquês de Bindonglas lhe despeja um copo de vinho branco. El-Rei saúda-os, pedindo-lhes que sejam os transmissores desta cerimónia aos novos Liceus de Nova Lisboa e Benguela,enquanto a Velha Academia da Huíla continuará mantendo as suas tradições. Para comemorar o facto, todos os presentes fazem um vira-vira, enquanto o Saraivum e o Gasparins esticavam as cordas e o Searium "zurrava" um fado peganhento, assim como melaço, a ver se consegue atrair alguma tricana distraída. Acabado o "faustoso banquete", em virtude de Sua Majestade o Rei não ter permissão de Sua Alteza a Rainha para estar ausente mais tempo das suas Câmaras Reais, retira-se aquela corte em diagonal, para maior atrapalhação do Mestre, nunca visto nestas andanças ; em artes rápidas e planeadas procedeu-se a uma retirada estratégica. Então, tristemente, a musa deu-me inspiração para esta primeira e única estância das "Desilusíadas", modificando o Poema gostosamente antes ambicionado : --- Por toda aquela mesa espalhados --- Se viram muitos pães e lisos pratos, --- E também certos vinhos desnaturados --- Que a poucas cabeças deram maus tratos, --- Protestando os mais experimentados --- Em terríveis gestos, esfomeados, --- Enquanto desapareciam de modo esquisito, --- O arroz, os bifes e os restos do cabrito. Então, como manda o burocrático protocolo, teve início a serenata em lá maior, com acompanhamento de ré menor e sem dó nenhum das desgraçadas eleitas, entregues a sonhos de mil e uma cores, desde as notas pautais a vermelho e negro, às cólicas intestinais da última hora. Enquanto gemiam dengosamente as guitarras, outros toca-vam "copofone". E, uns para ali, outros para acolá, conforme os seus ideais ou a orientação que lhes dera o combustível, os macongínos foram desaparecendo, ficando o Marquês Bindonglas rodeado de alguns barões, ouvindo uma desgarrada ao luar "à luz dum candeeiro de esquina". Já os galos cantavam nas capoeiras, com certa vontade do Barão Galinhorum de lhes fazer umas festas no pescoço, quando cada qual voltou aos Paços particulares, alguns em passos trocados e incertos.Terminava assim, sem incidentes de maior, mais uma Ceia Real do Maconge. Sá da Bandeira já não pode passar sem este reboliço académico. Assim se mantem uma valiosa tradição académica, cantada pelo imortal Poeta das "Macongíadas",naquela antiga Era do Reino do Maconge, às vezes quase esquecido. Cremos bem que Sá da Bandeira em breve há de ser a cidade Universitária de Angola, por direito e tradição. ..... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 797 - pg. 3 - 14 de Julho de 1956) -- ............................................ --- Da Redacção : - "DESPORTOS" --- ====================================== ..................................... -------- "MORREU O PADRE AMÉRICO" --------- A dolorosa notícia da morte do Padre Américo, em consequência de um desastre de viação, rapidamente se espalhou por todo o Portugal, lançando em cada rosto uma tristeza profunda,uma dor íntima por aquele que conquistara a simpatia de toda uma Nação, pela sua alma altamente altruísta, testemunhando desse modo a simpatia e admiração que o cercava e a qual, estamos certos, jamais será esquecida pela genre portuguesa, pois é um marco que ficará assinalando por todo o sempre a grandiosidade de um homem que se resignou aos maiores sacrifícios, lutou contra as maiores adversidades, contra aqueles que ainda se negavam a reconhecer o valor da sua obra, que lutou contra o tempo e os caprichos do destino para conseguir dar o melhor amparo e carinho a tantos rapazes abandonados, muitas das vezes, pelas próprias famílias, fazendo deles verdadeiros homens, merecedores de toda a consideração na sociedade dos homens de trabalho honrado e honesto, no mundo dos seres com personalidade, com obrigações morais e sociais. Morreu o Padre Américo. Todos choram a sua perda e lançam sobre a sua campa pétalas das mais perfumadas flores. Todos choram e rezam. Nos peitos de alguns talvez nasça a incerteza na concretização da majestosa obra ! Não podemos assim pensar. Agora, mais do que nunca, já que a sua missão na terra foi brutalmente tolhida, é necessário que a sua obra seja mais acarinhada por quantos ainda cuidem que a vida é bela demais para ser desperdiçada. A sua memória será um holocausto sagrado, iluminando dentro da razão e da moral a conduta e o respeito que os homens devem uns aos outros, o carinho e o amparo de todos os desamparados, que quantas vezes, foram como que atiradaos à ribanceira da vida, como coisas de somenos importância. Cremos bem que ainda existem homens bons, abnegados e esses hão-de levar por diante, expandir e alicerçar ,muito mais, o que sempre foi a aspiração máxima do que se chamou em vida,PADRE AMÉRICO. Que repouse em paz na Eternidade, reconhecido e admirado, aquele que em vida nem sempre conseguiu sê-lo, que esses outros se redimam de seus pecados continuando a "CASA DO GAIATO" em todo o mundo português e, se possível, além fronteiras. Paz à sua alma. ................................................ -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 798 - pg. 3 - 21 de Julho de 1956) -- .............................................. --- Da Redacção : - "O IV RALLYE DE SÁ DA BANDEIRA" --- "ROMAGEM DOS ANTIGOS COMBATENTES AO SUL DE ANGOLA" --- "DESPORTOS - Campeonato Militar de Ginástica da Província de Angola" --- "A TUNA ACADÉMICA DE COIMBRA VEM A ANGOLA NO MÊS DE AGOSTO" --- "Novo Chefe da Redacção para "O Sul de Angola" de Moçamedes" --- ======================================= .................................. --- "É ABSOLUTAMENTE NECESSÁRIO que o Distrito da Huíla obtenha realidades financeiras imediatas com o desenvolvimento das Obras de Fomento" --- As várias obras incluídas no vasto Plano de Fomento virão, por certo, resolver um dos grandes problemas económicos da Huila, senão mesmo o maior : - o melhor aproveitamento agro-pecuário da região. Mas, esses benefícios, já porque o volume de obras assim o obrigue, já porque só começa a ser melhor compreendido e aproveitado a pouco e pouco, ainda demorará algum tempo. Portanto, quer dizer, os benefícios das obras de irrigação e povoamento inscritas no grande plano de fomento, irão notar-se paulatinamente, melhorando o nível de vida dos agricultores, dos industriais e, portanto, da população em geral, logo que as produções tenham mercado garantido, logo que aumentem as exportações que se faziam desses mesmos produtos.Esses serão os frutos do que agora lançamos à terra. Todavia, há um pormenor importantíssimo nesse assunto e sobre ele vamos fazer umas modestas considerações. Segundo antigas determinações, as Brigadas de Construção teriam de se deslocar para local aproximado dos trabalhos. Apenas concordamos que assim seja para os serviços técnicos e não para os de administração que devem por todas as razões continuar instalados na sede do Distrito. Vejamos o que se passa com certas brigadas em que os serviços técnicos, os serviços de campo, se efectuam no local dos trabalhos, concluindo-se depois os restantes estudos em conjunto com os serviços de Administração. Isto não só favorece os próprios serviços administrativos, por tantas necessidades protocolares e conveniência de contactosa director, como ainda continuará facvorecendo todo o Distrito da Huila. É que os resultados do fomento começam assim que se iniciam essas grandes obras, pois, para que elas se realizem, são precisas muitas toneladas de materiais e muita mão d'obra. Ora aqui estão os primeiros benefícios do fomento levado ávante neste Distrito. Esses materiais, variadíssimos, serão fornecidos, logicamente, pelo menos na sua grande maioria, pela praça local, que aufere assim o seu lucro lícito.A mão de obra fornecida por este Distrito, ...................................................................................................................................................................................................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "A HUÍLA" nº 799 - (Editorial) -- 28 de Julho de 1956) -- .............................................. --- Da Redacção : - "A VIAGEM PRESIDENCIAL" --- "É INAUGURADA AMANHà A POUSADA TURISMO" --- "ROMAGEM DOS ANTIGOS COMBATENTES AO SUL DE ANGOLA" --- ================================== ------- "DELINQUÊNCIA INFANTIL" ------- Não só nas Américas, como a muitos possa parecer, se registam infelizes casos de delinquência infantil. Não, infelizmente também existem entre nós;porém julgamo-los doutros modos; deixamos de atender à sua pouca idade, aos antecedentes, às culpas que eles não têm, ao mau nível de vida em que nasceram e à deficiente educação que receberam. O facto de só, de quando em quando, registarmos casos desses no nosso meio, não quer dizer, que não nos devamos alhear do assunto, menosprezando-o por estúpido egoísmo ou desmedida vaidade. Não, devemos reagir como entes humanos e, como tal, pensar e sentir, julgar e proceder com consciência, sem alterar nem emaranhar a verdade dos factos. com consciência e sempre cuidando das consequências que advirão para o futuro desses jovens delinquentes, queimados por uma decisão austera, áspera, quando as verdadeiras culpas não são suas, mas sim do meio ambiente em que foram criados. Aí está o ponto crucial da questão. Eles são as vítimas das faltas que outros cometeram, deixando-os entregues a si mesmos, desprezados ou viciados em ambientes perniciosos ou mal compreendidos. Esses jovens delinquentes são o fruto desse meio. Por vezes abandonados pelos próprios pais, deixados à porta dum vizinho para ocultar uma falta cometida, para fugir a um crime hediondo, não chegam a conhecer as carícias duma mãe, não chegam a viver a paz dum lar. Por isso desandam à primeira oportunidade, indo recolher-se aos amigos de igual sorte, e daí, passando a uma vida incerta, criminosa e vil. Primeiro por vaidade,porque o delinquente extremista se torna um vaidoso das suas façanhas à margem da lei e se envaidece em ocupar as primeira colunas dos diários, das lendas, das fitas especuladoras das suas "cow-boyadas". É um ciclo vicioso,horrendo, apertando cada vez mais as suas malhas. É um caminhar de olhos abertos para um abismo, é um viver sem sentido nem destino, dificultando a vida normal de cada ser. Mas, raramente o delinquente é directamente culpado das acções que pratica. A culpa está sim na má educação que teve e no nível em que viveu. Portanto, a solução será arrancá-los a esses ambientes viciados, dar-lhes instrução e tarefas em que ocupem os seus espíritos juvenis, educando-os para uma vida sã e útil para a sociedade. Eles têm uma capacidade formidável em regenerar-se e em tornarem-se elementos de utilidade pública, capazes mesmo de fazerem voltar a si novos outros delinquentes. É necessário que se cuidem destes casos com sabedoria e humanidade, procurando remediar o mal pela raíz, culpando os que, antes deles, foram a causa dessa fraqueza, de que hoje são como que baluartes de revolta. Saibamos compreendê-los e protegê-los melhor ! .......................................................... -- (de "SOURREIA" Jornal "a Huila" nº 800 - pg. 2 - 4 de Agosto de 1956) -- ........................................ --- Da Redacção : - "CHEGARAM ONTEM À NOITE A ESTA CIDADE OS ANTIGOS COMBATENTES DAS CAMPANHAS DO SUL DE ANGOLA" --- "VIAGEM PRESIDENCIAL" --- "VEM AÍ O PORTO !" --- "FESTAS DE NOSSA SENHORA DO MONTE - PROGRAMA" --- "DA MAXIQUEIRA À MAPUNDA" --- "AINDA A MORTE DO PADRE AMÉRICO" --- "REMODELAÇÕES DE VENCIMENTOS" --- "A MAIOR PIPA DO MUNDO" --- =================================== ............................... --- "O TURISMO NA HUILA --- As Suas Possibilidades e as Suas Vantagens - O Centro de Turismo da Huila --- Uma vez mais, vamos rebater nas colunas deste Jornal, o já velho caso do Turismo na Huila, em virtude do que praticamente nada se fez e do que é preciso e urgente fazer, apontando algumas causas prováveis. Sabido o valor que representa o Turismo para uma região em que as condições são esplêndidas, passemos a apreciar a questão. Por certo desde há muito que se vem falando, dito e escrito sobre a necessidade da criação dum organismo que possa tomar a si o encargo (deveras pesado) de procurar resolver tudo quanto se relacione com o Turismo da Huila, para que ele possa vir a ser uma realidade e, portanto, para que constitua dentro em breve uma das mais compensadoras receitas do Distrito, pois as condições climáticas e os aspectos turísticos são maravilhosos, surpreendentes. Porém,podemos dizer, que na verdade ainda nada se fez. As ideias vão esmorecendo ao encontrarem dificuldades, muitas vezes levantadas por aqueles que não compreendem ou não querem compreender o âmbito elevado da questão e daqueles muitos outros que mais fazem por nada se conseguir, movidos estupidamente por seus interesses ou desconsolados por ausência de "penachos" . E com isso, com essa notória falta de compreensão de uma grande maioria e de bairrismo, só a cidade tem perdido e muito ainda continuará perdendo. Sabemos que desde algum tempo, na iniciativa particular, alguns poucos "carolas", se têm interessado no assunto, pretendendo fundar o "Centro de Turismo da Huila", cujos estatutos provisórios já estão elaborados,entrando já em pormenores. É de salientar o facto de Sua Exa. o Sr. Governador do Distrito, Comandante Peixoto Correia, ter-se interessado pela ideia e prometido o melhor apoio e carinho. Algumas outras entidades e particulares assim se manifestaram também mas, todavia, ainda há muitos que assim o não fizeram, pelo que a ideia não alcançou o seu brilhantismo, nem concretização. Removendo esses obstáculos, a comissão Organizadora do Centro procurará levar a efeito a sua causa e, aproveitando os Festejos de Nossa Senhora do Monte, nestes dias em que milhares de forasteiros de toda a Província vêm à Huila, fará erguer naquele parque de festas um pequeno e modesto Pavilhão para maior publicidade do Turismo na Huila e onde se apresentam, não só os principais pontos de interesse turístico, como ainda alguns aspectos da vida económica do Distrito e as duas principais produções económicas e artísticas, bem assim como roteiros turísticos de toda a região, em trabalho ainda modesto que poderá servir aqueles que nos visitam nesta altura do ano, os quais mais se hão-de interessar nas restantes épocas. É preciso pois que todos compreendam bem a importância que o turismo virá a ter na região e dêem apoio da melho maneira à esperança de se formar o "Centro Turístico da Huila", uma obra que será de todos e para todos. Quando isso se verificar Sá da Bandeira será, sem dúvida a cidade turística por excelência e auferirá das vantagens e regalias que são sobejamemte conhecidas. Auxiliai o Turismo ! Ajudai o "Centro de Turismo da Huila", nesta terra encantada onde as flores têm uma cor diferente, onde o ar nos inspira poesia, onde o amor bafeja os corações desta mocidade "universitária" em cânticos misteriosos, indecifráveis. ..................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 801 - pg. central - 15 de Agosto de 1956)-- ..................................... --- Da Redacção : - "ROMAGEM DOS ANTIGOS COMBATENTES DO SUL DE ANGOLA" (Diversas Reportagens da Direcção e Redacção,com mais destaque (e a seguir : -- lista dos Combatentes que ficaram a residir em Angola):
........................................................
-- Algumas transcrições parciais : -- "ROMAGEM DOS ANTIGOS COMBATENTES DO SUL DE ANGOLA" -- "A conferência do sr.coronel Emydio Duarte Cadima"...
........................................................
..."A iniciativa obedeceu a este objectivo : -- visitar os lugares que os combatentes do sul de Angola percorreram há 4 dezenas de anos;
-- prestar a devida homenagem àqueles nossos queridos companheiros cujos corpos ficaram -- para sempre -- nos locais onde combateram, fazendo recordar aos que passam junto das sepulturas, o sacrifício máximo que um homem pode fazer pela sua terra,pelos seus compatriotas,pela sua Pátria. O sacrifício da sua Vida !
"Em Angola é essa região do Sul,de área aproximada a 80 mil km2, aquela que se encontra -- desde longa data -- demarcada e regada com o generoso sangue português e que representa para todos os combatentes de Angola, a zona onde mais e maiores -- sacrifícios foram suportados.
"Posso transmitir-vos a expressão de reconhecimento deste punhado de antigos combatentes que há dias aqui desembarcaram,em Angola com estas palavras : -- Vós conseguistes despertar em nós o orgulho de termos combatido para a pacificação do Sul de Angola em 1915 -- ano cheio de incertezas e de dúvidas -- pacificação que desde então dura até hoje e durará eternamente !...
"As palavras que proferi e as que constituirão a minha palestra -- posso dizer com verdade -- que serão apoiadas por esses nossos queridos companheiros".
"-- As dificuldades e agruras com que lutaram todos os que fizeram a campanha de 1915 -- combatentes e não combatentes -- dirigentes e dirigidos -- militares e civis -- brancos e homens de cor -- não as podemos esquecer."...
............................................................
........................... em actualização ................
..........................................................
-----------------------------------------------------------

--- "ANTIGOS COMBATENTES QUE FICARAM RESIDINDO EM ANGOLA : " -- - Tenente de Infantaria Manuel Pires Rosendo,vindo em 1908,Tenente de Infantaria Manuel Domingos Peres(1908), Tenente de Infantaria Costa Horta(1908), Alferes de Artilharia Gaspar da Costa(1915), Alferes de Infantaria Manuel Pinto Gaspar(1908), 2º Sargento de Infantaria 14 Casimiro Cruz, 2º Sargento de Infantaria (artífice) Manuel Dias da Costa(1907),1º Sargento Domingos Pereira(1908), 2º Sargento de Infantaria Amadeu José de Sousa(1909), idem, António José Maria Parreira(1907),2º Sargento de Cavalaria Joaquim Silvério da Silva(1911),1º Cabo João Soares(1905), 2º Cabo do Esquadrão de Dragões José Monteiro(1914), 1º Cabo de Infantaria 17 António da Costa Ferrão(1915), Soldado dos Dragões Manuel Rodrigues Paz(1914), 1º Cabo ferrador Duque, dos Dragões(1915), Soldado Eugénio Nunes da Silva(1912), 2º Cabo António Corono(1906), 1º Cabo João de Sousa(1900), Clarim Elisiário Augusto Antunes(1907), --- todos estes vivendo em Sá da Bandeira --. Alferes de Infantaria José da Conceição Nascimento(1906), 1º Cabo António dos Santos Passinhas(1906), 1º Cabo António Lino de Brito(1914), 2º Cabo Avelino Martins Forças(1909): -- todos estes do Esquadrão dos Dragões do Planalto e vivendo na Chibia --. 1º Cabo do Esquadrão Adolfo de Oliveira(1909),a residir em Vila Arriaga; Soldado do Esquadrão António Bento(1914), residindo em Moçamedes(Caminho de Ferro);1º Cabo de Infantaria Tito Lopes Freire Gouveia (Moçâmedes); 1º Sargento telegrafista António Ferreira Braga(1910)- no Humbe -;1º Cabo do Esquadrão Augusto da Silva Ferreira (Roçadas); 2º Sargento de Infantaria Narciso Machado(1904)e o 1º Cabo de Artilharia J. A. Girão (residentes em Pereira d'Eça); Soldado do 17 Joaquim Estevão(1907)(Cafú); 1º Cabo Joaquim Ferreira(1904), no Quipungo; Soldado do Esquadrão Manuel Galo(1901) e o Soldado de Esquadrão Manuel Serafim da Silva(1909), em Silva Porto ; Auxiliares civis : Bartolomeu Botha de Paiva (filho do major Artur de Paiva),João Marcelino de Sousa (ambos nas campanhas e reconhecimentos de 1907/1915)e antes,em vários reconhecimentos. Mecânico contratado,mais tarde chefe das oficinas de camionagem da coluna de Pereira d'Eça e várias vezes levando carros ao Cuanhama; Ernesto Sebastião Dias(1915 e seguintes . Não foi considerado combatente por estar contratado. É chamado ainda o "avô dos chaufeures. Os combatentes embarcaram no Império para Lisboa. Ficou ainda em Luanda o sr.Faria Afonso, Delegado da Liga dos Combatentes -
......... "Na Despedida - Palavras do Sr. General Pinto Monteiro,Comandante Militar de Angola,a quem pedimos vénia pela transcrição :

..."Camaradas : Antigos Combatentes : Terminada,com magnífico êxito,a patriótica visita que vos trouxe a Angola,duas palavras apenas,na hora da despedida. Depois das fortes e salutares emoções que experimentastes,durante esta romagem de saudade aos lugares onde sofrestes as agruras do clima e,galhardamente enfrentastes e vencestes aguerridas hostes de gentio revoltado,certamente e mais uma vez,os olhos se vos embaciaram de lágrimas de saudade que,heroicamente, tombaram ao vosso lado,na defesa do prestígio da Pátria,honrando as melhores tradições do Exército Português.
"Para Eles,as nossas melhores homenagens,na certeza de que deverão ter-se sentido plenamente recompensados de todos os seus sacrifícios,com as lágrimas dos seus antigos companheiros de armas e a admiração que lhe levastes de todos os portugueses da Mãe-Pátria distante, que eles um dia deixaram e jamais tornaram a ver.
"Para Vós,que soubestes ser exemplo de coragem,energia,lealdade e de inteira devoção à Pátria,os nossos agradecimentos por esta memorável visita.
"Podeis ficar certos de que Angola não vos esqueceu nem vos esquecerá,porque foi,com base no vosso magnífico esforço que se iniciou a grande obra da valorização e desenvolvimento por que está passando esta grande Província, e se lhe rasgou um futuro de largos horizontes.
"Por isso, Angola inteira vos admira e repete convosco,agora e sempre,
VIVA PORTUGAL ! - José Joaquim Pinto Monteiro - General -"
......
========================================================

-- --- "OS JOGOS FLORAIS E O ACTO DE VARIEDADES DO "CINE-ÓDEON" :

-- "Os Jogos Florais e o Acto de Variedades do Rádio Clube da Huila, no Cine Ódeon" : -- Conforme prevíramos o espectáculo da véspera, no mesmo cinema, em nada afectou o brilho e a frequência que era de esperar viesse a ter o espectáculo do Rádio Clube, integrado nas Festas de Senhora do Monte, o que não era o caso do outro.Exibições de géneros diferentes cada uma tinha o seu público e em ocasiões de festas há público para tudo,felizmente. De resto, ambos os espectáculos eram simpáticos. O objectivo do Rádio Clube era apresentar o resultado dos Jogos Florais por ele criados e justificar os prémios conferidos por um júri justo e competente, aos melhores apresentados, seguindo-se a entrega dos prémios... O espectáculo teve a honra da presença do Governador da Huila e Governador de Moçâmedes.....o chefe de locução, sr. Carlos Sanches apresentou cumprimentos e agradecimentos pelas presenças... Seguidamente,Caratão leu a acta do júri dos Jogos Florais... e dos trabalhos apresentados (sonetos - 16, quadras - 29, poemetos e monografias - 7) ... passou à leitura fdas peças literárias premiadas. O júri não atribuiu prémios aos trabalhos sobre ensaio ou monografias.... foram conferidos prémios aos srs. : Rui Coelho (poemeto - "rosa de ouro"); ...professor Figueiredo, da Chibia (poemeto - "cravo de ouro e prata") ;...o professor Alberto Nobre de Melo - (quadra - "cravo de ouro");...o professor Manuel Correia da Silva (quadra -"cravo de ouro e prata") ... Maria do Carmo Araújo de Resende (filha do poeta Manuel de Resende)... (quadra - "mensão honrosa").... Em seguida foram apresentados os artistas : Fernando Morgado, Paula Maria (Rainha do Rádio Clube da Huíla),Maria do Céu, Raul dos Santos... o que aqui fica é para darmos parabéns ao Rádio Clube da Huila. --- De outros colaboradores : - JOÃO DA CHELA (MANUEL DE JESUS PINTO)--- =================================================================== ................................ --- "AS FESTAS DE NOSSA SENHORA DO MONTE" --- Os tradicionais festejos que todos os anos se realizam nesta data e que têm como ponto principal o Parque da Senhora do Monte, constituem hoje uma realidade que se alastra cada vez mais por Angola inteira, como que despertando as gentes para uma nova vida, buliçosa, diferente de todos os dias, em que cada um esquece as contrariedades e, até de centenas de quilómetros de distância, se desloca às serras altas da Chela, respirando um ar puro nestes céus límpidos e cristalinos, dum azul belo, forrado pela verdura fresca dos montes que rodeiam a cidade, como que adormecida num vale extenso, onde os riachos murmuram canções de amor e saudade. Nestes dias de festa, milhares de visitantes nos trazem o seu sorriso simático e franco em abraços de amizade, saudade ou ternura. Eles vêm de longe, esquecendo os seus afazeres, as suas preocupações, para virem dar brilho e alegria às Festas. Então nós, despertamos desta calma burguesia, desta pacata cidade jardim, e sorrimos satisfeitos a todos que nos passam; corremos a ver todos os espectáculos com receio de perder algum ou para apanhar os melhores lugares, observando os nossos ilustres visitantes, encontrando aqui e ali um velho amigo, uma moça interessante, alguma amiga de outros tempos. É a cidade inteira que desperta, que sorri às pessoas que passam, que vibra de entusiasmo e comoção nas pugnas desportivas. É uma vida agitada plena de espectáculos e diversões. Mas, lá em cima, no alto, na capelinha branca, de saudade e misticismo, é lugar sagrado, de preces, de saudades e esperanças. Todos sobem as escadarias ansiosos de chegar ao átrio; é tradição todos lá irem fazer a sua visita, a sua oração, contemplando um outro mundo que se estende num perder de vista até aos contrafortes das serranis distantes. Desde há muitos anos que se realizam as Festas de Nossa Senhora do Monte, tantos que já nos vamos esquecendo deles. É vulgar ouvir a gente mais idosa dizer "...aquilo é que eram festas; passávamos lá uma semana e divertiamo-nos a valer ! agora isto não presta, é só futebol, rallye e mais nada..." Mas. não pensamos assim... É verdade que esse costume, essa tradição de se ir passar alguns dias acampados no Parque utilizando como transporte os carros boers que vinham até de bem longe, está praticamente apagada. Novos hábitos surgiram e vieram dificultar, para não dizermos estragar, essa particularidade que de facto tinha o seu cunho de especial interesse. De tudo isso, vai ficando a saudade; a saudade dessa calma burguesia, de bigodes revirados, bengala e em carros boers, servindo de tenda, aquecendo-se ao lado duma fogueira enquanto os "churrascos" crepitavam nas brasas, numa roda de amigos e compadres, aliando-se a uma boa pinga, ao som dum "estica" e enquanto os restantes instrumentais, batendo no chão com a alta e cardada bota de sebo, marcavam o compasso e para grande confusão das moças que coravam à atrevida quadra do violão. De facto, isso eram bons tempos e essa respeitável "velha guarda" terá razões para sentir saudades. Ainda surgem por vezes alguns desses velhos hábitos, para regalo da gente moderna, para admiração daqueles que desconheceram a gente antiga. Mas, contudo, com novos outros divertimentos, variados, interessantes, as Festas sempre despertam entusiasmo. Este ano o programa foi bastante melhorado. Um dos números mais curiosos do arraial será por certo o Rancho Folclórico de Vila Folgares, sendo pena que não se formem outros mais, dando uma nota garrida, alegre e romântica. Mas, a pouco e pouco, tal se conseguirá, à medida que se for ganhando mais experiência e mais calo. As Festas de Nossa Senhora do Monte, são pois a saudade dos tempos passados e as esperanças dum vida mais feliz e próspera. .................................................................... - (de "SOURREIA" -- Jornal "A HUÍLA" nº 801 (Reportagem)-pg. - 15 de Agosto de 1956- =====================================================
------ "VISITA DO ORFEÃO DO PORTO" ------- .................................................................... .......................... (em actualização) ........................... -- --- (Jornal "A HUÍLA" nº 801-(Reportagem parcial) - pg. - 15 de Agosto de 1956 -
=================================================== ...................................... ------- "AQUELES QUE JULGAM E DECIDEM" --- Desde que o Mundo é mundo, desde o homem paleolítico à nossa agitada e futebolística época supersónica, deste as tribunas das primeiras civilizações aos julgadores dos nossos dias, se bem que se busque a justiça e a verdade, tal nem sempre se consegue. E isso por razões diversas, por vezes absurdas, desde a incapacidade à inveja, desde o receio da verdade até às contrariedades por certas afirmações feitas contra aquele que se julgam impunes e importantes, talvez porque muitos os admirem pela situação que disfrutam e não pelo valor que realmente possuem, bem assim como ainda por certo comodismo ou até mesmo favoritismo por este ou aquele personagem do gigantesco teatro da vida. Eles continuam admirados e laureados como os intransigentes julgadores das actividades alheias, dos certames artísticos ou literários, até ao momento que a reacção surja, até à hora em que os que se sentem prejudicados por certa e estranha unanimidade, se revoltam e bradam por justiça. Nessa altura eles nem saberão como aumentar a desculpa que já tinham usado : reconhecem o erro, verificam que a irregularidade está a descoberto e, então, cochicham atrapalhados ou fingem não perceber o que se diz. É deveras interessante e ao mesmo tempo lamentável esta nossa patética sociedade, este julgar de somenos importância e desprezo às causas justas e humanas despidas de quaisquer interesses fúteis, senão o interesse dignificante de servir a sociedade, de servir o bem estar de toda uma região e as suas gentes, estudando e apreciando os seus mais urgentes problemas, sugerindo e dando opiniões que nem todos podem ver no emaranhado das necessidades regionais, criticando factos passados ou presentes pelo que dizem respeito à justiça e à moral. Pois aí está precisamente a razão de se procurar atirar para o cesto dos papéis certas afirmações que se fazem, certos ensaios que se constroem com estudos e deduções por vezes difíceis de levar a cabo pela falta de dados concretos ou mesmo de tempo disponível para tal e ainda pela limitação a que se obriga o trabalho a ser apresentado; aí está a paga por esse trabalho, efectuado com toda a sinceridade e verdade, sem parcialidades nem elogios baratos a este ou aquele outro personagem de menor importância. Afinal, este foi o erro : - a verdade, a dedução lógica e honesta dos factos. Mas qual de nós gosta de ser criticado ?! Todos nos julgamos pessoas de grande importância, todos nos julgamos os sábios da Grécia e condenamos os que nos reprovam; poderão dizer que não é outra coisa o que estou fazendo ; todavia, talvez as situações sejam agora bastante diferentes, estando do meu lado a justiça e a razão de facto. Porque a maior condenação deve ser atribuída à personalidade, à exigência desmedida, ao descuido pela responsabilidade da situação; é possível que ela tenha sido facultada sem a devida atenção, com desprezo, como coisa arrumada e sem recurso. Pode não haver o recurso burocrático, comodista, receoso, mas não pode deixar de existir o recurso em consciência, apreciado, meditado em profundas cogitações sem influências exteriores exaltadas ou parciais, dentro da justiça, do dever, da moral e com a nossa própria consciência. Quantas vezes erramos na vida, julgando estar dentro da verdade ?! Mas, nesses casos, porque o não reconhecemos ? Se fomos unânimes no julgamento errado e precipitado, talvez influenciado, ao menos condenemo-nos em consciência, tranquilizando o estado de espírito agora afectado e que dantes era triunfador e irónico. Se para julgar e dedicar é preciso consciência, sabedoria e capacidade, porque nos arvorámos como dotados de tais qualidades ?! Admito que possa estar em erro, deslocado num conceito errôneo e falível, talvez um pouco diferente daquele artista insatisfeito que ao fim da sua obra genial a despedaça por a julgar insuficiente. Para se julgar bem e decidir com justiça, julguemos em consciência, por nós próprios, sem influências nem partidarismos exteriores. A verdade é como o azeite na água. ................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 803 - pg. 4 - 22 de Setembro de 1956 - .................................................... --- Da Redacção : - "O XV CONGRESSO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA E APLICADA" --- ""EMÍLIO SIMÕES DE ABREU" --- "O Senhor Tenente-coronel Eduardo Martins Soares - novo Governador da Lunda" --- "O PARQUE INFANTIL" --- "O BAIRRO ÍNDÍGENA DE SÁ DA BANDEIRA" --- "A TELEVISÃO EM PORTUGAL DEVE COMEÇAR A FUNCIONAR NO PRÓXIMO ANO" --- "A ESTRADA DA CHIBIA" --- =================================================== ....................................... --- "A ACADEMIA DO PORTO FOI HOMENAGEADA PELA DE SÁ DA BANDEIRA -- Simpática Manifestação Académica" --- As capas negras que atravessaram a ponte de D.Luiz da velha cidade do Porto, vieram esvoaçando até aos píncaros da Chela, num abraço dos portugugueses de Além para os portugueses de África. Por várias razões Sá da Bandeira tinha grandes responsabilidades na recepção a fazer aos jovens universitários; responsabilidades por tradições históricas, responsabilidades por tradições académicas, que tão fortemente se enraízaram nesta linda cidade, a que S.Exa.o Sr. Governador Geral já chamou a "Coimbra de Angola": e isso porque, realmente, Sá da Bandeira é uma futura cidade universitária, por direito e tradição. Uns poucos estudantes, actuais e alguns desse punhado dos antigos, que criaram belas tradições, expontaneamente homenagearam os universitários do Porto, oferecendo aos seus veteranos uma modesta ceia, com certo carácter macongino e a que alguns "carolas" do Porto e da terra simpáticamente aderiram, contribuindo com a sua quota parte. Reunida toda aquela pleiade, num apertado e longo corredor, a que com piada foi dado o nome de "Intestino Grosso", e que também é conhecido por "estreito de Magalhães", tomaram-se as protocolares regras macongínas; compareceram á Ceia : S. Majestade D. Caio Júlio Cézar da Silveira IV, Rei do Maconge, e o seu 1º Ministro D. Bindonglas, alguns condes e barões da sua corte e os seguintes membros da Matula Universitária : - Dr.Flávio Serzedelo Fernandes (formado com o 14º ano de Farmácia, mas que por certos azares dos mestres corresponde apenas ao 2º ano); Dr. José Cruchinho Leitão, Dr. Agostinho V. Carvalho, Engº Alberto R. Tavares, Dr. António Branco Dias, Dr. Carlos Nery, Dr. Durval F. Marques, Dr. Henrique Veiga, Dr. Sousa Rios, Dr. Manuel J. Gonçalves, Dr. Manuel R. Carneiro, Dr. Nelson S. Costa, Dr. Rolando Beira e Victor Mouro. Foi lavrada a acta que a seguir se transcreve em puro "latão Macongino" : --- "Confraterniazone maltae Portus--Sá da Bandeiribus" --- "A uma porrata dial Agostus anus Cristus cinquenticus sextibus, in Violeta Pensiones, malta ad Portus cum malta localis deliberatione gajada fixe, est del ciandum cum jantar substancialis, decretus est bebedeira farta quod ruidosan. Presentia maconginus iniciata est ceata cum animatione insólita. Rex Maconginus, colbitus surprecaam amam, convidatus elabore haec acta, declaret arrancare cum forceps palavrorum et ausencia inspiratione carrascão multos garrafones, solicita tuti quanti est hic que bote assinaturum haec papelis est perpetuare visita honoribus estudanta amicial univeratis Portibus qui causat regosijum bestiale academicus antigus et actualis liceos Sá da Bandeira. Eratu ut supra. Sá da Bandeira, 30 de Agostus 1956 " -- D. Caio Júlio Cézar da Silveita IV - (ass.) - * * * Note-se a presença de tantos ilustres médicos (alguns veteriná-rios, prontos a qualquer intervenção urgente, principalmente estomaca-alcoólica). A cerimónia decorreu sempre no melhor espírito académico depois dos discursos das personagens mais representativas : D. Caio Júlio e Dr. Flávio Serjedelo, os quais se abraçaram comovidamente, simbolizando esse abraço a comunhão espiritual das duas academias. El Rei do Maconge, como respeitável Senhor, condena um caloiro universitário ao sacrifício de lhe encher sempre o copo. Entretando celebrou-se um acontecimento por certo inédito em Angola e que ficará registado na história da Academia da Huíla : -- A Matula Universitária fêz o julgamento dum futuro universitário do Porto, o caloiro António Seara, finalista do Liceu Diogo Cão. Escolhido o padrinho, Dr. Cruchinho, foram dados alguns temas para o caloiro desenvolver, sob constantes interrogações da Matula, que cada vez deixava o réu mais desorientado; um dos temas (os outros não podemos divulgar), era : "A influência da música na carie dentária". Depois de várias opiniões e durante as quais o julgado teve de despir a albarda para mostrar o pêlo, e atendendo ao simbolismo e alto significado da cerimónia, a Matula acordou (alguns de facto já piscavam os olhos), em passar uma carta de alforria a qual foi por eles todos assinada, bem como pelo Rei do Maconge, como representante da Academia da Huíla, sendo a dita carta selada com "sêlo branco" de vinho tinto. Entre vivas e "viras" terminou assim aquela inesquecível ceia, muito bem servida pelo nosso amigo Magalhães (é primo em 1º grau do Fernão de Magalhães); seguiu-se então um pequeno intervalo enquanto se tomavam alguns aperitivos e alguns "fadistas" cantavam o Hilário e Coimbra de Santa Cruz. Depois lá fomos por ali fora, cantando e rindo e tocando enquanto os galos faziam acompamento em dó maior. Nos dias seguintes sempre a Academia da Huila confraternizou com a Academia do Porto, em manifestações que a muitos fizeram chorar de saudade e amizade, mostrando assim que, em Sá da Bandeira há um elevado espírito académico, ao contrário do que já alguém disse. Estamos certos que a rapaziada do Porto jamais esquecerá Sá da Bandeira, vistosa e linda,académica cem por cento, ficando assim provadas as nossas justas aspirações de cidade Universitária. Bem haja, o Orfeão Universitário do Porto. Obrigado amigos pela vossa camaradagem e espírito académico. Obrigado Matula ! E cantando, rindo e chorando, lá andamos todos abraçados, com o Flávio, o Cruchinho, o Cucas, o Durval (tesoureiro), o Tavares, enfim com toda aquela Matula, com tu para aqui, tu para ali, sendo eles os primeiros a fazer essa camaradagem. Sá da Bandeira orgulha-se pois de ser uma cidade académica e só quem a não conhece, quem não viveu no seu meio durante algum tempo, poderá dizer o contrário por curta que fosse essa estadia. Recordemos as palavras do Dr. Cruchinho que, á partida, enquanto todos subiam para o comboio e a máquina apitava estridentemente, ele continuava entre a rapaziada dizendo ..." Eu fico convosco; ide, ide que eu fico; não vos posso esquecer, amigos"... e as lágrimas correm-lhe pelas faces... ................................................................... -- (de "SOURREIA" - Jornal "a Huila" nº 804 - pg. 3 - 29 de Setembro de 1956) -- =================================================================== ...................................... --- "ASPECTOS ECONÓMICO-SOCIAIS DO DISTRITO DA HUILA ---- Glória aos Povoadores da Huila" --- No horizonte esfumado por neblina cinzenta, surgiram os mastros embranquiçados do "Índia", antiga embarcação onde vinham algumas dezenas de colonos para o Planalto da Huila, alguns jovens, de uma vintena de anos,outros ainda de menos, inclusivé crianças de peito. Assim, sob proposta do então Ministro Pinteiro Chagas, em 1884, chegava a 1ª colónia madeirense. O Governo os enviava para a África misteriosa em suas lendas e riquezas escondidas, alimentando-se em cada peito a dourada esperança de melhores dias. Alguns, como muitos descobridores de antanho, vinham embalados no sonho de enriquecer em pouco temo, o qual já premeditavam ser de calvário, mas findo o mesmo, poderiam regressar com umas boas economias e, depois então, a Maria que lá ficara na província a sua espera, ver-se-ia trajada de noiva e levada ao altar de Deus. Outros, talvez sem família nem ilusões lá na terra, já pensavam em ficar mesmo pelas entranhas dessas ignoradas regiões, enfrentando os perigos das feras e das povoações indígenas ainda rebeldes; talvez nessas contrariedades encontrassem a felicidade que nunca tiveram ou guardassem melhor em silêncio a dor que restava das desilusões da vida, isolados em qualquer cubata, ouvindo ao longe o rufar lento e compassado dos batuques, a alegria dos indígenas na sua vida simples e desprendida, ou o rugir das feras que por perto sempre andassem. Cada um tinha pois os seus problemas : novos anseios e saudades dos que ficaram, mulheres que não puderam vir, das noivas, enfim, cada qual sabia de si e Deus de todos. Chegados que foram às terras de Moçamedes em 18 de Novembro de 1884 e onde já existia um razoável núcleo da colónia de Pernambuco, que ali se viera fixar depois dos acontecimentos no Brasil,restava-lhes subirem a Chela até ao plateau do Lubango, numa distância de uns trezentos quilómetros, em caminhos maus e cheios de perigos inesperados. Essa viagem que durou cerca de um mês, foi uma verdadeira odisseia, pondo uma vez mais em evidência não só o espírito aventureiro do lusitano, como a sua vontade e persistência na luta pela vida, tendo como objectivo uma miragem colorida, uma esperança de maiores venturas e uma fé inabalável. Conquanto muito tenha para dizer sobre o assunto, não posso agora entrar em mais pormenores para não fugir ao âmbito e limitado espaço deste ensaio, no qual procurarei ainda focar vários aspectos económicos da Huila. Ainda hoje vivem por aí alguns desses colonos; já velhos e cansados do muito que tiveram que fazer por estas terras, de pouco ou nada conseguiram arranjar; ganharam sim a satisfação de verem seus filhos e netos criados na rudeza da vida, agarrados à enxada e à charrua de sol a sol; ganharam sim a Glória de terem sido os fundadores de uma cidade progressiva e bela e merecerem os louross de terem aí começado uma colonização branca no seio bravio da negra África. Eles não tiveram ganhos materiais, não. Um ou outro conseguira arranjar uma casita e uns palmos de terra, que deixou como terreno sagrado aos seus filhos e que outros depois quizeram explorar com falsas manhas ou a troco de ninharias, inclusivé de bebidas, subornando-lhes o espírito e a vontade. Esses terrenos são sagrados no seio das suas famílias; são a recompensa e o património de uma luta insana, sem quaisquer outros resultados senão de terem ficado lançadas as raízes duma colonização europeia e os primeiros traçados da futura cidade que seria o Lubango, o fruto das sementes que eles lançaram à terra e regaram com suor, para depois outros virem colher do mel o melhor (.. ??..). Isso foi o que ganharam; podiamos dizer mesmo que eles foram heróis e santos. Não têm mais que um obelisco a assinalar o seu primeiro povoado, no local dos Barracões !Isso é para eles uma relíquia e por todos nós deve ser respeitado como chão sagrado. Ali viveram, lutaram e morreram lado a lado os Povoadores do Lubango !Ali repousam para a Eternidade !Esses ainda foram os glorificados. Os outros, os que passaram depois para o burgo, misturando-se com novas gentes que chegaram e novos outros que cresciam, ficaram como que esquecidos, isolados, entregues às suas misérias. Alguns deles aí vivem, mercê do amparo de suas famílias. Devia pois ser construído um Lar para albergar esses velhos colonos, num recanto cómodo e sossegado, onde pudessem lembrar em comunhão as suas odisseias e onde teriam todo o amparo e carinho. Essa seria assim a nossa maior recompensa pelo quanto ficamos devendo aos povoadores do Lubango. Ali poderíamos escrever em letras de oiro : GLÓRIA AOS POVOADORES DA HUILA. Já estamos vendo nesse dia os velhinhos alegres, em seus novos trajos de gala, sorrindo e agradecendo essa recompensa, talvez tardia, tributo e dívida de algumas gerações; de seus olhitos, semi-cerrados, correm lágrimas pelas faces enrugadas... Assim nasceu a povoação do Lubango, que mais tarde foi elevada a cidade e depois tomou o nome de Sá da Bandeira. ...................................................... ( --- (Excerto de um ensaio do mesmo autor (SOURREIA),mas com o pseudónimo "Dantel Grey", apresentado aos Jogos Florais de Nª.Sª do Monte e em cuja modalidade não houve qualquer classificação) sendo depois publicado no Jornal "a Huila", nº 806 - pg. 1 - 2 - em 13 de Outubro de 1956 -- .................................................. --- Da Redacção : - ""PORQUE NÃO CONVIDAR O SR. PRESIDENTE DO CONSELHO A VIR INAUGURAR A BARRAGEM DA MATALA ? --- "Selo Postal em homenagem a ARTUR DE PAIVA" --- "No dia 4 do corrente tomou posse do cargo de Chefe do Gabinete do Governo Geral de Angola o Sr. Major Sousa e Faro Nobre de Carvalho" --- "PALESTRA PRONUNCIADA NA EMISSORA NACIONAL ... para a sua emissão de "A Voz do Império" --- ================================================ ================================================ .......................................... ------- B) ---- OUTRAS PUBLICAÇÕES : ----- ........................................................ --- TÍTULOS : -- NO JORNAL "O DIA" (1982) : 1) - "RETORNADO,VERGONHA DE QUÊ ?..." -- 2) - "A CAIXA RECREATIVA E FAMILIAR DE "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" -- 3) - "CÔMPUTO FINAL..." -- 4)- "DOIS PROBLEMAS GRAVES QUE AFECTAM OS DESALOJADOS" -- 5) - "NA MATA DO BUÇACO - 6) - V PIQUENIQUE ANUAL DE OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" -- 7)- "CONVÍVIO
DE PORTUGUESES MARCADOS PELA TRAGÉDIA EM CONDIÇÕES INFRA-HUMANAS" -- 8)- OITOCENTOS DESALOJADOS DO ULTRAMAR NO CASTELO DE LEIRIA" -- 9)-(?) --- "GLÓRIA AOS POVOADORES DA HUILA" ... --- 10(?) - "MÚSICA E MISÉRIA" ... ---------------------.

-- NO JORNAL "O LOBITO" : --- "AMIGOS RETORNADOS (I - II)" -- "TRAIDORES, TAMBÉM JÁ TIVEMOS NOUTRAS VEZES" (I - II)-- "ESCLARECIMENTO" (I - II) -- "ONTEM E HOJE" -- "OS ENCONTROS E DESENCONTROS DAS CALDAS DA RAINHA E OUTROS" (I -II)-- (Reportagens e diversas entrevistas) :
---------------------------------------------------------

----- 1)- "RETORNADO, VERGONHA DE QUÊ ? " ------ Ao percorrer diversas zonas da região centro e tendo entrado em contacto com bastantes retornados (ou desalojados) das ex-colónias, tive ocasião de apreciar as mais diversas posições e situações. Por vezes constatei, com certa tristeza, que alguns deles parecem sentir-se constrangidos, envergonhados ou até de certo modo ofendidos por serem designados "retornados". Titubeando ou arranjando quaisquer desculpas, procuram furtar-se àquele nome. Alguns alegam desejarem esquecer totalmente o passado, outros pretendem que se extinga a designação de "retornado"; mas, num caso ou noutro nunca deixarão de terem sido retornados, e esse facto não deve servir de fuga ou esconderijo. Outros, por certo indivíduos de inferior preparação ou cultura e por se encontrarem presentemente em situações privilegiadas ou de desafogo financeiro, por vezes muito melhor do que as tidas no ultramar, fingem que nunca foram retornados, talvez por os motivos que lá os levaram e o que por lá praticaram seja realmente preferível esquecer ! Neste caso, com esses nem interessa contar, o melhor será esquecê-los também! Fazem lembrar certos indivíduos que por cá se pavoneiam durante as "vacances" em bons carros de matrículas estrangeiras e pretendem fazerem-se passar por tal,chegando mesmo ao ponto de nem utilizarem a língua pátria a troco de terríveis calinadas e constantes pontapés gramaticais na língua estrangeira. Quando muito, devemos apenas considerar o facto de uns serem efectivamente "retornados" e outros "desalojados", mas no fim quase todos "refugiados", designação esta que os ilustres políticos de então preferiram ocultar e sonegar às vítimas de uma vergonhosa, escandalosa e quase até estúpida descolonização, executada`às pressas e às cegas, sem pés nem cabeça! Vergonha por termos construído países que podiam ser um exemplo para muitos outros ? Vergonha por termos levado uma vida de trabalho, de termos enterrado todas as economias em prédios, fazendas, empreendimentos económicos exemplares ? Vergonha por termos sido corridos de qualquer forma, a maioria com uma mão atrás e outra à frente ? Nada temos de nos envergonhar. Somos sim retornados ou desalojados(refugiados), de cabeça erguida, que nos sujeitámos às piores humilhações e privações e às quais soubemos enfrentar e derrubar, dando um exemplo de como se passa dessas situações para outras bem relevantes. Vergonha na cara deviam ter tido certos governantes e militares que nos traíram e venderam por trinta dinheiros (ou milhões, sabe-se lá!...) e que ainda hoje se pavoneiam em certos cargos, à paisana ou fardados, sem nunca terem sido julgados nem prestado contas do negócio que fizeram entre "whiskies" ao radioso sol do Alvor, ou em escuras negociações clandestinas fora do próprio país! Vergonha haviam de ter quantos nos receberam de nariz torcido, com receio dos lugares ou de compartilhar o naco de broa e a sardinha assada que os alimentou durante dezenas de anos. Muitos deles depressa esqueceram esses pecados e passaram a estender a mão aos empregos e tarefas que os retornados lhes proporcionavam e facultavam nos seus arrojados ou modestos empreendimentos. Vergonha haviam de ter os que depressa iniciaram uma verdadeira exploração, aproveitando a necessidade e a urgência de sobreviver de cada retornado e a que se atiraram como que a um osso, quais abutres vigilantes,beneficiando de regalias e exclusivos à custa das dificuldades que todos tivemos à chegada e nalguns lamentáveis casos com a conivência dos próprios retornados! Servimos de instrumento para salvar muitas empresas da falência a que estavam votadas; fomos bem expremidos nas nossas exíguas economias por muitos oportunistas em garagens, quartos, corredores ou varandas transformadas em habitações e hospedarias muito mal servidas, mas pagas a peso de ouro por nós ou pelo benévolo IARN. Servimos para encher o olho a muito sujeito e sem qualquer consideração ou respeito. Fomos negociados como matéria-prima para outros países(algumas tristes tentativas. como a do Brasil, feita por um ilustre e anafado político,ficaram a nadar em águas turvas); fomos apelidados de exploradores, quando afinal a principal exploração sempre se deu e continou a dar no continente e os verdadeiros e grandes exploradores das potencialidades ultramarinas cá residiam, muitos de braços dados com governantes. Fomos classificados de 2ª categoria e obrigados a consumir durante muitas dezenas de anos as sobras e os refugos das antiquadas e desajustadas explorações agrícolas e industriais do continente, em troca da valiosa matéria-prima que depois de transformada a pagávamos com "gordas" e "brilhantes" divisas! Toleramos e sofremos as sequências das consecutivas e voluntárias comissões de serviço de certos patriotas (às vezes em deleitosas companhias) e que serviam para construir ou comprar "mais um andar" em bairros de certa burguesia. Eis uma parte da factura que sempre fomos obrigados a pagar ! Então porque haverá vergonha de ser apontado como um retornado ?! Por todo o lado temos demonstrado o nosso poder de iniciativa e execução nas mais variadas actividades, muitas das quais bastante diferentes das que eram exercidas no ultramar, com uma espantosa capacidade de adaptação. Vejamos a eficiência , apresentação, o êxito flagrante dos mini ou supermercados, bares, restaurantes, hotéis, comércio, armazéns, bem como das novas e variadíssimas fábricas, das explorações agro-pecuárias e de outros ramos, que hoje se espalham por todo o País e a que os retornados lançaram mão, nalguns casos como último recurso, contribuindo ainda para resolver muitos problemas de desemprego, em flagrante desafio à falta de capacidade das entidades responsáveis. É caso para ter vergonha ?! Não, amigos retornados; pelo contrário, orgulhai-vos e uni-vos para cada vez mais mostrarmos o que merecemos e o que valemos. Somos uma força! Os convívios do Buçaco, de Fátima e alguns outros, já o demonstraram e cada vez mais o demonstrarão. Não se trata de uma questão de marginalização ou de separatismos, como alguns acusam. É um reviver entre amigos, é uma comunhão espiritual que só quem lá andou pode apreciar devidamente. De certo que se deve procurar uma salutar integração geral dos retornados nesta nova sociedade e para a qual eles já muito têm contribuído; mas, integração não quer dizer sujeição, servilismo, nem despersonalização! Não é por esse facto que deixamos de ser quem éramos e, excluindo alguns tristes casos, de ser a razão para nos envergolharmos de um passado ainda presente; quase todos nós não fizemos mais do que cumprir e fazer cumprir normas ou regulamentos estabelecidos, actualizando-os ou humanizando-os sempre que possível, numa comunidade exemplar e dentro das limitadas possibilidades de que dispunhamos, e por vezes com fraco apoio dos governantes, continentais em especial. Cumpríamos um programa governamental, defeituoso ou não, sem afogar o nosso humanismo e a tradição cristã. Certamente que houve muitos excessos, muitos atropelos,muitos erros, até mesmo certa falta de humanidade nessa geração de que somos responsáveis nas últimas décadas, porque para trás a História é outra e não está dentro da nossa responsabilidade e nem cabe agora no âmbito deste modesto trabalho. Por certo que muitos ter-se-ão desviado do melhor caminho e prejudicado o sacrifício e saber de tantos outros. Mas que sociedade se pode dar ao luxo de afirmar não possuir pervertidos e pecadores ? Em que sociedade não existem diferenças económicas sociais ? Não se erra pelo belo prazer,mas sim em consequência de deficiências estruturais, por defeitos enraízados no espírito humano ao longo dos séculos. Pois amigos retornados, ainda temos uma palavra a dizer neste País e teremos de ser ouvidos. Ainda sangra a ferida aberta pela irresponsável descolonização; os nossos bens lá ficaram na maioria dos casos, sem termos tido direito a qualquer recompensa ou indemnização; os bancos e os organismos estatais ficaram com os nossos depósitos, o escudo, que era português, foi jogado no caixote do lixo da política e negociado por oportunistas em escandalosas trocas e desvalorizações. Tudo isso foi um logro! Ainda há muitos retornados em situações bem precárias; uns pela avançada idade ou falta de saúde, outros por não terem tido capacidade suficiente para reagirem contra o rude golpe; e é, principalmente por esses que erguemos bem alto o nosso brado de união. Há famílias inteiras vivendo ainda em barracas e sem os mínimos recursos, bem ao contrário das situações que antes tinham, como em barracas miseráveis vivem ainda muitos portugueses não retornados. O Tribunal de Haia ainda não deu a última palavra. Muitos são os que ainda desejam regressar à sua terra natal ou à terra onde deram o melhor dos seus anos, onde lhes nasceram filhos e netos e onde ficaram sepultadas algumas gerações. Tudo isso está à espera de resolução. Temos o direito de a exigir! Para isso dizemos "presente". Finalizando, se há quem deva ter vergonha, serão sim os que arquitectaram e precipitaram todas essas desgraças, incluindo as que por lá ocasionaram(e que não foram nada poucas), e não nós, retornados de boa fé, simples marionetes manobradas por mãos ocultas, mas que sempre estivemos e estamos prontos a concretizar neste ora desgraçado País, o sonho grandioso que estava sendo materializado no ultramar português ! Sonho sonhado por grandes homens no passado ! ................................... ---- de : Roberto Correia -- em "O DIA" , de 23 de Junho de 1982 - Pgs. I e VIII do Suplemento "ANGOLA" --- ==================================================================
--- 2)- A CAIXA RECREATIVA E FAMILIAR DE "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" -- Ninguém melhor colocado para nos falar da Caixa Recreativa e Familiar de "Os Inseparáveis do Lubango" que o presidente da sua comissão organizadora, GIL DUARTE PAULO(GDP) actualmente a residir no Porto: -- "O DIA" - Como nasceu esta Organização e como tem evoluído ? -- G.D.P. -- Surgiu da reunião de algumas pessoas ligadas ao Futebol Clube do Lubango e cujo 1º encontro foi efectuado há 5 anos,em Gondomar, sendo apenas extensivo aos naturais do Lubango. No 2º encontro a aderência já foi de umas 500 pessoas e os 3º e 4º encontros já foram extensivos a todos os huilanos, passando a ser feitos aqui nas matas do Buçaco. O deste ano foi alargado a todas as pessoas que mesmo não sendo do distrito da Huila, estivessem ligadas por laços de parentesco ou amizade; calculamos que aqui se encontrem cerca de seis mil pessoas, mais de 600 carros e 15 autocarros. O motivo aglutinador destes convívios é o matar saudades,não esquecendo no entanto o factor religioso. Esta organização, para além do convívio tem também um programa social e desportivo, iniciando-se este em Maio e destinando-se mais à juventude, tanto mais que o convívio só por si pouco lhes diz dado à pouca idade com que de lá vieram. Nesses encontros desportivos são distribuídas algumas medalhas para criar um maior incentivo. --"O DIA" -- Sabemos que a Organização não possui ainda os seus Estatutos, será por não terem sido elaborados ou porque aguardam aprovação ? -- G.D.P. -- Os Estatutos ainda estão em elaboração por dois advogados. Logo que estejam prontos serão submetidos a aprovação e posterior publicação. Eles tentarão fornecer um apoio aos associados da Caixa, estando em primeiro plano os do Lubango e depois progressivamente aos restantes. -- "O DIA" -- Que apoio acha que a Organização pode dar através destes convívios ? -- G.D.P. -- Bem, os apoios nos convívios são diversos; em primeiro a obtenção de fundos para a Organização prosseguir; além disso fornece oportunidades profissionais através das pessoas já estabelecidas e que podem assim arranjar empregos aos que deles necessitem. Inclusive já se verificaram casos de constituição de sociedades entre pessoas que se conheciam em Angola. Um factor importante tem sido o da reunião familiar; muita pessoas aqui encontram os seus familiares, e nalguns casos até de quem andavam separados, como de pais e filhos e mesmo casais.Cria-se um espírito de cooperação que vai possibilitar a muita gente resolver problemas pessoais diversos,além de servirem de base para a divulgação de organizações semelhantes a esta. -- "O DIA" -- Existe algum problema que impeça a continuação da promoção destes convívios ? -- G.D.P. -- O único problema neste momento é o arranjar um local onde se possa realizar, visto que este já se tornou demasiado pequeno. Neste convívio já se revelou uma enorme dificuldade no estacionamento das viaturas, mas estamos certos que vamos conseguir resolver o problema. Nada impede portanto futuras realizações dos convívios. -- "O DIA" -- Ao longo do ano organizam-se vários convívios, muitos deles abrangendo apenas áreas restritas, além de que por vezes realizam-se em datas coincidentes. Como resolver este caso pois pode vir a gerar situações conflituosas ? -- G.D.P.-- Não, o facto de haver convívios para determinadas zonas não cria problema algum, até porque em Angola as distâncias eram muito grandes e muitas pessoas não tinham quaisquer hipóteses de contactos com outras zonas. Além disso, já foi possível contactar diversos grupos para a organização de um convívio global dos retornados, o que terá lugar certamente nos dias 4 e 5 de Setembro, em Fátima. Quanto ao facto de haver datas coincidentes existe já uma comissão em estudo. --"O DIA" -- O apoio que a organização pretende dar não poderia aumentar com as quotizações pessoais ? -- G.D.P.-- Efectivamente, pretendemos que isso venha a acontecer mas somente depois dos Estatutos aprovados, visto que cada donativo ou quotas serão destinados apenas aos fins consignados nos referidos estatutos; não desejamos dar esmolas, mas sim dar oportunidades às pessoas com capacidades profissionais ou resolver problemas mais graves. Já agora queria aproveitar para alertar as pessoas de que, em em caso de necessidades legais e justificáveis, podem recorrer à organização visto termos advogados à disposição para solucionar esses casos. -- "O DIA" -- Quais as perspectivas ? -- G.D.P. -- Tentar fazer tudo o que puder ser feito, melhorando e aperfeiçoando os apoios e desenvolvendo ao máximo o que existe de momento. A Organização está ainda a nascer, há que solidificart a sua acção. Ainda quanto à localização dos futuros encontros quero esclarecer que é nossa opinião que se deve manter sempre a Norte do Mondego, pois é nessa zona que residem cerca de 80 por cento dos huilanos.O êxito deste convívio e dos anteriores deve-se à boa compreensão e a ajuda de todos os elementos da comissão e de todos os nossos colaboradores espalhados pelo País, bem como à presença dos milhares de participantes." .............................................................. --(Entrevista do autor (ROBERTO CORREIA) com GIL DUARTE PAULO - em "O DIA" - 23/07/82)- Pgs. I e II do Suplemento "ANGOLA" ----- ============================================================== --- 3) - "CÔMPUTO FINAL --- AURÉLIO MENDES E FERNANDO DE FREITAS FALAM DA ORGANIZAÇÃO E DO FUTURO" : --- Para uma melhor apreciação dos objectivos e acção da Organização da Caixa Recreativa e Familiar dos "Inseparáveis do Lubango", ouvimos Fernando de Freitas (F.F.), de Sá da Bandeira (Lubango),hoje radicado em Casal das Raposas, Vieira de Leiria, onde possui uma oficina de reparações auto, tendo como colaboradores directos os seus filhos. -- "O DIA" - O que pensa deste convívio ? -- F.F. - Devia realizar-se mais vezes e estar melhor organizado. Noto a falta de sinaliza-ção em diversas zonas e uma falta de informação e esclarecimento a nível local . Quanto ao resto acho bem, mas também havia de ser feito noutros locais. -- "O DIA" - Que me diz quanto aos objectivos do mesmo ? -- F.F. - A situação não está mal, mas podia ser melhor e já havia de ser em local mais amplo. Julgo que muitos dos objectivos estão a ser conseguidos, embora muitos mais se conseguiriam com mais publicidade, organização e se realizados num ponto mais central. -- "O DIA" - Que acha quanto às finalidades da Caixa ? -- F.F. - Uma pessoa não são catorze. É necessário ajudar muito mais não só em situações de faltas financeiras como em doenças e faltas de emprego, para isso é preciso uma actuação mais eficaz, talvez com quotas pagas por todos. A coisa não está a funcionar bem e é preciso o apoio de todas as terras onde se encontram os retornados da Huíla ; há falta de contactos com as pessoas e muitas dessas por vezes podem ter qualidades e capacidades que não estão a ser aproveitadas. Não concordo muito com esta data, preferia o dia 15 de Agosto e além disso, vir aqui passar o dia não chega e é necessário dar trabalho a quem precisa, bem como um apoio efectivo aos que já não podem trabalhar ou estão doentes. Sobre o mesmo tema escutámos, ainda, Aurélio Mendes (A .M.), natural de Huíla (Chibia), deputado pelo PSD na Assembleia. -- "O DIA" - Qual a sua opinião sobre este encontro ? -- A .M.- É extremamente positivo visto que proporciona às pessoas a possibilidade de reencontrarem amigos com os quais às vezes não tem contactos, não só devido à distância a que se encontram mas também por talvez desconhecerem os seus paradeiros. Além disso há um certo reavivar de mentalidades, um vitalizar de uma vida social e também o manter a unidade. -- "O DIA" - Tem de certo conhecimento de que por todo o País se efectuam outros convívios destinados a grupos de pessoas de várias zonas de Angola, como por exemplo, da Gabela, Malange, Uige e outras. Acha que tudo isso cria desunião entre elas ? -- A .M. - Na minha opinião o facto de existirem convívios destinados principalmente a determinadas zonas, não cria de forma nenhuma uma desunião. Poder-se-ia dizer que houve uma unidade consolidada e agora começam a formar-se os "clãs" mas que não impedem a unidade geral. Há aderência geral apesar do bairrismo que se vai notando, não prejudicando contudo o sentimento ultramarino, e isso bem o prova o convívio geral de Fátima. -- "O DIA" - Esta Organização tem contudo objectivos mais vastos do que a simples promoção dos convívios. Acha que esses objectivos se têm estado a conseguir ? -- A .M. - Acho que sim, embora se pudesse fazer mais, caso a organização já tivesse os seus Estatutos aprovados, pois proporcionariam uma maior informação e divulgação dos aspectos da vida social dos retornados, assim como um apoio material mais efectivo. No entanto, e fazendo o balanço geral, a organização é positiva no reviver das relações humanas e na unidade das pessoas espalhadas por todo o País. -- "O DIA" - Será viável um apoio governamental a este género de organizações ? -- A. M. - Julgo ser viável não só dos organismos regionais como até governamentais. No entanto, como disse, o que falta para impulsionar esses apoios é a falta de Estatutos próprios devidamente aprovados, e aproveito para fazer um apelo aos responsáveis pela sua elaboração. -- Entrevista de PAULA MARINA CORREIA, incluída na Reportagem feita por ROBERTO CORREIA, sobre o V ENCONTRO de "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO", realizado no BUÇACO - Publicação do Jornal "O DIA" - Suplemento "ANGOLA" - em 23 de JULHO de 1982 -- ================================================== ............................................. --- 4)- ANGOLA --- "Para o Governo resolver : DOIS PROBLEMAS GRAVES QUE AFECTAM DESALOJADOS" -- 1) - Suspensão do regime dos subsídios de desemprego Pelo nº 3 do artº 4º do Decreto-Lei nº 351/81, de 26 de Dezembro (Diário da República nº 296 - lª Série, da mesma data), foi fixado em 31 de Dezembro de 1982 o limite de con-cessão dos subsídios de desemprego em curso. Esta medida legal vai criar situações desesperadas a centenas de famílias de desalojados do Ultramar Português que não possuam outra fonte de rendimento para fazer face à sua subsistência. O Ministério dos Assuntos Sociais, a quem o assunto está afecto, deveria, quando en-tendeu fazer publicar tal diploma, mandar averiguar, caso a caso, a situação dos desalojados que auferem subsídio de desemprego e tomar as convenientes medidas para os que, à falta do referido subsídio, não venham a ficar em situação de carência total. Que medidas já tomou o Ministério dos Assuntos Sociais ? 2) - Pensões de aposentação requeridas por ex-funcionários do Ultramar com o mínimo de 5 anos de serviço, ao abrigo dos Decretos-Leis nºs 23/80, de 29 de Fevereiro e 118/81, de 18 de Maio, conjugados com o Decreto-Lei nº 362/78, de 28 de Novembro. Pelos Decretos-Leis referidos, foram concedidos, respectivamente, os prazos de 180 e 120 dias, para as pessoas que exerceram funções no Estado ou nas autarquias locais do ex- Ultramar Português, poderem requerer a concessão da pensão de aposentação correspondente ao tempo de serviço prestado. Sucede que só no ano de l980 e dentro do prazo estabelecido(até 29 de Agosto) deram entrada mais de 5000 pedidos. Até à presente data - Julho de 1982 - decorridos que foram dois anos, a Caixa Geral de Depósitos, pelo seu Departamento organiza os processos e fixa as pensões (D.S.P. - 6) -- Expediente e Contencioso de Pensões de Apo-sentação) -- Rua Castilho, 233-A -- 1000 LISBOA, só despachou, seguindo a ordem numérica do ano de 1980, cerca de 2000 processos. Quanto anos levará a despachar os restantes cerca de 3000 entrados no ano de 1980 ? E quando começar a analisar as centenas e centenas de requerimentos entrados no ano de 1981 e dentro do prazo estabelecido pelo Decreto-Lei nº 118/81, que terminou em 30 de Setembro daquele ano ? E em relação às centenas de pedidos que deram entrada na Caixa Geral de Depósitos depois de 30 de Setembro de 1981 e ainda estão a dar entrada, aguardando que seja publicada medida legal estabelecendo novo prazo ? ---- Artigo publicado em 23 de JULHO de 1982 no Jornal "O DIA" - Suplemento "ANGOLA" e incluído na Reportagem de ROBERTO CORREIA sobre o "V ENCONTRO DOS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO", realizado no BUÇACO. =================================================== ...................................................... --- 5) - NA MATA DO BUÇACO -- V PIQUENIQUE ANUAL DE "OS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO" -- Uma longa e ondulante serpente de automóveis vai subindo lentamente a verdejante serra do Buçaco. É mais um encontro de amigos vindos da longíqua Angola, numa organização da Caixa Recreativa e Familiar de "Os Inseparáveis do Lubango" para o seu V Grande Pic-Nic Anual. Trata-se de uma "bicha" mas não um engarrafamento. Os condutores, simpáticos e cordiais, saúdam-se ou param para um abraço antecipado. Lá no alto, outros aguardam já, ansiosos, a chegada de cada carro na expectativa de voltar a encontrar um parente ou um amigo. Alguns, por vezes, há muitos anos não se viam, mesmo ainda na sua terra de origem! Aos poucos, a mata silenciosa vai-se tornando cheia de cores e de vida; os barulhos da natureza são suplantados pelo ruído dos motores, pelas saudações, pelas conversas em voz alta. É como se ali se reunisse uma só família; e é isso mesmo o que simboliza mais este encontro : a reunião de uma grande família em que cada qual sofreu há alguns anos um abalo, um rude golpe que deixou marcas facilmente detectáveis, atirando-os para uma terra desconhecida, na maioria dos casos, como que para um possível abismo. O tempo foi passando, correram os anos; muitos conseguiram refazer as suas vidas, por vezes alcançando melhores situações; outros vão aguentando o barco, mas ainda são bastantes os que estão a viver( ou a sobreviver) com enormes dificuldades. Para estes se deve voltar a nossa preocupação. Nesta comunhão espiritual,nesta alegria de um dia radioso, não podemos esquecer quantos, por falta de saúde ou disponibilidades, aqui não estão presentes. Segundo as directrizes da Caixa Recreativa e Familiar eles não estão esquecidos, mas para que se possa concretizar uma ajuda efectiva e permanente torna-se necessário um maior apoio de todos, não apenas neste convívio, mas durante todo o ano. Por certo, todos aqueles que o podem fazer irão dar a sua valiosa ajuda. ...(Ver ainda : "A CONCENTRAÇÃO"..."O ALMOÇO"..."OS DIVERTIMENTOS"... "O REGRESSO")... -- (Reportagem de : Roberto Correia - em Jornal "O DIA" - 23 de JULHO de 1982 -- Pgs. IV - V e VI --- c/ as respectivas gravuras --- ........................................................... ============================================================ --- 6)- CONVÍVIO DE PORTUGUESES MARCADOS PELA TRAGÉDIA -- CALOR HUMANO E CRISTÃO JUNTA DESALOJADOS EM FÁTIMA --- Mais uma vez o grandioso e sagrado lugar de Fátima foi palco de uma sentida e maravilhosa manifestação de calor humano, de solidariedade entre milhares de pessoas desalojadas dos territórios do Ultramar português, após a tão dolorosa e triste descolonização. Esta só seria aceitável a quem desconhecesse a mentalidade e vivência africanas. Foi, porém, possível, embora alguns dos seus "cérebros privilegiados" por lá tivessem passado, por vezes apenas em ambicionadas comissões de serviço, o que nunca lhes permitiu um conhecimento aprofundado da situação real, duma "guerra" que quase só existia em teoria. Talvez por escondidas mas já bem estudadas razões de quem facultou a sua existência e progressão, verificada depois,nessas lutas. Aqui, neste "Altar do Mundo", os retornados e desalojados de todas as partes do Ultramar português buscam um reviver, uma comunhão geral, um abraço dos familiares e amigos, para que cada um possa sentir que não está só nessa saudade que o queima, nessa esperança que não se apaga, nesse verdadeiro amor pela terra que era sua e que foi obrigado a abandonar precipitadamente, a maior parte deixando tudo o que possuía. --------- ENTRE SAUDAÇÕES E ABRAÇOS... -------- Já no sábado, o amplo recinto se apresentava bastante movimentado e colorido; entre saudações e abraços, os milhares de desalojados-peregrinos se foram concentrando junto à Cruz Alta, tendo início, a seguir, um desfile para a Capelinha, onde muitos ficaram em respeitosa e recolhida oração. Pouco depois, era feita uma saudação aos peregrinos e iniciada a Santa Missa. À noite, foi rezado o "Terço", transmitido pela Rádio Renascença, seguindo-se a tradicional Procissão de Velas, espectáculo maravilhoso de recolhida e inegualável beleza, bem traduzindo o espírito católico e o respeito pelos sentimentos mais elevados, entre cânticos entoados pela maioria dos presentes. Na Basílica, haviam de continuar, em fervorosa adoração pela noite dentro, muitos sendo os que dormiam pelos arredores por já não conseguirem alojamentos, em Fátima. Surgiu o Domingo, primeiro nebuloso. Aos poucos, porém, o Sol foi sorrindo, tornando-se um belo dia. Bem cedo, foram chegando muitos mais peregrinos, em jornada algo diferente de outras. É que este convívio tem um carácter muito seu, pois, além de uma vivência religiosa, reúne desalojados de todo o ex-Ultramar português procurando, assim, concretizar uma união geral, de todos quantos viveram irmanados nos dias felizes e nos nefastos. Vão surgindo novas oportunidades de encontro de familiares e velhos amigos, do recordar de tantos momentos do passado, sempre presente em todos. Depois da concentração junto à Cruz Alta, seguiu-se o desfile para a Capelinha onde foi, novamente, rezado o Terço, enquanto muitos peregrinos desciam a passadeira, arrastando-se de joelhos, acompanhados de familiares, círios na mão, em cumprimento de alguma promessa ou na esperança de cura do corpo ou da alma de alguém mais chegado. A procissão deu a volta ao amplo recinto entre cânticos e o repicar dos sinos lá no alto, indo terminar junto das escadarias da Basílica, para em seguida, se celebrar a santa missa. Depois de mencionada e justificada a presença dos milhares de peregrinos, foi ouvida com atenção e respeito a homilía proferida pelo Arcebispo Primaz de Braga, D. Eurico Dias Nogueira,antigo Bispo em Moçambique e Angola(Sá da Bandeira). Damo-la, na íntegra, noutro local desta edição. Seguiu-se a consagração, com a comunhão dos peregrinos, terminando o acto com a bênção de objectos religiosos. Finda a cerimónia, logo dispersaram os presentes, espalhando-se pelas sombras circundantes. ... DO AUDITÓRIO DO CENTRO PASTORAL PAULO VI ... Ainda antes das 15 horas, muitos eram já os desalojados-peregrinos presentes no Auditório onde se iria realizar um caloroso convívio. Tomou a presidência D. Eurico, a substituir D.Manuel Nunes Gabriel, (antigo Arcebispo de Luanda), ausente em Angola para participar nas comemorações dos 25 anos da Diocese de Malange. Foi,porém, lida uma sua mensagem aos peregrinos ali reunidos. O presidente da actual comissão organizadora, sr. José Maria Guilherme, anunciou a sua substituição naquelas funções pelo sr. João Meira, aproveitando o ensejo para se referir ao seu mandato, e agradeceu a colaboração que foi prestada, terminando por ler uma mensagem da Associação dos Amigos do Uige. Por sua vez, o sr. João Meira apresentou o seu plano e fez um apelo à colaboração e contribuição de todos, anunciando de seguida a ideia da criação da "Fundação D.Moisés Alves de Pinho", último Bispo de Angola e Congo e 1º Arcebispo de Luanda, falecido, há relativamente pouco tempo, com 97 anos. Os objectivos dessa "Fundação" visam a preparação de missionários para os países do ex-Ultramar português, para suas vindas a Portugal e ainda para apoio a peregrinos. Esta ideia foi aprovada por unanimidade pela assembleia e saudada com uma salva de palmas. Em seguida, foi feita uma curiosa sondagem entre os presentes, tendo-se verificado uma quase totalidade de angolanos, oriundos de todos os distritos, notando-se também a presença de moçambicanos e demais territórios ultramarinos. Foi tornado público,um convite das "Antigas Alunas das Irmãs Doroteias de Angola" para um convívio a realizar no dia 2-10-82, no Campo Grande. Solicitados pela mesa, foram ao palco vários ex-residentes no Ultramar, designadamente, o dr. Barros Peralta, ex-governador em Moçambique e Angola(Huambo e Benguela), salientando-se a referência que fez à seguinte frase de D. Moisés Alves de Pinho : "O ultramar de certa maneira ainda é nosso". Seguiu-se uma ex-residente de Angola, focando a acção da mulher nos territórios ultramarinos. Mário Borges Martins(Nova Lisboa), apelou para o apoio a dar por todos à realização destes convívios. Fernando Carvalho de Matos,(Luanda) falou da acção de D. Moisés Alves de Pinho. Maria do Céu Morais,ainda residente em Angola,fez um apelo pelos que ainda vivem no Ultramar, muitos sofrendo bastantes privações. Os Padres José Ribeiro(Cubal) e José Maria Pereira, recordaram os anos em que estiveram em África. D. Manuel António Pires(antigo Bispo de Silva Porto)referiu-se também aos tempos ali passados e aos amigos presentes, fazendo um apelo à união e comunhão com todos, incluindo os do Ultramar. A terminar este convívio, usou da palavra D.Eurico, fazendo especial referência a D. Manuel Nunes Gabriel, que ali representava, não só como missionário mais ainda como historiador,e,ainda, a de D. Moisés Alves de Pinho, pela sua missão em Angola, anunciando as comemorações do centenário do seu nascimento, em Julho de 1983. Focou os objectivos mais concretos destes convívios e a esperança de muitos em regressarem aos países onde estiveram tantos anos, em vivência humana e cristã. Encerrado o convívio, foi a hora amarga da despedida, com votos de todos de voltarem, no próximo ano, no primeiro fim-de-semana de Setembro. E assim, um a um, carros e autocarros, vindos de todo o Portugal, lá se foram estrada fora, a caminho de suas terras... ....................................................... -- Reportagem de : ROBERTO CORREIA, em "O DIA" - 15-09-1982 - Suplemento "FÁTIMA" - Fls. 2 -- ========================================================== ............................................................ --- 7) - EM CONDIÇÕES INFRA-HUMANAS DISSERAM-LHES QUE NA "PENSÃO RAL 4" FICARIAM "BEM INSTALADOS"... --- ... ( Do alto do castelo nem tudo o que se vê é belo : mesmo ao lado, há portugueses que sofrem a frustação de promessas que se não cumpriram ...) ... Encontrando-me junto destes desalojados do antigo ultramar português, pareceu-me útil e oportuno ouvir as suas desgraças, seus anseios e também suas esperanças, se é que estas são realmente possíveis naquele ambiente de desamparo e de abandono. Assim, entabulei conversa com um dos ali residentes, Carlos Mendonça,que à pergunta sobre como surgira aquele alojamento colectivo me respondeu : -- A maioria dos desalojados que aqui se encontram vieram do Sul de Angola, ou seja do Distrito da Huila, havendo,porém, alguns do Norte. Só saímos de Angola, de Sá da Bandeira, em Março de 1976, numa caravana de cerca de 1500 carros com destino à África do Sul, indo ter ao antigo Vinduque, depois de uma verdadeira epopeia,numa distância de de muitas centeneas de quilómetros, passando por muitas privações e trabalhos. Tivemos, porém,a sorte de ser lá bem recebidos e apoiados de modo a termos a posibilidade de vir para Portugal. Chegados a Lisboa e depois de resolvidos alguns problemas, fomos encaminhados para aqui, com a indicação, de que vínhamos para a "Pensão Ral 4" onde ficaríamos "bem instalados". Claro que, à chegada, tivemos uma grande decepção ao verificarmos que apenas existiam amplas casernas com poucas e precárias instalações sanitárias,sem falar em cozinhas, que não as havia. Mas, de qualquer modo, cá nos fomos arranjando. Com umas mantas e armários da tropa que daqui saíu fizemos umas divisórias de modo a ficarem 4 e 5 famílias na mesma caserna, e cada família nessa mesma e única divisão por vezes com um dezena de pessoas... - Que meios vos foram fornecidos nessa altura ? - Além do alojamento indicado, passamos a ter apenas uma precária alimentação, sem quaisquer subsídios para a maior parte, pois isso só em Lisboa se conseguia e não havia dinheiro para lá ir. - Porque não foram feitos aqui alguns melhoramentos ? - Desde o início que os pedimos e até chegamos a enviar um telegrama ao chefe de alojamentos do IARN. Por diversas vezes apresentamos reclamações; estiveram aqui de passagem algumas figuras da política em campanhas eleitorais, principalmente, mas tudo não passou de promessas. Sempre ficamos na expectativa de passarmos para um bairro de casas económicas e por isso fomos aguentando estas condições. Mais tarde, depois de muita insistência, mandaram chapas de cartão prensado e madeiras para nós próprios fazermos as divisórias, enquanto não resolviam o problema das casas. Isto era e continua a ser um simples remedeio pois não oferece as mínimas comodidades; não temos cozinha e as casas de banho são poucas para tanta gente. Como pode verificar ainda, as instalações para lavagem de roupas e louças são exíguas. Trata-se de uma divisória com uma "pia" de cimento ao centro, com uns 2 metros de diâmetro que serve para lavar roupas e loiças, ao mesmo tempo, o que provoca por vezes, certos atritos. A construção do bairro de casas pré-fabricadas nos Marrazes teve início no princípio deste ano, mas ainda está muito atrasada,devendo demorar muitos meses. Além disso, apesar da promessa de se destinar aos desalojados deste alojamento, agora já se fala de outras alternativas.Estamos bastante apreensivos, tanto mais que já houve um litígio muito estranho com casas da Batalha. Estas estavam distribuídas, umas 40, para os de cá, e depois de terem sido montadas umas 10 e tendo até sido feita a entrega dos respectivos documentos aos interessados, foram desmanchadas e desapareceram nem se sabe para onde nem para quem. É um assunto de responsabilidade e que deverá ser devidamente esclarecido. - Como se justifica ainda a existência deste alojamento em tão precárias condições ? - Somos actualmente cerca de 800 desalojados e continuamos à espera do prometido bairro.Talvez por isso ninguém se interessa em melhorar isto aqui. O certo é que ao fim de seis anos continuamos mal instalados, todos amontoados, chegando a existir quase uma vintena de pessoas em 3 ou 4 cubículos. Acabaram os subsídios e a alimentação do IARN e a maior parte das pessoas não tem nenhum subsídio, à excepção dos que conseguiram os de desemprego ou a pensão social.Fomos vítimas do chamado subsídio de integração (uns tristes 25 contos) para largarmos o alojamento. Como isso falhou quase por completo, este foi um refúgio para muitos de nós. - Segundo a legislação em vigor, estão em vias de extinção os subsídios de desemprego dos desalojados. Já estão informados disso ? - Sim, já ouvimos dizer que terminam no fim do ano. Não sei de que irão viver as pessoas abrangidas por mais essa desgraça. Esperemos que o Governo ainda tome providências a tempo para evitar situações que hão-de ser bem graves. - Qual a vossa situação actual quanto a empregos ? - Nesta altura, talvez a maioria esteja desempregada; os poucos empregos que se conseguem são a prazo e outros acidentais e quase sempre diferentes das habilitações ou preparação de cada um.Muitos trabalham na construção civil, mas agora estão muitas obras paradas. Não temos regalias sociais com este sistema e estamos quase abandonados e entregues à nossa sorte. Há quem diga que não queremos trabalhar, mas é tudo falso.Ofereçam-nos trabalho e remuneração justa que nós não recusaremos. - Como resolvem o problema do ensino e da assistência com tantas crianças e idosos ? - Há uma escola aqui próximo para os mais pequenos.Quanto à assistência médica,temos a dos Serviços Médico-Sociais nos Hospitais, o que nem sempre é fácil e por vezes pouco eficaz. Aproveito a oportunidade para fazer um apelo às entidades responsáveis e a todos que possam de algum modo dar uma ajuda às pessoas mais necessitadas deste alojamento. ................................................. --- Reportagem e entrevista por : ROBERTO CORREIA em Jornal "O DIA" - Suplemento "FÁTIMA" , de 15/09/1982 - Fls. 3 e 7 ---- ==================================================== ........................................................... --- 8)- OITOCENTOS DESALOJADOS DO ULTRAMAR -- A DESGRAÇA MORA À SOMBRA DO CASTELO -- ... ( Testemunha de acontecimentos históricos, o Castelo de Leiria, onde viveu a Rainha Santa, assiste hoje a um drama pungente : a de portugueses que vivem em condições miseráveis ) ... No sopé do morro, onde se ergue o velho castelo de Leiria, encontram-se as antigas instalações militares do "RALL 4" que, a dada altura passaram a funcionar como "Alojamento Colectivo" do IARN e onde, a partir de Março de 1976,foram "despejados" cerca de 800 desalojados vindos de Angola, a maioria do Sul (Distrito da Huila)e outros, ainda, do Norte. Para ali foram com a falsa e pomposa informação de "PENSÃO RALL 4" e de que iriam ficar bem instalados. Ora, quem chegara, poucas horas antes, a uma terra completamente desconhecida, mas que sempre tinha sido também sua desde há tantas gerações e depois de uma tremenda aventura, fugindo do inferno em que se tornara a sua amada Angola, através de um país estrangeiro e vizinho que tão bem os recebera e ajudara (a África do Sul, que tantos caluniavam), facultando-lhes os meios e as possibilidades de viagem para a mãe-pátria a partir do antigo "Vinduque", mal podia imaginar o que os aguardava e o que iriam sofrer, afinal no seu próprio país, bem ao contrário de tantas promessas, mentiras e artimanhas que foram utilizadas por certos senhores de então ! Triste destino de quem ainda lá ficara mesmo depois da "Independência", na ilusão de que tinha o direito de permanecer na sua terra natal e de que estava num país efectivamente livre e independente ! Descarregada a "carga" num antigo quartel, distribuída por diversas casernas, sem que tivessem sido feitas quaisquer adaptações para receber agreghados familiares, alguns dos quais com quase uma vintena de pessoas, julgou-se o IARN com as suas obrigações cumpridas, passando então a fornecer, além dessas precárias instalações, uma não menos precária alimentação durante um período que iria terminar tristemente em Outubro de 1977, segundo parece sem o conveniente aviso prévio. Por ironia do destino, essa alimentação era fornecida através dum outro desalojado, vindo de outras paragens e que talvez tenha sido mais um dos que se aproveitaram(e de que maneira...) da desgraça dos outros! O fornecimento dessa alimentação e o direito a alojamento para muitos viriam a terminar por despótica imposição governamental, classificada pelo IARN de "irrevogável" ! Impôs-se a todos os desalojados que quisessem beneficiar do "subsídio de integração" (uns míseros e humilhantes 25 contos) que o requeressem "impreterivelmente" até 31 de Agosto de 1977, senão teriam, pura e simplesmente, ordem de despejo dos "ricos" hóteis, ou das pensões onde o IARN os colocara, parecendo, em alguns casos, que só se teve em vista salvar esta ou aquela empresa de uma falência certa ! E assim, foi com aquela oferta ofensiva da dignidade pessoal, contrária aos mais elementares princípios e direitos humanos, que se lançaram à rua, para a miséria, fome (e prostituição), mulheres, homens, crianças, até mesmo velhos e doentes, em nome da dita democracia ainda de parto recente ! Não era necessário ter especial inteligência para adivinhar o que iria acontecer. Milhares de pessoas que não possuíam nada há muitos meses, que mal sabiam o que era ter dinheiro na mão, num ambiente completamente estranho, em muitos infelizes caos até hostis, agressivos mesmo, ao fim de pouco tempo estavam ainda pior do que antes, pois bem depressa se acabou o dinheiro em roupas (porque não as deixaram trazer da sua terra) e em alimentação, medicamentos e nos transportes para um lado e outro a tentar resolver problemas impostos pelo próprio IARN. Era inevitável que, não só muitos dos que dali saíram com esse engodo, como ainda os vindos de outros lados (estes então sem qualquer hipótese de regresso), tivessem de procurar aquele pobre refúgio, tanto mais que não estavam preparados nem habituados aos meses invernais. De algum modo tinham de sobreviver, já que outros mais renitentes ou cautelosos deixaram-se ficar por ali sob a signa de "NÃO ARRANCAR PARA BEM DE TODOS". Quaisquer hipóteses de trabalho, ainda o tentaram homens e mulheres, jovens até, encontrando, por vezes, tarefas duras e mesmo em regimem precário e acidental. Entretanto e desde o princípio, muitas promessas foram feitas, em especial em vésperas das várias campanhas eleitorais que se foram realizando e, por vezes, até com a visita passageira de algum candidato deste ou daquele partido, artifícíos já bem conhecidos desde os outros tempos, mas que não enganam nem matam a fome e o frio a ninguém! Foram feitas promessas especiais quanto à construção dum bairro de casas para todos, o que só muito mais tarde foi mandado executar nos MARRAZES (LEIRIA), através de empreitada. Esta, porém, não anda nem desanda, como outros casos semelhantes em diversas localidades e apesar de tantas carências. Neste flagrante caso até já com a dúvida de se realmente as casas lhes serão destinadas (não vá acontecer o mesmo que na Batalha)! No entanto, quase tudo ficava na mesma! Durante longos meses, mais de um ano, em cada uma daquelas "famigeradas" casernas viveram várias famílias(muitas com mais de uma dezena de pessoas) em divisórias feitas com mantas penduradas em cordéis e com alguns velhos armários metálicos pertencentes à tropa que ali estivera, com instalações sanitárias insuficientes e impraticáveis. Cozinha-se dentro dos próprios quartos, enquanto lá por fora e nos aerópagos internacionais, oportunistas políticos, arrotando postas de pescada, arvoram-se em defensores das "amplas liberdades" e dos direitos do Homem, da protecção à Mulher e à Criança ! Verdadeiros vendedores de banha de cobra, mais não faziam do que tentar aliciar apoios financeiros estrangeiros(que nem se sabe para onde iam), e angariar votos de emigrantes ou, mesmo até dos tristes e desgraçados retornados ! Só muito depois, após diversas reclamações e protestos daquela gente abandonada, depois dum telegrama enviado ao chefe dos Alojamentos do IARN, é que lá foram descarregadas chapas de cartão prensado e madeira para que cada um fizesse de carpinteiro e armasse parte das divisórias convenientes para substituir as então já velhas mantas militares ali penduradas e permitir um pouco mais de comodidade e intimidade àqueles casais ali amontoados. E foi praticamente tudo! Acabaram-se os subsídios, acabou-se a alimentação (paga a peso de ouro e mal servida como em tantos outros escandalosos casos por esse país), e pronto, cada um que "se desenrascasse, que fosse trabalhar, que isto não era terra de explorar pretos !!"... (pensavam assim os doutos senhores), enquanto para as esferas superiores e exteriores informavam que estava tudo num mar de rosas, tentando até iludir quem tinha dado valiosos subsídios. Triste sina de quem teve de estender a mão à caridade internacional ! Mas, o mais flagrante de tudo isto, o mais triste, o mais ofensivo mesmo para a dignidade de todos nós, para a dignidade da tão falada Democracia, é que ao fim de mais de SEIS ANOS ainda se mantêm nessa desgraçada situação várias centenas de pessoas, ali, no RALL 4, como infelizmente noutros locais deste triste país. E dói o coração ver tantas crianças e velhos, alguns doentes, quase sem qualquer apoio, sem um carinho, sem dinheiro para as mais prementes necessidades. Segundo nos informaram, há até por ali muitas pessoas que não possuem dinheiro para o pão das crianças ! (..."Mas,as crianças, Senhor, porque lhes dás tanta dor,porque padecem assim" ?!...) Que homens queremos nós formar para amanhã ?! Onde estão os defensores das "amplas liberdades", dos direitos das crianças, das nmulheres, dos dias internacionais,que não sabem o caminho do "Castelo" do RALL 4, em Leiria ?! Será porque custa muito subir aquela ladeira ?! Mas, se for para um passeio,para uma ilustre visita deitar os olhos pelos largos horizontes, os bons carros lá aparecem, mas não no sopé onde o alto edifício e os altos muros escondem as misérias de uma mais miserável descolonização! Daqui lançamos um repto aos responsáveis governamentais, aos sindicatos de trabalhadores, aos Serviços Sociais e outras organizações para uma mais atenta e demorada visita e um rápido e eficiente apoio directo, sem burocracias.Mas não a uma visita protocolar, para mais umas promessas políticas. Isso, não!! Se é para isso é melhor não porem lá os pés, que de ofensas e falsas promessas estão eles fartos. E isso vimos nós bem nos seus olhos, nos seus rostos cansados e precocemente envelhecidos, sem esperanças, nos corpos mal nutridos das crianças e velhos, dos inválidos, olhando apáticos para um horizonte sem futuro! Basta de tanto sofrer! Não é desse modo que podemos ter a ilusão que podemos construir um país civilizado e de querer entrar na comunidade europeia. Daqui, lançamos um apelo às pessoas de boa vontade, aos bons corações, que ainda os há por muito lado, em especial para a população de Leiria, da qual talvez muitos desconheçam a verdadeira situação que se desenrola ali no alto, mesmo à vista, logo abaixo do altaneiro castelo. Não como uma esmola para descargo de consciência, o que até pode ofender mesmo os mais necessitados, mas sim com espírito de humanidade, com o coração aberto, mesmo com lágrimas nos olhos, com umas palavras de carinho e apoio e talvez, quem sabe, com a esperança de resolver um problema de desemprego, de um estudo que teve de ficar interrompido por falta de meios financeiros, numa verdadeira e efectiva irmandade. Deixemos de lado o falso orgulho, a triste vaidade de ser mais do que os outros, a oportunista política, para mostrar-mos a nós próprios os verdadeiros sentimentos de igualdade. Vamos abrir a "concha", deitar fora o que não presta, até para nos limparmos interiormente, e vamos dar um auxílio efectivo a quem o necessita. Mas não são só estes os que dele necessitam; infelizmente são muitos e por toda a parte, quer sejam vítimas directas ou indirectas da famigerada descolonização, quer sejam os que nunca saíram da sua terra natal, quer sejam os deste Portugal que devia ser uma comunidade de trabalho e humanidade, um verdadeiro jardim cheio de flores garridas e viçosas, e não uma terra de tanta hostilidade, de tanta miséria encoberta ou não, da tantas falsas aparências que só enganam os que se deixam enganar ou se acomodam para conservar o "tacho" que antes criticavam, dos falsos patriotas à espera de ocasião para fazerem o sinal de "pisca-pisca", para a direita ou para a esquerda, conforme os resultados eleitorais! Basta de tanta fachada, vamos às obras! ---------- E para vós, ainda alojados no RAL 4, e para tantos outros em situações semelhantes noutros locais, o nosso carinho, a nossa promessa de voltar a este assunto até quando e onde for necessário, até que vos seja feita Justiça! .......................................................... -- Reportagem de : ROBERTO CORREIA no Jornal "O DIA" - Suplemento "FÁTIMA", de 15/09/1982 - Fls.4 e 5

--- =========================================================

---------- 9)- "GLÓRIA AOS POVOADORES DA HUÍLA" --------------

-- Em 19 de Janeiro de 1885 um punhado de colonos,famílias inteiras,chegaram ao alto da serra da Chela e, num local, que ficaria designado por "BARRACÕES", ali se fixaram e ali nasceu o LUBANGO,mais tarde SÁ DA BANDEIRA.
Haviam deixado a sua linda e distante Ilha da MADEIRA para ali erguerem o mais lindo e real sonho. Depois de uma viagem longa e cheia de contrariedades, ali estavam felizes e dispostos a enfrentarem o interior do desconhecido rincão africano. Ali deixaram algumas cruzes de madeira num pequeno cemitério ao lado da capelinha. Mas dali se foram alargando, desbravando e observando a terra,palmo palmo,buscando melhores condições.
Em breve se resguardavam na planura rodeada pelas serras,onde corria um riacho límpido. Dali descobriram a bela nascente da Senhora do Monte onde depois edificaram uma Capelinha. Assim foram crescendo e morrendo de doenças que não conheciam, mas os que iam sobrando não desistiam da luta.
Os anos foram passando, os calos da enxada e do arado já não incomodavam. Os filhos foram crescendo e constituindo seus próprios lares. Todos eram afinal duma mesma família e assim continuou por muitos anos enquanto a bela e linda cidade fazia inveja às demais ! As frutas,as flores e as moças bonitas tinham fama além CHELA; depois, os estudantes souberam criar ali um ambiente académico sem igual, seduzindo colegas de todas as outras cidades,mesmo dos de LUANDA ! A tradição criou raízes e a então já designada "NOVA COIMBRA" defendia bem alto os seus pergaminhos. Ali se criaram e mantiveram diversas praxes académicas, talvez até copiadas sa sua cidade-irmã tão distante. Ali se percorriam as ruas nas noites de luar fazendo serenatas às moças instaladas em casas particulares ou às "fechadas" no "Colégio das Madres". Por vezes era preciso fazer uma retirada estratégica perante um pai ou polícia mal humorado, o que acabava pela noite fora na recolha de algum frango, logo a seguir passado à pressa pelas brasas da Padaria Militar sob o olhar complacente do já idoso cabo PEREIRA. Algumas isso acontecia depois das procissões ou da "CEIA DO MACONJE".
Já estavam esquecidos os maus anos passados pelos povoadores; seus filhos, feitos homens,os enchiam de netos e,nas noites calmas,ouvindo ao longe os batuques,o uivar dos lobo e o chorar das hienas, lhes contavam as velhas histórias das carroças subindo as escarpas da CHELA puxadas por dezenas de bois durante dias sem fim; das histórias dos leões que vinham de noite e liquidavam até o melhor da manada.
Os anos decorreram lentos mas calmos e em boa harmonia; as relações com os indígenas,embora de certo modo irregulares de início,foram-se normalizando e já era comum correr o mesmo sangue nas veias de uns e outros. Todos eram "irmãos", todos lutavam por uma melhoria de vida. Mas, a perfídia, a maldade de certos homens iria lançar todos numa luta inglória e injustificável, e depois numa vergonhosa e precipitada "Descolonização", que afinal só serviu meia dúzia de interessados.
Passados que são 100 ANOS da fundação daquela que foi talvez a cidade mais linda de ANGOLA, o que resta ?!... Uns milhares de fugitivos pelas matas dentro sofrendo
os horrores da guerra sem fim,da fome,das doenças sem tratamento, sobretudo as crianças e os velhos. Outros milhares de refugiados dispersos pelo Continente, que, de uma maneira ou outra,lá foram refazendo as suas idas e que,num dia,num só dia por ano,em força,se unem e se abraçam recordando velhos tempos. É lindo e comovente, mas não podemos esquecer quantos morreram entretanto e quantos estão morrendo estupidamente de fome numa terra que era um verdadeiro celeiro !

Velho LUBANGO com 100 ANOS, eu te saúdo. Eu recordo os tempos passados,mas eu também recordo os teus mortos,sem poder esquecer o saudosos Professor "MENDONÇA DAS FORÇAS" que tanto lutou por manter bem alta e viva a chama dos "BARRACÕES", como o fizeram tantos dos seus antepassados.

"INSEPARÁVEIS CHICORONHOS", eu vos abraço a todos e até para o próximo ano,
..........................................................
---- ROBERTO CORREIA (sourreia@gmail.com) - SOURE, 19 DE JANEIRO DE 1985 -- (publicado em ...? ) ---

=============================================================

---------- 10)- "MÚSICA E MISÉRIA" ---------------

SOLIDARIEDADE é uma palavra que enche, que fica bem,tanto ao mais alto nível como nos meios menos restritos. Sob a sua capa tudo é válido,tudo é nobre !
Certamente que concordamos com os seus fins,mas não totalmente com os seus meios,tantas vezes meramente demagógicos,escondendo-se por detrás de objectivos politiqueiros, de interesses e vaidades pessoais. É assim que muitas vezes se auto-promovem certos senhores. É assim que tantas vezes se alcançam fins diferentes dos apregoados. Não interessam os meios utilizados. Não interessam quem se atropela,quem se usa !
É simplesmente lamentável que para ser possível minimizar os efeitos devastadores da fome,da miséria, seja necessário fazê-lo à custa de música,de espectáculos,de prazer corporal da comunidade que na ânsia louca da diversão aceita e esquece os meios utilizados para atingir fins humanitários;afinal,onde estão os verdadeiros sentimentos humanitários,onde está o verdadeiro e simbólico gesto de SOLIDARIEDADE humana quando se torna necessária a desenfreada diversão,os foguetes,sob acção dos quais então se abrem os cordões à bolsa ?! Será que de facto estão a ajudar a combater a MISÉRIA ou apenas e simplesmente adquirindo um direito ou um meio de diversão ?!
E essa cadeia dita humanitária rola qual bola de neve,arrastando tudo e todos enquanto,lateralmente,alguns outros se vão aproveitando dos efeitos e mesmo ,lamentavelmente,quando no final alguns "chefões" vão encher o papo com as magras sopas destinadas aos milhares,milhões de famintos existentes nessa misteriosa e inesquecível ÁFRICA ! Quantos deles chegarão de facto a beneficiar do que foi possível obter (mesmo a troco de diversões,de pagodes) ?! Quantos milhares continuarão a morrer todos os dias,porque apenas num só dia, numa só oportunidade,os outros se lembraram deles ?!
Isso será o suficiente, isso será de facto SOLIDARIEDADE ?!
Cremos que não. Antes de mais convém não esquecer que alguns dos que agora apregoam do alto dessa campanha, foram os principais causadores da sua origem. Foram eles que,sob a capa de libertadores dos povos oprimidos,embolsando regalias e vantagens pessoais, fomentaram revoltas,deitaram fogo à palha seca,para logo a seguir se armarem em combatentes de primeira linha.
Senhores, deixem-se de falsas campanhas,deixem-se de demagogias que só enganam os desprevenidos. Ajudem realmente a debelar o mal pela sua raiz,mas com plena consciência,com elevado espírito humanitário,com civismo.

Vós, os culpados mais directos dessa miséria que lavra em tantos países africanos, vós,os "DESCOLONIZADORES DE MEIA-TIGELA",deixai a tribuna onde tentais adquirir mais alguns votos e olhai de facto,e mesmo ao redor,o mundo de miséria que vos cerca,infelizmente não só em ÁFRICA,como no vosso Continente Europeu. E os outros, todos os que desejam realmente ajudar a combater a fome e a miséria,não precisam de aguardar a oportunidade de adquirir um disco para o fazer. Podeis fazê-lo todos os dias, a todas as horas da vossa vida,sempre que algum necessitado vos pede ajuda. Não deveis ter vergonha de prestá-la,nem aguardar que alguém esteja observando.
Mas,se pretendem ir mais longe,se pretende realmente auxiliar a combater a fome noutro Continente, não deveis esperar por música para o fazer. Só os "tolos" e os fracos andam a "toque de caixa" ! Qualquer Instituição humanitária, reconhecidamente séria, estará à vossa disposição todos os dias, a todas as horas,independentemente dos "compassos musicais" !

Não se esqueçam que,enquanto uns dançam ou se divertem em lautos jantares, milhares de crianças e idosos morrem de fome !
..............................................
----- (ROBERTO CORREIA (sourreia@gmail.com) - SOURE - Janeiro de 1985 --

==============================================================
.................................................................
........... (em actualização permanente) ..........

================================================================0

----- AMIGOS RETORNADOS -----
---- Fomos todos,sem distinção de raças, "apelidados" por esta designação (muito embora uma grande parte tenha chegado a PORTUGAL pela primeira vez, sem ter antes qualquer ligação ou dependência com o "Continente", por termos sido vítimas da "desgraçada descolonização". Esse "estigma" teve,em muitos casos e durante algum tempo, a intenção de uma acusação pouco agradável ou mesmo de uma ofensa quanto à nossa presença ou acção e à dos nossos antepassados no extinto Ultramar Português! Mas, como sempre, soubemos na maioria dos casos superar as intenções de quem nos pretendia "culpar" ou "ridicularizar" sem ter competência para isso! É bem conhecido e provado o valor e a dimensão da obra que ali foi então realizada e deixada, e em muitos casos, quase totalmente desbaratada ou mesmo aniquilada. Várias tem sido as tentativas de exigir responsabilidades a quem , real e provavelmente as teve, mas quase tudo tem sido abafado ou "metido na gaveta do tempo", considerando-as de menor importância! Ao longo de duas dezenas de anos foram criadas várias Organizações na vã esperança de ultrapassar as dificuldades que foram surgindo; diversos governos e partidos fizeram "promessas eleitoralistas" mas tudo continua por resolver, ao contrário do que aconteceu com alguns outros países europeus ("ex-colonialistas"). O jornal "O LOBITO" (que continua a publicar-se em PORTUGAL) tem sido um dos mais acérrimos defensores de diversas situações a favor dos ex-ultramarinos.Nunca é tarde demais para divulgar esses Factos e de reclamar direitos adquiridos por sucessivas gerações durante os inesquecíveis cinco séculos de muitos sacrifícios, de intoleráveis limitações sofridas,(ou de abusos de ambos os lados) e dos escondidos interesses das grandes Companhias sedeadas no Continente, verdadeiras exploradoras de milhares e milhares de situações! Coligi durante alguns anos e iniciei a publicação em 1998 de uma Cronologia sobre a História de Angola através dos tempos, a partir dos Descobrimentos até à sua Independência (de 1482 a 11-11-1975 - em cinco volumes), a que foi dado o título de "ANGOLA - DATAS E FACTOS". Tive a intenção de mencionar e salientar o que a maioria dos ditos "retornados" e os seus antepassados ali conseguiram criar e desenvolver durante várias gerações, sendo no fim obrigados a tudo abandonarem à sorte e aos caprichos ou às incompetências de novos interessados (nacionais e internacionais) à sombra da bandeira de fins humanitários, não só dos bens materiais como ainda de uma verdadeira obra civilizadora e com a aquisição dos mais altos valores humanos(sociais e religiosos). Não obstante muitas "falhas" (nenhuma sociedade é perfeita), foi ali deixada uma valiosa e indesmentível obra que honra quem nela comparticipou de alma e coração! Pretendemos reforçar a "prova" do quanto os "retornados" foram capazes de alicerçar, o quanto ali perderam, mas agora,porém, o quanto foram capazes d erguer, manter e desenvolver aqui, na sua "antiga ou nova Pátria", merecedores dos maiores apreços e sobretudo da Justiça que tarda mas não pode deixar de ser feita aos seus interventores directos, aos seus legítimos descendentes ou representantes. ........ (continua no próximo número ) ........... .......................................... -- De : Roberto Correia no Jornal "O LOBITO" Nº 174 - 2ª Fase - de FEVEREIRO DE 2004- ========================================================== -------- AMIGOS "RETORNADOS" -- (cont.)------- O tempo não pode apagar ou anular toda essa grandiosa obra nem os seus inquestionáveis direitos. Sei que várias tentativas efectuadas nunca foram devidamente atendidas. O tempo transcorrido não pode legitimar a perda desses Direitos, antes pelo contrário,reforça-os. Assim, amigos "Retornados", não tenhais "vergonha" dessa designação, nem o "receio" de exigir o cumprimento dos nossos direitos e colaborai mais uma vez na sua defesa,facultando-nos os necessários dados (Factos) para uma apreciação conjunta e a competente divulgação pública, tomando por base os seguintes pontos de vista : 1) - Manutenção do seu anonimato se assim o entender ou usando um qualquer nome; 2) - Indicação da data(ou época) e local da sua chegada(ou dos seus ascendentes) ao Ultramar e da sua proveniência; 3) - Actividade profissional exercida e a posição desfrutada; 4) - No caso de Empresas ali constituídas : a sua actividade e dimensão, número de trabalhadores ou colaboradores,suas filiais e localizações; 5) - Resumo dos bens obtidos, edificados ou adquiridos e os seus valores aproximados; 6) - Se já esteve inscrito nalguma Organização para reclamar dos seus direitos ou indemnizações pelos bens deixados no Ultramar ou, se apresentou directamente alguma contestação, deveis reforçar a vossa inscrição ou insistir na pretensão já apresentada; 7) - Nível de habilitações literárias, profissionais ou técnicas ali adquiridas; 8) - Colaboração ou comparticipação exercida em actividades com inte- resse público : sociais, culturais, recreativas ou desportivas; 9) - Data da sua saída do Ultramar e seu destino; constituição do seu agregado familiar nessa altura e o meio de transporte utilizado; 10) - Situação em PORTUGAL ou no estrangeiro quando da sua chegada; tempo durante o qual aguardou ou necessitou para a normalização ou melhoria dessa situação e em que condições, atendendo ao ambiente que o rodeava; 11) - A sua actual situação em relação à que mantinha no Ultramar é, pois, melhor ou aceitável ? Em termos reais, beneficiou ou perdeu com essa mudança ?; 12) - Indicação da sua actual actividade, sua dimensão e localização; no caso de Empresas : qual o seu número de trabalhadores ou colaboradores; 13 ) - Outros Factos que deseje mencionar,mesmo referentes a outras pessoas suas conhecidas. O seu testemunho será atentamente considerado e preservado, constituindo mais uma valiosa colaboração na luta pelos nossos direitos(que muitos pretendem esquecer) e uma inegável prova de quanto fomos capazes de levar a cabo contra todas as resistências dos homens, das suas ambições,políticas ou financeiras! Agradeço desde já a amável e necessária colaboração que possam prestar a bem de todos "Retornados"; se possível divulgue esta mensagem entre os seus familiares e amigos. ........................... - De : ROBERTO CORREIA no Jornal "O LOBITO" - Nº 175 - MARÇO de 2004 -- ========================================================= ..........................................................


--- TRAIDORES, TAMBÉM JÁ TIVEMOS OUTRAS VEZES (II)...--- São passados 30 anos da "Revolução dos Cravos Vermelhos" e, na curta memória de alguns, foram esquecidas muitas das vantagens ou as regalias de que, antes ou depois, também usufruíram. Foram esquecidos por conveniência, pessoal, política ou financeira, os Factos positivos que contribuíram para que os anteriores Feitos Portugueses tivessem brilhado no firmamento europeu e internacional, não obstante tantos outros países, sorrateira e desonestamente, terem manobrado para os derrubar e usurpar, o que aconteceu por diversas vezes. Mas os "Cravos Vermelhos", aparentemente sem espinhos, também murcharam como as "Santas Rosas", não sem terem deixado milhares de incuráveis feridas. Feridas que ainda sangram, feridas que jamais serão curadas! Está assim na hora de recordar esses mártires e deixar de "endeusar" os heróis de pés de barro, alguns (ou mesmo muitos), apenas de oportuna ocasião! Um país que se preze tem de respeitar as verdadeiras vítimas, tem de cumprir as suas obrigações sociais; tem o dever de remediar e compensar financeiramente tantas desgraças e prejuízos que provocou(alguns seculares, como no caso da escravatura)e os que foram também causados a muitos milhares de ingénuas e inocentes vítimas. Vítimas de uma boa Fé, dum Patriotismo que afinal as enganou a troco de "trinta dinheiros"! Revolução que precipitou uma desgraçada, mal estruturada(quase ignorante da verdadeira situação) e tão badalada DESCOLONIZAÇÃO que ocasionou, afinal, muito mais baixas do que as até então verificadas. Mas a História é imperdoável, mesmo para os considerados heróis de momento,e, ironicamente, como se diz na gíria popular, também se repete. Os Tribunais Internacionais, os Tribunais de Consciência não podem ficar eternamente amordaçados pelos poderes oportunistas! Percorrendo alguns momentos da "Velha História", em especial quanto à situação dos Territórios Ultramarinos Portugueses doutros tempos, vamos apreciar apenas alguns (entre muitos) dos seus diversos Factos: ......................................................... 1607 - AGOSTO - O "Conselho das Índias" considera portugueses todos os naturais de GOA, BRASIL e ANGOLA. 1643 - OUTUBRO - 17 - ...O Conselho de Guerra(em ÉVORA) decide..."que se deve acudir a Angola, sem a qual praça se não pode sustendar o Brasil, nem este Reino sem aquele Estado"... 1647 - OUTUBRO - 15 - D.JOÃO IV aceita a proposta holandesa para a entrega do Reino de Angola com o apoio do padre ANTÓNIO VIEIRA, mais interessado em salvar o BRASIL e os interesses da sua Companhia, mas sem o acordo do ministro SOUSA COUTINHO! 1755 - JUNHO - 5 - Alvará Régio autoriza a "Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão" a importação anual de Angola, em exclusivo, dee cem mil escravos, durante 20 anos! 1900 - FEVEREIRO - O deputado FERREIRA DE ALMEIDA, ex-ministro da Marinha e Ultramar, defende a venda das colónias portuguesas(sem ANGOLA e S. TOMÉ) para opagamento da dívida externa! Mas, entretanto, foi nomeado Administrador da Companhia Agrícola do CAZENGO(pertencente ao Banco Nacional Ultramarino! 1963 - ABRIL - 17 - O conceituado Jornal"O NAMIBE" (de MOÇAMEDES) publicava um artigo intitulado "OS ESCRAVOS DO SÉCULO XX" (tal como ainda se verifica hoje!):..." Um aspecto mal conhecido das consequências da descolonização é a emigração dos trabalhadores negros para a Europa"... - ..."Destarte a África "libertada" tornou-se o vasto reservatório de mão-de-obra barata, de que a indústria se aproveita"..."Tem algo de mais pungente do que o "tráfico" esta escravatura do século XX. O escravo,hoje, é voluntário"... - " Este afluxo de mão-de-obra barata serve, igualmente, para travar as reivindicações das massas operárias nacionais"... - "Tais são as condições objectivamente revolucionárias alimentadas pelo neocolonialismo dos "trusts"...Paralelamente como se verá, elas levam as antigas metrópoles a retroceder, a reconsiderar, pois que a este sub-proletariado negro explorado, corresponde a classe privilegiada dos dirigentes das repúblicas folclóricas africanas, criadas pelos "trusts"... Ainda no mesmo Jornal e do jornalista MICHEL LEGRIS, do "LE MONDE", de 21 de Fevereiro de 1963, transcrevemos : ..." Há cerca de dois anos que nova categoria de imigrantes apareceu em França: - os negros de África, vindos à procura de trabalho"... Do "Revolution Africaine", de 9 de Abril de 1963, destacamos :- ..."os outros membros do C.E.E., aguardam o momento de poder também beneficiar desta massa de trabalho, porque o trabalhador africano é dócil e pouco exigente, por via da sua situação miserável"... ......................................................... Eis o "retrato", ao longo de mais de 40 anos(e ainda existente) resultante das precipitadas e mal ponderadas decisões que provocaram trágicas "DESCOLONIZAÇÕES" e em consequência das quais se registaram(e se registam) verdadeiros genocídios, com muitos milhares de vítimas inocentes! Seria bom que alguns "iluminados" pusessem a mão na consciência antes de apregoarem verdadeiros disparates! ...-(Transcrição parcial do artigo enviado,em Abril de 2004, ao Jornal "O LOBITO")- ...........................................


==========================================================


------------------- "ONTEM E HOJE" -------------------

Os responsáveis e colaboradores do "nosso" Jornal "O LOBITO",têm mantido sempre uma linha e posição de defesa a favor dos ex-residentes ultramarinos que deve merecer o nosso maior apoio. Esperemos que milhares deles estejam de acordo com essas suas opiniões sobretudo à cerca de certos "aproveitadores e oportunistas políticos" e que saibam por certo utilizar conscientemente a sua cruz num "quadradinho eleitoral", no sentido de expressarem a conveniência dum "arrepiar caminho" após trinta anos de esquecimento e injustiça !
PORTUGAL necessita de novas perspectivas,de novas orientações sem olhar aos interesses meramente políticos de certos grupos protegidos e indiferentes aos desfavorecidos. Um passado,pouco distante,relembra os perigosos caminhos que a justiça deixou escapar nas complicadas malhas da lei ou de duvidosas decisões políticas. Esse passado pode e deve, no entanto, ser relembrado a qualquer momento, ou pelo menos uma pequena parte dele : assim, ainda vale a pena recordar alguns "Factos" : -
1) - "...é tempo de começar a contar as coisas : Não na ilusão de estabelecer a verdade última sobre os homens e factos,mas na certeza de dar,pelo menos,uma pedrada no charco. Ou,se se vir o lado "construtivo" da demissão de mitos e mentiras, de ajudar a abrir caminho para um esclarecer de equívocos"... em : PORTUGAL,os anos do fim", de JAIME NOGUEIRA PINTO - Setembro de 1976 (Prefácio -fls. 10)
2)- Do "Livro Negro da Descolonização", de LUIZ AGUIAR,(1977 - Pgs. 169) : - citando uma afirmação do General GALVÃO DE MELO na Assembleia da República, em Agosto de 1976 - ..."O Dr. Mário Soares estava estava onde nós todos estávamos e estamos entre os que a sua covardia pacífica consentiram e têm consentido. Entre os que uma vez perante o facto consumado o têm aceitado"... -
3)- Do Jornal "O DIABO", de 23/01/1979, - Destaquemos algumas afirmações do Dr. MÁRIO SOARES sobre o Exército Português : - ..."que tem a mão forte e que manterá a ordem a qualquer preço"...aceitando até que o mesmo..."disparasse contra os portugueses brancos no Ultramar se estes se opusessem à descolonização"... (um texto ainda citado pelo "Der Spiegel", em 19/08/1978.
4)- No Jornal "O DIABO", de 24/04/1990 e numa entrevista, o Dr. MÁRIO SOARES afirmava então ..."O 25 de Abril fez-se, em grandíssima parte, para pôr termo às guerras coloniais"... Tratava-se de salvar vidas e evitar desastres maiores"...
5)- Em 29 de Dezembro de 1995, o Dr. MÁRIO SOARES teria afirmado ainda "...Acho que se fez a descolonização possível. Foi uma descolonização tardia"...
6)- Da Revista "Expresso", de 30 de Dezembro de 2000, as acusações feitas pelo então Ministro da Informação de ANGOLA, HENDRIK VAAL NETO sobre o Dr. MÁRIO SOARES e seu filho, DR.JOÃO SOARES,de :..."beneficiarem do tráfico de diamantes e marfim feito pela UNITA,deu que falar à imprensa,sem,no entanto,as partes apresentarem prova documental do que alegavam..." - (transcrito do "Dicionário do 25 de Abril", de JOHN DE ANDRADE, publicado em Setembro de 2002, Pgs. 332).
Acusações talvez baseadas pelo facto de,em Setembro de 1989 ter sido apreendido, na NAMÍBIA,um camião do traficante português JOAQUIM DA SILVA AUGUSTO, com um carregamento de 7 toneladas de marfim e, de,apenas 10 dias depois,ter havido um acidente aéreo com o CESSNA pertencente a esse mesmo indivíduo, ao levantar voo da JAMBA, domínios de JONAS SAVIMBI,tendo por passageiros os deputados JOÃO SOARES, RUI GOMES DA SILVA e NOGUEIRA DE BRITO.
7)- Do livro "ANGOLA - Anatomia de uma Tragédia", do General SILVA CARDOSO,ex-Alto Comissário de ANGOLA,em 4ª edição - 2001, de fls. 407/8,podemos transcrever : ..."O cérebro da chamada descolonização foi materializado, no contexto nacional, por Melo Antunes, utilizando Mário Soares como motor de arranque que não parou até ter entregue nas mãos dos nacionalistas africanos ligados à URSS os destinos daqueles ricos e estratégicos territórios"... Confirma ainda o referido autor : ..."Naquilo que me diz respeito,afirmo que a descolonização,tal como se cumpriu,será considerada como o episódio mais estúpido de toda a História de Portugal"...
8)- Em "ANGOLA,ANOS DE ESPERANÇA", de AMÉRICO DE CARVALHO, a fls. 180: ..."Não se pode hoje refazer a História, mas a ninguém é interdito analisar os erros cometidos. Os acontecimentos falam por si. O episódio dos retornados foi degradante sob muitos aspectos. Os homens, mulheres e crianças vindos do ultramar eram recebidos, na maioria dos casos, com duas pedras na mão"... "Depois do passivo da colonização há que acrescentar, a meu ver,o passivo da descolonização"...
..............................................................
................................................................
........................... (em actualização ) .................



====== ) DIVERSOS ASSUNTOS :

------ " OS ENCONTROS DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS ------ ........................................
--- Nos artigos anteriores já fizemos algumas referências aos primeiros "ENCONTROS" (até ao ano de 2004): ("BUÇACO" (respeitante aos ex-residentes e amigos da HUILA) -- "FÁTIMA" (Encontro geral) -- "CALDAS DA RAINHA" (HUAMBO - HUILA e MOÇAMEDES) -- "CHIBIA" -- "LOBITO" (em TOMAR e na QUINTA DO PICADO) -- em todos eles sempre participámos dentro do que nos foi possível e com o melhor dos ambientes e em franca colaboração. Assim, as com as fotos que se seguem recordemos alguns desses dias : === "AMIGOS DO HUAMBO" - CALDAS DA RAINHA - JUNHO DE 1995 === : --- (OBS - Clicar sobre as fotos para ampliar) --- ---(O autor com um grupo de amigos do Bailundo (1ª) - (Srs: HUGO TEIXEIRA -- MARIA RODRIGUES -- ROBERTO CORREIA -- ANTERO REIS -- (??) -- ANGELINO -- (mais atrás): -- GENY TEIXEIRA -- e NOÉMIA MESQUITA --- ( 2ª) : - NOÉMIA MESQUITA -- ALEXANDRA REIS --GENY TEIXEIRA -- M.RAQUEL SERRANO -- HUGUETE REIS (ao fundo e ao lado - a nossa viatura, ainda na parte florestal, local então "aconselhado e imposto" pela própria "Organização") --(FOTO QUITOS - do ex- LOBITO -- : ................................................ === "AMIGOS DO HUAMBO" - CALDAS DA RAINHA - === : ==== (Com um grupo de amigos de NOVA LISBOA E BAILUNDO : Sr. JUSTINO LISBOA e FILHO, com MARIA RAQUEL)--; (FERNANDO GARCEZ - ROBERTO CORREIA - MILÚ E MANUEL PERESTRELO - REGINA e M.RAQUEL SERRANO) - ; -- do BAILUNDO E VILA NOVA : MONIZ BARRETO - ALFREDO LEITE - M.RAQUEL e REGINA SERRANO)-- .................................................. ===== "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA" (LUBANGO) - CALDAS DA RAINHA - 2001 (?) -- : ==== O autor com os Srs. BEATRIZ e ANTÓNIO DE ALMEIDA (antigos residentes da CHIBIA) ......................................... ===== "AMIGOS DO NAMIBE" (MOÇAMEDES) - CALDAS DA RAINHA - AGOSTO DE 2003 : ===== (Inauguração da rua "CIDADE DE MOÇAMEDES",nas CALDAS DA RAINHA com a presença do seu Presidente da Câmara Municipal) -- : .................................................... ===== "AMIGOS DO NAMIBE" (MOÇAMEDES) - CALDAS DA RAINHA - AGOSTO de 2004 : ===== (Cerimónia da inauguração da rua "CIDADE DE PORTO ALEXANDRE, nas CALDAS DA RAINHA , com o descerramento da sua placa, ladeada pelo respectivo Presidente da Câmara Municipal, Sr.Dr.FERNANDO JOSÉ DA COSTA e Dr. MÁRIO FROTA, rodeados por diversos ex-residentes daquela cidade piscatória) -- A seguir : na "Mata" - ... recuperando as energias. -- ............................................ ===== "AMIGOS DA CHIBIA" - JUNHO de 2004 : ==== (Um almoço de confraternização dos seus ex-residentes; um "Encontro" com as agradáveis companhias dos "bons velhos tempos" -- Num primeiro plano : MARIA RAQUEL -- ALDINA AFONSO -- EDITE AMARO, uma colega desses velhos tempos e EDUARDO AFONSO --- ; -- dois aspectos gerais do salão com dezenas dos seus participantes --- ................................................... --- Porém,como a seguir se relata, o "ambiente" nas CALDAS DA RAINHA e a partir de uma certa data, respeitante aos "ENCONTROS" da HUILA e MOÇAMEDES, sofreram diversas alterações, que motivaram a nossa ausência : ----------- ESCLARECIMENTO (I) ---------- Constando da minha publicidade sobre a venda dos livros que tenho publicado sob a rubrica "ANGOLA - DATAS E FACTOS", da sua presença nos Encontros dos ex-residentes ultramarinos, devo esclarecer aos estimados leitores que este ano tal não foi possível no Convívio Anual dos "Inseparáveis da Huíla"(realizado em 9 e 10 de Julho) nas CALDAS DA RAINHA, em virtude das limitações que foram impostas pelo CENTRO HOSPITALAR DAS CALDAS DA RAINHA e da sua "Organização", sobre o acesso e utilização da respectiva e necessária viatura na Mata da Rainha D.Leonor, supondo que o mesmo acontecerá certamente noutros encontros a serem realizados naquele local, contrariamente ao que sucedeu com um anterior, organizado pelos "Amigos do Huambo" e durante o qual fiz a apresentação da 2ª edição do 1º Volume e a 1ª edição do 6º Volume. Continuarei ao dispor dos estimados leitores para que sejam atendidas as encomendas feitas por via postal(devendo evitar a utilização da via telefónica durante o período de Agosto a Outubro do corrente ano). Os meus agradecimentos . ............................................ ---- COIMBRA -15/07/05 -Publicado no Jornal "O LOBITO" nº 192(Agosto/2005)----


................................................. ===================================================


---------- ESCLARECIMENTO (II) -------- Uma vez mais julgo ser coneviente dar esta satisfação aos meus estimados e amigos leitores, reforçando o que ficou exposto no Jornal "O LOBITO" nº 192, de Agosto de 2005 : 1) - Em virtude duma minha prolongada ausência em terras do BRASIL(um país onde os idosos têm prioridades, são protegidos e respeitados), da qual regressei há poucos dias, só então tomei conhecimento da CARTA CIRCULAR da ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL "OS INSEPARÁVEIS DA HUÍLA", com data de 30/09/05 e expedida em 18/10/05, onde foi divulgada a composição dos "novos" Corpos Directivos" (incluindo diversos membros de algumas já conhecidas famílias). 2) - Confirma ainda a continuação e realização dos respectivos Encontros Anuais nas CALDAS DA RAINHA, dentro das discutíveis condições já impostas em Julho do corrente ano, com as quais então discordámos parcial e publicamente, crendo estarmos de facto vivendo numa Democracia. 3) - Discordamos do, agora prometido, talvez reduzido e muito limitado apoio aos que infelizmente estarão sujeitos a diversos problemas físicos. Nem se sabe se haverá "cadeiras de rodas emprestadas pelo Centro Hospitalar" suficientes para atingir esse objectivo, Cremos que não, até porque são "Encontros" que duram um fim-de-semana, estando os interessados afastados dos respectivos domicílios, desde o "MINHO ao ALGARVE". 4) - Parece terem sido ainda esquecidos os mais idosos(assim considerados a partir dos 65 anos de idade) e que em muitos casos, além das possíveis dificuldades de movimentação, têm outras carências físicas e psicológicas que aconselham a conveniência e necessidade do apoio de adequados meios que lhes permitam melhores condições de instalação e dum certo descanso durante uma longa permanência, bem superiores à agora oficialmente autorizada utilização de "tendas de campismo", mas talvez não recomendadas às suas avançadas idades. 5) - Encontrando-me nessas circunstâncias, sujeito a certas limitações físicas e sem a utilização dum mais do que justificado apoio material próprio,será impossível ou desaconselhável a minha presença nesses futuros "Encontros". Além de tudo, em geral,as condições logísticas do local estão ultrapassadas e desajustadas aos diversos escalões etários, havendo ainda outras pouco próprias ou inadequadas durante essas dilatadas horas sem o recurso dum apoio mais aconselhável. 6) - Assim, resta-me pedir desculpas aos meus actuais e a outros possíveis leitores pelas "forçadas ausências" que irão acontecer nesses "Encontros". Continuarei, no entanto, ao inteiro dispor para satisfazer os seus pedidos por via telefónica (917323651)ou postal, segundo a forma indicada no nosso prospecto e no habitual anúncio publicado no sempre prestigioso Jornal "O LOBITO", um verdadeiro defensor dos interesses e das lutas contra as precárias situações de todos os ex-residentes ultramarinos que, antes,já foram injustamente prejudicados por tantas infelizes decisões arbritrárias e muito pouco democráticas! ---( COIMBRA, 2 de Dezembro de 2005 - (Roberto Correia - sócio nº 137) -- Remetido nessa altura para o Jornal "O LOBITO" que,infelizmente,entretanto foi suspenso!)...
======================================================== --- -

--------- ENCONTRO DE FUNCIONÁRIOS DOS SERVIÇOS DE FAZENDA (FINANÇAS) DE ANGOLA -- (FIGUEIRA DA FOZ -- OUTUBRO/2006) --
========================== =========================== ========================================================== - OS ENCONTROS (E OS "DESENCONTROS") DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS NA MATA "RAINHA Dª.LEONOR, NAS CALDAS DA RAINHA EM 2007 - === Conforme estava programado realizou-se nas CALDAS DA RAINHA durante os dias 23 e 24 de Junho o 23º Encontro dos "AMIGOS DO HUAMBO". 1) -- O local deste e doutros habituais Encontros Anuais dos ex-residentes Ultramarinos(e outros) está situado na chamada "MATA RAINHA Dª LEONOR" administrada por um "CONSELHO" do "CENTRO HOSPITALAR DE CALDAS DA RAINHA" e que se estende por uma enorme área citadina. 2) -- Existe ali uma larga estrada devidamente asfaltada desde a sua entrada principal até uma razoável distância. a) -- No seu lado direito está a referida "Mata" que se estende até ao HOSPITAL, recentemente concluído e em pleno funcionamento público. b) -- No seu lado esquerdo encontra-se um grande complexo desportivo (PAVILHÃO MULTI-USOS) sob administração Municipal, sendo, ao que parece, sua proprietária. c) -- Um pouco mais adiante existe o ESTÁDIO de Futebol do "CALDAS SPORT CLUBE",(fundado em 15/05/1916), segundo parece construído também pelo MUNICÍPIO local e onde se realizam habitualmente "jogos oficiais", os respectivos e habituais treinos e outras reuniões periódicas com a presença de alguns responsáveis desse Clube, utilizando todos eles os seus respectivos transportes pessoais e até mesmo autocarros. 3) -- Por outro lado, durante toda a semana e todo o ano, diversos "feirantes", os seus clientes e muitas das visitas dos utentes do HOSPITAL, ali estacionam as suas viaturas uma vez que o respectivo portão gradeado, instalado em meados de 2005, nessas alturas se encontra completamente aberto e sem "fiscais", portanto sem qualquer restrição para o seu estacionamento, até porque o mesmo é difícil noutro local dessa zona da cidade. -- 4) -- Acontece que, em meados dos últimos 20 anos (ou mais), ali se realizam diversos "Encontros dos Ex-residentes Ultramarinos", nomeadamente das antigas zonas de : HUAMBO, MALANGE, HUÍLA, MOÇÂMEDES (e de algumas outras concentrações), sem que, ao que sabemos e temos presenciado na maioria deles, se tenham registado quaisquer complicações ou graves distúrbios provocados pelos referidos utentes, não obstante o facto de serem muito numerosos e de durarem mais de um dia. -- 5) -- Pensamos que a habitual presença desses milhares de pessoas tem constituído um enorme benefício para toda a cidade das CALDAS DA RAINHA, até porque demoram pelo menos 2 dias, esgotando-se as lotações hoteleiras e provocando uma muito maior movimentação em todo o comércio local. -- 6) -- Nestes últimos anos tem-se assistido ao surgimento de variadas imposições locais com restrições à normal utilização daquela "MATA" apenas durante a realização desses "ENCONTROS" com muitos milhares dos seus utentes habituais, o que tem provocado, inevitavelmente, uma elevada quebra das suas presenças. Cremos que a principal razão dessa diminuição tem sido devida ao facto de ser proibido (só nesses dias !) o estacionamento das suas viaturas, onde muitos então pernoitavam, sendo alguns já de elevada idade, com mulheres e crianças, depois de se terem deslocado (propositadamente) deste o "MINHO AO ALGARVE" ! Não é certamente lá fora, na rua ou num qualquer estacionamento improvisado, com deficiente iluminação, sem policiamento, sem nenhuma segurança pessoal, que podem descansar e mesmo pernoitar com a necessária confiança! Toda a gente sabe, infelizmente, o clima de insegurança em que vivemos! -- 7) -- Concordamos que essa proibição se limite apenas à parte inferior da "MATA", pois a sua elevada aglomeração pode constituir um grande risco em caso de incêndio. Porém, não podemos compreender, nem concordar com a proibição do estacionamento do lado esquerdo da já referida rua, junto ao PAVILHÃO e ao longo de todo o comprimento do ESTÁDIO, até porque isso não sucede (até mesmo nesses dias) com os seus directos utilizadores, na maioria locais, como temos presenciado e que teriam muito menos necessidade de o fazerem, comparando com os vindos doutras regiões ! Com que direito especial !? Será que as suas viaturas não prejudicam também o "AMBIENTE", nem as árvores (ou suas raízes)e os espaços "verdes",como a recente e oportuna "relva que parece ter sido agora intencionalmente semeada" e reduzindo substancialmente os espaços destinados aos normais estacionamentos ? ! Porque será, afinal ?... Quem se pretende atingir ?!...Aliás, como disse um dia o nosso ex-Presidente da República, Sr. Dr. JORGE SAMPAIO, todo o cidadão português ... "tem direito à indignação"... Bem, talvez para o próximo "ENCONTRO", a "relva" já sirva de argumento pelo facto de ter sido pisada por "estranhos" ou de ter sido danificada por algum descuidado utente! Só que nem vimos ninguém fazê-lo. -- 8) -- Para quem tem frequentado habitualmente esses "ENCONTROS" durante bastantes anos, constata que essas limitações, impostas, têm reduzido, como é lógico e humano, as suas presenças, pondo mesmo em risco a sua continuidade. -- 9)-- Apreciemos agora o "fundo da questão" : O "CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO" do CENTRO HOSPITALAR DAS CALDAS DA RAINHA impõe essas limitações que as diversas "ASSOCIAÇÕES" têm de aceitar (ou não). Mas, se as instalações do lado esquerdo da mencionada rua, que dão acesso directo ao PAVILHÃO DESPORTIVO e ao ESTÁDIO, estão dependentes da Direcção dum Clube Local e da "ADMINISTRAÇÃO MUNICIPAL", que as mandou construir (com o dinheiro dos nossos impostos e taxas, com os elevados subsídios orçamentais, também pagos pelos contribuintes, como pode aquela outra "ADMINISTRAÇÃO" arrogar-se ao exclusivo dessa sua autoritária utilização (ou que serve de "braço de ferro"?! Afinal, quem tem de facto direito e deveres sobre essa mencionada zona desportiva e aos seus necessários acessos e estacionamentos, com competência para estabelecer imposições que até ofendem o DIREITO DO DOMÍNIO PÚBLICO ?! Seria bom que essa situação fosse devida e publicamente esclarecida pois está causando problemas e prejuízos aos seus utentes e ofendendo os seus direitos e sua cidadania. O "CALDAS SPORT CLUBE" é uma "INSTITUIÇÃO DE UTILIDADE PÚBLICA" e aufere presentemente um subsídio municipal do valor de 148 mil Euros (talvez na intenção de apoiar o seu compromisso de liquidação de elevadas dívidas públicas : Finaças e Segurança Social),mas tendo como âmbito principal, segundo os seus Estatutos : ...o desenvolvimento da actividade desportiva e cultural a favor dos seus sócios e da população local, e dos meios necessários à educação física e ao convívio desportivo,social, cultural e recreativo... -- 10) - Será melhor para a cidade das CALDAS DA RAINHA perder definitivamente a realização desses "ENCONTROS ANUAIS" que ali movimentam muitos milhares de EUROS ? Sabemos que não é essa a opinião sensata do Presidente do seu Município quando numa sua "Mensagem aos Inseparáveis da Huila", transmitida pelo seu Gabinete de Apoio à Presidência, de 22 de Março de 2007, afirma :..."Esperamos que estes encontros se repitam de forma a aumentar e fortalecer a solidariedade entre todos. Desejamos uma agradável estadia nas Caldas da Rainha."... --11) - Será bom o facto dessas "imposições ou orientações" estarem já a criar nitidamente certas dissidências entre as diversas "ASSOCIAÇÕES" responsáveis pela realização dos diversos ENCONTROS ? Assim, ouvimos pessoal e directamente, a opinião de algumas dezenas de utentes e concluímos que, na sua totalidade, não concordam com tais imposições e outras medidas tomadas para as concretizarem. Dessas, vamos divulgar apenas 3, por as considerarmos serem representativas da sua generalidade e aos quais apresentámos as seguintes questões : A) - Sua opinião sobre a actual situação e as restrições impostas; B) - O facto de assim se gerar um desentendimento e "mal-estar", um verdadeiro "DESENCONTRO", entre as diversas "ASSOCIAÇÕES", talvez resultantes das restrições impostas pelo CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR DAS CALDAS DA RAINHA,(?) por se considerar única detentora da utilização daquela imensa área citadina; C) - Planos e soluções possíveis para o futuro ou hipótese dum fim "à vista"; ..................................................... I ) - Dª. GRACIETE MARTINS - (certamente a principal responsável pela Organização dos "ENCONTROS DOS AMIGOS DO HUAMBO", cargo que "herdou" de seu estimado e inesquecível pai, BORGES MARTINS, um esforçado dirigente durante alguns anos : A) - Não acha que o trânsito interno durante os "Encontros" possa causar prejuízos, tanto mais que ..."durante toda a semana e todo o ano"...se encontra livre o acesso à "MATA" e serve mesmo de local de estacionamento (gratuito) para "feirantes", seus clientes e utentes do próprio CENTRO HOSPITALAR. Pensa que a recente "relva" ali implantada possa constituir de facto uma faca de dois gumes, servindo posteriormente para uma provável acusação de não ter sido respeitada pelos diversos utentes durante os referidos "Encontros". B) - Não tem dúvidas quanto aos sinais de se gerar um "desentendimento e mal-estar" entre as diversas ASSOCIAÇÕES em consequência das restrições impostas pela referida "ADMINISTRAÇÃO HOSPITALAR" (?), tanto mais que, por sua vez, existe a melhor colaboração do Município Local e de seu respeitado Presidente, Sr. Dr. FERNANDO JOSÉ COSTA. C) - Essas imposições devem prever certas excepções, sob pena dos prejuízos evidentes que provocam à cidade das CALDAS DA RAINHA com uma nítida diminuição de utentes dum ano para outro. Defende a continuação da sua realização sem esses entraves, concordando com algumas limitações, como seja o estacionamento de viaturas dentro da "MATA". Discorda dos horários impostos quanto à utilização sonora. Espera que os "ENCONTROS" deixem de provocar "DESENCONTROS" e continuem a realizar-se naquela cidade que sempre os recebeu com o maior agrado, sem que alguma vez se tivessem ali registado quaisquer incidentes, não obstante o elevado número de pessoas que então se concentram durante dois dias ------------------------------- II) - ANTÓNIO e ILDA MOREIRA - Este simpático casal, residente em SERNADA DO VOUGA, tem sido o primeiro "turista/campista" a chegar aos diversos "ENCONTROS" das CALDAS DA RAINHA, bem como aos realizados noutros locais por "Organizações" de : BENGUELA, BIÉ, CUBAL, LOBITO, CAMINHO DE FERRO DE BENGUELA... Chegaram ao referido local na sexta-feira (dia 22) pelas 9,30 horas e apenas tiveram a permissão para que entrassem com a sua viatura para descarregar a tenda e demais cargas, retirando-a de seguida para o exterior, junto ao portão principal. Só foi possível a sua nova entrada para estacionamento, no interior do lado esquerdo, junto ao Pavilhão, cerca das 17,30 horas, depois de uma muito louvável intervenção da Srª. Dª. GRACIETE MARTINS, assim como para alguns outros que ali aguardavam paciente e serenamente há várias horas por essa permissão.Aquele casal esteve cerca de 8 horas na sua viatura do lado exterior ! -- A) - Não lhes parece correctas as imposições pretendidas, tanto mais que o mesmo não acontece com os utentes do PAVILHÃO e do ESTÁDIO. A recente implantação da "relva" pode funcionar efectivamente ..."como uma armadilha"... que,possivelmente, servirá depois de motivo para nos acusarem de danosa utilização e assim da proibição total daquelas instalações (em parte municipais), o que causará bastantes prejuízos à economia da cidade. As justificações para a mudança de posição do palco(por causa do barulho do conjunto que afectaria os utentes do CENTRO HOSPITALAR) não parecem ser válidas; não será uma rotação, nem a lona, razões suficientes para essa "nova posição estratégica". -- B) - Parece existir de facto um ..."mau entendimento e mal-estar"... entre algumas Organizações destes "ENCONTROS" por causa dessas imposições, o que é de lamentar, afectando também o espírito dos "INSEPARÁVEIS DA HUILA", o que se devia evitar. Nota-se efectivamente que estão também a provocar uma nítida e crescente diminuição dos seus utentes. -- C) - Desde 2005/6 que surgem cada vez mais "entraves" às nossas entradas e ao estacionamento das necessárias viaturas, mesmo na "rua principal" da Mata. A culpa parece ser (?) mais da ADMINISTRAÇÃO DO CENTRO HOSPITALAR, pelo que temos de pensar a sério numa outra alternativa que afectará definitivamente a cidade das CALDAS DA RAINHA.Podemos assim arranjar um outro local para nos reunirmos... III) - JOSÉ PEREIRA DA SILVA e MARIA DE JESUS : - (os mais antigos "vendedores" que ali comparecem aos diversos "ENCONTROS", por convite inicial duma das suas "Organizações" : Pensam que..."tudo está cada vez mais complicado com a redução das regalias existentes desde há mais de 20 anos, verificando-se uma crescente diminuição do número de frequentadores aos diversos "Encontros dos Ex-Ultramarinos" aqui nas CALDAS DA RAINHA. No entanto,..."durante toda a semana, todos os dias, este estacionamento é utilizado por diversos "feirantes",seus clientes e pelas visitas aos doentes do HOSPITAL, encontrando-se o portão principal sempre aberto"... -- B) - Existe de facto um nítido desentendimento entre certas "Organizações" destes Encontros, o que é de lamentar. -- c) - Seria bom que se entendessem todos e que terminassem certas proibições para que os "Encontros" se mantenham nas CALDAS DA RAINHA. Também foi pena que tivessem terminado os tradicionais festejos dos "Santos Populares" (..."talvez por imposição do HOSPITAL")... e que estavam incluídos nos "ENCONTROS DOS AMIGOS DO HUAMBO" por iniciativa do saudoso Sr. BORGES MARTINS. --- Um outro nosso entrevistado,também presente em diversos Encontros anteriores,e concordante com os factos acima mencionados,foi o senhor ALÍPIO AUGUSTO DOS SANTOS,de TRANCOSO, donde partira há muitos anos para ANGOLA, um ex-morador na Rua do Comércio, em NOVA LISBOA,um "jovem" atleta que se iniciou em "corridas de longa distância" em 1986, com 77 anos de idade, mas durante as quais ganhou 2 medalhas de prata no "5.000 metros" de HAMBURGO e (?).
-- Finalizando, é de toda Justiça relatar e salientar o facto de, para este 23º "ENCONTRO DOS AMIGOS DO HUAMBO", ter sido permitida a entrada e estacionamento de TODAS AS VIATURAS POSSÍVEIS NA RUA PRINCIPAL DA "MATA", a partir das 17,30 horas de Sexta-feira (dia 22), por corajosa iniciativa da sua principal representante, Sr.ª D.ª GRACIETE MARTINS, superando as "instruções" dadas aos diversos e "intransigentes seguranças" colocados de plantão ao imenso portão de ferro, localizado na entrada principal e que se manteve assim aberto durante o resto do fim-de-semana. Os "HUAMBOS MUITO APRECIARAM ESSA DIGNA ATITUDE DA SUA CONTERRÂNEA, Sr.ª Dª. GRACIETE MARTINS. PARABÉNS ! ................................................. =================================================== -- Entrevistas e reportagem de ROBERTO CORREIA durante o 23º "ENCONTRO DOS AMIGOS DO HUAMBO" nas CALDAS DA RAINHA, de 22 a 24 de JUNHO de 2007 -- =================================================== --- "HÁ CADA VEZ MENOS AMIGOS DO HUAMBO NAS CALDAS" --- "Há 23 anos que as pessoas que vieram do Huambo (Angola) se encontram nas Caldas da Rainha, mas o tempo cobra o seu tributo e são cada vez menos os que marcam presença na reunião anual. Agora as restrições à entrada de carros no recinto da Mata, para salvaguarda do espaço, não agrada aos convivas que gostam de ali colocar os veículos para pernoitar durante o fim-de-semana. Roberto Correia, de Coimbra, é frequência habitual nos encontros dos Amigos do Huambo. Chegou de autocaravana na sexta-feira(22 de Junho)e logo ali montou a sua banca onde vende os livros que escreveu sobre Angola desde 1482 até 2002.Conta que a imprensa local já lhes chamou "Os Lusíadas de Angola" e dos seis volumes que escreveu alguns já se encontram esgotados. Conta que é hábito as pessoas chegarem cedo para ocupar os melhores lugares na mata. "Por norma o primeiro a chegar é o senhor Moreira que chega á sexta-feira de manhã, mas este ano teve que esperar até às 17 horas para que lhe fosse aberto o portão da mata para ele poder entrar com o carro", contou Roberto Correia. Este conviva refere que as pessoas gostam de colocar os automóveis dentro do recinto e que a restrição que actualmente existe, por parte do Centro Hospitalar com o intuito de não ser danificada a vegetação, "acaba por prejudicar a afluência de pessoas aos encontros". Graciete Martins, da Comissão Organizadora deste evento, responsabilizou-se junto da Administração do Centro Hospitalar pela entrada dos veículos no recinto e garante que os frequentadores do encontro não estragam nada.Até porque, como fez questão de frisar, "estão habituados à natureza pois o Huambo era conhecido como a Cidade Jardim". A responsável diz que estas restrições levam a que "muitos pura e simplesmente deixem de vir". Explica que os participantes, oriundos de várias regiões do país, "gostam de comparecer, parar o carro e acampar, enquanto que outros dormem dentro dos carros, depois de uma noite de baile". Os Amigos do Huambo chegaram a ser 20 mil nas Caldas da Rainha, mas agora são apenas alguns milhares. Neste ano o encontro coincidiu com os festejos do S. João do Porto, o que desencorajou muitas pessoas do Norte a virem à mata. Também presente no encontro Vasco Trancoso, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, desvalorizou as queixas, explicando que as associações que ali realizam os seus eventos estabeleceram um protocolo com esta instituição, onde se prevê uma melhor utilização da mata Rainha D.Leonor, "salvaguardando tanto a preservação dum espaço que é essencial para as Caldas, como para os interesses das respectivas organizações". O Centro Hospitalar já reconstruíu o muro da mata para melhor se controlarem as entradas. Agora as associações que ali se reúnem podem evitar que entrem pessoas estranhas aos seus eventos.Vasco Trancoso acrescentou que, grosso modo, tem sido respeitada a preservação do coberto vegetal e a proibição de fazer fogueiras na mata. O presidente do Centro Hospitalar explicou ainda que há locais,como o platanal, que são mais sensíveis, uma vez que as suas raízes são muito superficiais e não podem ser danificadas pelo rodado dos auto móveis. "Trata-se apenas de disciplinar no sentido de melhorar a vida a toda a gente", garantiu, acrecentando que está salvaguardada a entrada de carros que transportam deficientes e de pessoas que estão a vender, assim como outros que estacionam junto ao pavilhão gimnodesportivo. ........ Escola em Angola já está em construção ........ A primeira pedra para a construção em Angola da escola primária "Amigos do Huambo - Caldas da Rainha" - no Bairro de S. Pedro (Huambo) foi lançada no passado dia 1 de Maio pelo vereador Hugo Oliveira, devendo a obra estar concluída em finais do ano. O estabelecimento de ensino, que deverá ter três salas de aula e capacidade para 200 crianças, custa 60 mil euros. Graciete Martins pediu um donativo aos presentes para esta obra, que éspera ver inaugurada a 11 de Novembro deste ano. Apesar desta construção "restam 800 crianças a ter aulas à chuva e ao frio", lembrou a responsável. Perante Justino Chimbandi, em representação do Governo da Província do Huambo, o presidente da Câmara, Fernando Costa, garantiu que o autarca levará para Angola mais uma tranche para a continuação dos trabalhos.Realçou que a autarquia poderá custear toda a obra, mas pediu a colaboração dos presentes para que aquela não seja uma escola edificada pela Câmara das Caldas, mas com o tributo dos Amigos do Huambo. Fernando Costa é também testemunha que cada vez menos gente se junta nestes encontros, mas referiu a necessidade da sua continuação.O autarca referiu-se ainda a Angola como um país de oportunidades, referindo o seu elevado crescimento económico nos últimos anos. Após os discursos, que marcam a tarde de domingo, os convivas continuaram a festa ao som da Banda Kiss, que anualmente anima este encontro. Dispostas pela rua estavam também barraquinhas de artesanato e bijuterias, assim como cavacas e doces secos.Não faltaram as bancas com peixe seco para cozinhar pratos típicos como o pirão. Nas tasquinhas ao ar livre cozinhava-se para os presentes, sobretudo a tradicional Muamba, que era o prato mais procurado. Este guisado de galinha, quiabo, beringela e óleo de palma, acompanhado por farinha de milho ou mandioca, continua a ser uma forma de muitos matarem saudades da gastronomia angolana. (Transcrição dum artigo da "GAZETA DAS CALDAS",incluido no seu "site" : -- http://www.gazetacaldas.com --- de 29 de Junho de 2007) ............................................. ============================================ ("ENCONTRO DOS HUAMBOS" - NAS CALDAS DA RAINHA - JUNHO 2007 - : ===== (Neste ano a "baixa" de comparticipantes já era evidente...) -- .................................................. -- AINDA OS : - "ENCONTROS E OS DESENCONTROS" DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS REALIZADOS NA "MATA RAINHA D. LEONOR" NAS CALDAS DA RAINHA : - 1) - DO ARTIGO "HÁ CADA VEZ MENOS AMIGOS DO HUAMBO NAS CALDAS", PUBLICADO PELA "GAZETA DAS CALDAS" EM 29/06/07 E EXTRAÍDO DO SEU RESPECTIVO "SITE", RESPEITANTE AO 23º ENCONTRO DOS "AMIGOS DO HUAMBO" (2007), REALIZADO NAS CALDAS DA RAINHA, TRANSCREVAMOS AS SEGUINTES E INTERESSANTES PASSAGENS : a) - ..."Agora as restrições à entrada de carros no recinto da Mata, para salvaguarda do espaço, não agrada aos convivas que gostam de ali colocar os veículos para pernoitar durante o fim-de-semana"; b) - Referindo-se ao Sr. MOREIRA, habitualmente o mais "madrugador" aos diversos convívios e que aguardou (no dia 22), pacientemente, durante cerca de 8 horas para que obtivesse a permissão de entrar e estacionar a sua viatura, declara aquele semanário : "... Este conviva refere que as pessoas gostam de colocar os automóveis dentro do recinto e que a restrição que actualmente existe, por parte do Centro Hospitalar, com o intuito de não ser danificada a vegetação, acaba por prejudicar a afluência de pessoas aos encontros"... ..................................... c) - ..."Também presente no encontro, Vasco Trancoso, presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar, desvalorizou as queixas, explicando que as associações que ali realizam os seus eventos, estabeleceram um protocolo com esta instituição, onde se prevê uma melhor utilização da mata Rainha D. Leonor, "salvaguardando tanto a preservação de um espaço que é essencial para as Caldas, como os interesses das respectivas organizações"... ............................................ d) - ..."Vasco Trancoso acrescentou que, grosso modo, tem sido respeitada a preservação do coberto vegetal e a proibição de fazer fogueiras na mata"... e) - ..."explicou ainda que há locais, como o platanal, que são mais sensíveis, uma vez que as suas raízes são muito superficiais e não podem ser danificadas pelo rodado dos automóveis"... "Trata-se apenas de disciplinar no sentido de melhorar a vida de toda agente"... "garantiu, acrescentando que está salvaguardada a entrada de carros que transportam deficientes, e de pessoas que estão a vender, assim como outros que estacionam junto do pavilhão gimnodesportivo"... f) - Fernando Costa é também testemunha que cada vez menos gente se junta nestes encontros, mas referiu a necessidade da sua continuação"... ASSIM SENDO E, APRECIANDO FRIAMENTE ESTAS CITAÇÕES E AS DA PUBLICAÇÃO DA ORGANIZAÇÃO DE "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA", PARA O SEU 30º ENCONTRO, TALVEZ EXISTA ALGUMA INTERPRETAÇÃO QUE EXCEDE O SEU REAL CONTEÚDO, SENÃO, VEJAMOS : ......................................... 1) -- Ainda quanto ..."ao estacionamento de viaturas dos "praticantes", não são mencionados "os casos especiais" que podem permitir essa entrada e o seu estacionamento. 2) -- Nesse documento "oficial" (Revista) não consta também qualquer referência expressa sobre a mencionada permissão de entrada e o estacionamento..."de carros que transportam deficientes, e de pessoas que estão a vender, assim como outros que estacionam junto ao pavilhão gimnodesportivo " (afirmações do Sr. VASCO TRANCOSO citadas naquela "GAZETA DAS CALDAS" ! 3) -- A comunicação do Conselho de Administração (presume-se que seja do CENTRO HOSPITALAR das CALDAS DA RAINHA e sem qualquer data), declara que a solicitada autorização..." fica condicionada ao habitual compromisso que se junta para colher a assinatura de um representante da Instituição ou entidade requerente"...e informa que ..."o estacionamento de viaturas dos praticantes (exceptuando casos especiais identificados pela Vossa organização) terá de se efectuar fora do espaço da Mata."... - "... tem como único objectivo a protecção dos espaços verdes"... 4) -- O Temo de Responsabilidade, de 30/3/07, sobre esse assunto, foi assinado pelos Srs. CARLOS ALBERTO GOMES FARIA e JOSÉ DE SOUSA E SILVA, representantes da ASSOCIAÇÃO RECREATIVA E CULTURAL "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA",-(Presidente e Vice-Presidente, e este , ainda, também Vice-Presidente do "CALDAS SPORT CLUBE"), no qual constam, laconicamente, entre outras sumárias disposições : ............................................. 2) - Não destruir elementos vegetais; 3) - Não circular com viaturas nem estacionar nas zonas de coberto vegetal; ...................................................... 5) -- No entanto, parece que tais disposições, obrigações ou "permissões selectivas", assumidas pelos referidos responsáveis, no dito "PROTOCOLO", não têm sido assim respeitadas, nem cumpridas, por algumas "Organizações" desses "Convívios" ! Antes pelo contrário, quanto às viaturas dos "praticantes" (?) (e dos ..."que estão a vender"...) tem havido proibições gerais e totais, apenas permitindo as cargas e descargas, com imediata retirada das respectivas viaturas. Mas, é do conhecimento geral que..."durante toda a semana e todo o ano"...diversas viaturas dos habituais "feirantes" do Mercado (ou da "Feira") e as dos seus clientes, bem como as das visitas ao Hospital, ali estacionam sem quaisquer restrições nem impedimentos porquanto o respectivo portão principal se encontra sempre aberto! -- Afinal de contas, em que ficamos ?! -- Acabem com posições dúbias, senhores dirigentes ou responsáveis pelas organizações desses Encontros ! - NÃO SE ESQUEÇAM QUE HÁ MUITOS "PARTICIPANTES" IDOSOS QUE PERCORREM DEZENAS OU MESMO CENTENAS DE QUILÓMETROS para comparecerem nos Convívios e não é justo, nem humano, que o façam sem terem antecipadamente a certeza do que os aguarda durante essas duas noites quanto à sua "protecção física" (sem a garantia da utilização da sua própria viatura nesse local). Pode ser o seu último "convívio com familiares e amigos de longa data ! Chega de andar a "jogar ao escondidinho" com a saúde e bem-estar de cada um. Haja mais respeito e consideração. Lembrem-se que esses "idosos de hoje" são os descendentes dos mesmos "jovens de ontem" que treparam pelas escarpas e barreiras da CHELA. Já lutaram contra muitas "barreiras", não surjam agora outras, talvez disfarçadas de estranhas intenções ! Já lhes bastou de tanto sofrer ! EM TEMPO : - É de salientar o Facto do CENTRO HOSPITALAR DAS CALDAS DA RAINHA ter pretendido "atenuar" as dificuldades dos idosos ou deficientes (ou mesmo outros "participantes-campistas") de transportarem as suas bagagens desde o portão principal até ao local desejado, colocando-lhes ao seu dispor uns enormes "carrões" ("pesadões") que utiliza nos seus Serviços para a movimentação de certas cargas (incluindo possivelmente as roupas sujas dos quartos e das enfermarias -- será que foram previa e devidamente desinfectados ? --). Só que o "PISO" daquele asfalto é bem diferente do "PISO" dum HOSPITAL ! Essa solução, aqui referenciada, bem como ainda a de pretender reduzir os efeitos sonoros (musicais) sobre os doentes do Hospital, mudando (em 45º) a habitual posição do palco, não é uma transcrição dum qualquer "almanaque"... Foram "Factos" concretos, talvez porque o "RIR" faça bem à SAÚDE ! ------------------------------------------------ --(Incluído em Reportagem feita por ROBERTO CORREIA durante o 23º ENCONTRO DOS "AMIGOS DO HUAMBO", nas CALDAS DA RAINHA.( de 22 a 24 de Junho de 2007) -- ==================================== ================================================= ---- "OS ENCONTROS E...DESENCONTROS" NAS CALDAS DA RAINHA (EM 2007) --- --- AA) -- "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA" - de 6 a 8 de JULHO de 2007 -- --- BB) -- "OS AMIGOS DO NAMIBE" - (MOÇAMEDES) - (ADIMO) - em SETEMBRO de 2007 : ----- Ao contrário do que tem acontecido nos "ENCONTROS DOS AMIGOS DO HUAMBO", em JUNHO, os dos ditos "INSEPARÁVEIS DA HUILA" e os dos "AMIGOS DO NAMIBE" (MOÇAMEDES) continuam com critérios e medidas "SEPARÁVEIS", embora escudados em directrizes do Conselho de Administração do CENTRO HOSPITALAR DAS CALDAS DA RAINHA, num local situado próximo (parcialmente de sua pertença) no qual se têm realizado desde há alguns anos. Só não é fácil compreender e aceitar que os dos HUAMBOS, sujeitos às mesmas imposições as têm superado. Penso que, em grande parte, devido à "coragem" e compreensão dos seus organizadores, orientados pela dinânima e desassombrada Srª. Dª.GRACIETE MARTINS (e seus familiares) e do valioso colaborador, Sr. VASCONCELOS. Assim, tem sido possível a entrada e estacionamento pacífico das viaturas dos seus frequentadores anuais,respeitando as normais regras, muito embora com uma "drástica" redução do espaço para esses estacionamentos com a implementação duns ditos "espaços verdes" . No entanto tudo ali decorreu sem qualquer problema, sem "ofensa" desses novos espaços proibidos. Note-se que os restantes espaços também são utilizados durante todos os dias da semana, sem limites nem controle de portões de ferro, pelos desportistas e familiares, residentes ou não nas CALDAS DA RAINHA, bem como em geral por clientes do Mercado local e pelos seus operadores directos, ou dos Serviços Hospitalares. Assim, alguma coisa não está correndo bem durante o mês de Julho para a confraternização dos ex-residentes da HUILA e de MOÇÂMEDES !... Continuam as imposições, as intransigências e a "drástica" proibição de entrada das necessárias e convenientes viaturas, não só em geral, como ainda mesmo para os que ali se deslocam com as suas "modestas bancas" (até com interesse para os próprios participantes), como ainda para os frequentadores que estejam fisicamente debilitados, por defeito natural, por doença ou avançada idade. Essa medida "drástica" vai até contra as informações prestadas (por escrito) pelo responsável hospitalar, Sr.VASCO TRANCOSO, como já nos referimos. Mais uma vez, nunca é demais afirmá-lo, discordámos publicamente dessas extremas posições, sejam elas devidas a "A" ou de "B", porque afinal não se descobre qual o verdadeiro motivo para tanto "prejuízo" contra a NATUREZA !... Sempre concordámos com a proibição do estacionamento de viaturas dentro da Mata,o que antes era até indicado e facilitado pelas próprias Organizações, com a abertura de uma rampa que antes nem existira ! Um facto concreto foi o de, num certo ano, ter sido obrigado por um membro da Organização a "transferir" a minha viatura (carrinha Renault), já estacionada na rua principal desse parque, para a parte de baixo, ou seja em plena "mata" !... ============================================================== --- CC) - "ENCONTROS DOS LOBITANGAS" na QUINTA DO PICADO (AVEIRO) em SETEMBRO de 2007 -- Bem ao contrário das situações constatadas nos "ENCONTROS DA HUILA e do NAMIBE ( MOÇAMEDES"), tenho a obrigação moral de salientar e dar destaque a forma simpática e atenciosa como tenho sido recebido pela Organização dos "LOBITANGAS", de que devo destacar a profícua e dedicada acção dos Srs. Dr. RAUL FERNANDES (Dr."FARRICA", durante muitos anos Director do "destemido" Jornal "O LOBITO")e dos seus dedicados colaboradores mais próximos, Srs.RAFAEL RODRIGUES e ILÍDIO MATEUS. Este interessante ENCONTRO DOS "LOBITANGAS" realiza-se, há alguns anos, nas excelentes instalações da simpática e prestável família "JOÃO CAPELA", na QUINTA DO PICADO (AVEIRO), num ambiente acolhedor que se estende desde o rural ao requintado, com alguns salões para o serviço de Restaurante e outras festas, residencial com jardins e piscinas,"museu rural", diversos estacionamentos, como se pode apreciar directamente no seu "site" (www.joaocapela-residencial.com/). --- (clicar em www.joaocapela-residencial.com ) --- Nunca vivi no LOBITO nem conhecia qualquer dos membros da Organização dos seus "ENCONTROS", bem ao contrário do que acontecia com a dos "INSEPARÁVEIS DA HUILA" (LUBANGO), onde vivi mais de 25 anos consecutivos, e ainda mesmo em relação aos "ENCONTROS DOS AMIGOS DO NAMIBE" (MOÇAMEDES),onde nasci, fui baptizado e posteriormente exerci funções públicas durante cerca de 2 anos(PORTO ALEXANDRE). Durante alguns anos defendi através da Imprensa local as principais questões sociais e económicas do SUL DE ANGOLA (distritos da HUILA e de MOÇÂMEDES), mesmo posteriormente, já em PORTUGAL, como pode ser constatado neste meu blogue e dos livros que tenho publicado. No entanto, presentemente, os meus agradecimentos vão para a Organização dos "AMIGOS DO HUAMBO" e a dos "LOBITANGAS" (incluindo as centenas dos seus frequentadores) e dos "AMIGOS FAMÍLIA JOÂO CAPELA" (da QUINTA DO PICADO). ------------------------------------------------- --- DD) - "ENCONTROS DOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS REALIZADOS EM 2008 -- --- a) - "AMIGOS DO HUAMBO" - JUNHO de 2008 -- -- Como já tem acontecido sempre nos anos anteriores, a sua Organização permitiu a entrada e o estacionamento das viaturas dos seus habituais frequentadores durante esse fim de semana, sem que se tivessem verificado quaisquer transtornos ou prejuízos para a conservação do local. Assim, mais uma vez, tenho de destacar essa atitude de boa compreensão e de respeito para com os milhares de participantes que ali se deslocaram e saudar os seus responsáveis, como já o destaquei em relação aos seus anteriores "ENCONTROS". BEM-HAJAM, caros "AMIGOS" ! .......................................... --- b) - "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA" - 11/13 -- JULHO de 2008 -- --- c) - "AMIGOS DO NAMIBE" - (MOÇAMEDES) - AGOSTO de 2008 -- Quanto a estes dois "ENCONTROS" anuais -- (a que, pelas razões já apresentadas, deixei de estar presente deste 2005) -- só tenho a lamentar que tivessem mantido as mesmas imposições e restrições quanto às entradas e estacionamento das viaturas dos seus participantes, não merecendo mais comentários além dos que já amplamente apresentei neste mesmo blogue e no, agora suspenso (ou mesmo "extinto"), Jornal "O LOBITO". -- d) - "ENCONTROS DOS LOBITANGAS" - QUINTA DO PICADO (AVEIRO) - 7 de SETEMBRO de 2008 -- Também mais uma vez foi mantida a tradição e o respeito pelos seus imensos participantes, muito embora as situações difíceis e delicadas dos seus dois principais organizadores (Srs. Dr. RAÚL FERNANDES e RAFAEL RODRIGUES - este, apesar de tudo, ainda presente durante o "Encontro"). Merece destaque a iniciativa e grande aderência que se verificou para a aquisição duma "cadeira de rodas" para o nosso "AMIGO RAFAEL". Também merece que seja mais uma vez salientada a simpatia e colaboração da "FAMÍLIA JOÃO CAPELA" e da sua permanente preocupação em melhorar as suas instalações para comodidade de todos participantes, sem qualquer remuneração extra,(como se pode constatar no seu "site" acima referenciado). Foi fixado o 1º domingo de Setembro para os futuros "ENCONTROS". ================================================================== ........................................ -- e) - "ENCONTROS DOS EX-RESIDENTES E AMIGOS DE CAMACUPA ----(MEM MARTINS - 2009)
------------------------------------------------------------

--------------- A TODOS EX-RESIDENTES ULTRAMARINOS : ---------------
--- Antes de mais devo referir-me às entrevistas que realizei com PAULA MARINA CORREIA (minha filha) e integradas na reportagem (já transcrita neste mesmo blogue)sobre o "V ENCONTRO DOS INSEPARÁVEIS DO LUBANGO", no BUÇACO, publicadas no Jornal "O DIA" -- Suplemento "ANGOLA", em 23 de JULHO de 1982, pgs. I a VIII.
Essa Organização estava então a cargo da sua "CAIXA RECREATIVA E FAMILIAR".

-- Foram então entrevistados os Srs.: GIL DUARTE PAULO (Presidente da referida "CAIXA" , residente no Porto); um frequentador e colaborador (FERNANDO DE FREITAS - residente no "terrível" Castelo de Leiria) e AURÉLIO MENDES (natural da Chibia, então deputado do PSD, infelizmente já falecido).

-- As suas intenções e os planos da "CAIXA RECREATIVA E FAMILIAR" eram justificadas e necessárias, especialmente naquela época (ainda hoje muitas o são também). Mas, como acontece entre as nossas sociedades, muitas delas mais interessadas em proveitos e benefícios de ocasião, não passaram mesmo de "intenções", salvo talvez um ou outro limitado caso !

--- Esses elementos, como muitos outros dos membros dirigentes, nunca viram atingidos os projectados objectivos sociais. Parece que ninguém mesmo nunca os verá, pois foram caindo no esquecimento ou ficaram envoltos em demoradas burocracias e por vezes, talvez, face a outros interesses ou situações mais actuais e quiçá mais pessoais !

-- Após o 25 de Abril de l974 e durante bastantes anos, se têm realizado em diversos locais deste país os conhecidos "ENCONTROS" de ex-residentes ultramarinos (durante algum tempo "classificados de retornados").
-- Alguns desses "ENCONTROS", de início com reduzidas presenças e certas deficiências, foram-se alargando e sendo mais conhecidos.

-- Penso que, além do espírito de confraternização anual, bastante evidente, muitas vezes tratam-se de oportunidades únicas para o encontro de familiares, amigos de infância, colegas de escolas, do Liceu, da tropa,etc., não obstante certas dificuldades (ou "más vontades") logísticas de quem não alcança outros horizontes mais amplos !

-- Seria óptimo se tudo isso pudesse ser alargado e mais envolvente, até porque a situação actual também o aconselha, mesmo que realizados em ambientes limitados, porém mais frequentes e independentes desses "ENCONTRO ANUAIS", sem afectar as suas realizações,pelo contrário, devendo até serem melhorados e mais diversificados.

-- Assim, a nível mais regional (local mesmo) deviam registar-se (e publicitarem-se)muitos outros "ENCONTROS", os quais podiam ultrapassar os limitados e habituais fins.
As diversas e mais evidentes questões e a que sempre nos temos referido, seriam certamente bem apreciadas e até talvez com resultados mais concretos : -- além dos "almoços e dos piqueniques", porque não também uns debates sobre temas de interesse geral (dessas destacadas questões e das que os nossos governantes -- ou políticos -- teimam em esquecê-las nas suas gavetas parlamentares, que tanto nos afectaram e continuam afectado, colocando em dúvida o futuro dos nossos filhos e netos ?
Está na altura de se introduzirem nas memórias dos computares oficiais, políticos, governativos (já que nas suas, individuais, estão, infelizmente, muito sujeitas a ataques de convenientes amnésias !)

Nunca é tarde (como o fizeram todos os nossos parceiros da Comunidade) para remexer no PASSADO, transportá-lo para o PRESENTE, tendo em vista a melhoria e garantia do FUTURO dos nossos jovens ! Porque não tentar salvar as "honras da casa" ?

Porque não alargar o espírito limitado desses "ENCONTROS ANUAIS", passageiros (embora muitas vezes agradáveis) e torná-los de facto em utilidades gerais efectivas ?
-- Tomo, assim, a liberdade (ou ousadia) de sugerir a realização de pequenos "ENCONTROS" (locais ou regionais) mais frequentes, com debates de ideias de inegável utilidade, sem "poleiro nem pedestal" para oportunistas de ocasião, mas sim com objectivos concretos, reais, de reconhecidos direitos sociais.

Estamos sempre a tempo de o tentar e que cada um disponha de algum tempo para defendermos esses interesses comuns e a que "ainda temos direito", não obstante essa amnésia,quase geral, de que têm sofrido muitos políticos e governantes durante estas últimas décadas, mesmo já sem o sempre invocado "colonialismo" !...

-- Pela minha parte estarei, como sempre, ao dispor, continuando um "combate" em que sempre me envolvi desde s saudosa juventude na nossa inesquecível HUÍLA e noutras localidades de ANGOLA !
.................................................................
--- (Roberto Correia) --- COIMBRA, MAIO / 2009 --
------------------------------------------------------

======== OS ENCONTROS EM 2009 : ========

--- MARÇO -- "CEIA DO MACONGE" - MARÇO - (QUINTA DO PICADO) AVEIRO --
-- (Antigos estudantes do LICEU "DIOGO CÃO" - SÁ DA BANDEIRA (LUBANGO) - ANGOLA)--

--- MAIO --- "ANTIGOS ALUNOS E PROFESSORES DO LICEU SALVADOR CORREIA (LUANDA) :

salvadorcorreia.org

--- MAIO - 30 -- "ANTIGOS ALUNOS DOS COLÉGIOS DE NOVA LISBOA" :

picasa.google.com/armindodacostaferreira/AlmoçoColegios2009#


--- JUNHO - 7 -- "AMIGOS DE CATABOLA" ;

mail.google.com/mail/?=2&ik=64a65b8440&view=att&th=121cOba2bOOac

--- JUNHO - (27/28) -- "AMIGOS DO HUAMBO" -- (CALDAS DA RAINHA)
---- Com livre acesso às viaturas como tem acontecido nestes Encontros do HUAMBO. Ali estivemos presentes e apresentaremos oportunamente a respectiva apreciação, louvando desde já a excelente colaboração dos seus mais directos organizadores --

--- JULHO - (10/12) - "OS INSEPARÁVEIS DA HUILA" -- (CALDAS DA RAINHA) --
---- Ao contrário do que sucedeu no referido Encontro do HUAMBO, neste não foram autorizadas as entradas das viaturas dos seus participantes directos,(incompreensivelmente) pelo que não estivemos presentes (o que já vem sucedendo, desde 2005), razão pela qual nada podemos relatar nesta secção.

--- AGOSTO --- 1/2 -- "AMIGOS DO DISTRITO DE MOÇAMEDES" --- (CALDAS DA RAINHA) --
---- Nestes seus últimos Encontros também não tem sido permitido o acesso das viaturas dos seus participantes directos, pelo que igualmente deixamos de frequentar desde 2005, ficando impedidos de qualquer notícia ou apreciação).

--- SETEMBRO -- 5 -- "AMIGOS DO LOBITO" -- (QUINTA DO PICADO - AVEIRO) -- -- Uma vez mais com uma óptima e agradável organização dos seus responsáveis e a valiosa colaboração dos seus proprietários (Família JOÃO CAPELA).

www.joaocapela-residencial.com

--- SETEMBRO -(?) --- "CEIA DO MACONGE" --- LEIRIA ---
--- (v.nota acima) --

--- OUTUBRO --(?) -- "CEIA DO MACONGE" --- PORTIMÃO ---
--- NOVEMBRO --(?) -- "CEIA DO MACONGE" --- PORTO ---

--------------------------------------------------------

..... ========== OS ENCONTROS A REALIZAR EM 2010 ==========


- FEVEREIRO - 27 - "CEIA DO MACONGE" -- (QUINTA DO PICADO) AVEIRO ---

--- MAIO - 2 (?)* - COLÉGIO DE D.JOÃO II (de LUANDA)- em VILA PRAIA DE ÂNCORA ---

--- MAIO - 2 (?)* - EX-RESIDENTES DE PORTO ALEXANDRE - PÓVOA DO VARZIM (?) ---

--- MAIO - 16 - (?)* - ANTIGAS ALUNAS DE S.JOSÉ DE CLUNY (LUANDA)- no COLÉGIO S.JOSÉ (perto do Hospital de S.Francisco Xavier) --

--- MAIO - 29 - EX-ESTUDANTES DO LICEU "SALVADOR CORREIA (LUANDA)-- na QUINTA DOS ROUXINÓIS (MALVEIRA) ---

--- MAIO - 29 - "ANTIGOS ALUNOS DOS COLÉGIOS DE NOVA LISBOA/HUAMBO" - Restaurante "COMIDA DA RIBEIRA" - LISBOA -

---- (consultar :
www.picasaweb.google.pt/armindodacostaferreira/AlmocoColegio2010#

--- MAIO - (?) - EX-ESTUDANTES DA ESCOLA INDUSTRIAL DE LUANDA -- em LISBOA ---

--- MAIO - (?) - ALMOÇO DO BAIRRO POPULAR "SARMENTO RODRIGUES,PALANCA e MADAME BERMAN" - de LUANDA - e, ..... ? .......

--- JUNHO - 5/6 (?)* - EX-ALUNOS DO LICEU DE BENGUELA - TOCHA (?) * ---

--- JUNHO - 26/27 - "AMIGOS DO HUAMBO" - nas CALDAS DA RAINHA ---

--- JULHO - 9/11 - "INSEPARÁVEIS DA HUILA" - nas CALDAS DA RAINHA ---

--- JULHO (31) / AGOSTO (1)- (?) - AMIGOS DO NAMIBE - nas CALDAS DA RAINHA --

~-- AGOSTO * - (?) - PESSOAL DO BAIRRO DO CAZENGA (LUANDA) - ANADIA (?)* ---

--- SETEMBRO - 5 - "OS LOBITANGAS" - na "QUINTA DO PICADO" (AVEIRO - de JOÃO CAPELA)-

--- SETEMBRO - 26 (?)* - EX-ALUNAS DO LICEU D.GUIOMAR DE LENCASTRE (LUANDA) - no PARQUE DAS NAÇÕES (?)* --

====== OBS - (*) - Estas Datas e Locais são referentes ao ano de 2009 --

=====================================================================

=== --- C ) - DIVERSOS - (DO AUTOR E COLABORAÇÃO DOS LEITORES COM TEMAS ADEQUADOS A ESTA SECÇÃO) : ---- Para ver ainda no final da 6ª parte : LISTA GERAL PROVISÓRIA) -----



------------- COLABORAÇÃO DOS LEITORES :

.....................(ver numa próxima rubrica) .................. ..........................................................................
..................................................................................=============================================